Crianças Vítimas


A Sociedade Machista e Sexista não suporta Mães nem Pais

Na Alemanha, especialmente na zona da antiga Alemanha democrática têm-se amontoado os casos de assassínios de crianças e doutros extremismos.

Um fenómeno raro mas que ultimamente tem aumentado é o facto de cada vez mais mães cometerem tal acto pelos mais diversos motivos. A sociedade tem de se perguntar porquê e tem de se preocupar mais com a protecção das crianças. Uma Europa, de espírito cada vez mais mercantilista, não pode nem quererá dar resposta às novas necessidades e exigências que cria. Cada vez se faz mais sentir a brutalidade que depois também se repercute nos elementos mais fracos da sociedade.

A semana passada, uma mãe, de 28 anos, em Plauen encontra-se presa por ter presumivelmente matado os seu três bebés. Esta mãe vivia bastante isolada; não se sabe ainda se ela matou as crianças ou se as deixou morrer à fome.

Também em Darry, uma mãe, de 31 anos, matou 5 filhos na idade entre 3 e 9 anos; a mãe, psiquicamente doente, julgando querer poupar as crianças à dureza da vida, anestesiou-as e depois matou-as.

Em casos conflituosos com a lei, muitas das mães e dos pais tiveram uma infância sem protecção e sem a possibilidade de interiorizar uma verdadeira atitude dos pais.

A política, em casos que agitam a população, reage, sem pensar nas causas, e discute a possibilidade da obrigação geral legal à visita regular ao médico de infância e, no caso de ausência, o médico ter de o comunicar à administração da cidade. Também no caso de maus-tratos os médicos deverão quebrar o sigilo. Alguns estados federais já regularam isto por lei. A política fomenta uma filosofia de vida egoísta e uma sociedade do arrume-se quem poder e no momento em que as consequências desagradáveis se tornam visíveis reagem com accionismo precipitado socorrendo-se de leis para distrair ou desviar a bola para canto.

A lei não pode ser a resposta à questionação que os problemas apresentam a este tipo de sociedade. Trata-se geralmente duma política simbólica e apenas de remedeio.

Além da necessidade da propagação geral dum verdadeiro humanismo nas relações laborais e sociais entre as pessoas e instituições, as vidas mais precárias com pobreza, problemas sociais e droga deveriam receber mais atenção e apoio.

Já há iniciativas que procuram ajudar mães jovens que, em casos especiais de situação de assistência social, precisam de apoio, recebendo, a partir do quarto mês até aos dois anos, um apoio com uma acompanhante de família que a apoia em todas as necessidades.

Assim, mães não motivadas para o ser, ou grávidas em dificuldade recebem um apoio fortalecedor para as mulheres e para as crianças. Esta será a melhor maneira de providenciar as visitas médicas regulares. Voluntariedade é melhor do que a obrigação legal de participar em observações médicas.

Na Alemanha procura-se remendar o sistema social com iniciativas como o “Projecto pró Criança” destinado a apoiar mulheres grávidas que se encontram sós, sem ajuda da família e, por vezes, sem uma ideia de como educar crianças.

A nossa sociedade despreza todas as convenções desvalorizando cada vez mais o papel da mãe e do pai. Estes são cada vez mais colocados a leste numa sociedade de espírito colonialista que pensa resolver os seus problemas de natalidade internos, que criou, com a importação, não de pessoas mas de forças de trabalho. Na política progressista, família é símbolo de empecilho e portando a desacreditar. Cada um vive para si sem se preocupar com o que acontece ao lado. Os pais assassinos, tal como as crianças, são vítimas duma sociedade que não tem lugar para eles. O nosso sistema social, entretanto, não tem nada a ver com a responsabilidade social da pessoa singular.

António Justo

Natal – Tempo da Intimidade e da Tradição


Nos países nórdicos é impossível imaginar-se Natal sem velas em casa. O brilho confortável e privado das velas cria uma atmosfera familiar. Jesus, a luz do mundo, está mais ou menos presente em cada vela independentemente do credo que a acende.

Especialmente nestes países o período de Natal é a quadra da expressividade e da introspecção. A escuridão ambiental convida à sua compensação com o brilho das luzes e à descoberta da luz interior em contraposição à atmosfera depressiva, própria da estacão invernosa, e à margem do barulho do meio-dia. Nesta época os dias são mais curtos pelo que, ao entardecer, por todo o lugar a atmosfera sombria e deprimente é contrastada com um mar de luzes nos centros das cidades e pelos mais variados enfeites luminosos nas janelas das casas e nos jardins.

A época natalícia inicia-se com o primeiro dia de advento. Em todas as casas se tem à mesa a Coroa de Advento feita de ramo de abeto, com quatro velas. Começa-se por acender uma vela no primeiro domingo de Advento, duas no segundo e assim por diante. No dia de natal a luz torna-se mais intensa.

É geral o costume do uso dos calendários do Advento. As famílias compram ou elaboram calendários de advento com 24 portas, tendo em cada porta uma oferta, um chocolate ou outra coisa qualquer a tirar em cada dia que passa. A primeira porta é aberta no dia um de Dezembro. As crianças, de manhã ao levantarem-se, abrem um portal do seu calendário e recolhem a oferta, alegrando-se assim por mais um dia que as aproxima mais do dia de Natal.

Há calendários do Advento para todos os gostos e bolsas. Para adultos também há os calendários que põe detrás de cada porta escondem uma ideia importante. Não faltam até os calendários de advento para gatos e cães. O Menino Jesus veio não só trazer alegria e salvação para o homem mas também para toda a natureza, que comunga do seu ser.

Nos centros das cidades e das aldeias realiza-se a tradicional “Feira de Natal”. Por todo o lado cheira a canela, a ponche, vinho quente e outras delícias do olfacto e do paladar ascendentes das mais diversas tendas. Na feira bebe-se uma bebida quente, comem-se maçãs quentes com chocolate e outras guloseimas enquanto as crianças andam nos cavalinhos. Nesta feira encontra-se de tudo, além de figuras de lendas conhecidas há grande variedade de objectos e trabalhos manuais regionais relativos à época.

Em muitos lugares, estas feiras permanecem desde o primeiro dia do Advento até ao dia de Reis, 6 de Janeiro.

Por todo o lado, apesar do stress próprio destes dias, respira-se a emocionalidade, com concertos e encontros natalícios das mais diversas organizações. Assim, as pessoas, ao som de músicas natalícias, satisfazem a suas necessidades sensoriais e emocionais. É o tempo alto do coração.

No dia 6 de Dezembro vem o São Nicolau a todos os jardins-de-infância distribuindo ofertas que as próprias crianças anteriormente fizeram. No mesmo dia, à noite, as crianças e os adolescentes vão de porta em porta onde cantam ou recitam uma estrofe na esperança duma dádiva. Neste mundo fabuloso, o olhar das crianças ganha mais brilho, reflecte o bem, o brilho das velas e das estrelas.

Cada terra tem as suas especialidades próprias para a época natalícia. Junto a Fulda, Alemanha, no centro da cidade de Schlitz, há a tradição de se montar uma vela com 42 metros de altura que permanece acesa durante todo o Advento.

Aqui na Alemanha há uma tradição exemplar de, nas famílias, normalmente se usarem velas, velas de chá em invólucros avermelhados ou doutros tons de cor quente que, mesmo fora da época natalícia continuam a emprestar à atmosfera um sentimento de intimidade e de sensação agradável.

Nesta época a solidariedade é muito grande havendo iniciativas de ofertas para as mais diversas necessidades. Não se encontrasse Jesus escondido em cada um e especialmente nos mais necessitados.

Também se encontram, como é comum por todo o lado, os queixosos que se lamentam com tão amontoamento de sentimento.

Tradição Portuguesa

Da tradição portuguesa não falo porque pressuponho conhecida. Este ano, na Avenida dos Aliados, no Porto, os portuenses construíram a maior Árvore de Natal da Europa. Ela tem 76 metros de altura, 2,4 milhões de micro lâmpadas, 28.000 metros de mangueira luminosa e 500 metros de néon. Muitas das ruas do Porto encontram-se com decorações luminosas realmente artísticas e originais, onde se revê o grande espírito criativo português. É mais uma boa oportunidade para se visitar o Porto à noite.

António da Cunha Duarte Justo

Democratas Cristãos Alemães – Programa Doutrinário

Programa do CDU da Alemanha – Um Exemplo para Partidos do Centro?

O Congresso do CDU da Alemanha, que acaba de terminar, teve como lema “O Centro”. A chefe do partido, Ângela Merkel, acentuou perante os 1000 delegados que só eles são o centro. “Aqui é o centro. Aqui no centro estamos nós e só nós”.

O CDU declara-se como um grande partido do povo, querendo atingir a grande maioria do povo alemão. Quer uma política temperada, baseada no consenso, contra a polarização e os extremos radicais duma esquerda e duma direita. O partido manifestou, por unanimidade numa resolução, manter-se na distância para com o partido da coligação SPD que não é fiel à própria Agenda. O SPD, com medo da concorrência dos irmãos socialistas mais extremistas (o Partido da Esquerda), tem optado por um caminho mais à esquerda que antes.

Merkel fala de participação e justiça manifestando a vontade de determinar em mais alguns ramos da economia salários mínimos, a exemplo do que foi já decidido para trabalhadores – os carteiros dos correios, com um salário mínimo entre 8 e 9,80 Euros à hora.

O partido manifesta a preocupação de dar resposta às necessidades do povo. Efectivamente por toda a Europa os estados e os aparelhos dos estados têm enriquecido enquanto que o povo tem empobrecido. O partido quer, através de inovação, ordenado justo, apoio de creches e jardins infantis e de apoio económico para o cuidado de crianças em casa, dar resposta ao eleitorado feminino e ir de encontro às necessidades da juventude. Por outro lado, quanto mais temas assume que antes eram temas do SPD. mais se distancia do tradicional parceiro de coligação, o partido Liberal.

A preocupação com as mudanças climáticas e a protecção do ambiente faz parte muito importante do programa, revela Merkel. A Chanceler critica os ordenados demasiado altos de muitos gestores de empresas.

Antes do Congresso agora realizado em Hannover, 34% dos cristãos democratas tinham o seu descontentamento com o trabalho da Coligação Governamental pretendendo a proibição de novas dívidas para o Governo Federal. Queriam ver assegurado um Rendimento Mínimo e o apoio estatal para os de rendimento diminuto. Negam a criação duma taxa para a formação profissional a pagar pelas empresas.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, saiu mais reforçada do Congresso, mantém as rédeas do partido mais firmes que nunca.

Palavras-chave do novo Programa Doutrinário são: cristão, social, liberal e valores conservadores. Na base do Programa está a imagem cristã do homem da qual deriva os valores fundamentais de liberdade, solidariedade e justiça sem jerarquia. O objectivo social é a igualdade de chances na participação de bens e na formação. Espera-se dos imigrantes a afirmação da cultura envolvente. O casamento de homem e mulher permanece imagem padrão da sociedade. Família é definida como o lugar onde pais e filhos assumem responsabilidade mútua de uns pelos outros, incluindo-se também a união conjugal sem certidão de casamento. A bonificação fiscal (privilégios legais) limitada ao casamento deve ser alargada à família. O fomento de jardins infantis e dinheiro de apoio ao cuidado com crianças deve ser fomentado visto constituir uma oportunidade de autêntica alternativa de opção coordenando os interesses de família e profissão. No Programa é também acentuada o papel fulcral da formação. Um ponto principal é a protecção do clima e do ambiente. A energia atómica é vista como tecnologia ponte. Defende-se um imigração controlada com vontade de se integrar. É recusada a entrada da Turquia na União Europeia e acentuada a amizade com a USA.

O modelo social cristão e democrata cristão alemão podem servir de exemplo para uma política que combina e respeita as características culturais e históricas da Europa com as necessidades do povo.

António Justo

PISA 2006 – Péssimas Notas para Portugal


Um País para Inglês ver?

Os resultados da investigação Pisa, que se efectua de três em três anos, foram publicados. Eles servem para ver onde nos encontramos internacionalmente. De 50 países participantes qualificados, Finlândia ocupa o primeiro lugar, Indonésia o último e Portugal muito abaixo da média ocupa o lugar 37 da escala. Dos países da União Europeia só a Grécia e a Roménia obtiveram piores resultados.

Esta é a factura duma política de educacao mais preocupada com medidas populistas (e apenas interessada em resultados estatísticos tratados) do que com a aquisição de competências. Portugal cada vez ocupa mais a cauda dos países.

A nota que Portugal recebeu em termos de comparação de países corresponde a insuficiente. Se quisermos que se aprenda mais nas escolas estatais a primeira condição será despolitizar o ensino e dignificar o trabalho e os professores. Esta virtude não é própria da esquerda que orienta a rasoira da medida, não pela média, mas, pela mediocridade. O estado proletário não precisa de pensadores, basta-lhe mãos de obra, pessoas reflectidas estorvam. A nomenclatura com uma administração obediente e dócil chega. Pensar além de fazer doer é perigoso para as nomenclaturas.

As notas dadas por PISA ao Ensino Privado superaram de longe as do Ensino Público. Aquele tem de ser mais apoiado pelo Estado para que o povo possa ter a alternativa da escolha. Além de programas aferidos é necessária uma formação de professores mais objectiva.

Muitas medidas de formação de professores não são isentas. Pecam por querer aproveitar, à última hora, os dinheiros da União Europeia disponíveis para formação. Além disso os cursos são muitas vezes dirigidos por um conjunto de formadores seleccionados pela bitola partidária, ao serviço duma filosofia partidária. A maior parte dos professores lá vai suportando ou engolindo ingenuamente as endoutrinações ministeriais, comportando-se bem, na caça aos créditos.

O Ensino em Portugal, a nível administrativo de ministérios, encontra-se nas mãos da esquerda. Como está totalmente centralizado, os distritos não têm qualquer oportunidade de impedir a miséria que de ano para ano se repete nas escolas. O medo e a insegurança indigna são o meio que o centralismo usa na colocação dos professores. Este é um exemplo de como os mercenários de Lisboa tratam Portugal. O pior de tudo é que o povo não nota! Na província parece reinar a lei da sorte ou do destino e em Lisboa a lei da cunha ou do oportunismo.

O povo é província

É urgente a descentralização do ensino para que este passe a ser mais eficiente e justo. É incrível que um país com uma atitude esquerdista de Educação e um governo também esquerdo mas com uma política económica favorecedora das elites capitalistas consiga fazer condizer coisa com coisa. O que lhes vale é a sociedade ser anónima e acreditar nos “segredos dos Deuses”, bastando para estes iluminados um pouco de esperteza e uns rituais de lojas.

O Zeca tinha razão ao dizer: “eles comem tudo e não deixam nada”! O povo só mata o corpo, anda sempre vergado atrás da necessidade, é seara alheia. O 25 de Abril produziu homens catitas, de olhares devassadores, com bocas muito sôfregas de torresmos, sem respeito nem consideração por nada. Assim, governos de cucos briosos ocuparam a governança dum povo para quem o destino reserva, quando muito, o fadário de vaca leiteira.Este povo, de raízes campesinas, continua renitente à espera dos sinais duma madrugada.

Eles, que substituíram os andores da procissão passaram a ser os pimpões da festa, embora omissos ou de ideias encardidas, metem-se à frente e ainda se gabam: “O povo é província!” Povo é terra submersa, a submergir; é leira pisada em que eles têm a prerrogativa de mandar sem acarretar com as consequências, podendo continuar a caminhar na modorra de sempre.

Os mimados do poder narcisista conseguiram o salto para Lisboa. Com eles o sucesso fugiu da terra. Nesta resta apenas a satisfação sempre cativa na preocupação dum fim de mês sem dinheiro. O campo espoliado e profanado ferve duma raiva indefinida. Eles foram, levaram tudo e só deixaram a desgraça.

Lisboa uma Prostituta

Políticos, não chega apostar em carreiras políticas nacionais que desembocam em cargos internacionais. A presença de Portugal no mundo, para não ser enganosa, exige mais de todos!… A nossa presença internacional, reduzida quase exclusivamente a políticos e a emigrantes, reflecte o nosso mal de raiz: muita conversa e saber indiferenciado; uns, em Lisboa, aldeões engravatados, o resto, aldeões trabalhadores. A uns e a outros resta uma chance, redescobrir a aldeia e então em Portugal voltará a haver lugar para a “Casa dos Vinte e Quatro”. Os homens bons, então, honrarão a cidade e o campo!

Para se estar presente na história e na cena internacional não chega a honra de tachos internacionais nem uma Lisboa de cara enfeitada, para inglês ver. O que é preciso é que Portugal e o povo português apareçam e se tornem Nação, e, assim, esta não seja apenas de alguns que, na periferia da história e da Europa, se mostram, de cara luzidia nos palcos internacionais, sem vergonha daquilo que escondem e que exploram. Uns desavergonhados, envergonhados do povo que dizem representarem.

Na época em que Portugal era povo, conseguíamos estar presentes no mundo, com a nossa fé, ciência e trabalho; éramos caravelas, feitas com todos os pinheiros de Portugal, que singravam ao vento da nossa vontade. Desde que os mercenários do poder se apoderaram de Portugal passou o povo a ter de trabalhar para eles ou a ver-se obrigado a emigrar para o estrangeiro à procura de pão e de honra!

É um escândalo o desinteresse pelo ensino e pela aprendizagem. É um abuso a impertinência dos nossos políticos.

Saramago, quando fala da solução União Ibérica, tal como já fizeram outros intelectuais em tempos passados, talvez o faça por desilusão completa e por verificar a verdadeira baixeza crónica em que nos encontramos.

Penso que, mais que em entregar Portugal a Espanha ou às internacionais, o povo tem que ser acordado por uma nova estirpe jovem de povo que conheça um pouco mais da história de Portugal, que não se deixe corromper e passe a trabalhar e a fazer trabalhar. Para isso é preciso fomentar a cultura e um ensino sério. Vai sendo tempo de dizer não a um ensino só preocupado com resultados balofos, a um ensino que premeia o suborno. O nosso Ministério da Educação não tem tido respeito nem por cultura, nem por professores, nem pelo povo; chega-lhes uma mediania que possibilite continuar a fazer do povo seu tapete, um povo que se quer apenas trolha. A falta de formação e o oportunismo facilitam a vida aos actores que fazem do negócio a entropia.

Assim, sendo embora Portugal um grande povo, continua a adiar a sua história!

António Justo

Democratas Cristãos Alemães – Programa Doutrinário

Programa do CDU da Alemanha – Um Exemplo para Partidos do Centro?

O Congresso do CDU da Alemanha, que acaba de terminar, teve como lema “O Centro”. A chefe do partido, Ângela Merkel, acentuou perante os 1000 delegados que só eles são o centro. “Aqui é o centro. Aqui no centro estamos nós e só nós”.

O CDU declara-se como um grande partido do povo, querendo atingir a grande maioria do povo alemão. Quer uma política temperada, baseada no consenso, contra a polarização e os extremos radicais duma esquerda e duma direita. O partido manifestou, por unanimidade numa resolução, manter-se na distância para com o partido da coligação SPD que não é fiel à própria Agenda. O SPD, com medo da concorrência dos irmãos socialistas mais extremistas (o Partido da Esquerda), tem optado por um caminho mais à esquerda que antes.

Merkel fala de participação e justiça manifestando a vontade de determinar em mais alguns ramos da economia salários mínimos, a exemplo do que foi já decidido para trabalhadores – os carteiros dos correios, com um salário mínimo entre 8 e 9,80 Euros à hora.

O partido manifesta a preocupação de dar resposta às necessidades do povo. Efectivamente por toda a Europa os estados e os aparelhos dos estados têm enriquecido enquanto que o povo tem empobrecido. O partido quer, através de inovação, ordenado justo, apoio de creches e jardins infantis e de apoio económico para o cuidado de crianças em casa, dar resposta ao eleitorado feminino e ir de encontro às necessidades da juventude. Por outro lado, quanto mais temas assume que antes eram temas do SPD. mais se distancia do tradicional parceiro de coligação, o partido Liberal.

A preocupação com as mudanças climáticas e a protecção do ambiente faz parte muito importante do programa, revela Merkel. A Chanceler critica os ordenados demasiado altos de muitos gestores de empresas.

Antes do Congresso agora realizado em Hannover, 34% dos cristãos democratas tinham o seu descontentamento com o trabalho da Coligação Governamental pretendendo a proibição de novas dívidas para o Governo Federal. Queriam ver assegurado um Rendimento Mínimo e o apoio estatal para os de rendimento diminuto. Negam a criação duma taxa para a formação profissional a pagar pelas empresas.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, saiu mais reforçada do Congresso, mantém as rédeas do partido mais firmes que nunca.

Palavras-chave do novo Programa Doutrinário são: cristão, social, liberal e valores conservadores. Na base do Programa está a imagem cristã do homem da qual deriva os valores fundamentais de liberdade, solidariedade e justiça sem jerarquia. O objectivo social é a igualdade de chances na participação de bens e na formação. Espera-se dos imigrantes a afirmação da cultura envolvente. O casamento de homem e mulher permanece imagem padrão da sociedade. Família é definida como o lugar onde pais e filhos assumem responsabilidade mútua de uns pelos outros, incluindo-se também a união conjugal sem certidão de casamento. A bonificação fiscal (privilégios legais) limitada ao casamento deve ser alargada à família. O fomento de jardins infantis e dinheiro de apoio ao cuidado com crianças deve ser fomentado visto constituir uma oportunidade de autêntica alternativa de opção coordenando os interesses de família e profissão. No Programa é também acentuada o papel fulcral da formação. Um ponto principal é a protecção do clima e do ambiente. A energia atómica é vista como tecnologia ponte. Defende-se um imigração controlada com vontade de se integrar. É recusada a entrada da Turquia na União Europeia e acentuada a amizade com a USA.

O modelo social cristão e democrata cristão alemão podem servir de exemplo para uma política que combina e respeita as características culturais e históricas da Europa com as necessidades do povo.

António Justo