PERIGO DA HUBRIS PARA QUEM TEM PEQUENOS E GRANDES PODERES

Li algures esta história que me parece uma parábola sobre a doença do nosso tempo em que as nossas elites políticas até já vestem uniformes militares:

HUBRIS

Conta-se que na Roma antiga as vitórias militares eram aclamadas pelo povo com tal intensidade que os generais se sentiam perto dos deuses. Para evitar a soberba incurável, os generais eram seguidos por um escravo que transportava um pendão onde se encontrava escrito [Olha para trás. Lembra-te que és mortal. Lembra-te que morrerás]. “Respice post te. Hominem te esse memento. Memento mori!”

A HUBRIS é uma doença antiga, descoberta na velha Grécia, que atingia, dizia-se, irremediavelmente os detentores do poder. Espalhou-se pelos séculos e foi-se agravando porque os generais passaram a dispensar quem os avisa dos riscos da maleita, preferindo os escravos que, à sua volta, os convencem da imortalidade…

Quando chegará o dia em que não haverá vencedores nem vencidos. Quando chegará a hora em que as populações não se deixem atrair por camuflados?

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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PRÉMIO “JUSTO ENTRE AS NAÇÕES” ATRIBUÍDO AO PADRE KISS (SDB) POR ISRAEL

“Justo entre as nações” é um termo utilizado no judaísmo para se referir a gentios (não-judeus) fiéis às sete leis de Noé e que, por esse motivo, mereceriam o paraíso.

A ANS – Agência Info Salesiana – deu notícia (21.12.2022) que o Estado de Israel concedeu o prémio póstumo “Justo entre as nações” ao Padre Mihály Kiss SDB. O salesiano húngaro, durante a perseguição nazista, ajudou judeus e escondeu jovens judeus na casa salesiana de Óbuda.

O prémio foi entregue pelo vice-primeiro-ministro da Hungria, e pelo embaixador de Israel em Budapeste. “O embaixador israelense Yakov Hadas-Handelsman lembrou que a medalha ‘Justo entre as Nações’ é a mais alta expressão de gratidão do povo judeu e do Estado de Israel pela humanidade e coragem dos não-judeus que arriscaram suas vidas para salvar os judeus”.

“O Pe. Mihály Kiss, Diretor Salesiano de Óbuda nos anos de 1940 a 1946, mantinha a capela, que ficava próximo a uma fornalha, sempre aberta, e muitos conseguiam escapar secretamente para dentro da capela”. Quando as tropas de Arrow Cross descobriram o facto, invadiram a obra e vitimaram no Danúbio as crianças que encontraram.

O P. Kiss e seus irmãos da comunidade também acabaram sendo levados, espancados e torturados!

O P. Kiss foi o terceiro salesiano húngaro a receber o prémio “Justo entre as nações”.

Também houve quatro portugueses declarados justos entre as nações; o mais conhecido é o cônsul Aristides de Sousa Mendes, declarado Justo em 1966.

António da Cunha Duarte Justo

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MAIS ENERGIA LIBERTADA DO QUE A CONSUMIDA – AVANÇO TECNOLÓGICO

Os EUA anunciaram avanço na fusão nuclear à semelhança do que acontece nas estrelas

Na Califórnia, dentro das instalações de laser do Lawrence-Livermore Laboratory, foi conseguida uma reação de fusão nuclear em que se liberta mais energia do que a consumida para provocar a reacção (comunicação feita a 15.12.2022).

Ficará por resolver como este acto de fusão único poderá ser transformado num processo permanete de geração de energia de maneira a poder ser fornecida a clientes. Certamente um invento que, a longo prazo, virá resolver muitos problemas ligados à produção de energia limpa.

Ainda há um longo caminho a percorrer, informa Norbert Swoboda (1): “em uma reação de fusão nuclear curta, a partir de dois megajoules (2,05) de potência do laser, são obtidos cerca de três megajoules (3,15) de potência de fusão – esta é a primeira vez que um ganho líquido foi alcançado. No entanto, o sistema exigia um total de 300 megajoules de energia para funcionar. Para orientação: Com a saída de 2,5 megajoules, você pode ferver apenas cinco litros de água”.

António da Cunha Duarte Justo

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(1) https://www.kleinezeitung.at/home/klistenspecial/klistegross/6227499/Frage-Antwort_Gibt-es-wirklich-einen-Durchbruch-bei-der-Kernfusion

 

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DECISÕES NA CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE BIODIVERSIDADE – COP15

A Conferência em Montreal de 7 a 19 de dezembro, sob a presidência chinesa, teve a participação de 200 países que chegaram a acordo na sua preocupação de travar a destruição dos ecossistemas.

Os países chegaram a compromissos, que embora juridicamente não vinculativos, apontam para atuações sérias. Assim regiões ricas como a Europa onde ao longo dos séculos foram devastados os seus grandes biótopos com a finalidade de se aumentar o nível de vida económico das populações, comprometeram-se até 2030 a apoiar anualmente países pobres, mas ricos em biodiversidade, com mais de 30 biliões de euros por ano para que criem zonas protegidas.

Além disso os países participantes comprometeram-se a ampliar as áreas protegidas do globo, que atualmente se cifram em 17% da terra e 8% dos mares, para mais de 30% do globo. Por isto, tudo leva a crer que desta vez, os países presentes na Conferência, com medidas concretas, levam mais a sério a defesa da natureza.

É muito de louvar, mas não se vê coerência no sentido de travarem também a destruição dos “ecossistemas” culturais. Enquanto nos dedicamos e bem à defesa da vida da biodiversidade, observamos um fomento da destruição da vida humana e dos seus tradicionais biossistemas culturais para mais facilmente serem criados organismos, de carácter mais anónimo, a nível supranacional e global. Dá testemunho de hipocrisia e até de má intenção uma política que pretende preservar a vida cultural dos índios no Amazonas enquanto, ao mesmo tempo, coloca à disposição e menospreza hábitos e tradições culturais na Europa!

É preciso acabar com a destruição da biodiversidade dos ecossistemas naturais e também acabar com a desconstrução das culturas e a destruição de subculturas principalmente no âmbito de hábitos e valores; para isso seria de ter-se mais cautela na aplicação de agendas que tendem a uma educação para uma monoculturalidade, em via de aplicação na cultura ocidental. Está a ser usado um peso e duas medidas.

Unum facere et aliud non omittere!

António da Cunha Duarte Justo

 

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COMENTÁRIO MAIS QUE OPORTUNO

Um professor universitário, meu amigo, enviou-me, como feedback ao meu artigo “CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL NA CONTINGÊNCIA DE SER DESVIADA”, o texto que aqui junto e ajuda a esclarecer a realidade em que nos encontramos.
Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão, Günther Anders, escreveu a seguinte reflexão. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência:
“Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…
Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista… que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo. Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo.
Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.
Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…
Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal”
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