António Justo
No princípio de Janeiro, em Londres, a associação “Cristian Voice” apresentou queixa contra uma campanha ateia financiada pela Associação Humanista Britânica (BHA) e lançada nos meios de transportes públicos do Reino Unido com o slogan “Provavelmente Deus não existe”. A “Christian Voice” argumenta que a campanha viola o código da publicidade, tendo sido aceite a sua queixa.
Como da polémica se vive bem, e a Europa se repete em avalancha, também em Barcelona, associações ateístas espanholas publicaram anúncios em autocarros públicos com cartazes com a afirmação: “Provavelmente Deus não existe. Deixa de te preocupares e goza a vida”. “
Grupos cristãos respondem à batalha publicitária com anúncios como “Deus existe. Goza a vida em Cristo”.
Outros slogans vão surgindo na net como:
“Porque descansas aos Domingos se Deus não existe?”
“Como vais gozar a Vida sem seres SENHOR dela?”
“O dia do SENHOR também é teu – Goza os domingos oferecidos desde há 2 mil anos!”
É engraçado verificar como na União Europeia se originam vogas por trás das quais estão certas internacionais que se aproveitam duma logística coordenada na guerra cultural. O mesmo se dá na política. Problemas debatidos nas nações mais relevantes são repetidos, quase textualmente, passados dias, semanas ou meses, pelos políticos de países da periferia.
Os assessores não precisam de grande trabalho para apresentar serviço. Basta-lhes saber línguas para poder traduzir.
Narradores do poder, no romance da vida, procuram impor o seu próprio conto.
Vive-se em e da mobilização. As enxurradas civilizacionais do pensamento são fáceis na era da comunicação. Na fome do futuro, cada qual procura mobilizar a sua história propagandista.
No fim de contas não há ninguém que não seja crente!…
Precisa-se duma nova gramática que saiba conjugar fé e razão!
António da Cunha Duarte Justo