NO DIA DA AMIZADE

AMIZADE

 

Sob o toldo da amizade,

Todos agora reunidos,

Nas mesas dos conhecidos,

Dos amigos virtuais,

Dos amigos pessoais,

Dos amigos amigos,

Todos quero saudar.

 

Andamos todos a caminho

No desejo de nos encontrar

Amigo amigo, é o melhor

Que se pode deparar.

 

Criatura sem amigos

É deserto sem miragem

É um vidro sem espelho

Uma vida sem conforto

De um olhar sem paisagem

 

A amizade bem sentida,

É um bem transcendental

Que nos junta na modéstia

De igual para igual

 

A amizade é sincera

É avessa ao poder (domínio)

É bafejo divinal

Que te faz engrandecer

 

Não te esqueças, caro amigo!

Amigo amigo, é o melhor

Que se pode desejar.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, http://poesiajusto.blogspot.com/

AS CONTAS FACEBOOK TÊM DE SER DISPONIBILIZADAS AOS HERDEIROS DO USUÁRIO

Tribunal: Direito de Acesso aos Conteúdos digitais de Usuário falecido

António Justo

O contrato do usuário com o Facebook em caso de morte passa para os herdeiros, sentenciou o Tribunal Federal Alemão.

A conta do Facebook e o acesso aos conteúdos digitais herdam-se tal como se pode herdar um diário, etc.

A sentença (Az. III ZR 183/17) cria segurança legal para os herdeiros também no mundo digital. No caso dos sobreviventes quererem, o Facebook, etc, não podem manter os conteúdos sob bloqueio.

Geralmente, quando uma conta deixa de ser usada, o perfil é automaticamente “congelado„ até que o dono do perfil exija que seja apagada.

Durante anos de processo judicial, o Facebook (argumentando com razões de privacidade) negava-se a dar acesso à conta Facebook, aos pais de uma jovem que morrera com 15 anos. No caso em tribunal, os pais queriam clarificar as circunstâncias da morte da sua filha.

O tribunal contrariou a argumentação do Facebook, dizendo que o remetente de uma mensagem pode confiar que uma mensagem chegue à conta de um usuário específico, mas não a uma determinada pessoa. O tribunal também não aceitou a diferenciação entre conteúdos mais ou menos pessoais. A lei de herança não permite tais discernimentos.

Precisa-se da mesma segurança legal também na regulamentação europeia.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A CRISE DO GOVERNO DE MERKEL TORNOU-SE SÍMBOLO DA CRISE DA EUROPA

A Crise do Euro foi superada – A Crise dos Refugiados deixará feridas incuráveis

António Justo

Seehofer, Ministro do Interior da Alemanha, quer recusar a entrada na Alemanha a migrantes refugiados já registados noutros Estados-membros da EU e assim obrigá-los a serem mais rigorosos no registo. (Mesmo assim não poderá impedir a tentativa daqueles que entram em Estados com menos regalias sociais e farão tudo por tudo para irem para regiões mais ricas; por outro lado, refugiados que se encontrem numa fronteira e tenham familiares já reconhecidos num país, segundo a prática do direito atual, têm o direito de entrarem no país).

Depois do ultimato de 15 dias de Seehofer dado a Merkel para encontrar uma solução europeia satisfatória, os representantes da política, até agora seguida pela EU de Bruxelas, encontram-se sob pressão, por terem de considerar os próprios interesses e que no caso são os de Merkel também.

Atendendo aos países que apoiam a política de Seehofer, à chanceler Merkel resta-lhe realizar contratos bilaterais com grupos de países.

O caminho será indicado pela Áustria na sua exigência de se criarem centros de recolha fora da Europa onde os pretendentes a refugiados possam fazer os seus requerimentos ou a EU fazer como fez com a Turquia pagando aos seus países fronteiriços milhares de milhões para conterem os imigrantes. Aqui surge também um problema porque a EU já determinou o seu orçamento até 2021.

Merkel encontra-se em maus lençóis:  por um lado entre a força política de Áustria, Itália e Polónia em relação à política de refugiados e por outro a política económico-financeira que Mácron quer para a EU.

A política de imigração da chanceler Merkel, por muito cristã que se tenha revelado, dividiu a Europa que, para ser inteira, terá de remodelar a EU no sentido de uma Europa Unida das Nações; só assim poderá integrar também a vontade do povo e não renunciar ao cunho cultural que lhe deu maturidade.

Estamos perante um busílis: por um lado a Europa precisa de imigrantes para não envelhecer (devido à própria infertilidade) e por outro perante um futuro comprometido: o problema não está na imigração, pelo contrário, o problema virá do islão que se mostra renitente e imutável, por estar consciente de como funciona e se impõe poder através dos séculos. As ideologias passam, mas as religiões não!

Deveria procurar-se uma solução europeia que seja solução também para o povo! É vergonhosa a maneira como os formadores da opinião pública conduzem a discussão, como se uma solução para a Europa pudesse ser encontrada pelos interesses das elites contra os interesses do povo.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

ESCOLA DE POIARES SACRIFICADA À IDEOLOGIA QUE DOMINA O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Os cínicos que se apoderaram dos postos altos e dos subterrâneos da República não querem de maneira nenhuma que pobres e ricos tenham acesso ao ensino esmerado dos colégios católicos.

Nestes colégios pagam mais os ricos para que possam todos ter um ensino de qualidade mais abrangente; esta medida do governo é uma machadada contra a inclusão de pessoas pobres que também teriam direito a poder escolher entre escola e escola: assim são obrigados a seguir a rebanhada.

Portugal segue o contrário de países desenvolvidos como a Alemanha que não despreza nenhuma força que possa fomentar o país.

Portugal continuará a viver sob o chicote da ideologia por muito tempo. A matriz ideológica jacobina marcoi indelevelmente a sociedade portuguesa.

Notícia em:

http://rr.sapo.pt/noticia/115767/colegio-com-mais-de-200-alunos-fecha-em-poiares-uma-machadada-no-interior-do-pais

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

EUTANÁSIA: TODO O SUICÍDIO É UMA ACUSAÇÃO À SOCIEDADE

Um direito contra a vida é antinatural e anticultural

Por António Justo

Como poderá o parlamento lidar tão ligeiramente com o assunto da morte, tenha ela o nome de aborto ou de eutanásia, atendendo ao facto de a legislação constitucional prescrever: “A vida humana é inviolável”.  Sem a inviolabilidade da vida humana tudo o resto se torna comerciável!

 

O assunto é demasiadamente complexo e os deputados, em geral, não têm tempo para estudar o assunto com profundidade! Deixem-se de activismos precipitados e deixem passar mais água no Tejo se pretendem tratar seriamente do assunto e um tratamento sério só poderá ser no sentido de não legalizar a possibilidade de matar nem obrigar médicos a ser instrumentos de um rito contra a humanidade e contra a civilização ocidental.

A legislação sobre a eutanásia não foi anunciada nem fundamentada por nenhum programa eleitoral dos partidos; isto revela desonestidade parlamentar e partidária ao ser colocada extemporaneamente na ordem do dia; os partidos sabiam que, se colocassem a deliberação da eutanásia nos programas para as eleições, seriam castigados pelo eleitorado. O oportunismo não pode ser bom conselheiro numa discussão que deveria ser séria. A lei quer tornar obectivo o sofrimento que leva à decisão quando este é subjectivo. O que a medicina pode é irradiar a dor e esta pode atingir-se sem o subterfúgio do recurso a matar (eutanásia).

Todo o suicídio é uma acusação à sociedade e um contributo para o seu empobrecimento! Aspectos argumentativos em “Eutanásia entre Ideologia, Consciência e Ética” e comentários.

Não se trata aqui de fomentar dogmatismos sejam eles de caracter de opinião individual grupal ou institucional; a vida e a morte correm em todas as forças da sociedade.  Seria uma boa ocasião para se criar uma cultura do diálogo; na argumentação pode seguir-se várias lógicas: a lógica do sentimento, a lógica dos factos ou a lógica da razão. Segundo o evangelho o melhor julgamento será o baseado “nas obras”, nos factos e o seu ingrediente motor adequado é o amor. Como pode a lógica do sentimento destruir, sem mais, a lógica da natureza, a lógica racional? Como pode um Estado permitir-se abolir a lei do não matar? Legitimar a morte por razões pessoais para fugir a um sofrimento implica consigo legitimar a morte de alguém que causa sofrimento aos outros.

 

Os responsáveis políticos parecem estar mais interessados no foguetório emocional que deve substituir o lugar da argumentação e a defesa do “não matar”. Deste modo o governo ganha tempo e promete-se com a eutanásia poupar dinheiro com os doentes terminais. Embora em Portugal os cuidados paliativos não cubram sequer 50% das necessidades; o governo procura assim arrumar mais depressa com muitos deles. Para se dar resposta aos “cuidados paliativos” e possibilitar uma morte digna aos pacientes terminais, o Estado teria de investir muito mais dinheiro neles. Embora o suicídio se torne mais barato, o Estado e a sociedade tornam-se eticamente mais pobres e mais desumanos; é um gesto de afirmação de uma sociedade em estado de tanatofilia e como tal um grande passo no processo da entropia civilizacional. (Além dos cuidados paliativos há a possibilidade da interrupção dos aparelhos artificialmente prolongadores de vida. Neste caso o paciente deveria ter deixado uma declaração de se renunciar a tais meios!).

 

Na discussão não chega a palavra mágica “despenalização” como fundamento de uma lei irreflectida. Na realidade não se trata de penalizar ou culpar ninguém mas cuidar pelo respeito pela vida e precaver-se contra o negócio em torno da morte e evitar uma legitimação superficial do Estado poder, um dia, vir a intervir, em nome da lei, tal como aconteceu no nacional-socialismo alemão.

Como premissa deve estar sempre a defesa da vida, da dignidade humana e da consciência individual contra o poder organizado e o mero instinto da rebanhada!

A discussão não é tão inocente como parece devido em torno da eutanásia  se moverem muitos interesses emocionais, económicos e ideológicos…

O Estado e os seus grupos de interesses, em nome da defesa do indivíduo, quer abdicar da defesa da inviolabilidade da vida humana para esmiolarem a pessoa e o indivíduo daquilo que lhe seria próprio e inalienável para, pouco a pouco, o colonizar e colectivizar; secularizam e materializam aquilo que a pessoa tem de mais sagrado e íntimo que é a vida (consciência colectiva contra a consciência individual) sobre o pretexto de direito individual: um direito é dado por alguém que ao dá-lo melhor poderá subjugar o seu objecto de direito e transformá-lo em manada; procede-se assim a uma expropriação de tudo aquilo que é constitutivo da pessoa, roubando-lhe até a privacidade de modo a um dia poder torna-la só coisa. A dignidade inalienável da pessoa e a inviolabilidade da vida passam a pertencer ao foro comum que mais que por humanidade se orienta por interesses. O totalitarismo de Estado, religioso ou ideológico não ajuda o desenvolvimento, não está empenhado na formação de consciências independentes e libertas, prefere adeptos seja de um direito torto ou de uma doutrina sem vida. No cristianismo (catolicismo) a inviolabillidade da vida é tabu, mas, no foro da consciência individual a pessoa é soberana e responsável mesmo no caso de ser errónea; como tal, é quem manda, muito embora numa comunidade afirmadora da cultura da vida e não da cultura da morte.

Muitos estão interessados apenas em respostas simples de sim ou não numa mentalidade redutora do “ou… ou…”  Os Media, o Estado, grupos ideológicos religiosos e políticos procuram apoderar-se da consciência individual estando mais interessados em criar seguidores do que em levar as pessoas a raciocinar ou a pensar por elas próprias.

Muitas pessoas não se dão conta que o que está muitas vezes em vista nestas discussões superficialmente públicas não é a decisão consciente da pessoa, mas a ideologização delas. As ideologias e as elites não estão interessadas em fomentar a reflexão individual e a decisão individual porque o que querem é adeptos e pessoas dependentes; pessoas reflectidas e sabidas são mais difíceis de governar porque precisam de argumentos para se convencerem não se deixando mover apenas pela lógica emocional.

O tema é demasiadamente complexo e tem imensas implicações a nível de filosofias de vida, de interesses grupais, institucionais ou estatais para poder ser consensual e para se poder reduzir aos termos de um sim ou de um não, pelo menos ao nível de uma opinião que se queira afirmar o mais objectivamente possível. A decisão individual subjectiva de se poder matar ou não deve ser respeitada, sem ter necessariamente de se tornar doutrina a seguir secular ou religiosamente, desde que se aposte na formação de uma cidadania adulta.

O argumento da fuga à dor tem peso, mas não satisfaz sequer a prova dos nove porque a dor faz parte da vida e torna-se difícil discernir do momento em que o sofrimento seria suficiente para negar o valor da vida!

Também há uma pequena diferença entre o permitir que uma pessoa morra (na Alemanha isso é possível sem eutanásia com a interrupção da assistência de aparelhos) e encontrar quem esteja disposto a matar. Imagine-se que a sociedade se torna humanamente mais sensível no futuro e todos os médicos se negam a matar? Ou será que se terá de recorrer à profissão dos carrascos como se dá em países do bárbaro uso da pena de morte?

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo