UM EXEMPLO DE ÉTICA REPUBLICANA SOCIALISTA APLICADA – GOVERNO ABSOLVE A CORRUPÇÃO

Governo envolvido em corrupção com 3 Secretários de Estado considera o “caso encerrado”

Por António Justo

Os Secretários de Estado, Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira do governo socialista António Costa, foram assistir a jogos do Europeu a convite e à custa da GALP! O Governo em vez de demitir os seus representantes, torna-se cúmplice com eles ao considerar o “caso encerrado” ( observador ); para continuar a enganar o povo, promete fazer um “código de conduta” moral, como se os privilegiados da república não precisassem de se submeter a leis mas apenas a recomendações morais da classe. De facto o Governo Geringonça concretiza uma ética republicana à portuguesa num imbróglio, do qual tem bem vivido uma elite “esclarecida „formada nas pegadas do Marquês de Pombal e fomentada principalmente pelos homens do avental a agir a partir das cavernas da república.

O SEAF justifica a “boleia” recebida com o argumento do povo corrupto e dos costumes

É especialmente grave o facto de o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, se ter aproveitado da “boleia” da GALP apesar de a pobre GALP, que o convidou, andar em conflito com o Estado por dever ao fisco 100 milhões de Euros. E o SEAF ainda não se demitiu nem o governo se incomoda com os estragos porque, na sua autossuficiência esclarecida, sabe que um republicanismo esquerdista tem o povo bem açamado e, como tal, sem alternativas. Esta atitude mostra que o espírito corrupto é considerado normalidade no republicanismo português.

Pior ainda, o SEAF, como diz a Sábado, considerou “com naturalidade, e dentro da adequação social, a aceitação deste tipo de convite”. Em texto claro diz: o que fiz é legitimado por um povo corrupto como eu porque, o que fiz, fi-lo “dentro da adequação social”.

Num país em que se passa, sem mais, de altos cargos públicos para o privado e em que a promiscuidade entre política, PPPs/ privado são factos, isto é apenas a ponta do iceberg da corrupção e da irresponsabilidade pública, que não conhece conflitos de interesses. Num outro estado democrático, a consequência seria a demissão imediata. Imagine-se o descaramento cínico do Secretário ao dizer que vai reembolsar a empresa pagando as despesas! A maior tragédia está ainda no facto da grande maioria da esquerda estabelecida assumir a posição do roto a apoiar o esfarrapado! Meu Deus, tanta inocência saloia a viver de coutadas ministeriais e a comportar-se de modo anti-social “como elefantes em loja de porcelana”!

Sinal da corrupção institucional: Todos os partidos não terem exigido a demissão

A distância entre a boleia e a demissão é o espaço que fica entre a corrupção e a honra!

Em política “as coisa não são o que são” e menos ainda o que deveriam ser. Por isso, os seus beneficiados só aceitam a moral passada pelos moinhos do partido ou da loja.

Alguns comentadores e estrategas da loja não vêem com bons olhos a discussão do caso considerando a demissão do SEAF um assunto reservado ao Presidente da República, “o único que teria competência para tal!” Esta, como a criação de um “código de conduta” não passam de uma tentativa para reduzir a ética do acto a um assunto a resolver entre políticos; isto é baixo e de mau gosto, equivaleria a partir-se do pressuposto que a política vive no gueto sendo já de si corrupta, ao perder a noção da realidade e dos factos e ao fabricar os próprios códigos éticos em proporções partidárias; ignorar o sucedido não passa de uma desculpa de mau pagador com uma mentalidade que confunde o cargo público com o privado (Um acto cometido no foro político tem muito mais gravidade do que no foro privado!). A única postura possível para Rocha Andrade e quem mais aproveitou da “boleia” seria a demissão, se vivêssemos num país acordado e de olhar menos fixo na manjedoura.

O que fez o SEAF e seus colegas não é mais do que o que fazem certos dignatários, ao fazer-se convidados por secções do partido, onde se chega a fazer até viagens com fins privados, receberem ajudas de custo e deixarem-se ainda pagar o jantar pela secção do partido ou por alguém em princípio de carreira!

O problema nacional está na falta de civilidade que se alimenta da falta de honestidade, da falta de prestígio e de honra! A gravidade da questão torna-se crónica quando tais factos passam pela opinião pública e são percebidos como coisa natural, reduzível a um problema de explicação ou de justificação, e como tal sem efeitos.

Oportunistas e medrosos não gostam de jornalismo crítico

Muitos amigos do taxo e da esquerda radical, sentem-se incomodados com a crítica pública surgida. Reagem culpabilizando os Media por terem colocado a questão à luz do dia, quando poderiam ter calado, como têm feito outras vezes!

Temos um país de elites autoritárias e paternalistas que, na tradição portuguesa república de fundo mafioso, reservam para si a crítica, a moral e o decidir. A arrogância é tanta numa esquerda incomodada que considera a colocação do caso na discussão pública como um acto de “atirar de ossos para a matilha”. Esquecem que uma classe política, seja ela de esquerda ou de direita, que só tenha “ossos para atirar à matilha” (povo) já não tem por onde se pegue, porque de democrática não tem nada.

Os donos do burgo vão atirando os seus ossos enquanto saboreiam a carne e ainda são tão cínicos e autistas que se sentem incomodados pelo barulho que o povo faz ao terrincar os ossos.

Quando os beneficiados da política consideram a crítica pública ao caso como um “achismo” subjectivo e acham que a competência crítica e a decisão de demissão deveria ser reservada ao PR, tornam-se coniventes com os seus, metendo o presidente onde ele não é chamado. Entretanto o Governo comprometeu-se aprovando o suborno de pessoas públicas (um “delito de cavalheiros”!).

É natural que cada qual acha com a sua acha, mas o que é escandaloso é que aqueles que vivem das achas do Estado se achem no direito de reservarem o machado da razão só na defesa da sua acha. Na crítica que a esquerda faz à crítica pública pretende tirar a legitimidade de crítica ao cidadão para, a jeito autoritário, a submeter aos órgãos dos comprometidos no sistema (ao código da sua ética!). Não se contentam com o proveito, querem continuar a ver a voz da ética pública reduzida à competência dos beneficiados do regime republicano jacobino dominante.

A moral do ministério quer lavar descaradamente umas corrupções em nome de outras! Por isso, cargos políticos cada vez se tornam menos atractivos para pessoas sérias. Especialmente na política encontra-se gente com mãos para tudo, mas coitada, sem força para as pôr na consciência.

É sintomática a argumentação de quem justifica a corrupção dos seus com a corrupção cometida pela outra parte. Os corruptos encontram-se sempre em boa companhia e sabem-se protegidos pelos seus “meninos do coro” contra os meninos do coro do outro lado, como se ética e responsabilidade política se deixassem reduzir a uma cantiga! Na chuva da corrupção quem se molha com ela são sempre os outros ou quem não tem o guarda-chuva do poder ou da instituição.

Em Portugal temos corporativismos de branqueamento da corrupção onde cada grupo lava a sua roupa suja mas sempre no tanque do outro! A culpa justifica-se com a culpa e consegue viver bem da culpa alheia.

O governo geringonça fortalece o consenso que no serviço público a honestidade não entra ao serviço. Ao cidadão pertence a análise e a crítica pois dele depende a consciência nacional que fundamenta a competência para julgar o assunto, doutro modo, a competência é alienada em favor de interesses individuais e sectários.

A exigência da demissão de Rocha Andrade e dos colegas cúmplices é uma questão de ética e de civilidade e um sinal de que no país ainda há gente que não quer dar continuidade à corrupção

António da Cunha Duarte Justo

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 2016 NA POLÓNIA

Francisco I pede à juventude para interferir na vida

Por António Justo

A Jornada Mundial da Juventude 2016, de  26 a 31 de julho na Polónia, terminou com uma missa campal onde participaram 2 milhões de pessoas. Os habitantes de Cracóvia hospedaram em suas casas e em escolas, durante seis dias, mais de meio milhão de jovens peregrinos vindos de mais de 180 países.

As cinco mensagens do Papa em Cracóvia

Mensagem da mobilização: Os jovens aclamavam o papa como se fosse uma estrela pop. O Pontífice convidou-os a deixarem o “sofá da felicidade”. “A verdade é outra: queridos jovens, não viemos a este mundo para vegetar, para passá-la comodamente, para fazer da vida um sofá no qual adormecemos. Ao contrário, viemos para deixar uma marca”.

Mensagem da solidariedade com os refugiados: O Pontífice apelou aos Estados para “a prontidão para receber aqueles que fogem à guerra e à fome” e cujos direitos fundamentais foram roubados e como tal precisam da nossa solidariedade. O governo de Cracóvia não terá gostado muito destas palavras do Papa, dado, até agora, com medo a importar terrorismo, só estar disposto a receber perseguidos cristãos.

Mensagem do silêncio: A sua atitude de silêncio na visita ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau tornou o mundo atónito. As imagens do seu andar através dos areais da morte calam fundo; nele o silêncio do sofrimento peregrinava com ele como que num eco de tanta violência e injustica ainda hoje continuada. Em Auschwitz o silêncio grita! No fim do seu deambular, Francisco I escreveu no livro de visitas: “Senhor, perdoai-nos tanta crueldade”.

Mensagem da rebelião: “Queridos jovens, não viemos ao mundo para entrar em vegetação, para nos tornar confortáveis, para fazer da vida um sofá que nos embala”.” Interferi, levantai a vossa voz, não sejais enfadonhos, nenhuns Couch-Potatoes”. “Eleitos são todos aqueles que estão dispostos a partilhar a sua vida com os outros”.

Mensagem de Paz: “Não queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se família.” Deus sonha na nossa vida, em nós e connosco”. “Provavelmente, o sofá-felicidade é a paralisia silenciosa que mais nos pode arruinar; porque pouco a pouco, sem nos darmos conta, encontramo-nos adormecidos, encontramo-nos pasmados e entontecidos enquanto outros – talvez os mais vivos, mas não os melhores – decidem o futuro por nós.”

Desafio à juventude: construir uma “nova humanidade”

Numa linguagem adaptda aos jovens Francisco disse: “Confiem na memória de Deus: a sua memória não é um disco rígido que grava e arquiva todos os nossos dados, mas um coração cheio de compaixão, um que encontra alegria em apagar em nós cada traço de maldade”. “Façam download de um bom coração”. O pessimismo é “um vírus que infeta e bloqueia tudo”. O roteiro é o evangelho um verdadeiro “browser para as estradas da vida.”

 “Esta é a guerra! Não tenhamos medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra, porque perdeu a paz”.  “Uma só palavra gostaria de dizer para esclarecer. Quando falo de ‘guerra’, falo de guerra seriamente, não de ‘guerra de religiões’. Existe guerra de interesses, existe guerra pelo dinheiro, existe guerra pelos recursos da natureza, existe guerra pelo domínio”.

“As pessoas podem apelidar-vos de sonhadores, porque acreditais numa nova humanidade, uma que rejeita o ódio entre povos, uma que recusa olhar para as fronteiras como barreiras e preserva as suas tradições sem ser egocêntrico ou tacanho.”

Enquanto uns trabalham na construção de muros, os melhores trabalham na construção de pontes. A próxima Jornada Mundial da Juventude realizar-se-á no Panamá em 2019.

António da Cunha Duarte Justo

 

MANIFESTAÇÕES TURCAS NA ALEMANHA REVELAM 2 SOCIEDADES PARALELAS

Multicultura contra Intercultura – Turcos solidários com Erdoğan

Por António Justo

Em Colónia (31.07) quase 40.000 turcos participaram numa manifestação organizada pelas organizações DITIB e UETD (Organização lobby do AKP da Turquia), para apoiarem o presidente da Turquia (Erdoğan). 2.700 Polícias acompanharam a chuvosa manifestação que decorreu pacífica. Na Alemanha já tinha havido em diversas cidades manifestações pró- Erdoğan. A pretexto da multicultura afirmam-se guetos nacionalistas adversos à construcção de  uma sociedade intercultural. Esta é a plataforma para conflitos de maior envergadura no futuro.

 

A Alemanha está chocada ao presenciar tantos turcos nascidos na Alemanha a apoiarem um déspota que pretende transformar a Turquia num califado. A Alemanha já tem a experiência de um ditador de eleição democrática (Hitler) que se aproveitou da população mais simples para conduzir a nação à perdição; por isso é tão sensível ao que se passa na Turquia de Erdoğan e ao facto de associações turcas importarem para a Alemanha os problemas da Turquia.

Isto mais que a amostra dos turcos na Alemanha é a amostra da força das suas organizações e o fracasso dos esforços de integração (os valores de cunho árabe mostram-se resistentes aos valores da Constituição alemã). O comício deu-se sob o título de “Sim à democracia – Não ao golpe de Estado”! As associações DITIB e UETD (Organização lobby do AKP da Turquia), organizadoras da manifestação, no dizer de observadores críticos, entendem a luta e a denúncia como “um serviço à religião e ao país”. Levam em conta uma sociedade a preto e branco feita só de amigos e de inimigos. O Tribunal Constitucional Alemão não permitiu a transmissão em ecrã gigante de um discurso televisivo de Erdogan aos seus apoiantes em Colónia.

Um país onde “curdos, arménios e outras minorias e religiões são oprimidos”; um país onde os cristãos têm um número próprio que os identifica para serem discriminados; um país onde, depois da tentativa de golpe de 15 de Julho foram despedidos mais de 3.000 juízes e procuradores da justiça, mais de 3.000 oficiais das forças armadas, 1.389 soldados, 50.000 funcionários públicos e dezenas de jornalistas; um país onde em poucos dias também foram aprisionadas mais de 18 mil pessoas, grande parte delas por razão de suspeita e em que a denúncia e saneamento se tornaram desporto popular não pode ser suportado pela EU.

O que moverá tantos turcos a sair para a rua em manifestação Pro-Erdoğan e a apoiar quem está disposto a institucionalizar a pena de morte e se aproveita do “golpe” como pretexto para fazer o seu golpe de Estado? Porque será que, nas últimas eleições parlamentares da Turquia, o partido de Erdogan (AKP) teve maior percentagem de votantes turcos na Alemanha (60%) do que na própria Turquia?

Será este o resultado de 60 anos de integração? Erdoğan em anos anteriores já tinha dado a palavra de ordem à comunidade turca na Alemanha: “não se assimilem aqui”; a tática do poder é organizar sociedades paralelas numa esquizofrenia de lealdades. A lealdade à Turquia é mais forte que à Democracia. Isto torna-se compreensível num Estado islâmico que controla a religião e grande parte dos seus fiéis através de 600 imames (chefes de mesquitas) que envia todos os anos para a Alemanha e onde ficam, por cinco anos, ao serviço do governo turco.

A Turquia exige a livre circulação dos turcos na Europa e ameaça a EU a ter de permitir a isenção de vistos para turcos num prazo de três meses (o que significaria uma carta aberta também para refugiados turcos)! Resultado: A EU verá rescindido, mais cedo ou mais tarde, o acordo com a Turquia sobre os refugiados. O Estado turco não oferece confiança.

Há 24 anos houve na Alemanha ataques a residências de refugiados e em Mölln morreram 3 turcos numa casa incendiada por extremistas. Em Munique o povo alemão solidarizou-se com os turcos organizando uma cadeia de velas em que participaram 400.000 habitantes de Munique. A Alemanha ainda se encontra à espera da reacção muçulmana aos atentados efectuados por muçulmanos e sinais públicos de solidariedade com as vítimas. As comunidades muçulmanas ligadas a associações e mesquitas deveriam também manifestar-se publicamente para se distanciarem também com manifestações contra os atentados terroristas em nome do islão e para mostrar solidariedade com os cidadãos não muçulmanos. Doutro modo o matar inocentes em nome do islão não é compreendido como insulto ao islão pelas organizações muçulmanas.

A questão consequente que se coloca: onde vivem as associações muçulmanas, como reagem à violência que surge do seu meio?

Embora 30-40 mil turcos tenham demonstrado em Colónia entre os três milhões de turcos há muita gente turca que é moderada. Um outro aspecto a ter em conta é que Erdogan é fruto da democracia e pelos vistos os turcos querem uma democracia autoritária e problemática pelo facto de os três poderes não serem independentes. Actualmente, na Turquia, como em tempos de revoluções, facilmente se é herói ou traidor!

O secretário-geral da CDU Peter Tauber disse no Die Welt: “Quem aplaudiu a liquidação da democracia turca, não se encontra na plataforma da nossa Constituição”. (http://www.welt.de/debatte/kommentare/article157395025/Tuerken-in-Deutschland-muessen-ihre-Loyalitaet-klaeren.html)

Surgiu na discussão pública a ideia esporádica de se introduzir a opção de jovens turcos, em vez de serem possuidores da nacionalidade turca e da nacionalidade alemã, terem de se decidir aos 23 anos por uma ou por outra.

A desaprovação da violência terá de ser manifesta e combatida tanto por alemães como por muçulmanos; só assim se cria confiança, porque para se construir a paz e evitar violência e guerra não pode haver uma solidariedade só para os de dentro.

A sociedade tem uma vida colorida mas o problema é que cada grupo pinta com a sua cor. Não é conhecida a mistura das cores e por isso temos um quadro de sociedade berrante. Vivemos, cada um no seu mundo, uns ao lado dos outros, em vez de vivermos uns com os outros.

 

António da Cunha Duarte Justo

 

ATENTADO ASSASSINO NUMA IGREJA EM ROUEN EM NOME DO ISLÃO

 Política não interessada em acordos bilaterais em questões de tolerância religiosa

No momento em que celebrava a missa, Jacques Hamel de 86 anos, padre coadjutor em Saint-Etienne-du-Rouvray, Rouen, Normandia, foi degolado por dois terroristas do Daesh, segundo o método das suras do Corão ( 8:12, 47: 4). Traziam facas, uma pistola e falsos engenhos explosivos. Do altar, fizeram um sermão em árabe, que filmaram com o assassínio do padre a ser obrigado a ajoelhar. Enquanto faziam isto uma freira conseguiu fugir da Igreja e alarmar a polícia. Feriram gravemente um outro fiel no pescoço. Um atacante tinha 18 anos e era natural de Saint-Etiénne, o outro é Adel Kermich de 19 anos que tinha tentado servir o Estado Islâmico na Síria. A brigada de intervenção matou-os.
O que pretendem os terroristas

O objectivo da guerrilha na Europa é colocar pessoas e comunidades umas contra as outras. Os extremistas muçulmanos pretendem com tais actos transformar a sua luta bárbara numa luta de religiões. Se os cristãos abandonassem os princípios do evangelho e adoptassem os métodos de violência dos guerrilheiros de Alá, estes conseguiriam mobilizar também os muçulmanos moderados no sentido da sua guerra santa (Jihad). Então conseguiriam acabar com o Maomé de Meca (místico) para só fazerem valer o Maomé guerreiro de Medina.

O seu objectivo é dividir uma sociedade que no seu interior político estatal já se encontra dividida. Querem afirmar a diferença de mundos espirituais e ver legitimada a violência.
Reacções ao atentado

O Papa Francisco manifestou “dor e horror” pelo “assassinato bárbaro” e um comunicado do Vaticano declarou: “Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus”.

A reacção do bispo de Rouen ao atentado foi: “A Igreja católica não pode ter outras armas que não sejam a oração e a fraternidade entre os homens”.

O Cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência Episcopal alemã reage: “Com isto pretende-se fomentar o ódio entre as religiões… Vamos fazer frente a ele e não nos vamos juntar à atmosfera de ódio e violência”.

O presidente Hollande disse: “Estamos em guerra” contra o Daesh.

Será que só resta à população apelar a Deus?

A guerra não pode ser porém a palavra de ordem dos cristãos; guerra é o alimento da guerra. Torna-se compreensível que uma França aterrorizada tenha vontade de se vingar e naturalmente deva usar também da violência contra o terror mas não de esquecer a parte humana e a corresponsabilidade: a França e seus aliados fazem o seu negócio fornecendo os estados árabes e os grupos rebeldes com armas e eles respondem fornecendo dinheiro e assassinos.

Muitos, que não percebem o âmago da espiritualidade cristã, criticam a Igreja que ao reagir da maneira pacífica como reage se submete. A igreja não pode porém reagir da mesma maneira que reagiriam muçulmanos tradicionalistas ao ataque de uma mesquita. A sua mensagem é outra e a sua maneira de estar na sociedade também.

A tarefa da pacificação não é fácil. Querer reunir representantes cristãos com os seus homólogos islâmicos nunca se dá em pé de igualdade atendendo aos diferentes conceitos dos parceiros em relação à violência, ao governo, à sociedade e a outras religiões; para um Imame não há negociações sobre uma palavra de Deus que não pode ser interpretada. É inerente ao Islão não só uma agenda religiosa mas também uma agenda política. Não chegam palavras de respeito é preciso que sopre um outro espírito nas mesquitas com a valorização do Maomé religioso em Meca e uma interpretação histórico-crítica do Maomé guerreiro (de Medina). Então seria possível a publicação com comentários explicadores. Confundir as “revelações de Meca com as de Medina” , ou até dar primazia de orientação prática a partir das suras de Medina é democratizar a jihad como forma de vida mais que ad intra, ad extra.

A figura insegura e duvidosa de políticos

A política tem deixado também os seus cidadãos cristãos à chuva; nunca se preocupou com convenções bilaterais entre Estados em questões de tolerância religiosa. O fanatismo antirreligioso secularista procura, muitas vezes, enxovalhar o cristianismo colocando a violência expressa no islamismo como algo inerente às religiões, difamando assim as igrejas cristãs que tanto têm feito na defesa dos refugiados e para a tolerância do islão.

É de observar uma atitude de irresponsabilidade política crassa ao transmitir à população a ideia repetitiva de que o fomento da polícia, das armas e as limitações dos direitos legais dos cidadãos serão a resposta à insegurança e os garantes da estabilidade.

Enquanto a Igreja se foi despedindo do Estado, reconhecendo com a democracia o princípio evangélico da divisão de poderes (“a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”), as Organizações muçulmanas negociam com os órgãos do Estado para que lhes sejam concedidos privilégios no sentido do islão político. Muitos políticos ocidentais, como se consideram representantes do laicismo não estão interessados no estabelecimento de contratos com vínculo de reciprocidades no trato religioso entre os países europeus e os países de cultura fundamentalmente árabe. E ainda têm o cinismo de, publicamente, se admirarem do que acontece na Turquia, e calam a realidade concreta de que o Estado turco sempre segrega e discriminou os cristãos: até no cartão de identidade turco os cristãos são identificados com um número específico, para que sejam impedidos de assumir cargos públicos de grande relevância, dado um cristão ser um suspeito para o Estado.

Tanto a palavra de Deus (Corão) como as orientações de Maomé (Hadit) não são interpretadas no seu contexto histórico pelos portadores do Islão (A teologia islâmica esgota-se na jurisprudência e não reconhece a abordagem histórico-critica aos seus textos). Muitos pensam que o comportamento do terrorismo árabe é apenas uma aberração da idade média sem se interessarem pelo seu fundamento; os jihadistas sentem-se no direito porque vêem o seu agir fundamentado em orientações religiosas transmitidas e interpretadas à letra pelo facto de Deus se ter in-librado no Corão. Os seguidores do Corão à letra não são elucidados pelos imames de que muitas das revelações descritas no Corão eram feitas para justificar actos da vida privada e política de Maomé (para isso teriam de reconhecer a análise histórico-crítica do Corão e das Hadith). Esta visão é activamente fomentada pela Arábia Saudita e suas embaixadas e transportada por todo o mundo por salafistas que muitas vezes se escondem por trás de acções de distribuição gratuita do Corão. Por isso muita conversa na opinião publica ao dizer que é preciso combater a ideologia dos terroristas não notam que a sua fonte está no próprio islão que precisaria de ser reformado.

A imprensa banaliza, por vezes, actos como o de 2013 em Garbsen, Hannover, onde jovens muçulmanos queimaram a igreja protestante Willehadi, falando apenas de “agitação de gangues de jovens criminosos”.

Os interesses da ordem do dia são outros e nestas questões de terrorismo parece que o que resta ao povo será gritar a Deus!

A Atitude do padre assassinado

Assassinaram o “homem bom”, o “raio de sol do Rouen”, que tinha colocado toda a sua vida ao serviço das pessoas e da comunidade.
O último apelo do padre Jackes aos paroquianos que partiam para férias foi: “As férias são o momento para nos afastamos das nossas ocupações habituais. Mas não é um simples parênteses, além de tempo de descontração, servem também de encontro, de partilha, de convivialidade. Oremos por aqueles que têm mais necessidade, pela paz, para um melhor viver em conjunto”.
António da Cunha Duarte Justo

PORTUGUÊS DE MUNIQUE É O ROSTO DA SEGURANÇA – AMOK EM MUNIQUE – 1° ATENTADO ISLAMISTA EM ASNBACH

Por António Justo

 

O exemplo de um português a fazer carreira no Público alemão

Marcus da Glória Martins, luso-germano, porta-voz da polícia de Munique, foi considerado nos Media alemães, o rosto da segurança e da serenidade, na sexta-feira (22.07.16), dia em que o alvoroço se espalhava nas ruas de Munique e a insegurança se ia alastrando nas almas de uma Alemanha amedrontada pelo atentado (amok).

Enquanto o medo da morte corria pelas estradas de Munique e o caos se empilhava na estação do comboio, por toda a parte se via a polícia, sem pânico, empenhada na defesa do cidadão.

Neste cenário viu-se o rosto sereno e ouviu-se, a voz calma e suave do luso-descendente nas TVs a transmitir um sentimento de segurança.

O porta-voz Martins, pacato, concreto e soberano, respondia aos repórteres apontando só para os factos, objectando contra certos boatos rápidos que se espalhavam como o vento através do Facebook, Twitters  e dos Media interessados na informação apressada. Apesar de tudo, o luso-alemão, espontâneo e eloquente, não fugia às perguntas dos jornalistas, num momento difícil: o medo de que tudo poderia acontecer.

No Facebook, Marcus Martins, com a virtude da humildade e a consciência comunitária que fizeram  Portugal grande, respondeu com simplicidade, à chuva de louvores que recebia: ”Não se trata da minha pessoa. Sim, é verdade que fui o rosto. Mas o desempenho não me cabe a mim “.

O lusodescendente tem dois filhos e trabalha desde há 23 anos na polícia. Escolheu a profissão motivado pelo dinheiro mas depressa começou a ter alegria na profissão que exerce. Foi louvado também em todo o mundo pelo seu twitar durante o atentado no centro comercial Olimpia de Munique e no McDonald’s ao lado.

Glória Martins, pode ser um estímulo para muitos portugueses fazerem carreira na administração alemã e nos partidos políticos alemães!

 

O Amok de Munique

O massacre (Amok = “matar com fúria cega”, com acessos de loucura) foi preparado e executado por um germano-iraniano de 18 anos que matou 8 jovens, uma senhora e se suicidou, por fim. Executou o seu plano nas pegadas de Breivik que, cinco anos antes a 22 de julho, tinha feito 76 mortos na Noruega.

Filhos da loucura, alimentados por doutrinas loucas, matam inocentes semeando a dor nos corações de imensa gente.

Os assassinos (Amok) são pessoas que, geralmente, sofrem da falta de reconhecimento familiar e social. Ruminam a existência em torno da pergunta “Quem sou? Quem precisa de mim”. Muitos jovens não encontram resposta a estas perguntas e ao passarem por situações de estresse e de atitudes injustas, devido ao seu estado inseguro e depressivo, reagem à humilhação com a vingança. Em psicologia também uma criança que se tenha sentido o ídolo da família mas não tenha aprendido a tratar com as dificuldades também pode chegar ao suicídio.

A criminóloga Britta Bannenberg é de opinião que “os criminosos (amok) ampliam a sua auto-imagem narcisista e desvalorizam os seus semelhantes”.

Nota-se nas redes sociais e nos Media muita gente perdida à procura da culpa esquecendo que ela se encontra também debaixo da pele de cada um. A satisfação da culpa encontrada comunga muitas vezes da mesma agressão escondida, embora educada. A culpa é a dívida do remorso que aumenta a impaciência e com ela a infracção.

 

Em Ansbach  o 1° atentado suicida islâmico na Alemanha?

À beira do festival de Verão em Ansbach, na Baviera, no Domingo (24.07) deu-se a primeira tentativa de atentado suicida islâmico na Alemanha. Desta vez o criminoso é um refugiado sírio de 27 anos que vivia há dois anos na Alemanha. Não pôde entrar no areal do concerto com a sua mochila, por não ter bilhete de entrada, o que poupou a vida a muita gente. O terrorista activou o explosivos matando-se a si e ferindo 15 pessoas, três delas em estado grave.

No dizer do ministro do interior da Baviera o suicida anunciou o atentado num vídeo em nome de Alá e “Não há dúvida que se trata de um ataque terrorista de fundo islâmico e de convicção islâmica do criminoso” ; este tinha contacto com os salafistas.

O ministro do interior mostrou-se muito preocupado porque estas e outras podem levar as massas a colocar refugiados no rol de suspeita generalizada. A população cada vez tem mais medo de a política importar os problemas do Médio Oriente. A frustração contra o “estabelecimento” político cresce.

Um atentado na Alemanha tem mais consequências do que noutro país porque os partidos têm bastante “respeito” ao povo – sabem que do seu comportamento depende os votos nas eleições!

A Alemanha vive no problema entre as garantias constitucionais, leis vigentes e as exigências de um povo amedrontado que em grande parte vê a cultura de boas-vindas fracassada. Por isso cada vez se exige mais emprego de pessoal pelas instituições do Estado e um reexame de muitos casos de exilados. Os esforços da Alemanha neste sentido já se encontram desgastados, dado na Alemanha também haver muitos alemães a viver na pobreza e estes comparam-se muitas vezes com os refugiados! Não chega ter um Estado rico, é preciso ter um povo pelo menos remediado!

Este é o terceiro atentado na Alemanha numa semana; o primeiro foi em Würzburg onde um refugiado de 17 anos do Afeganistão feriu, num comboio, cinco pessoas com um machado; ele queria “matar os incrédulos „. Segundo o MMerkur.de, inquéritos mostram que, da população muçulmana jovem na Alemanha , um em cada cinco defende a aplicação  da violência na imposição do Islão.

As flores colocadas em homenagem às vítimas murcharão como as culpas atribuídas a isto ou àquilo até que surjam novas flores a testemunhar o odor da vida.

A sociedade assistirá cada vez mais a horas da violência, do medo e das lágrimas. Horas destas são gritos à vida, à misericórdia e ao amor

 

António da Cunha Duarte Justo