Cimeira de Bruxelas – A EU e o Euro sairão fortificados

Cimeira de Bruxelas começa hoje  em Pulgas

 

Merkel não se encontra muito preocupada com o estilo político e por isso já deixou perceber que esta cimeira não se poderá limitar a troca de meras simpatias descomprometidas. Prevêem-se rajadas fortes para a cimeira esperando-se conceitos muito concretos, porque se não os houver o tempo depois dela revelar-se-á muito tempestuoso para todos. O epicentro será a Alemanha e Franca. São os dois que determinam o estado do tempo na EU. A experiência, de terem sido arrastados por Atenas e afins, mais os empertiga agora a eles. Merkel no seu egoísmo suave quer acabar com os puros egoísmos nacionais. Não será fácil atendendo ao facto dos ingleses só verem a sua perspectiva e a dos americanos e muitos outros já sentirem a água nas orelhas. Trata-se nesta cimeira de salvar a zona euro e impedir a bancarrota de alguns Estados. Um empreendimento difícil. Para isso os chefes de governo teriam de se transformar num governo económico que impõem nos seus países o que determinam juntos. Os Estados, que, de facto, já se tornaram sombras de si mesmos, terão de delegar ainda mais poderes na EU, desmiolando ainda mais as soberanias. De facto, as nações também já não têm competência para resolverem, sozinhas, os seus problemas. Há problemas que são universais e que as ultrapassam e que lhes fogem.

Não chegará uma política de poupança se não forem dominados os mercados financeiros. Uma Agência Rating europeia já há muito deveria ter surgido. Para já bastaria, a nível de lei retirar os direitos que se concederam às Rating alheias, que defendem o seu monopólio e dos seus em favor do dólar contra um Euro forte que lhe mete medo pela concorrência fática que se tornará.

A crise foi provocada por grandes e pequenos. Muitos aproveitam-se dela hoje tal como antes dela se aproveitaram todos da abundância de dinheiro. É preciso fazer investimentos nos países fracos, doutro modo asfixiarão nas próprias dívidas. A providência social é a que mais sofre. Os direitos dos trabalhadores são reduzidos enquanto a especulação dos accionistas põe em perigo Estados e a economia de mercado social, que era um exemplo para os outros continentes.

Na Alemanha, governo e oposição engalinham-se cada vez mais. Na Alemanha fala-se do documento desenvolvido pelo presidente do conselho da EU (Herman Van Rompuy), pelo chefe da Comissão (José Manuel Barroso) e pelo presidente do Grupo Euro (Jean-Claude Juncker) como típico “saco de truques de Bruxelas”. Estes procuram adiar os mecanismos da crise contra a intenção forte de alemães e franceses de estruturar melhor a zona euro. Se as coisas corressem como o governo alemão quer a cimeira transformar-se-ia num conclave à semelhança da eleição papal, em que, depois de longas reuniões com vaporadas do fumo negro da crise, surgirá por fim o fumo branco e a frase do  habemus euro.

A Alemanha tem medo de ser desqualificada pelas agências Rating, caso a Europa não dê passos decisivos na solução da crise; quer salvar o Euro a todo o custo.

No meio destas turbulências os chefes de governo têm marginalizado os actores e o papel de Bruxelas. A intenção de rever os Tratados Europeus é muito controversa e penso que irrealista. A EU ir-se-à construindo, pragmaticamente, à margem do povo e da democracia; finalmente o povo aceitá-la-á. A crise ajudará a dar à luz os Estados Unidos da Europa.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

www.antonio-justo.eu

A Hora da Lusofonia está a chegar (1)

Assumir de novo a Bandeirância da Civilização Ocidental

António Justo

Como reacção ao meu artigo “Falta de Cultura da Europa face a outras Culturas mundiais – Europa Berço da Cultura jurídica da Humanidade” recebi, dum digníssimo professor duma universidade de Lisboa, o seguinte reparo: “Penso que, na apreciação dos três pilares europeus, lhe faltou a identificação de um quarto: o braço armado da projecção lusitana da Europa”. O Professor tem razão e motivou-me a reflectir sobre o assunto e a dedicar alguns textos ao tema, sob o meu ponto de vista.

Status quo da Situação ocidental

Se do encontro da fé de Israel, com a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico de Roma nasceu o grande projecto cultural europeu, o seu agir ganhou expressão, a nível global, no “peito ilustre Lusitano”.

Os descobrimentos são, certamente, o quarto pilar da cultura europeia, o pilar do saber de experiência feito que Portugal soube concretizar. Sagres resumiu o saber (doxia) europeu e tornou-se no lugar da ortopraxia. Portugal ao saber-se Europa descobriu-se mundo. Por isso onde se encontra hoje um lusófono lá pulsa a alma toda do mundo.

Conseguiu-o porque resistiu ao espírito oportuno do tempo indo-se assim “da lei da Morte libertando”, como bem descrevia Camões n’OS LUSÍADAS dos descobrimentos. O alemão R. Schneider, grande conhecedor da alma portuguesa, diz no seu livro “Camões / Philipe II”p.120 “nos Lusíadas não se trata apenas dum povo, mas sim da Humanidade”. Sim, da humanidade que actuava no Portugal de então. Camões canta a alma portuguesa (ainda inteira) que, não se deixando levar pelas lutas/modas de reforma particularistas de então, manteve a visão filosófica cristã global da humanidade, cultivada à sombra das ordens na tradição de Carlos Magno, longe dos interesses meramente individualistas.

Portugal foi outrora o primeiro a expressar e a realizar o sentir e a pujança do ser europeu tal como hoje é o primeiro a expressar a sua fraqueza. Hoje como então Portugal é o palco de pontos altos da mudança. Outrora virada para o exterior e hoje de volta, para depois da crise moral e cultural se encontrar.

A Europa medieval, aquela velha árvore que depois de ter estendido as suas raízes às diferentes civilizações até então vividas, floresceu no Renascimento. Desta florescência surgiu o ramo protestante, que começa a afirmar mais o valor do indivíduo, do eu (factor emancipador, a individuação) enquanto o catolicismo continuou a acentuar mais o valor da comunidade. Dois polos necessários, na vida social, que se encontram hoje em radical conflito. De facto, a Idade Média, que é mãe, comunidade, é nós, deu à luz o eu (individuação). Este ao tomar forma no movimento emancipatório protestante sente a necessidade de se afirmar contra a mãe. Mãe e filho afastam-se. Hoje temos uma europa de filhotes sem mãe, que se extenuam no seu cacarejar e na contemplação das próprias penas. A Europa ao combater a maternidade torna-se infecunda e assim sofre o mundo todo. Não suportamos a diferença nem a coexistência de extremos, num condicionalismo de reduzir e simplificar tudo a dimensões uniformes e rectilíneas.

O ressentimento dos deuses germânicos contra Roma, no Renascimento, deu lugar ao desejo de liberdade que se fora articulando através da Idade Média e culminou na ruptura protestante com Roma. Assim se iniciam grandes convulsões religioso-político-sociais, e surge um novo sentir da vida, uma nova ordem económica, o capitalismo. A Europa rejuvenesce e transforma-se na procura de diferenciação e emancipação. A vertente protestante culminou no iluminismo, na proclamação da constituição dos USA e depois na revolução francesa e no enfraquecimento das monarquias. Esta importante vertente do desenvolvimento da Europa afirma o eu (a individuação) recalcando o espírito comunitário, o nós. Se na Idade Média a consciência individual ainda vivia em parte sob o manto da letargia institucional (nós à custa do eu) com o movimento emancipatório que ganhou forma no protestantismo começa-se a afirmar o eu (indivíduo) à custa do nós (comunidade). (Este movimento, encontra, actualmente, o seu extremo macabro no capitalismo liberal que reduz a pessoa a ego mercantil e transforma a essência do ego numa metafísica de consumo deixando o ser humano cada vez mais só no deserto do seu egoísmo.)

Com os descobrimentos, enquanto na Europa os países se ocupavam consigo mesmos, Portugal já adulto (numa Europa ainda adolescente) assume em plenitude a mundivisão católica e burguesa, aliando-a ao desejo do novo e do “saber de experiência feito”. Portugal precoce realiza o ideário europeu que florescia então nos jardins da Lusitânia. A Europa alcança, através das viagens portuguesas (descobrimentos), um novo panorama do mundo. Este em vez de afinar os espíritos do sentir universal deu lugar à afirmação dos egoísmos nacionais e ao instinto colonizador. Em vez do sentimento do nós católico e universal temperado pelo outro polo, o protestantismo, apenas este encontra expressão na afirmação particular seja a nível estrutural seja a nível individual. A Europa afirma-se na divisão, o norte contra o sul, o politeísmo contra o monoteísmo mitigado. O mundo, à imagem da Europa, afirma-se então na divisão e no contraste em vez de integrar os polos contrários como pretendia o eclectismo complementar da alma portuguesa expresso pela ínclita geração. O despertar dos individualismos nacionais leva à afirmação do particular sobre o comum. Impõe-se a ganância à curiosidade, projecta-se a puberdade contra a maturidade. Os deuses do norte vingam-se contra os do sul. O politeísmo intelectual e político, então iniciado, tudo justifica, restabelece a mentalidade bárbara, não reconhece pai nem mãe, chega-lhe o bordel.

Chegamos a um ponto de puberdade negadora duma tradição que lhe deu o ser e que é levianamente negada por uma sua parte. Esta não está consciente de que a negação provém da acentuação exagerada do outro polo que constitui a sua afirmação, o seu ideário. Entretanto o espírito emancipatório acentuou-se de tal modo que reprimiu o aspecto comunitário, só quer machos, a feminidade/maternidade constitui obstáculo ou é sufocada pelas estruturas vigentes, demasiado masculinas. Quer-se uma sociedade sem comunidade, querem-se filhos sem mãe. O ressentimento que hoje se expressa contra instituições, especialmente contra a EU, contra a Igreja católica, é o mais visível sintoma dum individualismo exacerbado que não conhece pai. O politeísmo da opinião não suporta a procura da verdade no sentido da unidade, circula em torno de si mesmo sem conhecer o sentido linear ascendente da evolução natural, individual e cultural.

A crise actual é uma crise cultural e moral duma civilização que perdeu o seu ideário; é o resultado da acentuação do eu contra o nós, do objecto contra o sujeito. Socialismo e capitalismo sofrem do mesmo vírus epocal. Todo o mundo sofre em consequência da crise espiritual europeia que vendeu a alma ao Mamon para continuar a afirmar o seu polo individualista. O capitalismo exagerado machista foi-se afirmando à custa da comunidade até ao extremo de hoje se afirmar contra ela, não tendo escrúpulos em destruir os próprios Estados.

Os países lusófonos, em vez de assumirem a nova mudança de consciência individual e histórica deixam-se destruir, sem tecto metafísico, seguindo sem reflexão própria os novos deuses e cultos que, de maneira anónima, em nome da emancipação se afirmam contra uma comunidade que albergue todos na complementaridade. A lusofonia, para assumir a bandeirância do progresso, tal como o Portugal de outrora, terá de descobrir-se a si mesma e de consciencializar-se e assumir o tecto metafísico que dê consistência à sua acção.

Outrora, enquanto os povos da Europa combatiam pela definição de suas identidades políticas, Portugal, que já tinha encontrado a sua identidade nacional, pôde dedicar-se à tarefa original de levar ao mundo o espírito europeu. A bandeirância que fez nascer Portugal é a mesma que o torna adulto e o leva à expansão. A revolução axilar do renascimento que explode por um lado no protestantismo na procura duma individualidade que se expressa no capitalismo e no espírito cívico, afirma, por outro lado, o seu carácter global (católico – aspecto comunitário) na continuidade espiritual da escola de Sagres.

Hoje encontramo-nos numa época axiomática da História na qual a crise não é só de ordem estrutural/mental mas espiritual. Os fundamentos que deram origem à grande árvore da civilização ocidental são descurados e as suas raízes sistematicamente amputadas. Em vez de nos preocuparmos com o que deu vida a esta árvore, serramos nela o próprio ramo em que nos encontramos. Depois da insónia desta crise surgirá porém o sonho que renovará o mundo; até lá os ventos da contradição continuarão a destruir pontos altos da nossa civilização.

Ao ressentimento dos deuses germânicos, com o seu espírito capitalista, sucede-se agora o ressentimento socialista aliado à derrocada dum capitalismo liberal injusto que, como um polvo, procura abrir os seus tentáculos num globalismo aniquilador de nações. Junta-se a feiura do turbo-capitalismo à fealdade do comunismo materialista na tarefa de reduzirem as estruturas de Estado a seus veículos de ideologia trituradora da pessoa.

O mito da Europa como vaca degenera-a agora em touro de cobrição. Como um touro de olhos fechados sai do curro ocidental para dominar o mundo, destruindo a cultura que lhe deu o ser, não respeitando os ecossistemas culturais. É verdade que as “constelações postnacionais” de que fala o filósofo alemão Habermas já não podem resolver os seus problemas sozinhas pressupondo isto o abandono de individualismos nacionais e culturais mas sob o tecto metafísico civilizacional que lhes deu o ser.

Se o desejo de individuação, no renascimento, deu lugar à “monolatria” protestante, o modernismo volta ao politeísmo anterior à civilização. Deixou-se de considerar o mundo como um conjunto de ecossistemas sociais com as suas leis e ordem inerente para os transformar em biótopos individualistas em que as divindades se sobrepõem umas às outras tornando notórias as fracturas a nível ideário, estrutural e pessoal. A nível ideário e cultural assiste-se à batalha do politeísmo contra o monoteísmo. Se o conflito surgido do renascimento (dois modelos de vida sob o mesmo teto metafísico) era expressão da força dum sistema e duma vivência, a crise a que assistimos hoje revela-se decadente (sem sentido, destroem-se modelos à margem dum ideário colectivo que justifique tal actuação). O saber deu lugar à opinião fundada em castelos no ar. A nação deu lugar a estados à mercê de mercenários que em nome duma europa mal-entendida se afirmam. Estes, para se sentirem mais à vontade mandaram a cultura ocidental para rua sem qualquer guardachuva espiritual. Resultado: chuva ácida nos biótopos naturais e nos ecossistemas culturais.

O capitalismo e o socialismo, dois filhos pródigos do cristianismo, depois de terem provocado grandes buracos no ecossistema espiritual ocidental, parecem, não querer voltar à velha casa paterna onde, juntos, a poderiam renovar, engrandecer e projectar. Preferem seguir o poder da monocultura masculina islâmica e a desorientação do politeísmo oriental. Nestas, o indivíduo encontra-se indefeso, à chuva, e sem privacidade com a própria divindade. Desprotegido e desalojado dos ecossistemas sociais, fica mais disponível para o mercado e aberto a ideologias baratas e a uma oligarquia anónima mundial.

Enquanto o espírito europeu envelhece, no Brasil e nos países da lusofonia, a antiga vontade poderia erguer-se. A lusofonia surge como lugar duma nova missão no mundo. Nela se podem congregar os anseios do velho Portugal com as ânsias das novas gerações. Como parte do legado, visto da perspectiva portuguesa temos o espírito universal católico, e os escritos de Camões, de António Lopes Vieira,  de Fernando Pessoa, etc. Não chega apostar apenas em ideologias, estas passam como os ventos entre a alta e a baixa pressão, é preciso ter-se presente o eixo que tudo suporta e dá continuidade a quem conta com o futuro; para os lusófonos, este eixo é o cristianismo com a sua perspectiva mística do triálogo. A filosofia e a espiritualidade cristãs terão de, num processo de aculturação e inculturação, se tornar num verdadeiro tecto metafísico do mundo da lusofonia. Neste sentido será necessário manter o modelo católico calibrado com o espírito protestante. A bandeirância outrora assumida por Portugal na Europa espera por ser assumida e renovada por todos os países da lusofonia. A nova bandeirância já não será de carácter expansionista para o exterior mas para o interior, da quantidade para a qualidade num espírito integrativo e de complementação num processo de integração de espírito e matéria, de ecologia e tecnologia. A força em toda a natureza vem de dentro para fora muito embora seguindo o chamamento da luz; o mesmo se diga dos ecossistemas culturais e dos seus biótopos humanos. Não podemos continuar a cultivar árvores repelindo a floresta.

No passado dominou o princípio dialéctico (um sistema de pensamento redutor elaborado na contradição/dissecação) como princípio de pensamento e da realidade que se reflecte na nossa maneira de organizar a sociedade e a vida individual numa espécie de dicotomia entre indivíduo e sociedade, superior/inferior, sujeito/objecto. O novo pensar será trinitário equacionando o problema dos contrastes num triângulo circular ascendente. Numa cadeia de relações infinitas dum contínuo tornar-se, num processo espiral ascendente que transcende o espaço e o tempo na dinâmica da união que se não limita a um estado momentâneo mas se expressa na sua dinâmica relacional, numa nova Realidade que engloba o real aparente despetreficando-o para um estado fluido, para lá do momento e das amarras da definição que são o espaço e o tempo. A relação torna-se então processo pessoal e não estado, deixando de ser objectivável no todo e no particular. A Realidade desinforma-se para se consciencializar do ser in do processo in-formar. Então a relação torna-se pessoal, é tornar-se, essência relacional; o in (do in-formar antes e depois da forma numa dinâmica de pai-filho-paráclito) da a-perspectividade resolve a aparente contradição matéria-espírito, indivíduo-sociedade, eu-tu, na dimensão da vivência superadora da alternativa através do paráclito. O indivíduo passa a ser pessoa e a sociedade a ser comunidade. Nós só exercitamos a perspectiva funcional da relação e por isso petralizamo-la numa ou noutra identidade. Em Jesus cristo exclui-se a exclusão mútua de matéria e de espírito. Nele (JC) torna-se visível uma unidade dinâmica do tornar-se da petrificação (J) e do fluido (C); a relação duma com a outra possibilita-se num processo de mudança concretizado na relação pura (o paráclito). Aqui dá-se já não um progresso quantitativo (estados), negador do anterior ou afirmador do posterior, mas uma dinâmica da relação pessoal (de ipseidade) em que o outro participa do espírito comum a toda a realidade em relação. A base constante é a divindade subjacente a tudo, a todos comum, num processo universal sem funções dado a relação ser pessoal num eterno tornar-se (“eu sou o tornar-se”, dizia Deus a Moisés) para lá do acontecer. A oposição dialéctica do eu/tu, eu/objecto resolve-se na realidade trinitária dum eu-tu-nós. Passamos a não ter apenas o diálogo como o contrário do monólogo, como relaç1bo entre objectos, mas o triálogo como integrador do diálogo, do monólogo e do “objecto” num processo de sujeito-sujeito. A dialéctica passa a ser integrada como momento do processo e a não ser vista como realidade ou espelho da mesma. Isto tem como consequência uma outra forma de vida e de estar superadora duma pedagogia, duma política e duma economia meramente objectivadora.

Uma nova filosofia da vivência e de Estado pressuporá a união da filosofia com a mística, uma aplicação prática da filosofia trinitária.

A Hora da lusofonia está a chegar, precisam-se faróis por todo o espaço lusófono. Para isso terá de coadjuvar-se modernidade e tradição, maternidade e filiação, o indivíduo passar a ser pessoa e a sociedade a ser comunidade. “O espírito do mundo desce ao Brasil e abandona a América iankye. A China cairá brevemente com a sua crise demográfica e é preciso preparar a Lusa- áfrica pela mobilização do Brasil”, confessava-me o amigo. (continua)

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo, Pedagogo e Jornalista

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Índice de Corrupção nos Países lusófonos e no Mundo

Angola ocupa o pior lugar dos lusófonos, no 168.º lugar

A Organização não-governamental Transparência Internacional (TI), com sede em Berlim publicou agora os resultados das suas investigações. No Índice da Percepção da Corrupção 2011 que avalia 183 países e territórios, numa escala ascendente de corrupção, Portugal ocupa o lugar 32. Dos países lusófonos segue-se-lhe Cabo Verde no 41.° lugar; Cabo Verde ficou no 45.° lugar; Brasil no 73.º lugar; Moçambique ficou na 120.° lugar;  a Guiné-Bissau encontra-se entre os mais corruptos no 154.º lugar; São Tomé e Príncipe está na 100.° lugar. Angola ocupa o pior lugar dos lusófonos, no 168.º lugar. Os mais corruptos são a Somália, Coreia do Norte, Myanmar e Afeganistão. Os mais exemplares são a Nova Zelândia, a Dinamarca e a Finlândia.

Escala ascendente dos países menos corruptos para os mais corruptos:
1.Nova Zelândia; 2. Dinamarca; 3. Finlândia; 4. Suécia; 5. Singapura; 6. Noruega; 7. Holanda; 8. Austrália; 9.Suíça; 10. Canadá; 11. Luxemburgo; 12. Hong-Kong; 13. Alemanha; 14. Japão; 15. Áustria; 16. Barbados; 17. Reino Unido; 18.Bélgica; 19. Irlanda; 20. Bahamas; 21.Chile; 22. Quatar; 23. EUA; 24.França; 25. Santa Lúcia; 26 Uruguai; 27. EAU; 28. Estónia; 29. Chipre; 30. Espanha; 31. Botswana; 32. Portugal; 33. Taiwan… 41. Cabo Verde… 73. Brasil… 80. Grécia… 100. S. Tomé e Príncipe… 120. Moçambique… 154. Guiné-Bissau… 168. Angola… 182. Coreia do Norte e Somália (últimos lugares).
O índice de corrupção de Portugal é de 6,1, numa escala de 1 a 10.

Estes dados são recolhidos por 13 organizações com base em 17 fontes de informação.

Carta aberta ao Senhor Ministro Dr. Paulo Portas e aos Senhores Deputados – Frankfurt é Símbolo e Programa e o Vice-consulado de Portugal também


Frankfurt – a Capital financeira e económica da Europa – é Símbolo e Programa

 

Com conhecimento a suas excelências

O Presidente da República

O Primeiro-ministro

O Ministro das Finanças

 

Conselho Consultivo junto do Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt

Zeppelinallee 15, 60325 Frankfurt am Main

C/o António da Cunha Duarte Justo

Porta-voz do Conselho Consultivo

Tel.: 00049 561 407783,

E-mail: a.c.justo@unitybox.de                                          2 de Dezembro de 2011

 

Excelência,

A reestruturação da Rede Consular Portuguesa levada a cabo pelo PS em 2009 foi “cega” e a reestruturação, em via, revela-se também incoerente e injusta. Frankfurt está a ser vítima de algo irracional: o governo PS despromoveu Frankfurt para Vice-consulado para promover o escritório consular de Osnabrueck a Vice-consulado e agora o governo PSD/CDS-PP quer encerrar os dois. Foi esquecido que Frankfurt – a Capital financeira e económica da Europa – é Símbolo e Programa.

 

Uma reestruturação de envergadura implicaria um novo perfil de diplomata, uma redefinição de hierarquia e de estratégia de intervenção operacional e uma delegação de poderes não tão condicionada a modelos tradicionais jurídicos anteriores à União Europeia. Um novo organigrama das instituições e uma redefinição de serviços bem como órgãos de controlo isentos exigem mais tempo para concretização. O tempo de postos feudais necessita de ser questionado para começar a fazer parte do passado. O mesmo se diga quanto às organizações de reivindicação sindical.

 

A escala de poderes e de competências, nem sempre coincidentes, pressupõe um fio condutor que concilie o ideário de Estado e a sua acção numa interligação hierárquica de serviço e eficiência com órgãos de controlo exteriores ao poder executivo.

 

A indigência em que Portugal se encontra poderá levar a uma remodelação na hora, em cima dos joelhos.

 

A desconsideração por Frankfurt será tomada como símbolo de negligência da economia portuguesa e base de desmotivação para jovens portugueses de espírito inovador que lutam também por um Portugal respeitado e eficiente. Portugal não pode continuar a viver só da sua imagem. A dignidade do próprio Estado a ser representada e a eficiência de serviços ao serem aferidas às novas exigências de modernização não podem emperrar nas barreiras duma burocratização técnica de subalternização e de mero economicismo. Urge substituir títulos pomposos e maneirismos por conteúdos e competências humanas e técnicas com base na funcionalidade, operacionalidade e transparência.

 

Quando os políticos falam em manter presenças consulares, isso não ajudará nem o país nem os utentes, pois poderá tratar-se de um serviço meramente documental limitando-se a pouco mais do que a emissões de cartões de cidadão ou passaportes, que qualquer cidadão que se desloque a Portugal poderá ali tratar. O serviço consular é muito mais que isso. Onde fica a parte humana e onde ficam as intenções de diplomacia económica tão apregoadas pelo senhor ministro? Se algo houvesse a alterar relativamente à Alemanha, seria despromover consulados e consulados-gerais, racionalizar custos de instalações e pessoal.

 

Frankfurt é a capital não só financeira como também económica da Europa e, a justificar isso está o facto de ser Frankfurt onde estão o maior número de consulados estrangeiros. O vice-consulado de Frankfurt serve também 30.000 portugueses em três Estados federados na Alemanha: Hessen, Renânia-Palatinado e Sarre. O número de actos consulares de Frankfurt aumentou ultimamente mais de 30%.

 

Frankfurt preenche todos os objectivos conhecidos a que o senhor ministro se propõe nesta reestruturação, tal como prestar um bom serviço às comunidades emigrantes que consequentemente enviam as suas economias para o país.

 

Pretende-se passar o VC Frankfurt para a jurisdição de Estugarda, uma cidade de província, comparada com Frankfurt. Naquela cidade há apenas 12 consulados-gerais (incluindo o de Portugal), bem como 45 consulados honorários e 12 consulados. Em Frankfurt há 50 consulados-gerais, 45 consulados honorários, 6 consulados e um vice-consulado (o português). A lógica da governação portuguesa parece andar ao contrário da lógica dos outros. Será que os decisores do nosso país são mais espertos que os dos restantes 44? Não contando com todos os outros consulados aqui radicados que são mais de 100. Quanto a Estugarda o senhor cônsul-geral está para atingir a idade de reforma, podendo também aqui poupar-se um posto de cônsul.

 

Também relativamente à evolução do comércio externo de Portugal, Frankfurt será crucial para o investimento estrangeiro e para a sede das empresas portuguesas (a economia de Hessen cresceu no 1º semestre deste ano 4,3%). É em Frankfurt que está sediada a Federação dos Empresários Portugueses na Alemanha (um diálogo com o seu presidente poderia criar condições de instalações consulares vantajosas), as feiras, o Banco Central Europeu e tudo o mais que já se tem vindo a argumentar.

 

Alguém acha que há cidade na Europa estrategicamente mais importante que Frankfurt, excluindo as capitais? Só a palavra “Frankfurt” é programa e dá resposta a todos os critérios.

 

Uma forma adequada e justa de resolver o problema seria reparar o erro cometido em 2009. Naturalmente que cônsules, conselheiros e embaixadores deveriam ser medidos pelo que produzem e não apenas pelo cargo que tudo parece justificar.

 

Há alternativas ao encerramento de Vice-consulados: Despromover consulados e consulados-gerais para Vice-consulados; controlar a produtividade dos postos consulares, comparar as estatísticas dos actos consulares entre eles, poupar nas instalações (é escandaloso o que Portugal paga de renda por mês pelas instalações em Berlim – segundo consta cerca de 60.000 euros mensais, só pelas instalações), poupar no pessoal superior e substituí-lo por pessoal médio. Em Frankfurt os custos de arrendamento podiam ser reduzidos para metade.

 

Outras razões, que não as de poupança e de racionalização, levam ao fecho do Vice-Consulado de Frankfurt. O Senhor Ministro Paulo Portas e o Senhor Secretário de Estado José Cesário estão a ser mal-informados.

 

O encerramento de Frankfurt e de Osnabrück não fecham por razões económicas, porque, com uma gestão mais racional, quase se suportariam a si mesmos. Para isso seria necessário também actualizar a tabela de emolumentos consulares de uma forma justa. Neste momento há actos que exigem dos funcionários várias horas de trabalho e não custam nada ao cliente. Por exemplo o reconhecimento das sentenças de divórcio e respectivos averbamentos aos registos de nacimento dos utentes! As certidões de nascimento e casamento em Portugal custam 20 euros. Na tabela consular continuam a custar 16,50 euros.

 

O senhor ministro disse no parlamento que, com os encerramentos, consegue poupar na rede diplomática 12 milhões de euros em 2012. Em vista ao que se poderia poupar nas instalações e administrações portuguesas, a quota-parte de poupança na Alemanha ainda parece pouca, em relação ao que se poderia poupar se se apostasse numa poupança racional e no trabalho produtivo. Uma opção neste sentido manteria certamente Frankfurt. Na Alemanha poupa-se nos pobres para deixar os grandes viver à grande e à francesa! Nestes, nos diplomatas que custam ao erário público 12 a 20 mil euros por mês, é que se deveria poupar mais. Reduzam-se imediatamente os subsídios mensais de representação e de residência em 50%. 7.000 Euros de subsídio de representação mensal para um senhor cônsul é um escândalo, não falando já do subsídio de residência. Para uma remodelação de poupança inicial bastaria uma despromoção de cargos em favor de trabalhadores de actividades produtivas e controladas.

 

Não dá para acreditar que o senhor ministro Dr. Paulo Portas encontre razões sérias para encerrar o Vice-consulado dum lugar estratégico e único como o de Frankfurt. O “lobby” dos diplomatas está a vencer mais uma vez e o senhor ministro a perder e Portugal a perder também. A reestruturação, no caso da Alemanha, longe de se revelar como uma reestruturação por motivos económicos, ao proceder à extinção dos dois vice-consulados (Frankfurt e Osnabrueck) manifesta-se arbitrária extinguindo vice-consulados quando estes fazem praticamente o mesmo que um Consulado-Geral e custando metade deste; nos consulados e embaixadas poder-se-ia poupar a parte do leão em dinheiro.

 

O senhor ministro está a ser mal informado sobre a importância do Consulado em Frankfurt e a ser levado pela grande força que são os diplomatas de carreira (cônsules e embaixadores), e certamente pela burocracia da Direcção dos Serviços Consulares, numa tentativa de defenderem postos de trabalho superiores contra postos de trabalho dos trabalhadores consulares. Certamente deixou-se também, na fase inicial, impressionar pelo sindicato das embaixadas e consulados que só saltou para a arena no momento em que viu o vice-consulado de Osnabrueck ameaçado.

 

Hamburgo, que tem apenas 8.000 portugueses, tem um cônsul, um vice-cônsul e ainda outro funcionário superior está a ser poupado. Porque não reduzir, entre outros, também Estugarda a Vice-consulado, porque não se racionaliza o pessoal da Embaixada e os gastos com o imóvel? Porque não se alarga a zona de atendimento do VC de Frankfurt ao norte da vizinha Baviera? Não se justifica mais que um único Consulado-Geral por país.

 

No final da manifestação de 5 de Novembro contra o encerramento do VC de Frankfurt, alguns manifestantes sugeriram novas formas de protesto, formas mais espectaculares, tais como, ocupação simbólica do vice-consulado, manifestações em cadeia à frente do Vice-Consulado, assumidas rotativamente pelas associações. Recolhemos quatro mil e tal assinaturas contra o encerramento, que aguardam audiência para entrega à Presidência da República.

 

Senhor Ministro, seria mal continuar a tradição de poupar no pessoal barato para continuar a gastar no pessoal de luxo que para lá de algumas espertezas quase só deixa despesas. A dignidade dum país prova-se na capacidade de trabalho e na justiça social; a dignidade mais que ser representada, precisa de ser vivida.

 

A decisão de encerramento, a ser levada avante, deixaria uma grande amargura na população e uma dúvida da racionalidade da gestão portuguesa. Num futuro próximo o governo teria de rever a sua posição.

 

António da Cunha Duarte Justo
Porta-Voz do Conselho Consultivo do Vice-Consulado de Frankfurt

Carta aberta ao Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros Dr. Paulo Portas

Na Manifestação de 5.11.2011 em Frankfurt contra o encerramento do Vice-Consulado  estiveram presentes cerca de mil manifestantes. Esta manifestação foi organizada e orientada pelo Conselho Consultivo do Vice-Consulado.

Do rescaldo da intenção ministerial anunciada contra a manutenção do Vice-Consulado, apresento a voz de um advogado luso-alemão, com escritório na cidade de Frankfurt am Main, manifestada na sua carta aberta ao Exmo. Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (com conhecimento a vários outros governantes):


„RODRIGUES-TRNINIC-NAPOLETANI

RECHTSANWÄLTE IN KOOPERATION



Rechtsanwälte:

Miguel Rodrigues
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Frankfurt am Main, 07 de Novembro de 2011



Exmo. Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Paulo Sacadura Cabral Portas,



Tomei conhecimento do eventual encerramento do Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt am Main. Por me considerar um cidadão responsável de um país, que por uma ou outra razão, ou várias, atravessa, actualmente, uma enorme crise a vários níveis, e que necessita do esforço e da colaboração de todos os seus cidadãos, permito-me levar à consideração de Vossa Excelência o seguinte:


Sou um advogado luso-alemão, representante da Ordem de Advogados de Frankfurt am Main e responsável pela relações internacionais, com escritório nesta cosmopolita cidade e, porque tomei conhecimento da eventual possibilidade do encerramento da única representação portuguesa, nesta zona de tão vital importância para Portugal, não poderia deixar de ser minha preocupação tentar defender os interesses dos meus concidadãos e, consequentemente, os interesses do meu país, que, penso, também se desenrolam, sob uma ou outra perspectiva, nesta cidade, “capital” financeira da Europa, sede do Banco Central Europeu, cidade berço do maior e mais movimentado, aeroporto internacional da Europa, por onde passam muitos dos nossos políticos, governantes, bem como pessoas de negócios. Sinto que devo referir também o enorme número de firmas e cidadãos estrangeiros que usam os serviços prestados pela referida missão consular.


Nesta perspectiva, recentemente, por minha iniciativa, foi assinado em Lisboa um acordo de cooperação entre a Ordem de Advogados de Frankfurt am Main e a Ordem de Advogados de Portugal. O referido acordo foi assinado, na minha presença, no passado dia 16 de Setembro de 2011, pelo Bastonário Português, Dr. Marinho Pinto e pelo Presidente da Ordem Alemã acima mencionada, Prof. Dr. Dr. Dr. Lutz Simon, que é, simultaneamente, Vice-Presidente da Ordem de Advogados Europeia.


Referi esta iniciativa, com a única e exclusiva intenção de demonstrar a seriedade das minhas afirmações, no que se refere ao meu dever cívico na defesa dos interesses do meu país e na sua projecção a nível internacional.


Actualmente encontro-me a estabelecer uma série de contactos comerciais com firmas alemãs no sentido de estimular o investimento em Portugal. A economia do Estado Federado de Hessen cresceu 4,3% no último semestre, o que nos leva a crer que poderemos encontrar aqui um potencial mercado para a continuidade da internacionalização das empresas portuguesas, bem como um motor para o incremento das exportações de produtos portugueses ou, até, para investimentos através de firmas alemãs em Portugal.

Ao mesmo tempo, permita-me, Senhor Ministro, relembrar que não devemos esquecer que é na cidade de Frankfurt onde se realizam as maiores feiras internacionais (por ex. feira do livro, do automóvel, dos têxteis, do Ambiente, etc.), onde as empresas portuguesas estão também representadas, conduzindo, obviamente, à expansão do mercado português.


Seria um erro – talvez fatal!! -, se fossem ignoradas as razões que  levam a que nesta cidade existam 104 consulados!!!!

Não é, certamente, por acaso, Senhor Ministro!!


Devo, também, salientar que diversas empresas alemãs e portuguesas, minhas clientes, com negócios em Portugal, recorrem muitas vezes aos serviços do Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt, para ali serem elaboradas procurações e outros documentos ou até para esclarecimento de dúvidas, quer seja de índole comercial ou turística.


Encerrar os serviços significaria, inevitavelmente, irritar investidores, o que poderia levar a que se questionasse, como consequência, a eficiência dos nossos serviços. Assim o creio e assim o manifesto, na esperança de que o meu alerta seja ouvido!!


Outro aspecto a ter em consideração é que, através dos meus clientes portugueses, constatei também um grande aumento do fluxo migratório para esta região. Trata-se de pessoas que não falam alemão, idioma com um grau de dificuldade sobejamente conhecido!

Parece-me de todo essencial, que estes novos trabalhadores, potenciais remetentes de divisas para Portugal, não sejam abandonados pelo país que querem ajudar a recuperar e a sair da crise! O sentido da nacionalidade torna-se mais forte fora do País!


Excelência,

Espero ter sido só mais uma das pessoas com o “ENGENHO E A ARTE” de tornar bem claro, que o encerramento do Vice-Consulado significará uma acentuada perda para a economia portuguesa e uma enorme desmotivação para jovens portugueses empreendedores, – aos quais penso pertencer! -, que lutam no estrangeiro para a projecção de um Portugal moderno, justo, eficiente, competitivo e respeitado!!


Acrescento ainda que, nas várias vezes que me desloco ao referido Vice-Consulado para tratar de assuntos de clientes, verifico sempre uma grande afluência de público, o que indicia que ali são resolvidos muitos problemas e praticado um elevado número de actos consulares, o que já justificaria o não encerramento destes serviços. Aonde terá que se deslocar todo este volume de utentes, caso a missão venha a ser encerrada?


Como “vale mais prevenir do que remediar”, sou da opinião que o esforço que o Governo fizer para manter o Vice-Consulado de Portugal em Frankfurt em pleno funcionamento, aproveitando devidamente as estruturas para questões económicas, será largamente compensado através do possível investimento alemão em Portugal e do envio das remessas dos mais de 25.000 portugueses residentes nesta área consular.


Além disso, Sr. Ministro, Dr. Paulo Portas, permito-me questionar se não haverá outras medidas de poupança na República Federal da Alemanha que viabilizem financeiramente manter o Vice-Consulado aberto.


Posto isto, e sabendo do seu peculiar bom senso, espero/desejo que o Senhor Ministro pondere a decisão relativa ao encerramento, pois, afinal, também é necessário tratar do bem-estar psicológico e afectivo da população portuguesa residente no estrangeiro, condição “sine qua non” para que este povo continue a ser produtivo, defendendo o bom nome de Portugal pelos cinco continentes e se sinta verdadeiramente unido e com identidade própria.



Com os meus melhores e respeitosos cumprimentos,”


Senhor Ministro, aqui fica mais este apelo, no sentido de se encontrar uma solução mais comprometedora de todas as partes. Espera-se justiça e equidade na distribuição das cargas a serem suportadas

António Justo

www.antonio-justo.eu