TURISTAS RUSSOS PARA PEQUIM EM VEZ DE PARIS E PORTO?

Falta um Painel de Política Europeia própria

Andrea Lindholz (vice-presidente do grupo parlamentar União CSU) declarou ao jornal alemão “Bild”: “Os destinos de férias, na Rússia de Putin, já não deveriam ser Paris nem Porto, mas sim Pyongyang e Pequim “. Já há países da Europa a boicotar turistas russos!

A impressão que se tem ao observar-se o activismo leviano dos nossos políticos em relação à Rússia e aos EUA é a de nos encontrarmos orientados por jacobinos ao serviço de poderes anónimos. A EU em vez de tentar resolver os problemas actuais, como interesseiramente faz a Turquia em relação à Europa e à Rússia, parece apenas estar interessada em humilhar a Rússia e os russos e em prejudicar a Europa.

Seria fatal impor uma proibição de visto aos turistas russos. Na Europa, (UE) pós ataque de Putin na Ucrânia, observamos uma política governamental que é principalmente ideológica em vez de se basear na ciência e nos factos.

Nas análises e na narrativa ocidental observa-se massivamente a defesa da perspectiva americana (escondida a pretexto da OTAN) notando-se a ausência completa de uma perspectiva europeia.

Os incidentes na Ucrânia e o boicote económico devem ser colocados num contexto completo e correto, ao contrário do que tem acontecido até agora. A unilateralidade apenas leva a uma escalada da violência e a indignação ritual celebrada pelos media concorre para o emburrecimento das populações indefesas. A União Europeia transformou-se em moça de recados dos americanos e esqueceu-se de formular uma política sob o ponto de vista europeu, naturalmente com interesses próprios, e em questões de geoestratégia até possivelmente contrárias aos dos EUA. A opinião pública ocidental tem sido orientada no sentido dos interesses dos EUA faltando a perspetiva europeia. Infelizmente também a Alemanha parece agora mais virada para o militarismo prussiano (ao serviço da OTAN e não da Europa), o que se revelará numa catástrofe para a Europa porque a Alemanha e a França seriam os únicos países capazes de levar a Europa a uma posição de defesa dos interesses europeus perante os interesses americanos. Os políticos americanos sob o ponto de vista dos EUA estão a fazer uma política inteligente na Europa em seu favor, instrumentalizando para isso também a OTAN.

O filósofo e escritor francês já previa a triste situação em que nos encontramos hoje: “A Europa aspira visivelmente a ser governada por uma comissão americana. Toda a sua política se dirige nesse sentido”. Bruxelas é de facto, cada vez menos europeia!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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TAMBÉM OS PREÇOS DOS ALIMENTOS SOBEM DRAMATICAMENTE

Na Alemanha, os preços no produtor aumentaram 37,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo informou o Instituto Federal de Estatística. Os retalhistas de produtos alimentares aproveitaram a oportunidade para aumentar os preços dos seus produtos alimentares. Muitos fabricantes escondem os aumentos, reduzindo a embalagem dos seus produtos e muitos dos compradores não notam que a sua embalagem familiar encolheu!

Os responsáveis por isto são os políticos europeus que declararam guerra económica à Rússia donde recebiam os produtos energéticos e matérias primas muito baratos. Devido a esta falta de concorrência os produtos encareceram mundialmente, também devido à especulação; interessante é que a Rússia ainda consegue ganhar mais dinheiro vendendo os seus produtos a outros países. Vende-os por exemplo à Índia, e como li no jornal há dias, a Índia vende-os aos EUA, etc.

A política descarrega a sua responsabilidade no cidadão.

Vai-se tendo a impressão de vivermos num mundo político cínico sem cara mas com grandes multidões de costas para a realidade dispostas a todo e qualquer abuso! Ai dos pobres e dos que pagam os enganos!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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MAIS SUICÍDIOS NAS FORÇAS ARMADAS ALEMÃS DO QUE MORTOS EM SERVIÇO

Dos Tabus ou Assuntos proibidos

Desde 1955 até 2022 morreram mais soldados alemães por suicídio do que no cumprimento do seu dever militar! Neste espaço de tempo suicidaram-se 3.973 soldados e em serviço morreram 3.300 (1).

Como se pode ver no Site das Forças Armadas alemãs, desde a fundação da Bundeswehr em 1955 morreram 3.3349 membros da Bundeswehr em serviço no cumprimento do seu dever, 116 dos quais em destacamentos no estrangeiro ou missões reconhecidas.

Mortos em serviço (3.349): de 1956 a 1959 total 231; 1960-1969 total 1153; 1970-1979 total 720; 1980-1989 total 425; 1990-1999 total 330; 2000-2009 total 344; 2010-2019 total 111; 2020-2021 total 45.

Mortos por suicídio (3.973): de 1957 a 1959: total 69; 1960-1969 total 631; 1970-1979 total 869; 1980-1989 total 835; 1990-1999 total 537; 2000-2009 total 822; 2010-2020 total 210.  24 suicídios deram-se em missão no estrangeiro (entre 1998 e 2020).

Tanta vida jovem tão cedo truncada. Tanta gente a autodestruir-se num mundo tão dedicado à destruição!

O fenómeno dos suicídios mereceria um estudo aprofundado sobre eventuais causas e medidas preventivas a serem tomadas em conta e um estudo comparativo sobre tais casos noutros países.

No mundo matam-se por ano cerca de um milhão de pessoas.

É bom que se fale sobre o assunto porque tabus e medos sociais podem servir de amplificadores dos problemas e muitas vezes encontram-se apenas ao serviço de terceiros. É preciso falar-se mais, sem preconceitos também sobre o suicídio em geral.

O suicídio em geral é também fruto de uma tragédia individual e uma cobrança que o morto deixa ao meio ambiente e à sociedade em geral.

Não se trata aqui de procurar culpas e muito menos ainda qualquer culpa individual; importante é pensar-se sobre o assunto no sentido de podermos estar mais atentos e melhor compreender. O suicídio é um problema complexo e multifactorial!

Há tanta gente ignorada e esquecida, tanta pessoa perdida no meio da multidão. O suicídio acontece num momento crítico da vida, em que o sentido se esvai; isto atinge tanta gente que quereria ser alguém, mas não encontra lugar para ser árvore erguida nem tão-pouco relva do chão. Há tanta gente a morrer com seus sentimentos e valores enterrados no seu interior; são pessoas exaustas fragilizadas que se encontram em situações que consideram de beco sem saída.

Geralmente o desejo de viver permanece, mesmo quando a vida já fumega; o problema é que muitas vezes não se nota a fumarada que vai na casa do vizinho. A dificultar tudo isto é que todos temos tanta coisa para dizer e tão pouco tempo disponível para ouvir! A dificultar a situação junta-se o facto de vivermos sob a pressão social de nos mostrarmos sempre de óptima saúde e bem-dispostos, como se na vida tudo corresse bem.

Precisamos de mais momentos de pausa, de mais circunstâncias para desabafar e também de estarmos atentos para podermos ouvir. Não há que ver o suicídio apenas como uma vida fracassada porque a razão dele está também numa soma de fracassos numa vida feita de si mesmo e das circunstâncias. O suicídio revela um problema de saúde pública (também de falta de sensibilidade social), porque o inclinado ao suicídio vive num sofrimento profundo sem esperança que alguém o aceite e compreenda e além disso há problemas sociais que prejudicam o bem-estar de cada um. Por vezes, o propenso a suicida prefere viver o silêncio do que ouvir possíveis conselhos e julgamentos. É uma situação muito complicada que tudo envolve.

Segundo estudos 90% dos suicídios em geral poderiam ser evitados.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.bundeswehr.de/de/ueber-die-bundeswehr/gedenken-tote-bundeswehr/todesfaelle-bundeswehr

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OCIDENTE EM RETIRADA DA REPÚBLICA DO MALI COMO ACONTECEU NO AFEGANISTÃO?

 

A República de Mali, ex-colónia francesa com uma população de 20 milhões de habitantes (2021) dos quais 80% muçulmanos sunitas e 10 % cristãos encontra-se em situação de segurança muito tensa devido a islamistas militantes realizam repetidamente ataques e fazem reféns desde 2013 principalmente no Norte, mas donde foram repelidos devido à ajuda das tropas francesas. A agricultura, a exploração mineira e a exportação de matérias-primas como ouro e o algodão são as pedras angulares da economia maliense. O Mali é um país de trânsito para os refugiados africanos a caminho da Europa. Os grupos terroristas Estado Islâmico e Al-Qaeda e diferentes ramificações estão muito activos também no Mali.

O Ocidente quer defender regiões geopoliticamente importantes para si próprio e desalojar os inimigos da democracia. No Mali, encontra-se, por um lado, o terrorismo islâmico em acção e, por outro, a Junta militar está aliada com o grupo de mercenários russos “Wagner”. Isto já faz lembrar a accão paralela dos bandeiristas ucranianos contra a Rússia.

O Ocidente já começou a retirar-se do Mali; os franceses, depois de nove anos, retiraram os soldados da sua operação antiterrorista no Mali, mas pretende permanecer envolvido na região do Sahel. Na passada sexta-feira, também as Forças Armadas alemãs suspenderam o seu destacamento no Mali até nova ordem porque o governo maliense proibiu os direitos de sobrevoo no território. O Ocidente carece de forças aliadas no país. Por outro lado, o terrorismo islâmico revela-se como uma das mais eficientes estratégias de expansão. O argumento que a estabilidade no Norte de África contribui para a segurança da Europa é a razão da participação das Forças Armadas alemãs na missão das Nações Unidas no Mali, tal como defende a doutrina da OTAN.

O Ocidente enfrenta agora o início de uma derrota no Mali, que se assemelha ao que aconteceu com os Talibãs no Afeganistão.

Com a evacuação das forças ocidentais, avista-se um cenário semelhante ao do Afeganistão, para as forças locais, tal como aconteceu com as forças afegãs colaboradoras da OTAN.

Para lá da luta islâmica, a China e a Rússia já estão prontas para exercer a sua influência. Também na África a polarização mundial se afirma até que ganhe a devida expressão também a força islâmica. A Europa está a pagar a factura do seu imperialismo e dos erros iniciados pelos EUA quando militarizaram o terrorismo islâmico para combater o comunismo no Afeganistão.  Em 1979, Jimmy Carter, com a “Operação Ciclone” enviou jihadistas árabes, membros da confraria dos Irmãos Muçulmanos para o Afeganistão(1). Entretanto militarizaram-se e encontram-se a operar em toda a África e não só!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://geopol.pt/2022/04/13/a-alianca-do-mi6-cia-e-os-banderistas/?amp=1&fbclid=IwAR3LOigsF93ayGrq1PjPmmcWRalXJa6i4K35UjWm0E2fnXdCFqfCUXIt-8o

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CHINA

O texto que coloco a seguir chama a atenção para um problema actual real e que hipoteca o nosso futuro. De facto, a China adquire a tecnologia das empresas estrangeiras, as matérias primas e coloca chineses no estrangeiro à frente das empresas, passando o seu estrangeiro a ser apenas consumidor.
Quando deixarão as potências de apostar na exploração? Assim justificam-se umas às outras com a desculpa que é só concorrência esquecendo que assim se eterniza a exploração dos mais fracos!
JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?
A China do Futuro e o Futuro é Hoje…
A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China.
……..Eis um aviso para o futuro!
Mas quem liga para esse aviso?
Atualmente …. Ninguém!
Agora é só …aproveitar E APROVEITAR …!
E depois como será para os nossos filhos?
Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação e avisa:
Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões…
A qualidade já é equivalente.
E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas….
Com preços que são uma fração dos praticados aqui.
Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios…. estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a.…
Horas extraordinárias? Na China…? Esqueça!!!
O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso…
Atrás dessa “postura” está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia de “poder” para ganhar o mercado ocidental.
Os chineses estão tirando proveito da atitude dos ‘marqueteiros’ ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela “agrega de valor”: a marca.
Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto “made in USA”. É tudo “made in China”, com rótulo estadunidense.
As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares…
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.
Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego.
É o que se pode chamar de “estratégia preçonhenta”.
Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo.
Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com o design…suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.
Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um “choque da manufatura”, como aconteceu com o choque petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde de mais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.
Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, pois terá o monopólio da produção. .
Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os “peçonhentos”.
Iremos, nós e os nossos filhos, netos… assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica… chinesa.
Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.
Nesse dia, os executivos “preçonhentos” olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando baralho na praça da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.
E então lembrarão, com muita saudade, do tempo em que ganharam dinheiro comprando “balatinho dos esclavos” chineses, vendendo caro suas “marcas- grifes” aos seus conterrâneos.
E então, entristecidos, abrirão suas “marmitas” e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas….
REFLITAM E COMECEM A COMPRAR – JÁ – OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVENCIA DO SEU AMIGO, DO SEU VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA… E DE SEUS DESCENDENTES.
Não valorize apenas preço e qualidade!
Valorizem o produto nacional!
Influencie outros a mudarem seus conceitos como consumidor!
Pense num futuro próximo (2 a 5 anos)!
“O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons…”
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