A VOZ DOS LUGARES ALTOS

Vem amigo, vem já ver

Pedrógão a sofrer

E nas sombras do apagão

Cinzas de vidas a divagar

 

O meu povo já não nota

Os montes a fumegar,

A política a arder

O parlamento a brincar!

Nem o braseiro da Geringonça

De pernas a gingar

 

Um horizonte se afigura

 Sem amanhãs floridos                                    

Numa pólis de escuro vestido

Entre o fumo e as labaredas      

Do paleio a crepitar!

 

No meu luso sem tempero

A voragem da política

Apaga a modéstia

“Quem manda pode”

o resto abicha.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo
http://poesiajusto.blogspot.de/

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AFORISMOS DA LINGUAGEM

AFORISMOS DA LINGUAGEM

 

Que seria das línguas se não fossem os gagos! Eles dão lugar à poesia.

Lusofonia é a família onde se ouvem as gentes que ficam!

A língua portuguesa acabou com os limites de invasores e invadidos tornou-se vida à mistura em sotaques de filosofia!

Na linguagem dou corpo à minha alma e nele me espelho.

Não falo em português, o português fala em mim!

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo http://poesiajusto.blogspot.de/

 

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A EU (UNIÃO EUROPEIA) APOIA A ENTRADA DA TURQUIA NA EU COM 4,45 MIL MILHÕES DE EUROS

Atendendo ao fascismo crescente na Turquia, o Parlamento Europeu exigiu o stopp das conversações preparativas para a entrada da Turquia na EU. Apesar disso a EU tem um orçamento de 4,45 mil milhões de euros para a Turquia; esta quantia é concedida até 2020 para a Turquia se ir preparando para entrar na EU; desta verba já foram usados 167,3 milhões de euros, como refere o HNA de 25.07.

Dois terços do dinheiro estão previstos para projectos de fomento da competitividade, conversão do fornecimento de energia, e para o sector de transportes.

O stopp da corrente dos dinheiros só seria possível com uma decisão conjunta dos ministros dos estrangeiros da EU, dado estas verbas não estarem condicionadas à preservação da democracia nem ao respeito por princípios constitucionais.

O único verdadeiro instrumento de pressão que a EU tem na mão para levar o governo de Ancara  a abrandar o seu fomento do fundamentalismo religioso  e a desmontagem do Estado moderno iniciado pelo seu fundador Mustafa Kemal Atatürk seria seria a cessação da união aduaneira com a Turquia. O único meio de pressão é o económico, este é porém uma espada de dois bicos, atendendo à dependência do desenvolvimento social da economia.

Em 2016 a Turquia exportou para a Alemanha mercadoria no valor de 15,4 mil milhões de euros e a Alemanha exportou para a Turquia 21,9 mil milhões de euros.

Paralelamanete aos dinheiros disponibilizados pela EU para a integração da Turquia na Europa, a EU disponibilizou três mil milhões de Euros para o estrangulamento da corrente de refugiados da Turquia para a Europa.

De momento o regime de Erdogan persegue os jornalistas considerando “ajudante do terrorismo” quem for crítico ao seu regime. Processou 13 jornalistas do jornal da oposição “Cumhuriyet”. A grande maioria dos jornais foram levados à linha do goerno.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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CASAMENTO GAY SOB O VISOR DA CIÊNCIA E DA IDEOLOGIA

Biólogo aponta para o possível Problema de Padrastos

António Justo

Casamento para todos já não é casamento, é casamento para ninguém! A gota só o é enquanto não se transforma em nuvem ou enquanto não cai no mar!… No momento em que tudo é um, só a autorrestrição imposta a si mesmo pode reconhecer o outro.

Um contributo para a discussão

 

Na Alemanha o Parlamento aprovou o “casamento para todos” independentemente de os pares serem heterossexuais ou homossexuais. Em reacção ao facto, o Prof. Dr. Ulrich Kutschera  da universidade de Kassel, tematizou três aspectos: “O contexto do novo casamento universal com a Ideologia do Género, a base biológica do ser humano e a pedofilia”.

Kutschera receia, no sim do Parlamento ao “casamento para todos “, pedofilia subvencionada pelo Estado e grave abuso infantil no futuro”.

Segundo ele, no casamento gay fortalece-se “o problema dos padrastos”, que constituiria um risco acrescido para as crianças: um padrasto que vive em casa com uma filha adoptiva, sem ligações genéticas, poderá ter uma maior possibilidade de abuso, embora haja muitos padrastos bons.

Para o biólogo, casamentos gay com filhos adoptivos não possuem a herança genética de imunização contra o incesto. Em casamentos heterossexuais, pai e mãe são em 50% parentes genéticos de seus filhos, e a consanguinidade produz um efeito inibidor do incesto.

A probabilidade de inclinação para pedofilia segundo investigações citadas pelo cientista é 10 vezes maior em casos de padrastos e de madrastas (estudo de Regnerus M 2012); refere também que resultados de investigações mostram que filhos sem pais biológicos sofrem mais de depressões e se tornam mais frequentemente criminosos e dependentes da assistência social.

Argumenta biologicamente contra o direito de adopção de crianças por Gays “dizendo que “crianças são moldadas inteiramente pela voz da mãe biológica durante o desenvolvimento pré-natal”. Considera “inaceitável uma troca voluntária desta importante pessoa de referência por pessoas estranhas.” Defende que na biologia, desde 1735, “Sexo” corresponde à reprodução bisssexual (fertilização) enquanto para a ideologia Gender, sexo, desde 1876, significa o desenvolvimento de animais sexualmente maduros”; insurge-se contra a erotização infantil precoce (que a ideologia do Género implementa nos programas de todas as escolas), uma vez que a pessoa só é capaz de actos sexuais depois da puberdade.

A visão do investigador contempla a ideia que homens e mulheres nascidos homossexuais não devem ser discriminados. Efectivamente, o problema vem do facto de o casamento Gay implicar o direito a adopção e de o matrimónio implicar heterossexualidade e a possibilidade de procriação.

 

Indagação ministerial: autoridade institucional contra autoridade individual

 

O Ministro da Ciência do Hesse (Boris Rhein) insurgiu-se contra Kutscera que defende a teoria de que o “casamento para todos” aumenta o perigo de abuso de crianças”. Boris Rhein diz que estas declarações do Professor são “tão absurdas” que a reitoria da Universidade deve examinar as declarações e verificar “se o professor feriu os seus deveres de funcionário, pelo facto de ter falado prejurativa e depreciativamente contra os gays”.

A universidade retorquiu ao ministro com o argumento da liberdade académica e da liberdade de opinião do professor.

O ministro solicitou então à Universidade que examinasse se através das convicções do professor com as suas declarações terá prejudicado o local da ciência da universidade e do Hesse.

A universidade respondeu não poder fazê-lo porque questões legais pessoais são estritamente confidenciais e que a universidade está consciente dos direitos e deveres dos seus funcionários.

A reitoria da universidade distancia-se de Kutschera e parte do parecer que a maioria pensa diferente, mas que o princípio da liberdade da ciência e de opinião não podem ser postos em questão pela Universidade. Nas respostas a universidade mostra-se consciente de que a ciência está dependente da atribuição de fundos económicos do Estado, mas também da criatividade e de um mínimo de independência dos seus professores….

A Universidade de Kassel mostrou coragem ao não aceitar, no caso, subjugar-se ao sistema, ao neutralizar as intenções do Ministro no seu intuito de perseguir um cientista que parece não se submeter ao pensamento politicamente oportuno (o mesmo espírito que levou à inquisição na Idade Média manifesta-se hoje na tentativa de funcionar o saber no sentido dos interesses da instituição contra o indivíduo).

Na tradição do Renascimento, a liberdade de opinião também deve cobrir opiniões que não correspondam ao pensar do politicamente correcto ou das massas. Em casos como este, a ideologia do género, e os partidos não estão interessados em discussões científicas; importa-lhes uma sociedade alheia e alheada, sem discussão objectiva, onde mais facilmente se consegue capital para os respectivos sequazes; deste modo destrói-se, quer a nível de maiorias quer a nível de minorias, o princípio nobre distinguidor da cultura ocidental de todas as outras: a relação de tensão entre autoridade institucional e autoridade individual.

O princípio do uso de sanções contra apóstatas ou renegados através da instituição continua hoje presente nas nossas instituições democráticas com a vantagem de que, no nosso tempo, a própria impreceptível inquisição é melhor que a do outro e que a do passado. Instituições do Estado que subvencionam, com dinheiros públicos, a ideologia gender nas universidades também têm de suportar a opinião de cientistas que chegam a outras conclusões mesmo que estas não sejam oportunas a interesses estabelecidos. A sociedade é muito diferenciada, com diferentes necessidades e gostos, não podendo, por isso, ser alimentada por uma só caçarola.

As posições críticas do biólogo Kutschera em relação ao casamento gay com direito a adopção, incomodaram muita gente. Uma entrevista sua na “kath.net” em que de forma pregnante designa pares homossexuais como “estéreis duos de sexo sem potencial reprodutivo” afirmando, ao mesmo tempo, não querer “ofender ninguém”, mas apenas trazer para a discussão uma “perspectiva da ciência biológica”. Segundo o resultado do seu trabalho científico as “crianças precisam dos seus pais biológicos para se desenvolverem de forma optimizada” (HNA 20.7.17) e “em primeiro lugar deve estar o bem-estar do protegido. O egoísmo dos pais não deve dominar”.

O grau da tolerância de opiniões diferentes ainda é muito baixo: em vez de se reagir a argumentos com argumentos reage-se emocionalmente contra pessoas, sem se discutir os prós e os contras dos seus actos. Por vezes confunde-se o tom da voz com o que se diz.

No exercício de uma cidadania cada vez mais emotiva e apostrófica, em vez de meros cães de guarda de ideologias contra pessoas ou contra grupos, precisamos mais de pessoas e grupos com um discurso público de argumento contra argumento ou de argumentação inclusiva, como era tradição desde há muitos séculos com o método do discurso da controvérsia que incluía o advogado do diabo. Neste sentido na praça pública seria necessária a incrementação de simpósios entre cientistas de posições contrárias alargados ao público em geral.

 

Conclusão

 

São naturalmente legítimas as aspirações de pares homossexuais querem ver aceites na sociedade e nas leis as suas uniões afectivas e sexuais. Questionável é a sua exigência ao direito a terem filhos adoptivos. Tal como uma política ocidental contra a família tradicional e de fomento do aborto leva à necessidade de maior imigração de povos biologicamente mais férteis para os menos férteis, também as leis de adopção poderá vir a criar problemas de identidade a filhos adoptivos em casais homossexuais. Daí a necessidade de uma disputa séria sem desprezar ninguém; doutro modo conduzem-se as leis vigentes ad absurdum.

Todo o contributo para o saber corre naturalmente o risco de ser usado e abusado no sentido de fortalecer as trincheiras dos monopólios da opinião que tendem a generalizar os factos no sentido de se glorificarem ou de prejudicarem minorias. A discussão constitui também ela uma afronta a pessoas que querem viver despreocupadamente na zona confortável da fachada da sociedade, e, como diz um ditado alemão, para quem basta “paz, alegria e panquecas”.

A Europa mostra também aqui o busílis em que vive: um modelo que surgiu da luta da autoridade do indivíduo (renascimento) contra a autoridade da instituição; isto aconteceu no Ocidente devido à legitimação divina do ser humano como imagem de Deus e como tal imbuído de personalidade com autoridade perante as autoridades institucionais; portanto, já não súbdito, mas sujeito.

Com a morte de Deus morre o sujeito em nós e com ele morre a personalidade, dando lugar à chegada dos deuses de um domínio de poderes anónimos a viver de ideologias ad hoc que apregoam a força do destino hoje com o nome de força da conjuntura. Neste sentido tanto a instituição como o indivíduo nas suas legítimas reivindicações não devem esquecer o velho princípio de que só se ganha dignidade na medida em que se dá dignidade aos outros.

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

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FUNDO DE APOIO ÀS VÍTIMAS DOS TUMULTOS DE HAMBURGO

 

Hamburgo é a cidade mais portuguesa da Alemanha

O Ministério das Finanças declarou que o Estado alemão e a cidade de Hamburgo disponibilizam 40 milhões de euros para compensação das vítimas da violência em torno da G20 em Hamburgo.

O processamento da compensação é feito através de um fundo de apoio para onde vai o dinheiro do Estado.

O Fundo de Indemnizacao destina-se a lesados em bens não cobertos por seguros. Já há 230 pedidos de indemnização.

A Alemanha tem leis de indemnização que pode consultar aqui. Formulários de inscrição para a indemnização das vítimas encontram-se neste link em alemão.

Hamburgo é a cidade mais portuguesa da Alemanha, pela sua história, instituições, associações, gastronomia e pelos 10.000 portugueses que nelavivem.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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