SEMANA VOLUNTÁRIA DE 6 DIAS NA GRÉCIA

Um Passo atrás na História do Tempo de Trabalho

 

A partir de 1 de julho, a entidade patronal na Grécia poderá, por lei, oferecer aos seus trabalhadores a possibilidade de trabalharem seis dias por semana em vez de cinco.

No sexto dia de trabalho, os trabalhadores recebem mais 40% de salário e, no caso dos domingos e feriados, mais 115%. O horário máximo de trabalho é de 48 horas por semana.

O globalismo e o mundo multipolar, acompanhado de bloqueios económicos, obrigam a economia ocidental a reorganizar-se de forma protecionista e, por conseguinte, a importar menos produtos das economias dos países Brics; deste modo o Ocidente tem de produzir mais e a preços de concorrência, uma vez que a competição passa a ocorrer mais entre os países ocidentais.

Consequentemente, os países mais fracos terão de produzir mais do que antes no mundo cerrado de monopolistas. Este facto, associado à escassez de mão de obra qualificada, devido aos anos de baixa taxa de natalidade, leva países como a Grécia a um retrocesso na história ocidental do trabalho – Um precedente grave para os países menos tecnicizados que terão de assumir, em parte, o papel da China e da Rússia como fornecedores de produtos de comercialização barata para países mais avançados (O que significa na Europa mais trabalho para alguns e grande diferença de salários). Aparentemente, digitalizar muitas actividades, oferecer novos modelos de trabalho e permitir ainda mais flexibilidade fiscal aos reformados e aos pequenos empresários não se revela suficiente especialmente para os países produtores de emigração.

Isto relaxa a compressão do trabalho. Dá-se também um retrocesso nas condições de trabalho e maior concorrência entre os países desfavorecidos.

O grande problema criado pelas dinâmicas políticas e económicas actuais, apesar do avanço tecnológico, cria, por vezes, mais estresse e não deixa tempo suficiente disponível para  a família, desporto, passatempos, relaxamento e cultura. A nossa dinâmica social está a criar cada vez mais casos de esgotamento, doenças mentais e obesidade. Os excessos do neoliberalismo e das políticas erradas são mais visíveis nas sociedades marginalizadas. Países como a Bélgica e os Países Baixos têm a semana de quatro dias e outros estão a discutir a redução do horário de trabalho no sentido de criarem maior equilíbrio entre a vida profissional, familiar e de lazer.

De facto, está em via um retrocesso na história do horário laboral apesar das novas tecnologias. Os trabalhadores têm que pagar a avidez de uma elite económica global e a falsa política dos governantes europeus em questões de geopolítica.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

CENTRO DE REFUGIADOS EM VENDAS NOVAS

Salesianos e Jesuítas em Colaboração

O Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS-Portugal) e a Província Portuguesa da Sociedade Salesiana inauguraram o centro de serviço aos refugiados em Vendas Novas, ontem 20/06/2022. O antigo colégio salesiano tornou-se no novo centro de refugiados com capacidade para 120 pessoas.

https://agencia.ecclesia.pt/…/refugiados-inauguracao…/

A maioria dos refugiados vêm do Médio Oriente e África.

Os centros de acolhimento temporário estão sobrelotados e são milhares os pedidos em fila de espera, diz a presidente do Conselho Português para os Refugiados.

“Uma em cada 69 pessoas no mundo estava deslocada em 2023. Nos últimos dois anos, Portugal recebeu mais de 120 mil refugiados, 90 mil dos quais, ucranianos”,  Informa a Renascença: https://rr.sapo.pt/especial/mundo/2024/06/20/refugiados-ha-118-milhoes-de-deslocados-e-portugal-acolheu-63-mil/383117/

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A DANÇA GEOPOLÍTICA

AO RÍTMO DE INTRIGAS E LUTAS POLÍTICAS

 

Na velha Europa, o coração sangra gravemente,

Ronda a dança bélica que nega a paz urgente.

Jonny, o industrial rico, orgulhoso e frio,

E Joe, sua mulher, loira, de gesto macio.

 

Putinof, senhor das terras, velho e severo,

Seu jovem mordomo, Urcrinof, ardente e sincero.

A vizinhança outrora amigável, agora envenenada,

De inveja nos corações e d’alma dilacerada.

 

Joe, solitária na distância do marido ausente,

Encontra calor nos braços de Urcrinof ardente.

Enquanto Jonny se apressa em negócios sem fim,

Joe derrete em desejos de ternura e cetim.

 

Urcrinof acaricia os cavalos com carinho,

Até os gatos o seguem, em fila, no caminho.

Joe vê-o e de coração, ciumento e amarelo,

Encontra abrigo e alegria no jovem tão belo.

 

O desejo floresce, uma luxúria proibida,

Mas nos serviçais só há frustração contida.

Jonny, ao saber do caso, em fúria encontra razão,

Para despojar Putinof, consumido pela traição.

 

Com amigos e poder, busca vingar a desonra,

Planeja apoderar-se do que Putinof tanto ampara.

A Europa, outrora forte, agora é presa da ganância,

A guerra começa, perde-se a humanidade e a infância.

 

O sangue corre em cidades e aldeias sem cor,

Soldados, mulheres, crianças, ondulam na dor.

A paisagem destruída, terra queimada no chão,

Restam almas de pessoas, em eterna aflição.

 

A Europa, perdida nas chamas de ganância sem fim,

Nenhum resgate à vista, nenhum alívio, enfim.

Talvez surja, escondido nas profundezas da terra,

Um feto, um ventre diáfano, esperança que se encerra.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

RASCUNHO:
A DANÇA GEOPOLÍTICA

AO RÍTMO DE INTRIGAS E LUTAS POLÍTICAS

 

Na velha Europa, o coração sangra gravemente,

Gira a dança bélica que nega a paz.

Jonny, o industrial rico, orgulhoso e frio,

E Joe, a sua mulher, loira, de gesto suave.

 

Putinof, o proprietário de terras, rico e velho,

O seu jovem mordomo, Urcrinof, leal e ardente

A vizinhança outrora amigável, agora envenenada,

A inveja nos seus corações, que lhes parte a alma.

 

Joe, solitária e vazia na distância do marido,

Encontrou calor e mais nos braços de Urcrinof.

Enquanto Jonny se apressa em viagens de negócios,

Joe derrete em desejos de ternura.

 

Urcrinof acaricia os cavalos, com calor e carinho,

Até os gatos o seguem em fila devota.

Joe vê-o e o seu coração, pálido de ciúme,

encontra abrigo e alegria junto de Urcrinof.

 

O seu desejo floresce, uma luxúria proibida,

Mas nos serviçais só sentem frustração. (o próprio desengano)

Jonny, que fica a saber do caso,

vê nisso uma razão para despojar Putinof.

 

Com amigos e poder para vingar a desonra,

ele planeia apoderar-se do haver de Putinof.

A Europa, outrora forte, está agora dividida pela ganância,

A guerra começou, a humanidade perdeu.

 

O sangue corre nas cidades e aldeias,

Soldados, mulheres, crianças, na morte repousam.

A paisagem destruída, a terra queimada permanece,

Restam almas de pessoas, transidas de dor.

 

A Europa, perdida, nas chamas da ganância,

Nenhum resgate à vista, nenhuma fuga daqui.

Mas talvez, escondido nas profundezas da terra,

Um feto, um ventre diáfano, uma esperança para o amanhã.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

SOLDADOS DA GUERRA

SOLDADOS DA GUERRA QUE DO POVO NÃO!

 

De órgão em riste, marchando adiante,

Dão a vida na guerra, num passo errante,

Em nome de pátrias que foram roubadas,

Por forças cruéis, a serem desonradas.

 

Soldados na fronte, a honra a salvar,

De oligarcas e regentes, prontos a guerrear.

Tudo que resta são frios números,

Sem vítimas, nem povo, apenas sombras.

 

Mortos contados como criaturas,

Na história, números, sem ternuras.

Permitem aos poderosos surgir,

Em cerimónias, sombrias, a fingir,

Lavando as mãos, como Pilatos fez,

Fomentam novas vítimas, na guerra de vez.

 

Deixaram de ser gente, ao virarem soldados,

Não defendem a pátria, mas planos malvados.

Num mundo rasgado pela violência,

Brilha a dureza, trazendo a doença.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

 PS: A Alemanha despende 2% do PIB nacional para o orçamento militar, isto é, no mínimo 90 mil milhões de euros por ano e o mesmo fazem outros países! Isto poderia ser legítimo se destinassem também  2% do PIB para promover activamente  a paz!

O RASCUNHO:

 

SOLDADOS DA GUERRA

 

De órgão em riste, eles marcham,

Dão a vida pela guerra alheia,

Em nome de pátrias desonradas,

Usurpadas por poderes fortes.

 

Soldados na fronte, a salvar

A honra de governantes e oligarcas.

Quando o que resta da guerra são sonhos perdidos

Sem vítimas, nem povo, apenas números.

 

Soldados mortos são contados como criaturas,

Mas na história, meros números se tornam.

Permitem aos usufruidores do poder

Aparecer em cerimónias e cemitérios,

Com rostos sombrios, afirmando-se

E lavando as mãos, como Pilatos,

Das novas vítimas da guerra,

Captando o povo para novas guerras.

 

Deixaram de ser pessoas,

Para passarem a soldados,

Não para defender a pátria ameaçada,

Mas para proteger ataques preparados externamente.

 

Num mundo dilacerado pela guerra,

Irradia a dureza que nos adoece.

(Rascunho)

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

EUROPA EM ELEIÇÕES EM TEMPOS DE CRISE E DE VIRAGEM

Tentativa falhada de construir uma Sociedade aberta sem contar com o próprio Povo?

A única instituição da União Europeia (EU) legitimada democraticamente é o Parlamento Europeu e daí a importância de fortalecê-lo participando nas eleições.

Pela observação das constelações partidárias na concorrência pelo poder, tudo leva a indicar que os novos assentos no parlamento irão desestabilizar a ala esquerda que até agora influenciava mais os destinos da Europa.

Von der Leyen, atual Presidente da Comissão Europeia desde 2019, já reagiu às sondagens e para assegurar a sua reeleição de Presidente viu-se obrigada a cortejar Georgia Meloni (chefe do governo italiano, que é contra o aborto), porque conta que o poder no parlamento se deslocará para a direita.

A causa da direita estar a afirmar-se em relação à esquerda não se deve ao extremismo mas à necessidade de correção de políticas que há dezenas de anos têm determinado as atitudes dos governos na Europa. O mais estranho é o facto de as chamadas extremas direitas se encontrarem mais activas nas potências europeias. Marine Le Pen na França,  Georgia Meloni na Itália  a AfD na Alemanha encontram-se de vento em popa; de notar porém que na Alemanha a AfD recebeu concorrência do partido BSW de Sahra Wagenknecht (1) de origem esquerda mas que assumiu alguns pontos críticos da chamada extrema-direita, o que poderá evitar que a AfD se afirme como segundo partido para se situar  ao nível do SPD, depois do previsível vencedor CDU/CSU.

Governantes europeus ao deixarem-se orientar por agendas globalistas e ao deixarem-se envolver acriticamente na guerra da Ucrânia confirmaram a ideia do povo de que a União Europeia não passa de executor do programa militar da NATO e dos interesses económicos dos EUA descurando, para isso, os interesses europeus.

Um projeto europeu, de conotação militarista, surgido tardiamente e à sombra dos Estados Unidos contra a Rússia, encontra-se na mesma linha que criou as condições para os actuais movimentos de contestação. Isto prolongará a crise económico-socio-politica dado o que vai surgir na arena política europeia se orientar em termos de lutas dos partidos pelo poder e não na luta política por uma política partidária de caracter complementar.

Na atual fase da campanha para as europeias observa-se maior irritação e preocupação dos partidos do arco do poder por assegurar o próprio poder, recorrendo até à difamação dos concorrentes, do que verdadeiro empenho responsável em dar resposta às necessidades dos cidadãos. Os temas de discussão não contemplam conteúdos importantes para darem oportunidade à apologética de interesse partidário.

Um certo nacionalismo que se observa na acção política da direita é explicável como reacção ao demasiado internacionalismo que conduz os interesses governantes que sacrificam valores culturais tradicionais em favor de uma política de esquerda unilateral.

Os conservadores pretendem que a União Europeia restitua competências e poderes soberanos aos estados membros e que a Europa se governe por interesses próprios no sentido de se ganhar peso geopolítico num mundo que se encontra na fase de passar da unipolaridade mundial regida pelos EUA para a fase da multipolaridade de blocos globais.

A nível cultural os conservadores manifestam-se contra a introdução do aborto (IVG) no código dos direitos humanos (políticas pró-abortivas que fortalecem o enfraquecimento demográfico do próprio país e fomentam ainda mais a necessidade de fortalecer a imigração); um outro ponto crucial é o envolvimento europeu na guerra da Ucrânia, contra o poder que instituições não legitimadas democraticamente  terem o poder de impor aos Estados  agendas tanto a nível militar (NATO), a nível de saúde (OMS) como de educação (degradação da qualidade de ensino em benefício de ideologização).

A polarização do discurso público em termos de opções únicas Ocidente ou a Rússia obrigam a ignorar interesses de compromisso que favoreceriam a perspetiva europeia (Uma Europa desde Lisboa aos Urais). Isto vem-se juntar à observação de uma política globalista de organizações não eleitas que determinam as políticas nacionais que se desejariam mais democráticas e de orientação mais regional. Uma política económica de caracter mais humano implica colaboração com todos e não afirmação à custa de alguém!

A Europa balanceia insegura num momento em que precisaria de um correctivo em defesa dos interesses da Europa e não apenas de um bloco ocidental querido hegemónico, mas que se encontra em grande crise. Numa era de caracter multipolar urge a colaboração a nível de todos os parceiros e não uma atmosfera de adversários criada.

A União Europeia merecerá ser restaurada e afirmada no sentido de seguir em frente sem se perderem as pegadas do Cristianismo que possibilitou a formação da Europa começada propriamente com Carlos Magno no ano 800.

A Europa encontra-se num momento de autorreflexão e de nova orientação que não deve ser difamado pelas forças da família socialista da EU pois a Europa tem lugar para todos e precisa de todos. Para isso a Europa não pode ser medida apenas pela afirmação dos interesses do capitalismo liberalista (muito embora o poder económico seja o factor determinante do desenvolvimento e do comportamento dos povos) nem do poder socialista; é necessário salvaguardar a cultura que pressupõe respeito pela tradição e integração do novo nela para que se possa tornar numa tradição que garanta sustentabilidade..

Desde os anos 60 o progressismo tem-se afirmado demasiadamente sem ter em conta que para tal ele precisaria do tapete conservador (tradição) que o suporte (Torna-se ilusório querer transformar uma cultura num constructo sem povo!). Só uma consciência humanista, solidária e de consciência complementar poderão dar resposta a um futuro estável e aberto.

Estamos todos no mesmo barco onde o lógico seria entender-se e aceitar-se uns aos outros, quando pelo contrário com tanto barulho que fazemos, nem chegamos a perceber para onde o barco vai.

A impressão que se chega a ter da sociedade é que as pessoas estão sempre a ser mantidas sob rédea curta, com questões como o coronavírus, a guerra na Ucrânia e agora a guerra em Gaza. Perante isto é importante adotar-se uma atitude distanciada em relação àquilo que se ouve ou vê e que não se pode controlar, seria prejudicial e trágico se nos identificássemos com essas coisas de maneira a perdermos a calma interior e a perdermos  o sono. Geralmente o que é apresentado são interesses de grupos e não o interesse das pessoas.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1)  Sahra Wagenknecht inaugurou um novo estilo político onde o shargon da esquerda ou da direita não será mais tomado a sério por gente de pensar diferenciado. O que se passará mais a aplicar é a razão transversal de esquerda e de direita. Os tempos de pura ideologia estão lentamente a tornar-se uma coisa do passado!