ABOLIÇÃO DAS TAXAS DE RÁDIO E TELEVISÃO SOB REFERENDO NA SUÍÇA

A batalha contra as taxas na Suíça será um sinal para a Europa

António Justo

Na Suiça o futuro do serviço público de rádio e televisão encontra-se ameaçado pelos resultados do referendo a realizar no próximo dia quatro de março.

Grande parte da população pretende a abolição das taxas de rádio e televisão. De facto, cada agregado familiar paga 390 euros por ano independentemente de usar ou não rádio e televisão. A partir de 2019 está prevista a redução da tacha para 316 euros.

Os adversários das taxas dizem que a rádio e TV públicas podem ser subsidiadas através de reclames, e de televisão paga por assinatura. Para os defensores da abolição da taxa, o sistema atual é paternalista e vai contra as regras de mercado de oferta e procura, permitindo a influência do sistema político; também condenam o facto de pensões chorudas e ordenados altos absorvam grande parte do capital! Além disso, cada um deveria decidir o que quer pagar; constitui também incómodo o facto de a pública ter alguns reclames e também oferece conteúdos online gratuitos, o que prejudica a concorrência privada.

Em todo o caso, os opositores querem ver reduzida a taxa a para menos de metade.

Os defensores do monopólio vêm na pública a salvaguarda de programas minoritários ou de minorias e de temas mais específicos e uma certa capacidade de trabalho de investigação independente, além da salvaguarda de programas regionais que, doutra forma não sobreviveriam; além disso os privados produzem o que dá lucro, o que teria como consequência a não transmissão de muitos programas por não serem económicos ou por falta de suficientes quotas de visão.

Na Alemanha, desde 2013, todos agregados familiares são obrigados a pagar a taxa. Atualmente a taxa anual é de 210 euros.

O resultado da batalha contra as taxas na Suíça será um sinal para a Europa

Em Portugal paga-se 28,68 euros por ano, através da fatura de eletricidade e além disso pagam-se ainda 0,25% do valor da fatura de telefone fixo, internet e TV por assinatura para a TMDP (Taxa Municipal de Direitos de Passagem), nalguns municípios.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE O ACOLHIMENTO DE REFUGIADOS NA ALEMANHA EM 2017

Em 2017 houve 186.644 requerentes que solicitaram asilo. Em 2016, o número foi de 280.000 e em 2015, 890.000 refugiados

Em 2017, foram decididos mais de 603.428 pedidos de asilo; um terço deles eram processos de anos anteriores (cf. HNA,17.01.2018).

Dos 603.428, foi concedida proteção permanente a 262.000; a estes acrescentam-se 124.000 reconhecido devido à Convenção de Genebra. Todos estes adquirem direitos iguais aos alemães com a excepção do direito de votar. Com estatuto inferior foram reconhecidas 98.000 pessoas com proteção subsidiária (permissão de residência limitada, inicialmente por um ano). 40.000 não teriam direito a ficar, mas, devido a situações perigosas nos países de proveniência, são tolerados. A recusa existiu em 232.000 casos e 18,1% deles já tinham seguido para outros países.

O governo alemão (União e SPD) pensa colocar um limite de acolhimento anual de 220 mil refugiados.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

O PRESIDENTE TURCO INFRINGE DIREITOS INTERNACIONAIS

A Turquia invadiu a Síria para atacar os curdos que vivem no “Curdistão” sírio e ainda tem o cinismo de admoestar a Síria pelo facto desta os querer defender em sua casa.

A Alemanha de Merkel, em vez de se declarar contra Erdogan que abusa do facto de ser membro da NATO, levanta o dedo contra Putin na sua declaração de governo, sem sequer nomear Erdogan!

O negócio das armas com a Turquia e os interesses económicos são o movente da política e não a estabilização da região. A Alemanha distancia-se das gentes e das nações para favorecer uma política de blocos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

GENOCÍDIO TURCO AOS ARMÉNIOS

O PARLAMENTO DOS PAÍSES BAIXOS TENCIONA RECONHECER O MASSACRE CONTRA OS ARMÉNIOS COMO GENOCÍDIO

O parlamento do Países Baixos tenciona reconhecer como genocídio (holocausto) o homicídio em massa cometido contra a Armênia no Império Otomano. O assassinato em massa e as deportações da Armênia exterminaram, a partir de 1915, um milhão e meio de membros da minoria cristã. A Turquia não aceita a designação de genocídio.

António Justo

REGIONALIZAÇÃO DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS E DA RIQUEZA

A Alemanha dá Exemplos de Democratização da Riqueza

António Justo

Porque deixam as Câmaras Municipais o sector da electricidade nas mãos dos poderosos?

Democracia bem entendida começa por baixo e implica também a democratização da produção e da riqueza. Em Portugal, ao contrário da Alemanha, as Câmaras municipais acabaram propriamente com o serviço municipalizado da electricidade em benefício de uma política centralista em desfavor das regiões e das instituições locais. Como indicativo de uma política regional de economia de mercado social, apresento o exemplo da Alemanha onde, devido à política das Câmaras municipais, estas arrecadam os lucros obtidos com as energias renováveis, em vez de verem o dinheiro sair da região para multinacionais. A honestidade de uma política democrática pode ser avaliada na riqueza das regiões e pelas medidas empreendidas nesse sentido.

O Estado português, em vez de implementar uma política legislação punitiva para evitar incêndios florestais, poderia optar por uma política económica eficiente mediante legislação positiva fomentadora da produção das energias de biogás, biomassa, lodo de esgotos, incineração de resíduos de madeira etc., como medida de fomento regional.

Desde 2017 todos as habitações da cidade de Kassel (204.000 habitantes) são fornecidas 100% com energia renovável dos serviços municipalizados. Os planeadores entenderam que o futuro estará nas energias renováveis e na regionalização, dando por isso um passo decisivo nesse sentido.

Os “Serviços municipalizados Kassel AG” (sociedade por acções S.A.) da cidade de Kassel conseguem produzir nas suas instalações energia renovável mais que suficiente para fornecer e satisfazer o consumo de todos os seus agregados familiares particulares.

A empresa da cidade produziu em 2017 (um ano) 447 gigawatt horas de energia elétrica ecológica e os habitantes da cidade consumirem 407 gigawatt horas (407.000.000 quilowatts-hora).

O município conseguiu assim superar os seus objectivos da planificação de 2007 onde se tinha proposto atingir o alvo de produzir 80% de energia renovável até 2020, como noticia o HNA 19.01.2018. De facto, 66% da energia resulta das suas 29 turbinas eólicas, o resto vem de energia fotovoltaica (0,2%), hidroelétrica (0,4%), biogás (16,3%), biomassa (6,8%), lodo de esgotos (0,4%) e incineração de resíduos de madeira (10,5%).

Como as redes de abastecimento de baixa tensão se encontram nas mãos das Camaras municipais, estas podem fazer passar a própria energia por elas não tendo de gastar no aluguer das linhas suprarregionais de média e alta tensão. (No caso de uma falha haveria sempre a possibilidade de usar energia hidroelétrica da Noruega.)

Para o fornecimento aos clientes empresariais da cidade, a própria produção ainda não chega, pois só as empresas consomem por ano 777 gigawatt-horas.

 

Lamentavelmente, em Portugal não há verdadeira concorrência de produtores nem de fornecedores de electicidade, por isso, o cliente não beneficiou com a liberalização de antigos monopólios.

Portugal desfez-se praticamente dos serviços municipalizados de electricidade em proveito do grande capital e dos interesses políticos centrais. Uma certa instabilidade política municipal (rotação de partidos) nem sempre favorece planeamentos a longo prazo (que beneficiaria o município e os munícipes), mas essa falha poderia ser superada mediante a cooperação a nível de municípios vizinhos com programas e projectos que vinculem as Câmaras a longo prazo no que respeita à produção de energias renováveis, distribuição e venda.

Em Kassel juntaram-se muitos cidadãos que, em defesa da terra, apostaram nos geradoras eólicas e veem hoje que o investimento local se tornou rentável para as suas acções e por outro lado têm a satisfação de verem a própria terra enriquecida, não tendo de pagar os serviços a sociedades monopolistas ou multinacionais. De facto, os grandes negócios do futuro estão nas energias renováveis e nas águas.

Colocar os sectores rentáveis nas mãos dos poderosos só favorece as oligarquias económicas e políticas a nível central e empobrecem as regiões e paralisam a iniciativa empreendedora local. Empresas semiprivadas, a nível de Municípios ou de grupos de municípios, tinham a vantagem de favorecer as forças activas da região e impediriam o favorecimento dos negócios com empresas multinacionais ou com monopólios nacionais que só beneficiam o centralismo da oligarquia partidária e económica distantes.

Imagine-se que Arouca e os concelhos do interior começavam a organizar, regionalmente, sociedades anónimas mistas para fomento de energias renováveis! Naturalmente a política central teria de criar directrizes estruturais de quadro que impedissem o monopólio da EDP a nível de produção, grandes linhas e fornecimento, que, com o tempo, passa para as mãos anónimas chinesas, etc.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo