Acto maquiavélico de Ângela Merkel tira os trunfos à Esquerda na Campanha eleitoral
A lei passou no parlamento alemão (HNA,30.06), com uma maioria clara votada por SPD, Verdes, Linke (Esquerda) e 75 deputados da União.
A chanceler, para não ver uma lei passada no parlamento com os votos do parceiro de coligação SPD e oposição, adiantou-se a uma “quebra de coligação”, com uma espécie de acto à la “Geringonça”.
Ângela Merkel, que é contra o “casamento para todos”, possibilitou a lei do “casamento para todos”, usando do estratagema da desvinculação da coerção disciplinar partidária do seu grupo parlamentar, para que os deputados da CDU/CSU votassem segundo a própria consciência e não segundo a vontade do partido ou fracção parlamentar.
Deste modo Merkel adiantou-se à vontade do partido e a um motivo, que muitos tinham, de votar no SPD, Verdes e Esquerda, que pretendiam votar tal lei, caso alcançassem a maioria nas próximas eleições; impediu ao mesmo tempo uma votação tipo “geringonça”, impossibilitando uma espécie de quebra da coligação, uma vez que o SPD queria ver já a lei em vigência.
Esta foi uma medida maquiavélica de Merkel, de reforço do poder e para não dar lugar à passagem de eleitores de uns partidos para os outros. Merkel conta que muitos dos membros do próprio partido esqueçam esta medida até às eleições em setembro.
Coisas da democracia partidária: um passo em frente na igualdade legal e na confusão de terminologias; ficará a diferença uma questão de semântica entre casamento e matrimónio?
A lei fundamental e as decisões do supremo tribunal entenderam até ao presente por casamento apenas a ligação entre homem e mulher.
É esquisita esta maneira de legislar sob pressão! Acho um empobrecimento da língua querer meter no conceito de “Casamento” que indica união entre homem e mulher um alargamento da definição e incluir também a união de homem com homem e de mulher com mulher. Uma boa diferenciação e definição de terminologia podia reservar para uns a palavra casamento e para outros “parceria de vida”, o que não deveria, pelo facto, incluir discriminação.
Independentemente de entrar aqui numa discussão sobre defesa da família e valores, com esta lei, o poder institucional e do Estado cedem em favor do poder do indivíduo.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Um comentário em “CASAMENTO-CIVIL TAMBÉM PARA HOMOSEXUAIS NA ALEMANHA”