Decisão digna também digna de alguma Indignação
Por António Justo
Segundo informou “ O Público”, Marcelo Rebelo de Sousa iniciará o seu 1° dia presidencial participando, a 9 de Março, numa celebração inter-religiosa na Mesquita de Lisboa.
A decisão de Rebelo de Sousa é corajosa e muito oportuna. É uma iniciativa inédita num estado republicano habitualmente mais virado para a burguesia estatal e para a burguesia citadina do que para toda a nação. Com este gesto inovador o Presidente parece encontrar-se no espírito do Papa Francisco ao desprender-se da “influência curial”, abandonando o tradicional alojamento papal para se albergar na casa vaticana de hóspedes. Aqui, o presidente parece distanciar-se um pouco de uma jacobina influência institucional republicana, para se tornar num republicano sem dolo mais perto do povo. Naturalmente que o presidente, tal como todos nós, não estará imune de um espírito concorrente de madrasta da “Branca de Neve“ !
Com este gesto inovador o Presidente aponta para a importância de a República integrar e reconhecer o valor da religião dentro de um Estado e no convívio com as nações. De facto uma República com um Estado que tem sido de confissão agnosticista timbrada por actores que em vez de a melhorarem a pioraram, precisa da participação e integração de todos num Estado que não se quer só partidário mas também religioso e de várias mundivisões.
Atendendo ao insólito da decisão do Presidente, na qualidade de tal – num país de maioria católica – ir rezar à mesquita, haverá razão para nos perguntarmos sobre o que estará por trás de tal iniciativa. De facto, a iniciativa desconcerta gregos e troianos só podendo dar consolo aos muçulmanos. (Terá talvez a vantagem de levar o cidadão a reflectir sobre as coisas sérias de que geralmente não fala por ter de andar a correr atrás das decisões económicas e do jogo de sombras da política).
Será que o senhor presidente quer, com este gesto, dizer que a paz no mundo terá de partir das mesquitas?
Quanto à ideia que a imprensa sugere de o Presidente querer lembrar na mesquita a imigração dos muçulmanos para a Europa e o terrorismo muçulmano, será que isso quererá ser um apelo aos estados árabes para também eles acolherem os seus irmãos de religião? A Arábia Saudita tem em Meca tendas, para albergar mais de um milhão de peregrinos, que se encontram vazias durante 11 meses do ano! De não esquecer o conceito de democracia e de diálogo inter-religioso do presidente turco Erdogan: “A democracia é apenas o comboio, em que subimos até que tenhamos chegado. As mesquitas são as nossas casernas, os minaretes nossas baionetas, as cúpulas nossos capacetes e os fiéis os nossos soldados “ (1).
A ideia de, no acto litúrgico, se lembrar a tragédia humana dos refugiados fugidos para a Europa não pode ser fundamento para tal decisão quando, ao mesmo tempo, se querer mostrar a sua atitude contra o terrorismo. Donde lhe vem a lógica? O islão é a raiz do terrorismo islâmico; na sua actuação tem mostrado que quer a submissão não a paz. Segundo a auto-compreensão islâmica, em geral, o gesto de Marcelo Rebelo não passará de um reclame por eles, um sinal de auto-humilhação voluntária do presidente para com o Islão, que de si consideram superior; naturalmente, a maior parte dos Imames dirá que o Islão é uma religião pacífica, como costumam dizer em palestras, por estarem obrigados a dizê-lo pela lei islâmica da Taqiyya ou “Disfarce Religioso” (2). Aqui é que se encontra o busílis da questão!
No meu pensar, a iniciativa simbólica seria muito de louvar, se o lugar do encontro inter-religioso fosse na Igreja da Estrela, num estádio de futebol ou num monumento do Estado de carácter neutro. No caso a iniciativa só dá que pensar: Os mistérios dos deuses são insondáveis e o povo português para despertar precisa de uma terapia de choque! Antes tarde que nunca, esta é a hora!
Por muito controversa que a decisão seja, também terá o mérito de ser um grande apelo às instituições e aos órgãos de um Estado laico para arredarem caminho da sua política de interesses sectoriais e divisionista e que se expressa no desmantelamento de símbolos cristãos no espaço público e ocupação da escola com ideologias em desfavor da religião e moral como se o Estado laico dependesse da luta contra o catolicismo; ao mesmo tempo torna-se num aviso de que as instituições religiosas nacionais devem afirmar a integração e o diálogo nacional no sentido do bem-comum.
Uma questão que se repete: se ao tomar medida tão ousada, porque não ser numa sinagoga ou num templo budista? Torna-se difícil elevar os corações para Deus numa casa islâmica de culto quando a religião islâmica é aquela que hoje mais provoca o mundo e se afirma como portadora do fascismo e uma vez que a Liga dos países árabes continua a ter como objectivo declarado a sua infiltração na Europa e quer ver no mar os israelitas. O islão não conhece a separação entre Estado e Religião.
Seria de desejar que não seja uma cedência à fé no relativismo, da opinião politicamente correcta – uma atitude em que se tropeça por toda a União Europeia. A doutrina reinante nos capitólios do politicamente correcto parece continuar a querer apostar no genuflexório de Maomé, porque julga que das mesquitas é que corre o leite do petróleo. Que a política árabe esteja mais conforme com os que se encontram nas sendas do poder, lá isso é certo, mas também que não se falsifique a realidade tornado como exemplo uma religião que espalha o terror por toda a parte. Uma explicação mais simples e corrente da opinião politicamente correcta baseia a adulação em torno de Meca na cobardia do medo e na vénia aos petrodólares.
Para muitos Rebelo de Sousa presta assim uma vénia ao poder em voga e abusa das religiões no sentido das suas intenções. O Presidente tem, porém, uma desculpa, ao escolher uma mesquita como palco de referência e reverência, porque, certamente, como a grande maioria de quem fala e opina, não conhece o Corão nem a vida de Maomé que é seguida hoje à letra pelo “Estado Islâmico” no intuito de instituir a sharia. Não tenho nada contra os muçulmanos: são muitíssimo melhores que o seu profeta Maomé, a grande maioria é correcta e não deve ser enxovalhada por ter a mãe que tem. O problema vem apenas da simbologia e dos símbolos que se escolhem quando estes implicam subestima para uns e demasiada consideração para outros num Portugal que se quer português, para poder ser europeu e universal.
O Presidente Rebelo de Sousa será o presidente da reconciliação, enfim, um estadista com carácter e que contrariará o hábito de uma condição de Estado republicano sem ideia própria nem coluna vertebral. O dia de que falamos é o seu primeiro dia. O presidente é um homem que quer paz e não vassalagem!
Esperemos que consiga uma mudança de atitude do Estado, na sua maneira de estar, como conseguiu o SPD alemão, ao reconciliar-se com a grande maioria do povo alemão, através da renovação do seu programa em Gudensberg, deixando então o SPD de ser um partido marxista.
A simbologia do acto de colocar uma grinalda de flores no túmulo de Camões e a inovação de colocar também uma no túmulo de Vasco da Gama é muito respeitável e de alto significado! É uma homenagem à arte, à cultura, ao espirito português universalista e um apelo ao fomento da união de todos os países da lusofonia. Com o acto religioso lembra que Portugal foi grande enquanto tinha um objectivo e uma missão comum que o motivava em nome de uma ideia religiosa espalhadora do humanismo universalista sem ser nacionalista. Que o português, apesar de cristão, também tenha cometido muitos erros só prova que ele continua a ser Homem e continua a precisar de dominar em si o animal feroz que realmente é. Encontramo-nos todos no séc. XXI, o que exige de todos uma evolução.
Não há ninguém sem culpas nem erros; do erro dos que fazem e dos que criticam surge a grande possibilidade para o avanço, desde que sejamos Homens de boa vontade e não agarrados ao próprio osso. Podemos perdoar esta ao nosso Presidente, e pedir perdão por nossos maus pensamentos e palavras, embora não me passe da ideia que o estimado presidente não tenha marcado um golo em fora de jogo; importante é que não se torne em mais um penalty que o Estado jogue contra a própria cultura e contra a nação. Neste caso o tiro poderia sair-lhe pela culatra e quem ganharia o jogo seria o islão e a consequente velha lógica dos machos fortes que se identificam com a sua estratégia do continuar assim como dantes.
De resto, resta dizer “calma na Madeira que Portugal é nosso”! Recomenda-se a quem for ao acto religioso que, ao despedir-se, o faça com um oxalá (“‘in sha’ allh”) ou com um simples “queira Deus” que o Homem queira! …
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Num Pais tradicionalmente Cristão e de grande maioria Católica este acto, numa mesquita, é pouco Lógico e, em minha opinião pouco pensado.
Se queria ser conciliador, imparcial e tudo o que quiserem dizer então fazia a cerimónia num lugar publico convidando todas as religiões e tínhamos igualdade absoluta, e diálogo para quem o quer ter.
Não gostei.
AgoSan