O LOBO E O CORDEIRO

DA LÓGICA DA ARGUMENTAÇÃO SOBRE O ENSINO PÚBLICO E PRIVADO E DE OUTRAS DISCUSSÕES PÚBLICAS

“Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.

– Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo – disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.

– Senhor – respondeu o cordeiro – não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.

– Você agita a água – continuou o lobo ameaçador – e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.

– Não pode – respondeu o cordeiro – no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse:

– Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.

– Eu não tenho irmão – disse o cordeiro – sou filho único.

– Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.”
Jean de La Fontaine

Moral da fábula: A razão do mais forte é sempre a melhor

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CASAMENTOS INFANTIS ROUBAM A DIGNIDADE E A INFÂNCIA A MILHÕES DE MENINAS

 

Atentados contra a dignidade da mulher também em Moçambique

Em Moçambique metade das meninas realizam casamento precoce e 15 % delas em idade inferior a 15 anos.

Estatísticas da UNICEF relatam que em 2014 em todo o mundo (África, Ásia e Médio Oriente) havia mais de 700 milhões de mulheres casadas antes dos 18 anos e um terço delas são casadas antes dos 15. E todos os anos são obrigadas a casar 15 milhões de meninas, geralmente com homens muito mais velhos. Deste modo se impede o desenvolvimento humano e social e se tira a possibilidade às meninas de uma frequência escolar adequada e rouba-se-lhe uma infância e juventude a que teriam direito.

Discriminação por razões culturais e sociais. A família das meninas recebe um dote dos pais do nubente ficando, estes, muitas vezes, arruinados para toda a vida.

António Justo

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EMBRUTECIMENTO PARCIAL DA SOCIEDADE NA ALEMANHA

Por António Justo

Na atmosfera social alemã, tal como em toda a atmosfera social europeia, observam-se muitas nuvens negras no horizonte, embora, nesta zona do mundo se tenha uma vida económico-social de alto nível.

Desde o milhão de refugiados acorridos à Alemanha em 2015, a atmosfera social tem escurecido e a tempestade das ideias e agressões têm-se tornado mais visíveis. Tudo isto acontece numa Alemanha que tem registado contínuo enriquecimento económico.

O ministro do interior regista um crescimento na violência contra albergues de refugiados. Desde Janeiro houve 449 assaltos contra casas de refugiados, e dos quais 82 crimes violentos. Falou de um “embrutecimento parcial da nossa sociedade”. Com 2015 quintuplicaram-se os assaltos.

Por outro lado o partido Die Linke (A Esquerda), em convenção do partido reunido, deliberou redobrar a sua estratégia de ataque contra os governantes porque vê o seu partido ter dado lugar ao partido AfD no que respeita à crítica ao governo e ao Establishment. O AfD puxou o debate público a si e desde então Die Linke encontra-se em crise. Antes era chique votar na Linke como expressão de descontentamento contra os Governantes e agora parece que o eixo da protesta passa a ser o carro do AfD.

Em muitos albergues de refugiados tem também havido muitas agressões de muculmanos contra cristãos. Nalguns albergues ter-se-á renunciado à celebração do Natal para não ferir a sensibilidade dos muçulmanos. Entretanto o número de seguidores do grupo extremista salafista cresce e os guetos de turcos e árabes aumentam.

Entretanto no Mediterrâneo continuam a morrer refugiados. Nos últimos dias mais de 700 mortos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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O DIA DA IGREJA (KIRCHENTAG) NA ALEMANHA

Na Alemanha tanto os católicos como os protestantes realizam todos os anos o “Dia da Igreja” (Kirchentag) que dura cinco dias.

Os católicos acabaram de realizar o seu 100° Kirchentag em Leipzig, uma cidade com 570.000 habitantes e dos quais 4,3% são católicos (Na antiga Alemanha socialista, a religião foi sistematicamente discriminada e perseguida e aí também se registam os movimentos mais radicais contra refugiados).

Na cidade escolhida para lugar de realização dos Kirchentage, os cristãos das diferentes confissões costumam dar guarida aos visitantes do Kirchentag. O Dia da Igreja católica em Leipzig reuniu 40.000 visitantes, menos que outros anteriores realizados noutras cidades.

Os Kirchentage sobressaem na sociedade alemã como lugares da discussão e do encontro. No seu programa encontram-se fóruns de discussão para todos os relevantes temas da sociedade em geral e da Igreja. Neles participam também os governantes e pessoas relevantes da sociedade civil.

Este ano provocou controvérsia o facto dos representantes do partido AfD não serem convidados (a razão estará no facto de este partido se perfilar contra o islão e contra os refugiados). Os representantes da Igreja não estão de acordo com o slogan do AfD “não queremos refugiados nem muçulmanos”. Dos Kirchentage muitos dos fiéis, além do intercâmbio esperam levar impulsos e sugestões para as paróquias.

Estes eventos contribuem para um clima social muito equilibrado na Alemanha: uma sociedade onde cada qual pode escolher a sua maneira de ser feliz e onde religião e estado dialogam harmoniosamente sem espasmos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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MULHERES MEDIDAS PELOS TACÕES E HOMENS PELA GRAVATA

Mais um murro nos olhares sexistas

António Justo

Na Grã-Bretanha discute-se o uso dos sapatos de tacão alto para senhoras. Mulheres inglesas não querem trazer sapatos de tacão alto durante o trabalho. Uma petição assinada por 140.000 pessoas exige uma lei que proíba ao patrão obrigar senhoras a trazer sapatos altos durante o trabalho, enquanto os homens podem trazer sapatos rasos (refere o HNA de 28.05).

Uma inglesa – senhora empregada na recepção da firma PwC – tinha sido mandada para casa, sem ordenado, pelo patrão e com a indicação de que procurasse um outro emprego se não trouxesse sapatos, com tacões de cinco a dez centímetros.

 Muitos não consideram isto como discriminação da mulher, pelo facto de os empregados masculinos também serem obrigados a trazer gravata.

Independentemente do problema da pessoa tornada objecto, à mulher exige-se algo que causa dores e estraga a coluna vertebral ao contrário da gravata que no máximo obrigará o homem a andar de cabeça mais levantada para não estragar o nó!

 O parlamento britânico terá de se ocupar com a petição dado ela ter atingido as 100.000 assinaturas.

Mais um murro nos olhos sexistas e nos hábitos da conveniência!

António da Cunha Duarte Justo

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