Feliz Páscoa!
Que a vida nos traga muitas experiências de ressurreição!
Um abraço justo
António Justo
Feliz Páscoa!
Que a vida nos traga muitas experiências de ressurreição!
Um abraço justo
António Justo
Jesus é ungido (consagrado) por uma mulher em Betânia (Mc 14,4), numa acção profética.
As mulheres acompanham-no, até à última, na cruz. Elas são as primeiras a testemunhar o túmulo vazio e a ressurreição aos discípulos. Elas eram companheiras dos apóstolos no anúncio da Boa Nova e na direcção de comunidades cristãs.
A passagem da Carta aos Coríntios na qual se diz “calem-se as mulheres nas assembleias…” foi uma interpolação tardia introduzida na Carta de Paulo, com a intenção de reduzir o papel público da mulher. Esta passagem contradiria as afirmações e o papel de mulheres na comunidade, referidas pelo mesmo Paulo, noutros lugares.
Efectivamente, Paulo, apesar de estar inserido numa comunidade patriarcal e sujeito, também ele, a hábitos culturais específicos, constata “… nem a mulher se compreende sem o homem, nem o homem sem a mulher, aos olhos de Deus. Pois, assim como a mulher foi tirada do homem, assim também o homem existe por meio da mulher, e ambos vêm de Deus…”
Entre outras mulheres, Paulo faz menção de Foebe, Prisca, e Junias com cargos à frente da comunidade.
Se naquele tempo, tão adverso à mulher, já ela assumia cargos de direcção na comunidade, o que diria Paulo hoje ao escrever as suas cartas! Houve um retrocesso nalguns aspectos.
As religiões, em vez de assumirem a própria cruz, por vezes, preferem pregar outros na cruz, em nome de Jesus ou de Deus. Ao pregarmos pessoas na cruz em atenção a hábitos, tradições e convicções redutoras, reduzimos a realidade da morte e ressurreição de Jesus Cristo esquecendo que a morte de Jesus é a nossa vida e a nossa realidade. A mensagem da Boa Nova pascal é uma mensagem de liberdade, felicidade e amor. A nova comunidade cristã é chamada a prescindir de pregar o próximo na cruz de hábitos e regras contrárias à felicidade humana.
É Páscoa também para as mulheres. Seria desconhecer o seu ser e o ser cristão, teimar em reservar para elas o papel de servidoras ou ajudantes. Elas que testemunharam e anunciaram a Ressurreição de Jesus, não podem deixar limitar o seu papel, na igreja, à atitude de silêncio do Sábado da Semana Santa. A Ressurreição é universal e não apenas uma experiência individual mística.
António da Cunha Duarte Justo
Anexo na secção comentário o texto do PSD “Cidadania Portuguesa no Estrangeiro”.
É de louvar tudo o que seja feito pelo emigrante e luso-descendente.
Pelo que tenho observado desde há trinta anos na Alemanha, as iniciativas tomadas em relação aos emigrantes reduzem-se apenas à defesa de interesses institucionais e burocráticos à custa dos mesmos. O emigrante não tem benefício nenhum. Na Alemanha até o senhor deputado se tem de se submeter a promover a esquerda e a encostar-se a algum nome até com má reputação na comunidade. Não há interesse na promoção do bem comum e do partido. Isto poder-se-ia tornar incoveniente para os interesses pessoais de paraquedistas do oportuno! Com excepção da deputada Mesquita e do deputado José Cesário não tem havido pessoas à altura da emigração. Eleitos, arranjam os seus circuitos habituais de contacto agradável; se não são da esquerda encostam-se a ela, como tenho vindo a observar desde há anos. Ou será que apenas estarão interessados em questões consulares ou de grupinhos!… A ser assim, o circito de acção reduzir-se-ia a instituição – instituição
Infelizmente, os partidos em Portugal, como não estão interessados numa política no seio dos migrantes, tambem não estão dentro dos problemas da emigração entregando, por isso, o caso a duas ou três pessoas que, sem rei nem roque, podem fazer o que quiserem. Para as instituições em Portugal tudo está bem feito porque, a nível de informação, dependem totalmente daqueles. O que parece importar são as tempestades num copo de água. O resto é para inglês ver!
António Justo
O ser da vida e do mundo é vibração é ressonância. Estas são comuns ao corpo e à alma de cada um dos nossos seres e ao existente. Na pauta de notas da vida trata-se de descobrir a nota de que se é eco para se poder entrar na solfejação geral e assim dar voz à sinfonia da vida universal. Uma vez entrados na onda trata-se de seguir o ritmo que nos conduz ao inefável, ao indelével. A música é, no seu verdadeiro sentido da palavra, bálsamo da alma. Ela conduz-nos ao limiar do espírito.
O ouvido é o primeiro sentido já em acção no ventre materno e o último a deixar-nos no fenecer. Através dele o mundo exterior chega ao mais profundo de nós mesmos.
A música cria grande ressonância nos vários areais cerebrais activando uns e desligando o centro do medo e activando o da lembrança.
A música não pode ser reduzida a caixote do lixo de sentimentos negativos e de frustrações nem tão-pouco a estímulo de sexo (Pop), nem a alienação de intelectuais (música clássica). Naturalmente que também tudo isto tem o seu sentido, não se esgotando aqui. Música é expressão do divino e meio de cura. Ela é a voz de Deus a vibrar quando nós entramos na ressonância do sentir, tornando-nos eco a agir.
Ao ouvirmos música sentimos coisas maravilhosas quer quando estamos sãos quer quando doentes e abertos ao milagre. A música, se não cura, melhora o nosso estado de saúde. Nos conventos, para entrarmos num estado de harmonia corporal e espiritual começa-se logo de manha por cantar o gregoriano. O canto chão, um poço monocórdico acompanha momentos importantes do dia.
A música consegue desatar, em nós, nós psico-fisiológicos e desenvolver forças curativas, como nos revela a harpa de David quando tocava para o seu rei depressivo. Muitos dos curandeiros da antiguidade e modernos utilizam os seus instrumentos musicais e o seu canto para curar. Também em muitas clínicas ou hospitais se usa a música como elemento sedativo e curativo.
Não só as vacas dão mais leite ao som de música clássica mas também as hormonas de stress diminuem no sangue dos pacientes e “surgem menos complicações depois das operações” como testemunham cirurgiões de clínicas em que se usa a música também como calmante. A música estimula o cérebro a predispor-nos para a mudança. A música encontra a sua ressonância no cérebro tornando-o flexível para o experimentável.
Daí a importância da promoção da música na escola e por todo o lado. Todo o educador, pai e mãe, se deveria preocupar por iniciar o educando, o mais cedo possível, na música. Esta aumenta a empatia e a inteligência.
Investigações feitas na clínica neuropsicológica da Universidade de Heidelberg na Alemanha chegaram à conclusão de que, com música, a massa cinzenta aumenta e as células nervosas adquirem maiores conexões, melhorando o intercâmbio entre os dois globos cerebrais. Além disso o sistema imune é estimulado e os acessos à memória e ao inconsciente são abertos pela música.
O mesmo se dá através da música litúrgica e da dança no que respeita ao ingresso na mística e no equilíbrio de corpo alma. O ritmo e a harmonia conduzem-nos à vibração e à ressonância com o todo. A música consegue desfazer os encrostações materiais conduzindo-nos ao limiar espiritual em que tudo é relação, amor, como se constata na fórmula trinitária. Na vibração forma-se a personalidade. A medicina chinesa opera muito com os campos energéticos e com o seu fluir. A terapia consiste em restabelecer a harmonia e o fluxo.
Toda a mãe canta instintivamente para a criança que sofre ou que se encontra em desequilíbrio. Segundo investigações feitas pela psicóloga Sandra Trehub, o canto provoca a diminuição das hormonas de stress por bastante mais tempo do que a fala.
A música abre as janelas do corpo e da alma: desbloqueia areais cerebrais e ajuda a recordação, aumentando em 30 % a capacidade de armazenagem do cérebro.
No mundo tudo vibra também as células cantam conseguindo a ciência distinguir já entre o cantar das células sãs e o barulho das cancerígenas. Oliver Sacks observou em todas as experiências que fez com pacientes Parkinson e pacientes com problemas de fala, que “a música actua como um precursor exterior”. Ela deixa no nosso cérebro como que pautas indeléveis que possibilitam o reatar de relações, orgânica ou psicologicamente, interrompidas.
A música ajuda a introspecção e auxilia-nos a chegar ao lugar do silêncio e da quietude em nós, ao lugar da criatividade, do amor divino. Daí surge a onda da gratidão, do milagre. Aí se ouve a voz que segreda no sossego e se repete nas ondas do oceano… Ela pode ajudar-nos a chegar ao nosso meio, ao meio do mundo, a Deus. Então, ouviremos em nós o vibrar do universo e a ressonância do diálogo trinitário baixinho do tudo em todos.
António Justo
Vivemos na ilusão da verdade e da fantasia, puxados entre a banalidade do factual e um mundo de ideias feito que nos tornam incapazes de ter acesso à Realidade. Esta encontra-se na fórmula trinitária onde tudo se resolve na relação mais profunda, da vivência do nós através do eu descoberto na relação com o tu.
Geralmente passamos a vida a afastar-nos de nós mesmos e de Deus, do mundo integral. Tropeçamos ou escorregamos em tudo, sem ter, sequer, procurado descobrir-lhe o sentido. Por isso tanta doença em excesso, tanta desarmonia. Procuramos fora o que está dentro, quando o dínamo, o amor, escondido ou roubado, que tudo cura está em nós. É a presença divina subjacente à essência, ao ser das coisas que é preciso activar em nós. Então curamos e seremos curados. Por vezes até uma doença pode vir por bem. Certo é que no mundo só se avança através da dor. Há muitos que fazem dela um negócio.
Tal como a dor também a doença constitui um momento no acontecer do ser, com as suas vantagens e desvantagens. O nosso corpo é como uma paisagem que depende e reage ao estado do tempo, da alma. Nas doenças encontram-se mensagens da alma por descobrir. Muitas vezes, já a tentativa de descobrir o que provocou uma dor de cabeça, é suficiente para a tirar.
A relação entre consciente e inconsciente quer-se aberta para que os fluxos fisiológicos e psicológicos não se automatizem, destruindo-nos com o tempo. As imagens que se encontram no fundo do mar da alma esperam por ser trazidas à tona manifestando-se, por vezes, como sintomas e deixando rastos dolorosos.
A nossa vida, tão determinada por correrias, não é tida em apreço, pelo que não nos concedemos tempo suficiente para prestarmos atenção às mensagens do nosso corpo e do nosso espírito. Damos demasiada atenção ao que nos rodeia, fixando-nos nisto ou naquilo esquecendo-nos de nós, do sentido, estando desatentos ao que os nossos sentimentos e o nosso corpo nos quer dizer com as suas reacções. Em vez de nos darmos tempo submetemo-nos ao stress doutras correrias para remediarmos um mal por nós ou por outros maquinalmente criado. Para subjugarmos os diabos em nós acordados recorremos, por vezes a outros diabos que nos iludem.
Em tempo de crise recorremos a tudo e a todos; a nossa abertura passa por vezes a não ter limites. Surgem então muitas pessoas a querer-se ajudar, ajudando-nos. O melhor ajudante é o mais desamparado, o mais fraco. Só conseguiremos ajudar a desatar os nós dos outros quando já conseguimos desfazer algumas das nossas laçadas. O ajudante procura criar um campo de ressonância e de harmonia procurando envolver e integrar o paciente na vibração que lhe possibilita entrar em relação. Esta pode ser preparada por uma pessoa, uma música, uma respiração ventral calma, uma oração, meditação, palavra ou rito. A ressonância consegue não só influenciar os areais cerebrais como interferir no vibrar das células, diria mesmo, nas partículas quânticas. Ela ajuda-nos ao acesso às nossas fontes, a penetrar nos vários estratos na tentativa de chegar ao coração, ao âmago do ser que é puro espírito. Aí no lugar do amor divino jaz a fonte da energia que passa a correr pelo corpo desfazendo os bloqueios emocionais, corporais e espirituais. Uma vez aí chegados, a fé transporta montanhas, como dizia Jesus. O amor vibrante provoca a ressonância que tudo muda e tudo transforma. Então o acorde da natureza provocará a cura – os sons em sintonia com o espírito divino único actuante. Impulsionadores simplificam o processo da re-ligação concentrando-nos de modo a acendermos a chama da transcendência no nosso meio.
Ver, perceber e acreditar para lá dos cinco sentidos, predispõe para a vivência na participação dos vasos comunicantes que somos nós, constituídos de matéria e espírito em diálogo recíproco. Daí a necessidade de nos mantermos abertos para os fenómenos que estão por detrás do mundo físico e às capacidades paranormais, sem preconceitos religiosos nem científicos, sejam eles materiais ou espirituais; abrir-nos para a dimensão espiritual do saber colectivo escondido, o espírito em nós e no mundo. A realidade tem várias dimensões de acesso, entre elas, a mundana e a espiritual. A via espiritual não poderá estar ligada a escravidões da pessoa nem tão-pouco do seu porta-moedas. “A fé transporta montanhas “. Ela move a força do Espírito Santo em nós.
Trata-se de através do Espírito activar as energias jacentes em nós mesmos, com naturalidade e sem presunção. Mover a força através da entrega nas imagens interiores e do pensamento possibilitando outras dimensões em nós. Fiat voluntas tua!
A massagem terapêutica, a massagem da respiração, do silêncio, da música têm um efeito terapêutico conduzindo à cura, ao sagrado, à fonte da luz, à ressonância do amor em nós e em tudo. O tratamento através da virtude curativa numa combinação de espírito, alma, corpo e energias naturais, tudo aliado à energia das ideias, abre a nossa consciência para o acesso de energias superiores. No mais íntimo do nosso sacrário “dormem” potências milagrosas à espera de serem acordadas pela brisa do amor. O estímulo para o acordar pode ser o mais variado, independentemente das crenças e dos médios.
António Justo