EMIGRANTES PORTUGUESES – OS BENEMÉRITOS IGNORADOS DE PORTUGAL

Em 2018 as remessas para Portugal foram 3.684 milhões de euros

António Justo

Segundo o Relatório do Observatório da Emigração, os portugueses enviaram para Portugal em 2018 a linda soma de 3.684,5 milhões de euros. Em cada minuto entram em Portugal 6 mil euros dos emigrantes.

Este é certamente o maior programa de desenvolvimento para Portugal!

Disto pouco se fala! Envergonharia uma política de vaidosos e levaria a sociedade a ter de se ocupar do porquê da emigração, numa época em que cada pessoa produtiva faz falta para tornar o país mais fecundo, e a sociedade a perguntar-se da eficiência governativa da nossa classe dirigente. Uma sociedade portuguesa que levasse a sério a coisa pública, pediria responsabilidade tanto a governos de direita como a governos de esquerda; não se contentaria com jarros de enfeite.

Por sua vez, os emigrantes questionar-se-iam sob formas de investirem o dinheiro em projectos mais rendosos do que têm feito até aqui.

Naturalmente, com tanto dinheiro a entrar, o PIB nacional é bem estabilizado, servindo as remessas também para tapar buracos no orçamento.

Em 2017, 85 mil portugueses deixaram o país.

A propósito, emigrantes! Ainda não notaram que quando se aproximam tempos de eleições, representantes do governo e dos partidos andam à vossa volta em namoro não declarado? Mas passado esse período esquecem os emigrantes!  Verificai as notícias e talvez notem o que sempre notaram!

O mais lógico seria os emigrantes inserirem-se activamente nos partidos dos países para onde emigram; deste modo passsariam a actores, não se reservando para si o papel de espectadores.

Uma integração nos partidos portugueses é também importante embora, com tão poucos deputados pela emigração no Parlamento, não é possível uma verdadeira intervenção parlamentar nem dento das estruturas dos partidos. A política d Estado português relativamente à emigração reduz-se propriamente a uma política representativa.

Um grande erro económico para os emigrantes foi investirem nas regiões interiores onde os governos desinvestiram, ou não protegem. Deste modo os emigrantes são prejudicados nos investimentos. Se tivessem investido no litoral em regiões mais ricas teriam visto o seu capital investido crescer muito. Tal como os emigrantes são um fomento para o interior, assim deveria ser o Estado, por exemplo, com uma política de impostos em que exigisse no máximo metade dos impostos a quem investisse no interior.

Naturalmente, para isso, contribui a despolitização dos emigrantes portugueses.

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

11 comentários em “EMIGRANTES PORTUGUESES – OS BENEMÉRITOS IGNORADOS DE PORTUGAL”

  1. Uma coisa é certa, se não fossem as remessas dos emigrantes mtas regiões deste país não estavam desenvolvidas … mto devemos aos emigrantes…
    Nini Cordeiro
    FB

  2. É verdade, só que o problema foi os emigrantes investirem nas regiões onde os governos desinvestiram, ou não protegem. Deste modo os emigrantes são prejudicados nos investimentos. Se tivessem investido no litoral em regiões mais ricas teriam visto o seu capital investido crescer muito. Tal como os emigrantes são um fomento para o interior, assim deveria ser o Estado, por exemplo, com uma política de impostos em que exigisse no máximo metade dos impostos a quem investisse no interior.

  3. Os emigrantes só servem para enviar divisas e lembrados na altura das eleições,mas são considerados.portugueses de segunda!
    Zac Silva

  4. Zac Silva Não é verdade. Portugal tem consideração e respeito, mas os emigrantes precisam parar com essa mania de enviar as poupanças, o fazem porque querem, e até parece que esse dinheiro é dado. Enviam porque querem e precisam enviar. Parem de encher com essa conversa mole. Só fica feio para vcs.
    Jorge Rosmaninho

  5. A nação portuguesa sempre se beneficiou das remessas dos emigrantes.Entretanto, não há razões politicas que norteiam esse comportamento.Por serem de origem humilde, esses residentes em paises estrangeiros, preferem guardar suas economias em casa e a casa deles, é Portugal
    Gabriel Cipriano

  6. Essa ilusão leva muitos a acordar tarde. Os filhos reconhecem melhores oportunidades no país de imigração e então a casa dos país passa, em grande parte, a ser onde vivem os filhos.
    Muitos portugueses fizeram um grande erro pessoal ao não terem comprado casa no país onde se instalaram. Geralmente têm compensações de impostos a que renunciam.

  7. E o António Justo tem a devida razão devido ao facto/fato extremo da desertificação do Portugal profundo..
    Haveria o governo de incentivar ao máximo esses investimentos no interior e fica parecendo que só tem direito quem está na beira da praia.
    Mauro Moura
    in Diálogos Lusófonos

  8. O Estado deveria ter um plano/projecto de solidariedade para fomento das regiões interiores, a aplicar durante dezenas de anos e que todos os governos deveriam cumprir.
    Portugal já tem certamente uma carga fiscal superior à europeia sobre os contribuintes/consumidores.
    Doutro modo podia colocar um imposto, que poderia ser de 5% sobre os impostos quebrados, destinando-se tal verba a promover regiões subdesenvolvidas. A Alemanha fez isso para conseguir colocar a antiga Alemanha socialista ao nível da Alemanha ocidental. Assim a Alemanha de leste recebe todos os anos milhares de milhões de euros desde a união alemã. A isto chama-se solidariedade nacional para com as regiões mais subdesenvolvidas.

  9. Ó Pátria amada! Os emigrantes de todo o mundo preferem enviar as suas economias, sempre naquela ilusão de apoiar os familiares e as suas terras de origem, não importando, se são aquelas onde os governos nacionais e os municipais pouco investem!Os beneméritos ignorados investem nos afectos!
    Margarida Castro
    In Diálogos Lusófonos

  10. Bem verdade!!!
    Pensando assim fica tudo satisfeito: emigrantes porque investem nos afectos, capitalistas e políticos porque investem com facilidade no seu proveito económico!
    Só “perde” quem, de forma crítica, procura chamar a atenção para um equilíbrio de inteligência emocional e inteligência racional, porque perturba o trabalho a todos!

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