NAS PEGADAS DA POESIA: “Noite, minha Ama” + “Quem sou” –

Permitam que lhes apresente  duas poesias do meu novo livro “NAS PEGADAS DA POESIA” que em baixo exponho.

NOITE MINHA AMA

Minha noite querida,
meu escuro à luz do dia,
Nos teus braços agasalho
minhas mágoas da alegria!

Noite que em mim passas,
na procura de um sol que não passa!
Tenho medo da alvorada,
quero em mim soluçar o dia.

Tu és a noite, aquela que é só minha,
a vivência de um sonho que não passa.

Já não durmo, a noite dorme em mim!

 

QUEM SOU

Um rio, um mar
Um monte, um vale
A Freita no Arda
Ao Douro a chegar

Um casco sem velas
A quilha do convento
No capricho do vento
Só espuma a formar

Sou Arouca no porto
A nação a boiar
Nas ondas de um povo
Sem rumo levar
António Justo, in “NAS PEGADAS DA POESIA”, OxaláEditora, 2018

NOS PAÍSES BAIXOS A MORTE É BARATA

 

A Soma dos Mortos  já passa de 17 Pessoas por Dia

António Justo

Na Holanda, a Eutanásia assistida alarga-se cada vez mais; de facto, já registou uma grande subida de mortos de 2.123 em 2007 para 6.091 em 2016 e os grémios que deliberam sobre os pedidos não têm mãos a medir.

 

Nos países Baixos, o que antes era uma excepção, embora permitida pela lei, está a tornar-se numa tendência. 17 pessoas por dia, fazem uso da lei para pôr fim à vida. No país há cinco grémios que examinam os pedidos.

 

A seringa da morte com a droga mortífera já é comprável por 180€. A Holanda foi o primeiro país a legalizar a eutanásia ativa em 2001.

 

A opinião da maioria da população é que determina a moral reduzida à norma e até o fomento da decisão “voluntária” pela eutanásia.

 

O Estado democrático entra no negócio e poupa nas alternativas. Os cuidados paliativos intensivos são poupados e abrevia-se o processo. O negócio com a morte torna-se rentável para todos e até cria novos postos de trabalho!… Fomenta-se em demasia a ideologia utilitária em desfavor de uma Consciência e da Ética ponderada.

 

É natural que em geral não se queira morrer nem se queira sofrer. Em casos terminais seria natural e humano que se aplicassem cuidados paliativos.

 

O argumento, do já “não sou o que era” ou da “qualidade de vida”, para acabar com a vida, corre o perigo de reduzir a vida humana a um estado de ânimo ou de necessidade momentânea e então as circunstâncias é que passam a determinar a vontade e o valor da vida.

 

No momento em que um Estado ou instituições se arrogam o direito de fomentar a morte, a dignidade humana e o respeito pela vida são colocados em perigo!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

A TURQUIA USA ARMAS DA ALEMANHA CONTRA OS CURDOS NA SÍRIA

Um escândalo para a Alemanha e para a Nato! O governo turco não respeita países aliados nem amigos! Agora que os curdos foram decisivos na luta contra o terrorismo do IS, Erdogan organizou uma ofensiva contra os curdos e invadiu o território deles no país vizinho; isto com o intuito de enfraquecer a região curda da Turquia.

No contexto da cooperação militar entre parceiros da NATO a Alemanha, segundo o Jornal HNA, entre 1982 e 1984, vendeu à Turquia 71 tanques de guerra (Leopardo I), no quadro do apoio à defesa da NATO. De 1990 a 1993 vendeu-lhe mais 320. O uso dos tanques estava condicionado à defesa. Entre 2006 e 2011 a Alemanha forneceu mais 350 do tipo moderno Leopardo 2A4, que agora são empregues para invadir território curdo na Síria.

O povo curdo continua a ser injusticiado e perseguido com a conivência da Europa. Até quando o povo curdo terá de esperar por ver reconhecida, internacionalmente, a sua região como Estado independente, o Estado Curdistão?  Os curdos não podem contar com o apoio da Alemanha dado os seus interesses se identificarem com os milhões de turcos que vivem na Alemanha e cujo nacionalismo se impõe a direitos de povos como o curdo!

A Turquia conseguiu, também agora, um acordo de entrega de armas sofisticadas francesas em troca da entrega de um jornalista francês arbitrariamente preso na Turquia.

Depois dos  Curdos terem contribuído em grande medida para a vitória da Aliança contra o IS no Iraque e na Síria, onde desempenharam grande papel como tropas de combate em terra , vêem-se atraiçoados. A Turquia aproveita-se e invade território vizinho para impedir a aliança dos curdos das regiões vizinhas na formação de um Estado Curdistão.

O povo curdo tem sido sempre vítima dos interesses internacionais. Já, aquando da formação do Estado turco apoiaram Ataturk na esperança de lhes ser reconhecida a independência na sua região e agora que deram o corpo ao manifesto contra o terrorismo, vêem-se abandonados por uma Europa gananciosa empenhada apenas nos jogos de interesses entre os poderosos.

6.000 pessoas já jugiram de Afrin devido à invasão turca. Na região curda controlada pela YPGA e objecto dos ataques turcos, vivem 324.000 pessoas. Em 2017 a Alemanha exportou armamento para a Turquia no valor de 34,2 milhões de euros.

O povo curdo continua a ser injusticiado e perseguido com a conivência da Europa e sem direito à autonomia na sua região. O Curdistão foi vítima de muitas invasões tendo sido repartido por povos invasores que hoje defendem as suas fatias territoriais; os mesmos dizem-se serem amigos de palestinenses e de Israel!… Hipocrisia das hipocrisias, tudo é hipocrisia, tal como se constata na sabedoria bíblica que diz: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

MANDATÁRIOS DA REPÚBLICA SEM MANDATO QUALIFICADO

41% dos Portugueses querem Voto obrigatório nas Eleições

António Justo

Segundo uma investigação do Expresso,  41% dos portugueses querem voto obrigatório: um verdadeiro testemunho de pobreza para o sistema partidário! A concretização de tal ideia significaria um voto de desconfiança nos partidos e de frustração dos votantes, preocupados agora em preservar o estatuto de um Estado democrático. Com efeito, se a abstenção atingisse os 50%, a governação democrática deixaria de ser legitimada (nas últimas legislativas, a taxa de abstenção oficial foi de 44,1%).

Segundo o mesmo Expresso, a filiação partidária entre 2000 e 2014, diminui de 63 mil filiados (menos 18%). O PCP em 2016 tinha 54 mil filiados, o PS 91 mil em 2014, o BE 9 mil em 2014, o PSD 103 mil atualmente e o CDS conta com 35 mil filiados.

A “abstenção e o desinteresse dos cidadãos” a ser combatidos pela obrigação de voto viria a justificar ainda mais a irresponsabilidade da classe política. Esta sentir-se-ia confirmada e sem necessidade de inovação aproveitar-se-ia de uma cidadania confirmadamente fraca, própria de uma sociedade desintegrada só em parte agalinhada sob clubes e partidos.

Como se observa, cada vez convence menos a dança ao ritmo da música de Bruxelas e a dança em torno das ideologias de extrema esquerda que gastam todo o seu gás em polir a própria imagem e em securitizar o próprio credo e em responsabilizar Bruxelas por todas as incúrias portuguesas…

Num Portugal só com extrema esquerda, sem extrema direita e com a dificuldade do PSD, CDS e PS na concorrência em torno do mesmo centro de esquerda-direita, é favorecida a formação de agrupamentos liberais à esquerda do PS (com excepção do PC dogmático); esta situação impede a formação de um partido moderado que neutralize o sistema de alternância governamental. Por outro lado, os partidos de esquerda e de direita têm sido muito integristas, fomentado públicos entrincheirados, mais agarrados a convicções que a argumentos.

A disputa entre Rui Rio e Santana Lopes é sintomática da centralização política no centro que revela o enquadramento português de uma luta de perfilação condicionada à aproximação de Rio de um PS que conseguiu os aliados da extrema esquerda para governar e de Santana Lopes que tentará tirar votantes do partido (CDS) que se tem mantido mais competente em questões de identidade cultural e também votos de socialistas descontentes.

Por toda a Europa os partidos menosprezaram os problemas do dia-a-dia da população e por isso começam a surgir novas formações políticas a tentar ocupar aquele vácuo. Em Portugal, um povo não tanto exposto às ventanias dos tempos, os partidos assenhorearam-se mais facilmente do pensar político. São os mandatários da Constituição, mas não estão ainda à altura de realizar a missão a eles confiada, em função do Estado e da sociedade.

Os partidos, no seu encargo constitucional de contribuir para a formação cívica do povo, têm falhado redondamente: mais que centrarem uma discussão pública em argumentos e na análise concreta de factos e políticas, a sociedade é dirigida no sentido das corporações dos irmãos, dos amigos, dos camaradas, etc. e como tal tendente a canalizar o autoritarismo de que vivem para a sociedade fomentando a formar posições jacobinas e opiniões estanques (o calor afectivo chega a perturbar a lucidez mental). Deste modo perpetua-se ad eternum uma mentalidade do “eu quero, posso e mando”, incapaz de autoanálise para reconhecer o bem que também o adversário tem, porque o mais importante é a coisa em si e não a afectividade defensora do próprio clube. Uma discussão pública mais partidária que política tem levado grande parte da população (52%) a desinteressar-se da discussão política e a limitar-se ao discurso familiar ou de futebol.

Cada regime está empenhado em colocar as suas viseiras na sociedade: isso foi o que fez Salazar e o que fez e faz o regime de Abril. O preço que o Estado português e a democracia têm pago pela sua classe política não se tem mostrado rentável para o país: entre os regimes económicos e democráticos parceiros, o país vai seguindo na cauda da União Europeia, quase ao nível da Grécia como nos tempos do Estado Novo (embora então tivesse de manter uma guerra).

A diabolização do regime de Salazar está para o branqueamento do actual regime como a diabolização do regime de abril está para o branqueamento de Salazar. O mesmo fenómeno se manifesta na respectiva diabolização ou branqueamento nos partidos.

O amanho de uma tal cultura política terá como resultado a produção de clientelas consumistas mas sem rosto próprio!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

O PRESIDENTE VETOU A LEI VADIA DE FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS

Vá lá! Alguém com responsabilidade democrática!

Os partidos não estão à altura do poder que a constituição lhes confere! Não se pode identificar o preço da liberdade com o dos partidos!

Vejam-se os 15 minutos da conivência de uma política antidemocrática.
https://www.youtube.com/watch?v=Y6TbVAzVbx8

e ainda as posições dos partidos à Alteração à Lei de Financiamento dos Partidos – Intervenções de 21 de Dezembro de 2017: https://www.youtube.com/watch?v=ruMCZrsCQpU

O PC ainda tem a leveza de mente de criticar o Presidente por ter vetado a lei!

Agora, o PS quer que se discuta publicamente a lei!

Numa de “eles lá sabem”, certamente um desperdício de energias para um certo público não habituado à discussão cívica da vida nacional!

António da Cunha Duarte Justo