NO DIA DE ANIVERSÁRIO

ANIVERSÁRIO REDONDO

 

Minha vida tão longa

Nos amigos, contada

É alegria que vive

Já sem ser buscada

 

Tenho já o que tenho

A idade não é prova

Sou a esperança que gatinha

No chão novo da vida

 

Entre a existência e a vida

Entre o que fica e o que resta

Vives tu vivo eu

Da vontade do que vem

António da Cunha Duarte Justo

© Pegadas do Espírito no Tempo,

 

Ps. Como agradecimento à vida e aos congratulantes do meu aniversário deixo aqui este poema que hoje fiz pensando também em vós.

TRÊS PRESIDENTES AMERICANOS NO PARAÍSO

Quando, George Bush, Barack Obama e Donald Trump morreram apresentaram-se a Deus para serem interrogados.
Deus pergunta a Bush: “Tu, em que crês?”
Bush respondeu: “Creio numa economia livre, numa América forte.
Deus ficou impressionado com Bush e disse: “Muito bem! Senta-te na cadeira à minha direita”
Depois Deus dirigiu-se a Obama e perguntou-lhe: “Obama, em que crês?”
Obama respondeu: “Creio em mim e creio que conseguimos tudo!
Deus ficou realmente impressionado com as palavras de Obama e disse, ‘Ok, senta-te na cadeira à minha esquerda ”
Finalmente Deus encontra-se com Trump e pergunta: “E tu Trump, em que crês?”
Trump respondeu: “Eu creio que você está sentado na minha cadeira.”

Para desenfastiar coloco aqui esta anedota que vi em francês e mudei um pouco.

António Justo

O ENGINHEIRO BURRO
Um alentejano do monte vai observar um engenheiro que está a trabalhar na construção de uma estrada ali nos arredores de Mértola, para os lados da Mina. O técnico está a fazer medições do terreno com um teodolito.
– Botardeee! – botou faladura, apoiando-se no cajado. – Vomecê é que veio fazer essa estrada?
– Sim. Nós temos a mais alta tecnologia para construção de estradas e estamos aqui para dar uma mãozinha aos alentejanos, pra ver se isto vai prá frente!
– E pra que tá usando essa coisa aí, que mais parece uma panela com buracos?
– Estou a medir terreno – responde o engenheiro.
– Ó ca porra… e vomecê precisa dessa coisa pra fazer uma estradita?
– Sim, é necessário. Porquê? O senhor não entenderia… Mas este aparelho é dos mais simples, vocês aqui nunca usaram?
– Homem! A gente nã precisa dessa moenga. Quando a gente quer fazer uma estrada, soltamos um burro e vamos atrás dele. Por onde ele passar, é o caminho mais fácil pra fazer a estrada…
– Muito inteligente esse método – diz o engenheiro em tom de gozo. – Então, e como é que fazem se não tiverem um burro?
– Bom, quando é assim, atão a gente chama um enginhero.

INFORMÁTICA…

O Zé , 71 anos, na Escola de Informática para reformados.
Primeiro dia:

Windows 10: Digite a sua senha

Zé : Zé

Windows 10 : Desculpe, a senha não pode ser o seu nome.

Zé : zi

Windows 10 : Desculpe, a senha deve conter pelo menos 6 caracteres

Zé : pepinos

Windows 10 : Desculpe a senha deve conter pelo menos um número

Zé: dois pepinos

Windows 10 : Desculpe, a senha deve conter pelo menos um número em forma de numeral.

Zé : 2 pepinos

Windows 10 : Desculpe, a senha não pode conter espaços

Zé : 2pepinosdemerda

Windows 10 : Desculpe, a senha deve conter pelo menos uma maiúscula.

Zé : 2pepinosdeMERDA

Windows 10: Desculpe, a senha não pode conter maiúsculas sucessivas

Zé : 2PepinosDeMerda!!!!!!

Windows 10 : Desculpe, a senha não pode conter símbolo de pontuação.

Zé : 2PepinosDeMerdaParaQueOsEnfiesNoCu.

Windows 10 : Desculpe, essa senha já existe!

MORREU MÁRIO SOARES

Morreu Mário Soares – um homem com muitos defeitos e virtudes; não tinha medo dos defeitos e sabia o que queria conseguindo erguer-se da mediania fazendo muito de bem e muito de mal.
Reproduzo aqui uma frase de Mário Soares que diz muito, hoje citada no jornal alemão HNA: “Eu sou um pobre homem, que teve a sorte de ter assumido cargos e, assim, ter razão ” („Ich bin ein armer Mann, der das Glück hatte, Positionen zu beziehen und damit recht zu haben”!

Junto o ultimato de Fernando Pessoa por ser histórico, sempre actual e dar que pensar.

“ULTIMATUM
Fora tu,
reles
esnobe
plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas,
charlatão da sinceridade
e tu, da juba socialista, e tu, qualquer outro
Ultimatum a todos eles
e a todos que sejam como eles,
todos.
Monte de tijolos com pretensões a casa
inútil luxo, megalomania triunfante
e tu, Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral
que nem te queria descobrir
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular,
que confundis tudo!
Vós, anarquistas deveras sinceros
socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores
para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vós que representais o mundo,
homens altos,
passai por baixo do meu desprezo.
Passai aristocratas de tanga de ouro,
passai frouxos.
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa
descascar batatas simbólicas
fechem-me isso tudo a chave
e deitem a chave fora.
Sufoco de ter somente isso à minha volta.
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas
Abram mais janelas
do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma idéia grande,
nenhuma corrente política
que soe a uma idéia grão!
E o mundo quer a inteligência nova,
a sensibilidade nova.
O mundo tem sede de que se crie.
O que aí está a apodrecer a vida,
quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar
porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores,
afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores,
desprezo o que seja menos
que descobrir um novo mundo.
Proclamo isso bem alto,
braços erguidos,
fitando o Atlântico
e saudando abstratamente o infinito.” Álvaro de Campos – 1917

O ultimato de Fernando Pessoa apresenta a parte sombria de quem brilha na praça pública sorvendo o brilho dos outros. Os crentes laicos/seculares instrumentalizam a democracia e exageram também na veneração e culto dos seus “santos” que querem impor, a todo o custo, a toda a sociedade. Hoje a opinião pública portuguesa não tem possibilidade de sair de uma mentalidade que festeja a mediocridade dos seus “heróis” porque se encontra, de uma maneira geral, nas mãos de feitores não interessados em dar a conhecer os seus actos. São os actores e os interperetadores dos seus actos. A Soares se deve também a existência do partido comunista quando na Europa estes já desapareceram, por serem meramente ideológicos. Na França ele negociou com o partido comunista a entrega incondicional das colónias portuguesas aos guerrilheiros. A formatização maçónica-esquerda dos Media nacionais e da opinião pública é de tal ordem que torna difícil qualquer discussão objectiva séria. Na praça temos informaç1bo generalista e não temos um jornal de cultura popular geral que se possa afirmar contra os interesses corporativistas, a não ser a bola para a formação clubista. Causa tristeza, como a morte de Mário Soares é utilizada pelos políticos e pelos Mídea de maneira tão absorvente, unilateral e devota: uma verdadeira lavagem ao cérebro que a continuar assim não fomenta espíritos com capacidade de discernir continuando o país, de uma maneira geral, a pensar cada vez mais na mesma.

Independentemente dos aspectos positivos e negativos do regime de direita de Salazar e do regime de esquerda, iniciado com o 25 de Abril, o grande problema da sociedade portuguesa está em delegar a consciência nacional na consciência partidária e num culto de pessoas. De facto demos a independência aos outros e atraiçoamos a nossa.

 

Marcelo Caetano, ao falar sobre o 25 de Abri, citado em Portugal da Loja profetizou: “Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa.”
“Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.”
É natural e legítimo que em política se tentem fazer valer os diferentes interesses partidários e as diferentes ideologias. O que não é natural é que um país tão multifacetado não saia da mediocridade continuando a dançar à volta dos seus bezerros políticos que actuam sem vergonha à custa da honra do povo. Não quero com isto estragar o humor ao socialistas e ao seu direito a festejar; -estão de parabéns porque são espertos e sabem fazer da nação a sua mangedoura num país onde o poder dos cargos é razão.

Mário Soares teve uma grande virtude que poderia ser programa para todos: o amor pela liberdade!

Que Deus tenha Mário Soares em eterno descanso e ilumine os multiplicadores de cultura e política no sentido de um Portugal de todos e honrado.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

POESIA DE AGRADECIMENTO – CARAS AMIGAS, CAROS AMIGOS

Estou-vos muito grato pela vossa sintonia e simpatia manifestada em atenção à partida de meu pai, Joaquim Duarte Justo.

Agora, que o enterro já passou, ao pensar em vós e também nas palavras que  no comentário abaixo dirigistes e como acto de agradecimento, fiz esta poesia, que vos dedico.

AMIZADE

Obrigado, amigos que passais

e em mim a aragem da vida levantais

aquela amizade gratuita e boa

que repousa mas desperta na hora certa

 

Um calor morno e aromático

vem dar vida ao deserto

maná divino a mover a gratidão

do dom sentido que fica e não morre

 

Na amizade o céu baixa ao coração  

como fogo que aquece e não queima

sarça ardente que transforma e cativa

Amizade é o lugar onde Deus habita!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

PAI QUERIDO TU NÃO VAIS ESTÁS AQUI

Pai querido, hoje trago-te uma flor
Toda minha, não roubada, pra te dar
Contigo, pô-la quero, no jardim de minha mãe

Obrigado pai amado
Contigo bafejou Deus o jardim
Aquele terreno santo
Donde saiu o que se expressa em mim

Obrigados céu e terra, pelo sol, pela chuva
Porque em vós, até em dias de sombra
Sempre havia o arco-íris a agradecer

Na tua ausência a vida chove
Meu guarda-chuva anda perdido
A chuva bate dura agora em mim

Sem sonhos nem vida
O dia cai, as folhas também
Os olhos postos no chão da vida
Não vêem as flores nem os frutos
Que a árvore tem.

Até logo, pai querido
Na morte em ti presente
A vida escondes
Que em mim deixas

Na minha alma a morte entoa
Um fado triste e tão forte
Que mata a tristeza da morte

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

Nota: Na poesia feita no sombrio da vida refiro-me ao arco-íris que era o terço que em família era rezado todos os dias. Se alguma sombra no dia havia lá estava o arco-íris da reza do terço à noite a fazer a ponte para a luz brilhar no novo dia.