Da Magia arbitrária dos Números
No segundo aniversário da guerra ucraniana, os meios de comunicação alemães citam números macabros como resultado da guerra ucraniana.
Segundo informações das Nações Unidas houve 10.000 vítimas civis e o dobro de feridos. Quatro em cada cinco vítimas estavam em áreas controladas pelo governo, as restantes em áreas ocupadas pela Rússia.
Quanto aos soldados mortos, as estimativas dos EUA do verão de 2023 colocam o número em 70 mil soldados ucranianos e 120 mil russos. Em tempos de guerra também a verdade é guerreada por isso as informações são geralmente tendenciosas seja de que parte for. O presidente ucraniano Zelensky disse (24.02.2024) que tinham sido 31.000 soldados ucranianos mortos até agora e rejeitou os números de perdas citados até agora pelo lado americano ou russo, que sugerem que entre 100 mil e 300 mil soldados ucranianos foram mortos.
Segundo o ACNUR, desde o início da guerra, 6,5 milhões de ucranianos fugiram para o estrangeiro e 3,7 milhões foram deslocados dentro do país. 65% dos que fugiram para o estrangeiro esperam um dia regressar à Ucrânia.
O governo ucraniano estima que a destruição e os danos materiais se cifram em 152 mil milhões de dólares.
É difícil acreditar como é que os problemas se desenvolveram a tal ponto desastroso entre a Rússia e a Europa. Ainda em 2001, Putin tinha sido aplaudido no Parlamento alemão quando defendia uma zona económica de Lisboa a Vladivostok.
Em 2010, o geostrategista americano Georg Friedmann disse que não deveria acontecer que matérias-primas baratas da Rússia e a mais recente tecnologia da Europa, especialmente da Alemanha, se juntassem. Caso contrário, os EUA como potência mundial ficariam enfraquecidos.
Em 1997, outro geostrategista, Brzezinski já tinha escrito que se se puxar a Ucrânia para o Ocidente e se a convidássemos para a NATO, a Rússia ficaria enfraquecida.
Em 2014, os EUA apoiaram o golpe na Ucrânia. Seguiu-se então a tragédia da guerra civil com o apoio da Rússia e as táticas erradas da Europa que embocaram na guerra aberta entre a Rússia e a Ucrânia, uma espécie de guerra delegada da geopolítica (americana e russa). Uns e outros querem um pedaço de bolo sujo amassado com o sangue do povo!
A Europa mostraria espírito humanista cristão no interesse da paz e da Europa se em vez de fornecer armas iniciasse negociações de paz no sentido de uma Ucrânia neutra.
Tudo isto se resume numa vergonha civilizacional. Guerras são atentados contra a humanidade e testemunho do fracasso político e governamental e de povos submersos.
Quanto ao pretenso reduzido número de soldados ucranianos mortos terão de ser entendidos numa estratégia propagandista para não desmotivar os povos europeus que devem continuar a apoiar os governantes no sentido de disponibilizarem mais armamentos e a nível interno favorecer uma discussão tendente a justificar a introdução do serviço militar obrigatório.
A Europa só está a pagar aos americanos a factura da ajuda americana nas grandes-guerras. O grande problema por resolver é que os interesses europeus não podem ser identificados com os americanos como quer a União Europeia.
António CD Justo
Pegadas do Tempo
E só morrem nelas os filhos do povo.
Daqui por uns tempos os que fizeram e lucraram com esta guerra vão dar as mãos e quem sabe se receberão o prémio da Paz enquanto as mães russas e ucranianas procurarão as campas dos filhos caídos.
João Rodrigues , quem já ganhou com a guerra foram os EUA; a indústria de guerra floresce e o material velho já foi utilizado na Ucrânia para dar lugar a armamento mais moderno.. Quem perderá será a Ucrânia que no fim verá o seu território reduzido, é o povo ucraniano e russo e somos todos nós que já estamos a pagar tudo mais caro para manter a guerra e pagar as consequências do bloqueio comercial. Só depois da guerra se vai saber a verdade toda. Até agora estamos condicionados a informações que não devem desmotivar os povos europeus de continuar a apoiar os governantes.
Notícia há bocado aqui na TV 31.000 soldados ucranianos mortos. Quase metade do que foi indicado. Ainda assim números assustadores contando ainda com os civis! E a verdade ainda pode ser outra. Penso que não é de acreditar numa Ucrânia neutra. Tanto poder e tantos interesses em jogo, ninguém parece estar verdadeiramente empenhado na paz e todos corremos enormes riscos numa Europa enfraquecida.
Mafalda Freitas Pereira , os mesmos números foram referidos na Alemanha. Com a nota que as informações não são seguras pelas consequências que tais informações poderiam ter a nível de população ucraniana e a nível internacional.O presidente ucraniano Zelensky disse (24.02.2024) que tinham sido 31.000 soldados ucranianos mortos até agora e rejeitou os números de perdas citados até agora pelo lado americano ou russo, que sugerem que entre 100 mil e 300 mil soldados ucranianos foram mortos. Dado as diferentes informações e estimativas coloquei o número de 70.000 como plausível.
Ao longo da história se tem visto quem paga são os inocentes !…Os mais fracos pagam as favas !!..Como o Senhor fala as guerras são atentados á humanidade. quem manda no mundo são os poderosos..
Conceição Azevedo , é verdade! Nomeu entender ainda se acrescenta o problema de em tempos de guerra a informação ainda ser mais censurada e receber mais o caracter de propaganda porque sem povo que apoie os políticos teriam de arredar caminho!
António Cunha Duarte Justo, Sim. De todo o modo é um quadro horrível.
E vamos ver o que será o futuro, se a Europa aguenta caso a NATO se retire ou reduza apoio.
Mafalda Freitas Pereira , há uma certa esperança porque Zelensky manifestou uma certa vontade de entrar em conversações.
António Cunha Duarte Justo, oxalá. Se nas eleições nos EUA Trump vence ficará tudo mais difícil para a Ucrânia e para a UE.
Mafalda Freitas Pereira , pensando em termos geopolíticos creio que independentemente de quem é ou será o presidenbte dos EUA, o destino da Ucrânia será ou neutra ou dividida; no caso de dividida seria lógica uma parte russa e a outra ligada ao Ocidente.Uma outra alernativa seria ainda mais catastrófica pois corresponderia a uma guerra europeia infernal!
António Cunha Duarte Justo, todas as hipóteses são desastrosos e não trarão paz. A terceira é aterradora. Assim não há conversações que valham.
Mafalda Freitas Pereira , sim é doloroso mas o Diabo anda à solta do lado de cá e delá! E quem sofre são as pessoas em Deus!
António Cunha Duarte Justo, mas então…. nem faço a pergunta!!!!!!
Mafalda Freitas Pereira ,Sinto o apelo e o sofrimento espiritual e que se encontra na sua pergunta não feita! Uma pessoa espiritual sensível sofre mais.
A vida do cidadão está a mudar e com ela também a expressão ou moldes da vida cristã a nível exterior. Moldar cristãmente o presente e a Europa tornam-se mais difícil em tempos de globalização com um mundo cada vez mais complicado. A globalização que exigiria mais solidariedade da parte de todos revela-se em maior competição entre grupos e valores. Isto traz muito sofrimento individual e exige muita energia divina porque como cristãos estamos chamados a superar o dualismo social que tudo divide e deste modo destrói! Como cristãos e portadores de dons do espírito santo, dons apropriados a cada um, temos a oportunidade de favorecermos, de maneiras diferentes, mas no mesmo espírito, o sentido da espiritualidade interior ou de favorecermos o empenho em acções sociais de expressão mais política e deste modo assumir responsabilidade cristã directa na sociedade secular para fazer valer os valores cristãos. Tanto a pessoa que vê a sua missão na oração como a que a vê na intervenção social (ou nas duas) complementam-se. Importante é que uns e outros não se encontram sozinhos num trabalho diferente, mas comum! Desejo-lhe uma boa noite.
Em Novembro de 2022 a presidente da comissão europeia anunciava 100.000 mortos nas forças ucranianas – antes da batalha de Bakhmut e de Avdeevka.
Há um mês o anterior procurador geral da Ucrânia falava num aproximar do meio milhão de mortos nas forças de Kyiv.
O New York Times diz-nos que na linha da frente para cada soldado ucraniano na casa dos 20 anos há três na casa dos 40.
O Guardian dizia-nos há dois meses que os jovens ucranianos estão a ser raptados das ruas para serem enviados directamente para a frente de combate.
A BBC em parceria com a Mediazona fala em 45.000 mortos por entre as forças russas – número actualizado de duas em duas semanas.
O ministério da defesa ro Reino Unido falava em 50 mil mortos russos ainda há 3 meses.
O número de 31 mil de Zelenskyy vem em linha com a narrativa de que a Ucrânia está a ganhar a guerra e, por isso mesmo, precisa de apresentar menos mortos do que aqueles que se sabem ser os da Rússia.
Mais… os salários dos soldados de Kyiv, como de todo o sector público ucraniano, são pagos pelo ocidente: havendo menos mortos há mais transferências.
Se a Ucrânia tivesse sofrido de facto “tão só” 31 mil mortos isso teria poucou ou nenhum impacto na sua capacidade de recrutamento. Representaria “tão só” 0,4% do total de homens entre os 25 e os 40 que deveria haver na Ucrânia.
Pode ser uma imagem de texto que diz “Male Ukraine (2020) Female 100+ 95-99 90-94 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 50-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5.9 04 1,5 0,5 0 0,5 Population n millions 1,5”
Mário Lobo , muito obrigado pelas informações aqui apresentadas. Também a Europa está interessada em manter o número de mortos baixos porque querem motivar alguns estados membros da Nato a iniciar uma discussão nas populações que as leve a aceitar que alguns membros enviem soldados para a Ucrânia. Se a massa do povo europeu estivesse verdadeiramente de tudo o que se passou e passa na Ucrânia insurgir-se-iam contra os políticos que defendessem a ideia do envio dos seus filhos para o matadouro! Dado a Europa estar decidida a dar continuidadade ao contencioso entre os EUA e a Rússia num povo ucraniano vítima de interesses e compromissos a nível das elites políticas guiadas pelo poder político e económico, o povo tem de ser alimentado com infotrmações propaganda e até mesmo contraditórias param manterem o cidadão preso ao que eles afirmam em defesa da própria causa. Os políticos decidiram-se pela guerra victoriosa e agora querem levar a sua causa até ao fim. A sua causa não as do povo nem a causa da Europa! No artigo referi-me a estimativas muito moderadas porque não queria senvolver-me num tipo de informação meramente propagandista como aquele a que as partes estão votadas. Aqueles que estão dependentes das informações de um só lado têm a satisfação de julgarem que se encontram em posse da verdade. No meio de todo este embroglio vão vivendo os povos de um polo e do os outro.