O CONFLITO ENTRE ISRAEL E PALESTINENSES EXPRESSA EM EXTREMO A RELAÇÃO ENTRE O MUNDO OCIDENTAL E O MUNDO ÁRABE

O conflito intercultural que mascara a inimizade milenária herdada

António Justo

O Hamas (grupo armado palestinense), começou a luta contra Israel, lançando 3.150 mísseis sobre Israel; 460 deles não atingiram Israel caindo na Faixa de Gaza.  Deste modo torna-se mais difícil apurar responsabilidades pelos mortos e estragos nesta zona. Certo fica apenas que o terror mata israelitas e palestinianos (1).

Segundo o Ministério da Saúde, em Gaza foram mortas 198 pessoas, 1.300 feridas e, além da grande devastação, houve 42.000 palestinenses da Faixa de Gaza que fugiram de suas casas. Israel destruiu 150 km do sistema de túneis palestinenses e outros locais e instalações de produção de raquetes e mísseis.  Do lado israelita houve 13 mortos, centenas de feridos e muita devastação.

Estranhamente, os media internacionais mostraram, sobretudo, os mortos e os prédios destruídos por Israel em Gaza e ignoram os mortos e os estragos feitos pelos mísseis do Hamas.

As redes sociais continuam a implementar a tradicional má vontade contra os Judeus (2). Porém, nem o cultivo da guerrilha islâmica nem a afirmação de um culto de vítima por parte do judaísmo favorecem a paz!

O embaixador israelita em Portugal afirmou no Público (21.05.2021):” infelizmente, a esquerda radical europeia transformou-se na leal companheira do Islão radical… A coligação verde e vermelha, que detém uma influência real nos media, promove a agenda de elementos radicais islamitas na Europa e faz perigar todas as fundações das sociedades livres.”

Na Alemanha, o antissemitismo aumenta de forma violenta. Por vezes tem-se a impressão que a praça pública se torna em palco onde se procuram motivos para odiar. É um facto injusto que o Estado de Israel ocupe territórios conquistados que ao abrigo do direito internacional não lhe pertencem. Atendendo, porém, à relação de conflito hostil entre as partes, territórios ocupados, como os Montes Golan (Síria), são os postos avançados da defesa estratégica da existência do Estado de Israel. De recordar que 9 milhões de habitantes de Israel se encontram rodeados de 300 milhões de árabes.

Donde vem o perigo?

Por todo o lado está presente o terrorismo islâmico ou a sua pressão. A grande ameaça à paz não será Israel, mas sim o Hamas na Palestina, a ISIS islâmica na Síria, o Hezbollah no Líbano; a Irmandade islâmica no Egipto, o Boko Haram e ramificações do Alcaida em outras zonas de África e a pressão islamista na Europa.

O conflito não terá solução, devido aos interesses estratégicos das potências internacionais e ao antagonismo entre xiitas e sunitas e à aliança da esquerda internacional com os movimentos revolucionários e terroristas muçulmanos. No terreno confrontam-se também, de um lado, os interesses árabes e, do outro, o terrorismo Jihad islâmico patrocinado especialmente pelo Irão e Turquia, povos não árabes. O conflito político-cultural entre Judeus e árabes toma a agravante islamista que alarga a inimizade a povos não árabes.

Curiosamente, “nem um só governo árabe condenou unilateralmente Israel” (HNA 22.05.2021).

Hamas é uma organização terrorista que, “em 2007, tomou o poder em Gaza por golpe militar, assassinando os seus irmãos da facção Fatah, da Autoridade Palestiniana”. A Carta do Hamas (artigo 13) é explícita:” … soluções pacíficas…estão em contradição com os princípios do movimento da resistência islâmica… Não há solução… excepto através da jihad” (Jihad = Guerra Santa: a luta dos muçulmanos para defender e difundir o Islão).

Com esta atitude e posição, a causa dos palestinenses que deveria ser tomada mais a sério, só perde, mantendo-se dúbia enquanto continuar a ser conduzida por uma organização terrorista que deste modo justifica até comportamentos injustificáveis por parte de Israel!

Perante isto, Golda Meir constatava: “se os palestinianos desistirem da guerra, a guerra acaba, se os israelitas pousarem as armas, Israel desaparece do mapa… A paz só virá quando os árabes amarem os seus filhos mais do que odeiam os nossos”. Hamas é internacionalmente tida como uma organização terrorista fascista que reproduz as políticas do Irão contra Israel. À sombra de tudo isto vive a indústria da guerra e os “capitães” civis à frente de um povo que querem transformado em suas “brigadas” ; assim o terrorismo vai vivendo à custa de conflitos.

O cessar-fogo

O acordo do cessar-fogo deveu-se às fortes perdas sofridas pelo Hamas. Israel tem um armamento sofisticado e conduz, uma guerra assimétrica contra adversários que usam civis como escudos; por seu lado, Israel  planeia os ataques de maneira, possivelmente, a não destruir mesquitas, hospitais, escolas e lares porque infringiria a lei marcial internacional e geralmente avisa antes de bombardear casas que alberguem armamento, para que a população se proteja (3).

O Conflito é intercultural

O Conflito intercultural entre a cultura ocidental e a cultura muçulmana ganha expressão simbólica no choque entre israelitas e palestinenses. Tem-se a impressão que as forças islâmicas, apoiadas sobretudo pela esquerda internacional e grupos islâmicos do Ocidente, vão ganhando terreno e adiando a história de povos na esperança que chegue o seu momento para estabelecerem um Estado policial.

O sistema tribal da guerrilha, como se observa especialmente em África, parece querer transformar-se no meio de combate mais apropriado para minar sociedades contemporâneas. Sociedades, em que a colonização histórica interna não se realizara ou fora impedida, estão hoje mais votadas à violência interna, também pelo facto de a “colonização” externa (interesses económicos e de estratégica política de potências estrangeiras) operar como factor desestabilizador apoiando grupos internos rivais (lutas pela hegemonia entre tribos ou grupos regionais)!

Israel já ofereceu por mais de dez vezes a criação de um Estado Palestino, contudo a liderança palestina, fiel ao seu programa, disse sempre que não.

Apesar da situação ser muito complexa, redes sociais e, muitos activistas solidarizam-se unilateralmente com a ‘ditadura’/ ‘terrorismo’ /’resistência’ do Hamas; isto causa estranheza tendo em conta que Israel é um país democrata e como tal aberto ao diálogo. Existe sofrimento e injustiça de ambos os lados.

A questão palestinense é demasiado complexa para poder ser reduzida a um pró ou a um contra uma das partes do conflito. Existem muitas perguntas que não podem resumir-se a uma só posição. Factos complexos tornam-se irreconhecíveis. Duas coisas estão em jogo: os interesses de Israel e os interesses do Islão.

O caminho para a paz teria que começar por pacificar as ideologias políticas e religiosas doutro modo continuaremos, de um lado e do outro, a ser promotores de guerra e não de paz.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

  • (1) https://www.dw.com/de/israel-schon-3150-raketen-aus-gaza-abgefeuert/a-57550700 relata que os grupos militantes do Hamas islâmico radical em Gaza têm pelo menos 13.000 mísseis. Os ataques de retaliação de Israel na Cidade de Gaza destruíram ruas, casas e campos de treino e edifícios do Hamas.
  • (2) Uma certa arabofilia que terá raízes num medo internalizado pelo povo europeu devido à ameaça muçulmana e à escravização de mais de um milhão de homens, mulheres e crianças pelos muçulmanos do norte de África com a sua pirataria costeira e incursões entre 1530 e 1780 (2) na europa.
  • (3) Dos 9 milhões de israelitas, dois milhões são de origem árabe e têm os mesmos direitos dos judeus, votando, ocupando cadeiras no Parlamento, na Suprema Corte, altos postos no exército…” Neste conflito, “os principais apoiantes das organizações terroristas islâmicas radicais não são árabes, mas sim a Turquia e o Irão: os Mullahs estão prontos a lutar até à última e confiam na construção da bomba atómica numa tentativa de assumirem a hegemonia na região.

 

 

SUGESTÃO QUEIXA RELATIVA A OMISSÕES NO CARTÃO DE CIDADÃO

 

 O cidadão e seus interesses só constam quando ele levanta a sua voz junto das autoridades que o representam ou que se encontram a seu serviço!

Já enviei às abaixo mencionadas autoridades a sugestão queixa. Para que as autoridades sintam que não se trata de uma questão individual seria importante lhes dirijam o texto que em baixo coloco ou um por vós composto!

Entidades e E-mails:  Provedor da Justiça:  provedor@provedor-jus.pt Os diferentes partidos parlamentares  podem ser contactados por e-mail em https://www.parlamento.pt/Paginas/contactos.aspx ; Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos E-mail: geral@cada.pt ;   Comissão Nacional de Proteção de Dados : geral@cnpd.pt

Dado tratar-se de uma falha do Estado português também poderia ser feita exposição ao provedor da Justiça europeu:

 https://www.ombudsman.europa.eu/pt/contacts 

Exemplo de texto (para simplificação bastaria colocar no e-mail o vosso nome em vez do meu).

Assunto: Sugestão Queixa

Ex.mos/as Senhores/as

Solicito a sua atenção para tomar iniciativa no sentido de reparar as insuficiências (omissões dos poderes públicos) no Cartão de Cidadão conforme abaixo exposto.

Com os melhores cumprimentos

António da Cunha Duarte Justo

Cartão de Cidadão n°. 0196708

 

CARTÃO DE CIDADÃO PORTUGUÊS COM INSUFICIÊNCIA NOS DADOS

 

Evitar os Meandros da Burocracia e um Estado farejador

 

O Cartão de Cidadão (Identidade) português não é suficiente para identificação da pessoa em muitas instituições.

Há instituições como, Bancos, Correios, fornecedores de serviços, que, na União Europeia e fora dela, não reconhecem a identificação registada no nosso cartão do cidadão. Não chega ser reconhecido como cidadão do país ou da União europeia.

Ao contrário do que é comum em cartões do cidadão (bilhetes de identidade de outros países da União Europeia), as entidades portuguesas não mencionam, no documento, a residência nem o lugar de nascimento da pessoa a identificar! Essa falha provoca a exigência de outros documentos para se identificar, o que requer maior esforço burocrático e custos adicionais. Em vez disso regista o nome dos pais.

Por outro lado, o Cartão do Cidadão não respeita as diretrizes da Constituição portuguesa nem os direitos humanos de privacidade de dados pessoais dos tempos modernos! O número de identificação fiscal, o n° da segurança social e o número de utente de saúde não deveriam figurar no Cartão de Identidade (os registos destes três dados, no mesmo cartão, são inadmissíveis noutros países da EU em que o cidadão exige das autoridades maior atenção à protrecção e ao tráfego de dados).

Isto dá-se devido ao abuso da política e ao facto de, na opinião pública, a apresentação dos dados NIF e SS juntamente com o número de identidade no cartão não incomodar o cidadão; noutros países os políticos não se atrevem a fazê-lo porque teriam o cidadão à pega.

Também, no tempo de Salazar, o nosso bilhete de identidade mostrava as nossas impressões digitais, o que noutros países europeus só era exigido para prisioneiros! Em Portugal as organizações civis independentes não estatais, defensoras dos direitos do cidadão, ainda têm pouquíssima expressão.

Numa época em que o globalismo ameaça acabar com a privacidade, o Estado deveria respeitar e proteger os seus cidadãos especialmente no que se trata de referência a dados de acesso sobre saúde (1) e identificação fiscal!

A referência da localidade, de residência e do local de nascimento no Cartão do Cidadão evitaria que portadores do Cartão de Cidadão tivessem de tirar também o passaporte (até para países da União Europeia) sempre que se exija identificação mais exata e concreta (2).

De notar que a falha referida obriga muitíssimos portugueses a terem de tirar o passaporte e a suportarem o exagerado custo de 50 euros.

António CD Justo

Notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6514

 

 

A ALEMANHA RECONHECE GENOCÍDIO NA NAMÍBIA

Compensação moral: 1,1 mil milhões de euros

Passado mais de 100 anos, após os crimes cometidos pelo poder colonial alemão no que é hoje a Namíbia, o governo alemão reconheceu as atrocidades cometidas contra os povos Herero e Nama, segundo noticiaram os jornais na Alemanha.

A Alemanha apoiará o país com 1,1 mil milhões de euros, durante os próximos 30 anos. As negociações com a Namíbia duraram seis anos.

O Império Alemão foi a potência colonial na região que é hoje a Namíbia de 1884 a 1915 e reprimiu brutalmente as revoltas.

Os historiadores acreditam que foram mortos cerca de 65.000 dos 80.000 Hereros e 10.000 dos 20.000 Nama (HNA 29.05.2021).

A compensação de 1,1 mil milhões de euros, corresponde a uma obrigação político-moral, mas não tem consequências legais ao abrigo do direito internacional (porque a convenção da ONU sobre a punição de genocídios não é aplicada retroativamente).

O Presidente Federal viajará à Namíbia e pedirá oficialmente perdão perante o Parlamento.

Pedir perdão significa assumir responsabilidade. Ao reconhecer a culpa tem de se ver também as consequências que daí vêm. No caso das conversações com a Namíbia será de se questionar se os representantes das vítimas Nama e Herero (entre 1904 e 1908 sofreram) também se assentaram à mesa das conversações. Doutro modo haverá sempre problemas!

O genocídio só foi considerado crime na ONU em 1948, devido à experiência do Holocausto.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

REFLEXÃO SOBRE A FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

António Justo

A cristandade, a seguir à celebração do Pentecostes, comemora a festa da santíssima Trindade.

“Deus uno e trino”; esta é a fórmula curta que resume a ideia central da teologia cristã: Deus Pai, o Criador de toda a realidade, o Espírito Santo, a energia divina que age em cada ser humano e na natureza e o Filho de Deus, Jesus Cristo no encontro com a pessoa e com a humanidade (1).

Deus, na santíssima Trindade, revela-se como um Deus da relação e em relação. Deus vai-se revelando a cada um e na história dos seus povos e os povos, nesta revelação e descoberta, vão-se descobrindo e definindo a si mesmos.

Deus ganha rosto em Jesus Cristo (2) …

A visão da trindade na sua pluralidade (comunidade) impede-nos de sermos tentados a tornar a “experiência de Deus” individual como absoluta. Deus não se deixa definir no intelecto nem no sentimento!  Deus permanece sempre o mistério acima da nossa imaginação, o mistério que em nós e fora de nós chama a desenvolvermo-nos (a nível individual e de comunidade) e a orientarmo-nos à maneira do que fazem os vegetais e as florestas que crescem e medram por se sentirem chamados pelo sol.

Em termos de Fé, Jesus não se deixa reduzir a uma imagem de uma figura histórica; ele torna-se no rosto de cada pessoa que o encontra; com ele somos irmãos e filhos do mesmo pai.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

 

CARTÃO DE CIDADÃO PORTUGUÊS COM INSUFICIÊNCIA NOS DADOS

Evitar os Meandros da Burocracia e um Estado farejador

O Problema: O Cartão de Cidadão (Identidade) português não é suficiente para identificação da pessoa em muitas instituições.

Há instituições como, Bancos, Correios, fornecedores de serviços, que, na União Europeia e fora dela, não reconhecem a identificação registada no nosso cartão do cidadão. Não chega ser reconhecido como cidadão do país ou da União europeia.

Ao contrário do que é comum em cartões do cidadão (bilhetes de identidade de outros países da União Europeia), as entidades portuguesas não mencionam, no documento, a residência nem o lugar de nascimento da pessoa a identificar! Essa falha provoca a exigência de outros documentos para se identificar, o que requer maior esforço burocrático e custos adicionais. Em vez disso regista o nome dos pais.

Por outro lado, o Cartão do Cidadão não respeita as diretrizes da Constituição portuguesa nem os direitos humanos de privacidade de dados pessoais dos tempos modernos! O número de identificação fiscal, o n° da segurança social e o número de utente de saúde não deveriam figurar no Cartão de Identidade (os registos destes três dados, no mesmo cartão, são inadmissíveis noutros países da EU em que o cidadão exige das autoridades maior atenção à protrecção e ao tráfego de dados).

Isto dá-se devido ao abuso da da política e ao facto de, na opinião pública, a apresentação dos dados NIF e SS juntamente com o número de identidade no cartão não incomodar o cidadão; noutros países os políticos não se atrevem a fazê-lo porque teriam o cidadão à pega.

Também, no tempo de Salazar, o nosso bilhete de identidade mostrava as nossas impressões digitais, o que noutros países europeus só era exigido para prisioneiros! Em Portugal as organizações civis independentes não estatais, defensoras dos direitos do cidadão, ainda têm pouquíssima expressão.

Numa época em que o globalismo ameaça acabar com a privacidade, o Estado deveria respeitar e proteger os seus cidadãos especialmente no que se trata de referência a dados de acesso sobre saúde (1) e identificação fiscal!

A referência da localidade, de residência e do local de nascimento no Cartão do Cidadão evitaria que portadores do Cartão de Cidadão tivessem de tirar também o passaporte (até para países da União Europeia) sempre que se exija identificação mais exata e concreta (2).

De notar que a falha referida obriga muitíssimos portugueses a terem de tirar o passaporte e a suportarem o exagerado custo de 50 euros.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

  • (1) O número de acesso a dados sobre a saúde não deveria andar ligado a dados de identificação do cidadão. Imagine-se que, num futuro, o patronato tivesse acesso a esses dados; muita gente não seria empregue atendendo ao seu currículo sanitário! Também a menção do número de contribuinte no bilhete de identidade do cidadão favorece um Estado farejador.
  • (2) Já passei por elas quando confiava no meu Cartão de Cidadão para me identificar. Uma vez tentei abrir conta num banco internacional e foi-me negado abrir conta porque os dados do Cartão de Cidadão não ofereciam credibilidade suficiente. Uma outra vez fui pedir uma máquina de aluguer a uma empresa e foi-me negada, pelo facto de o Cartão não registar a residência.