CHAMADOS A SER BONS SEM TERMOS DE SER OS MELHORES

Reflexão sobre amar e ser amado entre egoísmo e altruísmo

Por António Justo

Se fores capaz de transmitir a alguém o sentimento de ser amado, de ser considerado e ser aceite, ele acreditará em si mesmo e a sua autoconfiança fará milagres.

O eu faz parte do nós e o nós expressa o encontro com o tu que leva ao reconhecimento do eu como relação em torno do amor.

O egoísmo está presente em todo o ser humano; faz parte da energia que conduz à identificação e à diversidade. Egoísmo e altruísmo são atitudes que se requerem em certo equilíbrio.

 

Na nossa vida do dia-a-dia verificamos que amar alguém, gostar de uma coisa ou de um ideal implica entrega e que fazer algo ou dedicar-se a alguém, desinteressadamente, traz consigo a consciência de que o serviço prestado, reverte também em benefício de si mesmo sem ter sido pretendido. A alegria, que se proporciona a outrem, recebe-se de volta, na ressonância de uma satisfação comum. Isto implica altruísmo, mas sem auto-negação.

A necessidade de identificação, de reconhecimento e o grau de narcisismo próprio levam-nos a navegar entre amor próprio, auto-negação e amor autêntico a si mesmo

A consideração pelos outros (altruísmo) é saudável se não se realiza à custa do próprio bem-estar. Sofrer ou tortura-se para que alguém se sinta feliz, a ponto de desconsiderar as próprias necessidades e de não considerar os próprios limites, leva uma pessoa a não se dar conta de si nem dos próprios sinais psíquicos nem físicos que, não tomados a sério, acabam em doenças. A natureza vive do esforço individual e comum, no respeito pelas necessidades de cada um. Sem entrega nem esforço não há transformação nem desenvolvimento. A vida define-se como relação aberta na procura de autonomia individual. Geralmente a energia mais acentuada é o egoísmo.

Dá-se desrespeito e autoexploração quando se exagera no altruísmo por razões de perfeccionismo ou excesso de ênfase no dar resposta ao que outros esperam de nós. Muitos tornam-se vítimas das espectativas dos outros e aquela energia positiva despendida, que deveria provocar satisfação, torna-se em incómodo por ter sido tirada à custa da própria substância e não do que transbordava dela.

O oposto destas atitudes e comportamentos (egoísmo exacerbado) acontece num outro tipo de pessoas que estão tão fascinadas de si mesmas (narcisismo) que só veem o mundo e os outros na própria perspectiva, crivando a realidade pelos próprios interesses; o narcisista ama a imagem de si mesmo a ponto de viver enamorado do seu ego. A falta de reflexão e a inexistente sintonia/compaixão com o outro leva o/a narcisista a não notar as necessidades do outro e a viver num mundo infantil, no ego de príncipes encantados.

Auto-obsessão no amor próprio

Para se poder avaliar do grau doentio do amor próprio (grau de narcisismo) há que observar critérios patológicos como egocentrismo, sentimento de superioridade, auto-obsessão, falta de empatia, forte susceptibilidade (expressa no conto “A Princesa e a Ervilha), desvalorização e exploração de outros.

Por trás do fanatismo também se encontra sempre narcisismo e um sentimento de inferioridade a querer ser compensado. Nele o ego é tão embalonado que sobe sem reconhecer o próximo (ou usa-o como pretexto ao serviço da sua ilusão); geralmente vive centrado na mente e só se identifica com algo longínquo que o ultrapassa, embora reprogramado no próprio ego. Orienta-se por slogans que ele próprio escolheu, conferindo-se assim um sentimento de soberania e de poder.

A sociedade ocidental é cada vez mais narcisista. O narcisismo é um amor próprio aparente; na realidade está preso a sensações de inferioridade e falta de amor próprio equilibrado.

Todo o narcisismo é egoísta, mas nem todo o egoísta é um narcisista. O ego (amor próprio doentio) manifesta-se sob três tendências: possuir, dominar e/ou querer ter valor (ser importante). Se uma destas três características tiver um valor acentuado então poder-se-ia falar de egoísmo sublinhado.

“Nunca me ligavam” – A falta de autoconfiança – Fuga a si mesmo

A tendência egoísta, se demasiadamente acentuada, é sintoma de carência afectiva e falta de empatia; provem de um buraco na personalidade, que poderá vir da falta de apreciação na infância (a experiência inconsciente do “nunca me ligaram” ou de uma infância do “laissez faire” onde tudo lhe foi removido do caminho; sem necessidade de enfrentar obstáculos não teve ocasião de se situar, nem de criar raízes estáveis de relação. Então fica pela vida fora uma falta de autoconsciência que se compensa e sacia na realização automatista de um programa desastroso outrora aprendido e internalizado.

Esta programação inconsciente provém de um sentimento internalizado do ” Eu não sou Ok”, “Eu não tenho valor”, “não sou bem-vindo”, “Não sou suficiente”, etc. Tanta criança arma teatro e até dança em torno dos pais e dos educadores, tal como o gato ao encostar-se às pernas do dono, mas sem conseguir obter a atenção e dedicação devidas porque o adulto, no momento, se encontra fechado nele, alheado no seu mundo de pensamentos, longe da situação; encontra-se a viver um outro filme, num outro mundo que não é o seu, nem o da criança…

Esta amarga experiência infantil, somada a muitas outras, cria um buraco na alma daquela personalidade que passa a ter a necessidade de se destacar perante os outros – tem a necessidade de ser em tudo super, para poder sentir-se aceite e amada; nessa necessidade, mendiga agora a atenção que não teve e, em consequência disso, é incapaz de se definir por si mesma, de descansar em si mesma e de fazer as pazes também com os próprios defeitos.

Foi programada por alguém tipo árvore frondosa que não deixa vingar nada debaixo dela nem a seu lado, (talvez por alguém com trastorno limite de personalidade – narcisista-borderline), que faz da criança uma escrava ao serviço da sua vaidade. Conheci tais pessoas que só viam os outros em função delas e isto chegava ao extremo de abusar da criança que quando chamada, sistematicamente, tinha de deixar tudo imediatamente e correr, sem ter direito ao tempo dela, sem um momento de pausa para se dar conta do próprio existir e das próprias necessidades (nela passou a existir as necessidades dos outros): o pai/mãe chamou, sem respeito pelo que a criança estava a fazer, e a criança ficou automaticamente comprometida com a vontade alheia; aprendeu a responder às necessidades do outro sem ter em conta a própria necessidade, passando a ser uma estrutura  interrompida; a criança não teve tempo para construir a autoconfiança que vem da capacidade de dar resposta a si mesma e aos outros num ambiente de amor,  consideração e aceitação. Agora, como adulta continua a responder à necessidade de ser perfeita ou de parecer perfeita.

Como vivemos numa sociedade de apelo ao narcisismo, a sua tendência para a auto-optimização, de ser cada vez mais bonita, melhor e de subir mais alto, leva-a, ainda mais, a viver fora dela. A consequência pode ser o desenvolvimento de uma personalidade com uma atitude desafiadora e intolerante para consigo e para com os outros (ou uma pessoa sempre a correr atrás de gurus narcisistas porque a sabedoria interior foi perturbada).

Muitas vezes, pessoas estruturadas desta maneira são condicionadas a procurar compensar o buraco psíquico com o perfeccionismo ou com um sentimento insaciável da necessidade de produzir sempre mais e melhor; nunca se sentem satisfeitas com o que fazem porque uma força internalizada lhes diz que, para serem boas, têm de ser melhores e produzir mais para serem aceites pelos outros!  Sentem-se sempre incompletas; e como o stress não resolve problemas acumulam ainda outras inconveniências.

Amor próprio equilibrado entre egoísmo e altruísmo

Nem mais nem menos: “Ama o próximo como a ti mesmo”, adverte o Evangelho! O pressuposto para se amar verdadeiramente o próximo prevê primeiro o amor a si mesmo.

 Se nos observamos bem a nós e ao mundo, notaremos que tudo é relação (relacionamento parentesco). Sem um tu não há um eu e sem um eu não há um tu e só no reconhecimento recíproco se dá lugar ao nós.

Nos polos equilibrados, do egoísmo (amor a si mesmo) e do altruísmo (amor ao próximo), gera-se a sintonia/compaixão (em termos religiosos, a caridade) sem tirar a responsabilidade ao outro nem a liberdade a si mesmo. O verdadeiro altruísta não se satisfaz com o resultado do seu bem-fazer porque sente a legítima satisfação da relação com o outro na gratidão e na alegria que dimana no todo.

O Homem não pode ser apenas um fim em si nem sequer um meio para a finalidade dos outros. Através do próximo chegamos à consciência do eu que é o encontro das relações. Em torno da palavra eu se forma o Homem e a humanidade na consciência de serem identidade em processo e a caminho de uma meta que não é o colectivismo, mas a comunidade, à imagem da fórmula trinitária onde o eu pessoal e o nós se reúnem e expressam em pessoa.

Se no nosso interior há tempestade não é saudável compensar o desequilíbrio da alta ou baixa pressão em nós, mediante a abertura de um ventículo para o exterior, uma adição; esta pode substituir o sintoma por algum tempo, mas volta imprevistamente. Primeiro há que alcançar a bonomia, a bonança dentro de nós para que a nossa acção se torne benéfica ad intra e ad extra. Uma certa tensão é sempre necessária douto modo a vida tornar-se-ia num “buraco negro” …

O altruismo saudável não funciona para acalmar a má consciência nem tão-pouco para afugentar o medo. Quem exagera no altruísmo, para adquirir reconhecimento, facilmente cairá em depressão ou Burnout!

A auto-realização implica um egoísmo sadio, um egoísmo sem egocentrismo. Também estamos chamados a promover o bem alheio, mas não à custa da própria felicidade. Uma pessoa contente transmite contentamento aos outros; uma pessoa infeliz anda envolvida pelo manto da escuridão e propaga o escuro nos outros.

Segundo investigações psicológicas 75% das pessoas agem devido a influências exteriores sem saberem, muitas vezes, o que é importante para si.

Há muitas pessoas com um padrão comportamental de tendência altruísta que chegam a colocar a defesa da vida do grupo acima da individual. e uma maneira de se tornar reconhecido e aceite, uma tendência natural a ajudar os outros.

Uma dedicação despreocupada ao próximo faz parte do desenvolvimento pessoal espiritual e psicológico…. Quando for capaz de descansar em mim mesmo, sem necessidade de andar sempre a arranjar a casa do meu eu ou do próximo e quando sentir o sol do carinho que em mim brilha independentemente dos defeitos que tenha, então o sol interior irradiará na minha atuação e na minha atitude para o exterior.

Então compreenderei a satisfação do gato e do cão que – sem a necessidade de controlar ou de se controlar – despreocupadamente se rola no chão, de pernas para o ar, vivendo, de maneira aberta, a satisfação do momento sem qualquer medo nem receio.

Por vezes há pessoas que passam uma vida sacrificando-se para os outros. Esquecem que temos esta vida para também treinarmos e aprendermos aquela alegria e gozo que, sem adiamentos, antecipa a realização futura. Somos individuações na comunidade.

Neste sentido, a primeira tarefa será aprender a amar-se, criando assim o fundamento para se poder mudar. Doutro modo anda-se a dar aos outros a compensação do amor que nos foi negado e nos faltou. Uma vida, realizada na alegria do viver, proporciona a resposta dos outros no respeito, amor e sintonia; então não se é enganado nem se engana o próximo com amores nem dedicações esforçados. Surge então o calor do dar e receber da mesma energia divina (amor) que flui dentro e fora no nós.

Deus criou-nos a nós tal como criou o sol e em nós colocou a sua energia que vem de dentro para fora, do interior para o exterior. A opção pela autonegação dedicando-se só aos outros é tão perigosa como a dedicação só a si mesmo porque ambos surgiriam, não da realização e da riqueza, mas da falta que conduz a uma abnegação desequilibrada. O sol divino tem de brilhar primeiramente em nós para nos abrir e através de nós brilhar e aquecer os outros.

Sou com o todo sem me perder nos outros, sou com o outro consciente de que ele e eu somos apenas parte do todo.

Uma maneira consciente de avaliar o amor no trato de si mesmo será o de se permitir tomar decisões que deem satisfação independentemente do que os outros dirão ou esperam. Quando a voz do interior não é sorvida pela voz de fora, então vive-se naturalmente, o Reino de Deus, como os “pássaros e os lírios do campo” aceitando os cumprimentos e as críticas dos outros como aqueles aceitam o sol e a chuva. Então o que faço dá alegria e contentamento porque faço-o simplesmente, sem sentimentos de obrigação ou de culpa muito embora num sentimento de sintonia/compaixão. Então a felicidade e a infelicidade dos outros não me ensombram porque o meu viver compreende amar os outros e deixá-los ser como são.

Tenho que pôr nos pratos da balança da minha vida, de um lado o amor, o respeito, o cuidado que tenho para comigo e no outro prato as necessidades dos outros.

Deixo entrar e sair de mim o ar dos sentimentos positivos e negativos sem os reter, do mesmo modo, como entra em mim o ar mais ou menos oxigenado que respiro. Aceito o dentro e o fora, o dia e a noite, a luz e a sombra, o sucesso e o fracasso sem o medo de me negar ou afirmar para ser aceite. Consideração e estima iluminam as minhas relações sem me deixar prender em pensamentos negativos, devaneios, dúvidas e medos. Não sou vítima de ninguém e na qualidade de consciência reflectida assumo a responsabilidade de ser, ser com os outros numa dinâmica de ser para mim e ser para os outros.

Reconhecer-se e aceitar-se

Para se chegar ao nível do “ama o próximo como a ti mesmo” há, em primeiro, que se reconhecer a si mesmo, como advertia a frase no frontispício do templo de Apolo em Delfos aos que nele entravam. Reconhece a ipseidade (“conhece-te a ti mesmo”) e nela os teus pontos fortes e fracos, as facilidades e dificuldades como fluxo e refluxo da mesma realidade. O segundo passo é “aceita-te como és” com os teus lados de luz e de sombra. E se me encontro numa altura em que me não posso aceitar, então aceito a não aceitação. O terceiro passo será: aceitar em si uma possibilidade de mudança, mas sem limite de tempo e sem pressão de auto-optimização.

Em paz de consciência

Muitas pessoas têm na sua consciência um juiz interior muito rigoroso sempre a apelar pata o dever: esse juiz malformado diz: “eu devo…, tenho que…” ou “a gente deve…, a gente tem que…”

Muitas vezes, esta é a voz do “eu paterno” que continua escondida e a mandar em nós. Este juiz fala do alto da sua cátedra e por isso é preciso substituí-lo por um juiz Anjo, que não condena embora faça ver as coisas positivas e negativas com objectividade e que gosta de ti tal como és.

Dos erros se aprende para a próxima vez. Deus ama-te como és, no antes, no agora e no depois; faz algo que te dê alegria, não te deixes subjugar apenas pelo programa do dia-a-dia, doutra maneira vive o programa em ti, sem que tu vivas porque só serves.

Muitas vezes surge em nós uma sensação corporal ou um sentimento espiritual desagradável e não temos tempo para lhe dar atenção e compreender o que esse sentimento ou sensação nos quer dizer; muitas vezes esse mal-estar apenas nos quer dizer que excedemos os nossos limites.

Sentimentos agradáveis são sinais de que nos encontramos em consonância com a situação do momento. Se o sentimento é torturante talvez se dê ao facto do sentimento puro se misturar com devaneios, conflito interno, a tentativa altiva de dominar uma sensação, etc..

Do sentimento de aceitar e ser aceite surge o contentamento de se encontrar com o dia ou com o próximo, venha ele como vier. Chega a boa intenção de procurar o bem em tudo e de se experimentar contentamento, independentemente da gratidão que se receba. Então a viva sorri para mim e eu sorrio para a vida na consciência de que a dor e a alegria servem o todo.

A realidade do eu-tu-nós encontra-se magistralmente delineada na fórmula Trinitária onde a Relação é de tal maneira viva e misteriosa que ganha expressão numa terceira pessoa. Neste sentido, a abertura e a entrega expressam a liberdade amorosa.

© António da Cunha Duarte Justo

Pedagogo e teólogo

Pegadas do Tempo

 

MUTILAÇÃO SEXUAL COMO PREVENÇÃO CONTRA INFIDELIDADE MATRIMONIAL E DEFESA DA POLIGAMIA

Sociedades machistas roubam a sensualidade às mulheres

Há sociedades machistas que roubam a sensualidade à mulher. O prazer é reservado ao homem à custa da dor da mulher!

Atualmente é feito o brutal corte do clitoris e dos lábios genitais interiores e exteriores a 8.000 meninas e mulheres, por dia.

Há 130 milhões de mulheres no mundo vítimas de mutilação genital. A maioria com idade inferior a 15 anos.

Esta barbaridade deve-se à tradição patriarcal de sociedades em que os homens querem estar seguros que a mulher terá dores no acto sexual vendo na mutilação da mulher um impedimento à infidelidade matrimonial.

Na Europa também se encontram imigrantes que, às escondidas, praticam tal atrocidade. Muitos deles aproveitam-se das férias na terra para o fazer e as meninas são surpreendidas.

Isto favorece o machismo e a poligamia.

Sociedades machistas roubam a sensualidade às mulheres e impedem-nas de terem rosto próprio!

São perseguidas e vitimadas por sererm raparigas

Diariamente morrem 300 meninas devido a violência perpetrada contra elas. No mundo, 120 milhões de raparigas de idade inferior a 20 anos foram vítimas de violência sexual.

Diariamente 20.000 raparigas de menoridade dão à luz uma criança. 3.000 são de idade inferior a 15 anos.

No mundo todos os dias fogem de suas terras 30.000 pessoas. Dois terços delas são meninas e mulheres.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

Os CATAVENTOS DA DEMOCRACIA

FUNDADO PARTIDO “RENOVAR” NA GRÃ-BRETANHA CONTRA O BREXIT

 

António Justo

O Jornal Notícias titulou: Há um novo partido britânico que promete travar o Brexit; de nascimento recente (19.02.2018), o nome do partido é Renew (Renovar), tem como lema: “Uma nova visão para a nação” e quer impedir o Brexit. Pretende, de maneira mais alargada, ser uma alternativa à atual classe política da UK. Na Europa a classe política encontra-se em plena ebulição (França, Áustria, Itália, etc.).

Esta é certamente uma oportuna iniciativa! Um país da envergadura da Grã-Bretanha necessita de mudança na continuidade e não de ideologias revolucionárias que vivam de ideias peregrinas e do oportuno para poderem fazer dos arrabaldes das ciddades, a Polis!

Os opositores a um novo referendo, sobre a permanência da Grã-Bretanha na UE, têm medo de uma decisão mais preparada, reflectida e consciente, sobre o sim ou o não do Brexit.

O povo é sempre soberano seja no dizer seja no desdizer

Seria sofrer de estagnação querer legitimar a validade de uma decisão tomada numa mera parcela de tempo de circunstâncias específicas em que foi tomada (referendo tornado vinculativo quando o não era e com apenas 52%; tal decisão deveria ter de atingir os 75%, porque se trata de uma decisão que implica sustentabilidade em termos nacionais!).

Geralmente os intervalos entre o tempo não é mais que a distância que vai do erro à verdade, muito embora o tempo continue inocente! A experiência da vida chama a atenção para as circunstâncias que determinam a realidade de um acontecimento ou decisão.

É da essência da democracia não se poder fixar nesta ou naquela posição; tem que estar sempre aberta ao desenvolvimento das pessoas e aos diferentes mandarins dos relevantes sectores públicos que puxam a consciência da manada num sentido ou no outro.

A teimosia e equívoco, de muitas pessoas relativamente à fixação nos resultados de consultas populares, peca por falta de exatidão e por confusão, ao mesclar a decisão de um momento em determinadas circunstâncias com a realidade como se fosse verdade sustentável. Um processo democrático está dependente das vontades e das circunstâncias que as formam. Por isso quem apela para decisões do processo democrático tem que estar atento para não perder o processo!!!

Há que aceitar a realidade do ser humano e da sociedade como processo e viver na consciência de que a vontade popular vira conforme os ventos!

A classe estabelecida no nosso sistema político-social, em vez de barafustar contra novos movimentos (populismos de direita ou de esquerda) ou de temer perder direitos adquiridos, tem que mudar de vida! A classe estabelecida da geração 68 tem de se ir preparando para dar lugar a uma nova burgalidade e uma nova cidadania!

Uma sociedade democrática verdadeiramente esperta, para ser coerente com o seu sistema político partidário, terá que se ir transformando em movimentos cataventos da democracia; o passo seguinte seria o estabelecimento da verdadeira democracia que passaria de democracia partidária representativa para democracia directa!!!

O Brexit é um mal para a Grã-Bretanha e um mal para a Europa. A UE precisa da UK e a UK precisa da UE. A EU é ainda mais importante para a Inglaterra, que bem sabia ir buscar as uvas passas do bolo europeu!

O Brexit constitui um mal para a Alemanha porque a nova constelação da EU, sem a Inglaterra, passa a ser mais influenciável pelos países latinos! Co a saída, a Alemanha não pode contar com a influência deste parceiro maior a seu lado. (Os interesses dos grandes são sempre diferentes dos pequenos!)

Por outro lado, a Europa só se pode afirmar como um todo (EU), num futuro, já presente, de rivalidades incontidas entre civilizações. A não ser que se fizesse marcha atrás no desenvolvimento da História e se voltasse para um ecologismo regional com os seus múltiplos biótopos; diga-se, para uma democratização de economia e de regiões, não baseada só em povo e nações (grupos de nações).

Por vezes tem-se a impressão que anda tudo à procura do Pai Natal! Mais exato seria, em vez de falarmos tanto contra o Estado, contra a EU, exigir-se mais dos eleitos, o que implicaria verdadeira formação política (e não partidária) do cidadão para que a maioria popular se metesse na alhada da política.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo,

“ALEGRIA DO AMOR” É A PONTA DE LANÇA DO VATICANO II

Para uma resolução das questões de recasados, celibato, intercomunhão e ordenação de mulheres

António Justo

Com a exortação “Alegria do Amor„ o papa Francisco procura dar resposta às necessidades da Igreja e do mundo contemporâneo, diligenciando para que a Gaudium et Spes e outros documentos do Vaticano II sejam postos em prática; em parte tinham sido deitados ao esquecimento devido ao medo das ondas ricochete da Igreja conservadora que, outrora, ganharam especial forma na resistência ao Concílio, encabeçada pelo cardeal Marcel Lefebvre; este via em alguns documentos conciliares uma “protestantização da Igreja” especialmente no que  respeita à liberdade religiosa, ao ecumenismo e à colegialidade dos Bispos (maior competência aos bispos). Precisamente nesta se apoia Francisco compatibilizando a colegialidade episcopal com o poder das chaves de Pedro no Papa! No mar revolto, a Igreja de Pedro é impelida pelas ondas e marés conservadoras e progressistas. Umas e outras são fruto do mesmo Paráclito. Também na Igreja são possíveis os mais diversos biótopos espirituais.

O princípio da ambivalência como estratégia de desenvolvimento e de sobrevivência

Com “Alegria do Amor„ (Amoris Laetitia) o Papa Francisco aponta pistas para resolver problemas de espiritualidade de cristãos recasados e ainda outros atualmente mantidos na gaveta (intercomunhão, celibato, ordenação de mulheres, bênção de homossexuais), dando um peso especial ao método da casuística e da moral de situação incardinadas.

O Papa parece querer tornar atual o método discursivo da controvérsia tão própria dos jesuítas e parece querer introduzir no discurso, a ambivalência como estratégia de enfrentamento e de resolução de questões complexas.

Indirectamente realiza-se aqui uma certa democratização do pensamento e acentua-se a revelação de Deus no processo da História! Dá-se valência tanto ao método dedutivo como ao indutivo, de alcançar a verdade, numa perspectiva do “não só…, mas também…”. Num mundo de definição a-perspectiva são reconhecidas diferentes percepções ou perspectivas no processo de discernimento em formação. 

Naturalmente, a Igreja Católica, para se manter sempre viva e sustentável, na sequela Christi, para não se perder no tempo, terá de ser capaz de manter a criatividade e subjectividade própria do tempo e, ao mesmo tempo, terá de manter, como luzeiro de orientação individual e global, a doutrina de caracter mais abstracto e objectivo. Por outro lado, terá que permitir a coexistência das duas impostações ortodoxia e ortopraxia, diria em analogia, terá de manter um centralismo doutrinal paterno e um regionalismo fraternal: a mãe não se desvincula dos filhos, nem os filhos se desvinculam da mãe (Infalibilidade complementada pela colegialidade episcopal e objectividade doutrinal –institucional – complementada pela subjectividade individual!).

Pelo que pude observar da leitura da Exortação, o Papa Francisco afirma a doutrina, mas parte do princípio da jurisprudência “in dubio pro reo” (em caso de dúvida, pelo arguido”)!  Isto implica a inclusão de uma certa gradualidade na lei, o que não agrada aos apologistas da Exortação de João Paulo II que, segundo eles, na Familiaris Consortio, 34, não prevê gradualidade na lei.  (Tais conflitos são muito comuns no mundo secular onde os princípios da Constituição, são muitas vezes contrariados pela legislação parlamentar ordinária.)

Maior enfoque do método da casuística e da moral de situação

A teologia moral procura resolver conflitos entre deveres de consciência, deveres morais, e deveres religiosos. A casuística insere-se na moral de costumes, sendo um segmento da teologia ética católica. Exige grande capacidade de diferenciação e discernimento ao manter a correlação entre a consciência individual e a norma paradigma. Aqui, a orientação da análise é de caracter indutivo e como tal a argumentação parte de casos concretos e analogias por vezes em confronto com uma argumentação da razão baseada em princípios. A Amoris Laetitia veio complementar a regulamentação anterior, dando relevo à situação e circunstâncias, valorizando assim a casuística.

Para certos grupos populacionais (maioria) a moral baseada em princípios dedutivos oferece mais clareza e segurança, porque pode prescindir de uma autoanálise e de uma decisão própria, limitando-se a pessoa a seguir o que é certo a nível de doutrina geral.

O processo de discernimento segundo o método casuístico exige raciocínio minucioso e uma argumentação muito delicada. Naturalmente, a casuística se perder de vista o paradigma da doutrina pode tornar-se propensa a abusos e pode levar a uma “moral laxa” (Blaise Pascal) mas o critério acaba sempre por se afirmar. A casuística é influenciada pelo direito judicial (in loco) e não pela lei.

Tomás de Aquino também fala de “lex dubia non obligat” (“A lei não obriga a incerteza“); esta máxima tanto se pode aplicar no sentido da teologia da libertação (método indutivo que parte dos dados da experiência para tomar conclusões: ortopraxia) como da teologia dogmática que baseia as suas conclusões em princípios universais (método dedutivo: ortodoxia).

O recurso à casuística cria, necessariamente, lacunas que se equilibram, ao interpretarem-se as cláusulas gerais (dogmática). A exortação do Papa Francisco, com uma conotação da teologia da libertação, impede um normativismo e um formalismo demasiadamente vinculados a formulações (encíclicas antigas) muito conotadas pelo espírito do tempo.

A nova praxis exige maior maturidade

A valorização da consciência individual, possibilita aos divorciados recasados, deixarem de ser excluídos para serem totalmente “incluídos”. O Papa deixou à descrição dos recasados a decisão de frequentarem a eucaristia, o que antes era proibido.

O Papa apresenta o “discernimento pessoal”, alcançado no diálogo, como critério para permitir o acesso à eucaristia. Isto complica a pastoral porque ao padre não é suficiente o aspecto moral nem a simples regra, para se orientar, porque tem de incluir, no processo, também a consciência do cristão no acto da decisão. Tira o poder ao juiz externo para o colocar na consciência individual. «O discernimento não se fecha, porque “é dinâmico e deve permanecer sempre aberto a novas etapas de crescimento e novas decisões, que permitam realizar o ideal cristão de modo mais pleno” (AL, 303), segundo a “lei da gradualidade” (AL, 295) e confiando na ajuda da graça.»

Torna difícil a distinção entre uma situação objectiva que seja externamente pecaminosa e a sua não pecaminosaidade ou culpabilidade no foro subjectivo. De facto, o contexto e a situação, passam a ter um peso equitativo a concorrer com a moralidade do acto em si. Um acto mau em si deixa de o ser atendendo não só às circunstâncias acompanhantes, mas também ao peso decisivo da consciência individual. Moral de situação defronta-se com a moral dogmática do intrinsecamente mau e do mal em si.

Muitos pastores encontram-se inseguros porque têm medo que isto leve à consciência de que o casamento não é indissolúvel. Porém, a ocorrência de a pessoa se encontrar em situação irregular não quer dizer, por esse simples facto, que ela viva em adultério. Daí a necessidade de recurso a uma análise discernida com acompanhamento e à decisão final da consciência.

Um certo paternalismo clericalista tem medo que a excepção se torne regra. Este receio deveria ser compensado, mas no redobrado empenho pastoral na formação de consciências adultas e livres.

Muitos vêm na Amoris Laetitia um documento com frases ambíguas que cria tensões entre progressistas e conservadores. Facto decisivo, é que não somos julgados pela consciência dos outros, mas pela própria consciência e a pastoral deve ter isso em consideração. “Alegria do Amor” valoriza a adultez do cristão tirando à jurisdição eclesiástica a decisão como elemento disciplinador, passando-o para as mãos do crente. Com isto não abdica da sua função docente de Igreja. O documento, embora não seja um acto ex cátedra, tem grande relevo pastoral, empenhando os pastores no sentido de fomentarem e acompanharem o desenvolvimento das consciências humanas. Resta á idoneidade dos pastores fazerem o seu trabalho sem grande alarido!

No cristianismo não há lugar para condenações definitivas, porque certa advertência de Jesus, no que respeita ao dia do juízo, também pode ser considerada no sentido de uma pedagogia social moral.

Na discussão teológica deparamos com duas estruturas de personalidades com diferentes orientações: os rigoristas e os flexíveis; os primeiros sentem-se mais “conscientes” ao agarrar-se à lei objectiva (a norma) e os segundos sentem-se mais eles (“conscientes”) se seguirem o aspecto subjectivo (a situação) que os envolve. Muitos dos primeiros priveligiam a organização da sua vida mediante o controlo mental em torno de uma ordem dada (lei, doutrina) e de um perfeccionismo e no outro extremo encontram-se os que seguem o laissez faire!

Estas duas espécies de tipologia humana com rescritos próprios de salvação, fazem parte do mesmo quórum que é a Igreja. Daí a necessidade de uma orientação privilegiar a ortodoxia e a outra privilegiar uma ortopraxia. As duas são parte do todo e como tal complementares, mas para o reconhecer pressupõe-se lucidez, amor (que supera o sentido da justiça), humildade e tolerância.

Concluindo: há católicos que querem ser mais católicos que o papa e a tolerância que não têm com o Papa é a intolerância que os impede de aceder à verdade encarnada. Na Igreja há lugar para todos. Jesus não chora com quem cumpre ou deixa de cumprir a lei, Jesus chora e sorri em cada pessoa e em cada recasado que realize a união. Somos todos uma grande Família onde se realiza o plano salvífico de Deus.

O Papa Francisco, que vem de um outro continente, sem se desfazer da doutrina anterior procura, no espírito do Vaticano II, situar a Igreja no mundo de hoje; uma Igreja católica inclusiva de outras perspectivas teológicas, já não só de caracter ou perspectiva europeia.

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

QUARESMA É TEMPO DE JEJUM DE ILUMINAÇÃO E DE MUDANÇA

Jejum e Abstinência consolidam Corpo e Alma

António Justo

Segundo uma investigação do “Forsa-Institut”, 57% dos alemães acham bem reduzir o consumo de doces, álcool, carne ou TV, ou renunciar, totalmente a ele, durante a Quaresma.

Muitas das práticas e ritos da religião são expressão do anseio humano por um viver integral. Neste sentido, a cristandade, com a Quaresma, aponta especialmente para a dimensão espiritual humana no sentido de se transcender o mero caminhar individual e social, na tensão entre realidade e ideal de “alma sã em corpo são”!

Com o tempo, muitos dos usos e ritos religiosos vão-se secularizando, perdendo de vista o seu aspecto espiritual, passando a ser utilizados apenas no sentido de mera funcionalidade e de optimização corporal e social.

O que é bom para o corpo não precisa de concorrer com o que é melhor para a alma, dado sermos formados de corpo e alma e, nesse sentido, o esforço mais eficiente será contemplar os dois polos sem necessidade de os rivalizar ou hostilizar!

A Quaresma inicia-se com a Quarta-feira de Cinzas; “de cinzas”, porque os padres nas liturgias de Quarta-feira colocam cinza na testa das pessoas, dizendo: “lembra-te Homem que és pó, e em pó te hás de tornar” (Gênesis 3:19). Pressupõe-se, também ritualmente, a disposição para se deixar o que é velho (o Homem velho) para dar lugar ao novo, e, consequentemente, a prontidão para a metanoia, a mudança e o novo começo. A vida é um contínuo recomeçar! Parar é morrer ou endurecer!

A quaresma (40 dias) é o período que vai de Quarta-feira de Cinzas até Quinta-feira Santa. Estes são tempos de preparação para os grandes acontecimentos, que implicam sempre (Kairós) transformação: 40 dias de dilúvio, 40 dias de Moisés no Sinai da sarça ardente, 40 dias de Jesus no deserto (porque “o Homem não vive só de pão”) e os 40 dias que vão da morte à Ressurreição (preparação). Os Domingos não são considerados como tempos de jejum nem de abstinência.

(Antigamente jejuava-se também em todas as Quartas-feiras do ano – como lembrança da traição de Jesus nesse dia) e em todas as sextas-feiras (como lembrança da crucifixão.)

O jejum e abstinência levam-nos a estar mais atentos a nós mesmos, ao próximo e à natureza; facilitam a meditação e a oração possibilitando a entrada numa terceira dimensão: a dimensão espiritual do silêncio onde o mistério divino sente, fala e age em nós.

Na Quaresma dá-se a preparação da comunidade de fiéis para a celebração da festa pascal. Neste tempo da paixão, os cristãos sofrem com Cristo as dores da humanidade e do mundo (tempo da compaixão); daí o seu recurso mais intensivo ao exercício da caridade (sintonia e solidariedade) e da oração. O Papa Francisco sugere 15 actos (1) nesse sentido.

A abstinência possibilita a concentração em algo melhor. Com o jejum mais facilmente se chega à visão do mistério da Páscoa e se fortalece a relação com Deus no próximo. Como efeito colateral dá-se a regeneração do organismo numa osmose de espírito e matéria. O facto de se tomarem mais líquidos e menos comidas sólidas obriga o corpo, com o tempo, a produzir mais serotonina e com isto mais contentamento e equilíbrio mental e espiritual.

 

A prática do jejum e da abstinência são exercícios de libertação

A prática do jejum e abstinência é comum em todas as culturas! No islão recorre-se à abstinência de comida e de sexo; no Budismo, os monges em vez de duas refeições diárias comem até às 12 horas uma refeição e à noite apenas bebidas.

O jejum e abstinência aponta para a necessidade de nos libertarmos não só das cargas do dia-a-dia, mas também da rotina do pensar e sentir, para entrarmos numa dimensão diferente e mais profunda!

Vivemos numa liberdade aparente, puxados pelo máximo desempenho até ao esgotamento, mas propriamente sem nos apercebermos do sentido de tal esforço.

Tempos como os da Quaresma são tempos de pausa, tempos de inspiração: uma oportunidade para se rever o sentido da caminhada e correrias em que andamos metidos. Jejuamos para nos consolidarmos na vida e através da acção, da reflexão e da oração nos situarmos num estádio fora da luta e da concorrência; deste modo, torna-se mais possível aceitar-se a si como se é e dar lugar à oportunidade para ser-se melhor do que se é.

O   Papa Francisco diz:” A Quaresma é a hora de respirar novamente”; isto implica um estado de abertura para si e para os outros.

Exercício

O dentro e o fora tocam-se e cruzam-se, nos pulmões, numa troca de mistura de elementos tóxicos (CO2) e saudáveis (Oxigénio). Nos mesmos pulmões se junta o bom e o mau, que nos proporcionam o sentido da plenitude. (Respiração – inspiração e expiração – podem ser experimentadas como metáfora da interligação da vida espiritual e material.)

Num exercício simples de respiração (inspiração e expiração conscientes), poderíamos inspirar a alegria e expirar a energia negativa. Tal exercício, feito por cristãos, é aliado, muitas vezes, à concentração numa palavra ou jaculatória no ritmo da inspiração e da expiração. Este respirar leva-nos a desligarmo-nos dos pensamentos, do estresse e daquilo que nos ocupa e possui. Entramos num relaxe de corpo e alma que nos liberta e concede asas para melhor voar!

Uma respiração lenta e profunda, feita conscientemente, além de proporcionar muito mais oxigénio nos pulmões pode levar-nos à ressonância com o todo na vibração de Deus que se inspira e expira corporal e espiritualmente. Leva a desligar-nos das energias mentais para passarmos à pura experiência de se ser um só no inspirar e expirar Deus ou, também, no caso de crente ou não, inspirar a energia que é Sol que nos inebria e expirar a maldade que nos escurece.

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

(1). Os 15 atos de caridade que o Papa mencionou para a Quaresma:

*1. Sorrir, um cristão é sempre alegre!

*2. Agradecer (embora não “precise” fazê-lo).

*3. Lembrar ao outro o quanto você o ama.

*4. Cumprimentar com alegria as pessoas que você vê todos os dias.

*5. Ouvir a história do outro, sem julgamento, com amor.

*6. Parar para ajudar. Estar atento a quem precisa de você.

*7. Animar a alguém.

*8. Reconhecer os sucessos e qualidades do outro.

*9. Separar o que você não usa e dar a quem precisa.

*10. Ajudar a alguém para que ele possa descansar.

*11. Corrigir com amor; não calar por medo.

*12. Ter delicadezas com os que estão perto de você.

*13. Limpar o que sujou, em casa.

*14. Ajudar os outros a superar os obstáculos.

*15. Telefonar ou Visitar + Seus Pais.

 

O MELHOR JEJUM

 

  • Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.
  • Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.
  • Jejum de raiva e encher-se com mansidão e paciência.
  • Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.
  • Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus.
  • Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida.
  • Jejum de tensões e encher-se com orações.
  • Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria.
  • Jejum de egoísmo e encher-se com compaixão pelos outros.
  • Jejum de falta de perdão e encher-se de reconciliação.
  • Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.