Moral das Eleições gregas: Portugal terá de formar uma grande Coligação de Direita e Esquerda

A GRÉCIA REPENSOU CALCULOU E ELEGEU ESQUERDA

António Justo
Tsypras recebeu mandato para continuar a reforma da Grécia e do Estado grego. Terá de corrigir o nepotismo e a corrupção do sistema socialista e conservador. A principal tarefa será reformar o mercado de trabalho e o sistema social tal como fez o governo alemão de esquerda em 2003 com a Agenda 2010 na Alemanha, no seguimento das decisões dos líderes da UE em 2000, na cimeira especial da UE em Portugal sob o signo: “Estratégia de Lisboa” para “a economia mais competitiva e dinâmica baseada no conhecimento do mundo”. A Alemanha foi a primeira nação a aplicar tal estratégia conseguindo com isso a dianteira no mundo.

Alex Tsipras tem o povo consigo. 56,6% dos eleitores gregos acorreram às urnas (eleições de 20.09) dando a maioria à aliança esquerda “Syriza” com 35,5% (145 assentos no parlamento) e 7% (10) aos populistas de direita “Gregos Independentes” (formando os dois a coligação governamental). Os conservadores “Nea Dimokratia” conseguiram 75 mandatos, a extrema-direita “Aurora Dourada” 18, a pró-europeia “O Rio” 11, a comunista “KKE” 15, os socialistas “Alliance passok + Dimar” 17 e a “União do Centro” 9 lugares. O parlamento grego tem 300 deputados. A diminuta participação nas eleições tem a ver com a desorientação e desilusão do povo grego dos partidos.

Eleições na Grécia um aviso para Portugal formar uma coligação de maiorias de direita e esquerda se quer ousar menos corrupção e mais reformas

Para lá dos abusos e da falta de iniciativa, o governo de Tsipras terá de recuperar o país e tornar o Estado eficiente. Para se manter no sistema europeu terá de criar medidas desagradáveis para salvar o país. Estas medidas só poderiam ser tomadas por um governo de esquerda ou por um governo de coligação das forças parlamentares mais fortes. Só elas conseguem comprometer os sindicatos no sentido de uma salvação nacional. Portugal para se poder renovar terá de, nas próximas eleições, formar um governo de coligação dos partidos que alcancem o maior número de votos. Só assim terão força para combater a corrupção e poderão tomar medidas que transcendam os interesses de clientelas.

A Grécia recebe da União Europeia subvenções anuais no valor de 10 até 12 mil milhões de euros e do “Pacote de estímulo económico de Juncker” 35 mil milhões de euros.

O governo grego é uma grande chance para o país e poderá tornar-se num exemplo para a Europa dado um governo de esquerda ser obrigado a dar respostas económicas para o país. Com a eleição de Tsypras, a Grécia confirmou o programa de poupança que Tsypras tinha assinado antes da sua demissão e consequentes eleições antecipadas. Tsypras iniciará um governo de poupança tal como fizeram o SPD e OS VERDES com Schröder na Alemanha com a “Agenda 2010” que reformou o sistema social e do mercado de trabalho; o lado escuro do seu rosto: castigará as classes menos favorecidas. Será surpreendente verificar como partidos mais habituados a adquirir pontos, com ideologia e o falar mal dos outros, irão aplicar medidas dolorosas que os outros não se atreveriam a aplicar.

António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

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CRIANÇAS POBRES NA ALEMANHA – DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

Segundo a Agência Federal Alemã de Emprego, em Abril deste ano havia 1,67 milhões de crianças dependentes da segurança básica do estado. A quota de crianças necessitadas subiu de 15% em 2012 para 15,7% em 2015. Em relação a 2014 houve um aumento de 23.000. Entre cada seis crianças, do grupo etário dos 0 aos 15 anos, uma precisa de auxílios estatais para poder atingir o mínimo de subsistência.
Crianças com pais pobres sofrem as consequências de uma sociedade que não coloca a criança no centro das suas preocupações.
A pobreza é desigual de uns estados federados para os outros. Enquanto a quota de pobreza atinge em Berlim os 33,5%, em Bremen atinge os 32,9%, em Hamburgo os 21,7% e na Baviera atinge os 7,3% e no Baden Vurtemberga os 8,5%.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

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Truques para Casamentos forçados de Meninas que vivem no Estrangeiro

ALEMANHA – 200 MULHERES OBRIGADAS A CASAR QUANDO VÃO DE FÉRIAS

Por António Justo
A organização Terre des Femmes chama a atenção para meninas muçulmanas e outras que se encontram na Europa. Famílias utilizam as férias para as “raptar” e casar com algum primo ou outro jovem na sua terra em tempo de férias. Para os pais as férias tornam-se numa oportunidade para anular a inscrição das filhas da escola com o argumento de mudar de escola, começar uma formação profissional ou alegando que a família regressa ao país de origem.

A porta-voz de Terre des Femmes, Myria Böhmecke, refere que, na maioria dos casos, as meninas não sabem o que as espera nas férias. Muitas vezes têm “um ligeiro pressentimento do que poderia acontecer dado, em casa, se falar mais frequentemente sobre um primo” ou que os avós se encontram muito doentes ou que se festeja o casamento da prima mais querida. Uma vez no país de férias, é-lhes tirado o passaporte e o telemóvel. Assim não têm hipótese de pedir auxílio. A porta-voz da organização aconselha: em casos de dúvidas as jovens devem fazer cópia do passaporte e ter dinheiro consigo e um segundo telemóvel.

Na Alemanha em 2014 houve cerca de 200 mulheres jovens que se dirigiram à Terre des Femmes porque foram forçadas a casar ou porque receavam vir a sê-lo (Cf. HNA 2.08.2015). Atendendo aos pedidos de auxílio registados num ano na organização Terre des Femmes é de imaginar a grande quantidade de casos não registados. Há meninas que não têm mais de 13 anos e já se encontram nesta situação. Famílias exercem chantagem sobre as filhas chegando mesmo a exercer violência maciça sobre elas.

A porta-voz da organização diz que um estudo mostrou que 3.443 casos de mulheres por ano se encontram em risco iminente de casamento forçado ou que se vêem obrigadas a realizar casamentos forçados.

Tais coisas acontecem em sociedades onde o homem está sobre a mulher e a mulher é considerada propriedade do homem ou da família. A implementação da presença feminina nas sociedades patriarcais dará a estas sociedades potencialidades de futuro inestimáveis. Nas mulheres estão latentes as forças necessárias de desenvolvimento, da renovação e da revolução que têm sido mantidas em banho-maria nas sociedades patriarcais.

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ARMADILHA DA TURQUIA PARA A NATO SER ENVOLVIDA NUMA GUERRA CIVIL

Alemanha cúmplice com a Turquia na Luta contra os Curdos

A Força Aérea turca aproveita para bombardear durante dias consecutivas aldeias curdas da Região Autónoma do Curdistão (norte do Iraque) sob o pretexto de atacar posições do PKK. A Turquia faz guerra de forma preventiva a evitar a formação do Curdistão numa fase pós-guerra em que é pretendida a divisão do território hoje pertencente ao Iraque e à Síria.

A Turquia do presidente Erdogan comporta-se agressiva e autoritária para o interior e para o exterior, aproveitando-se da debilidade da Síria e do Iraque. Também a NATO perde a credibilidade ao falar contra a agressividade da Rússia contra a Ucrânia e ao fechar os olhos perante a agressividade da Turquia contra os curdos nas zonas fronteiriças.

A Alemanha tem “Mísseis Patriot” com 400 soldados alemães na Turquia desde 2013 supostamente para defenderem a Turquia de possíveis ataques do Regime de Assad da Síria. Por outro lado o governo de Ancara quer aniquilar Assad e supostamente defender os seus irmãos de confissão religiosa sunita que querem instalar na Síria e no Iraque o movimento terrorista “Estado Islâmico” (EI).

Há duas semanas aviões de guerra turcos mataram 9 civilistas em Zargala (zona curda no Norte do Iraque onde a PKK tem influência). O partido curdo da Turquia PKK vingou-se logo no dia seguinte com um atentado suicida a um quartel turco em Dogubayazit onde morreram dois militares, ficando 31 feridos.

O presidente turco Erdogan espera com a sua mão de ferro contra PKK poder voltar a recuperar os votos perdidos pelo seu partido AKP nas últimas eleições (Erdogan quer provocar novas eleições para alcançar a maioria absoluta perdida e impor as suas intenções autocráticas através de referendo para mudar a Constituição no sentido de puxar a Turquia para o radicalismo religioso).

O Governo turco tem bombardeado alvos curdos da PKK na Síria sob o pretexto de guerrear o terrorismo do EI. Interfere assim na guerra civil da Síria para defender interesses próprios. Com as costas e o flanco de avançada protegidos pela NATO e pelos Mísseis Patriotik da Alemanha, a Turquia não se vê na necessidade de negociar e de assumir compromissos com os curdos da Turquia aproveitando, pelo contrário, para enfraquecer os curdos do Iraque e da Síria que têm sido os únicos parceiros fiáveis na luta contra o terrorismo do EI. O aliado da coligação contra o EI, a Autoridade Nacional Curda no Iraque, vê-se prejudicado devido às intervenções turcas. A Turquia só se revela interessada nos seus interesses nacionalistas arriscando uma guerra civil. Torna-se escandalosa a maneira como a Europa se torna conivente com a política americana que tem desestabilizado a África do Norte e se deixa instrumentalizar pela Turquia não tendo em consideração os interesses europeus.

Conclusão
Desde 1984 o conflito entre o Governo turco e a zona da Turquia curda que aspira a uma certa autonomia já provocou 40.000 mortos, a destruição de 3.000 aldeias curdas e vários milhões de refugiados curdos para outras zonas da Turquia e para a Europa.

Só as conversações políticas a nível nacional e internacional poderiam possibilitar uma solução justa. A Turquia colabora com o Ocidente naquilo que a beneficia ou no sentido de impedir a formação de um Estado Curdistão. A sua formação nas suas fronteiras instaria os curdos da zona da Turquia a não se deixarem discriminar pelo governo de Ancara. A NATO não parece estar interessada dado ter apostado na Turquia como sua zona avançada no meio islâmico. Uma longa guerra civil avizinha-se como probabilidade mais pensável atendendo ao facto de os mais fortes (Turquia e aliados) não terem consideração por problemas de legitimidade existencial de povos que se encontram em situação de vítima da sua política imperialista.
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
In Pegadas do Tempo www.antonio-justo

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SALÁRIO MÍNIMO NA ALEMANHA – CABELEIREIRAS/OS

 

As excepções à regra do ordenado mínimo na Alemanha acabaram a partir de um de Agosto. Também as firmas de cabeleireiros passam a pagar 8,50 Euros ilíquidos à hora. Antes cabeleireiros na parte oriental da Alemanha tinham um ordenado de 7,5 Euros e na parte ocidental 8 Euros.
Com o início de Agosto também se tornou mais fácil a burocracia para patrões que pagam o salário mínimo.
Agora, os patrões não precisam de registrar os tempos de trabalho do trabalhador se o seu salário regular for superior a 2.000 euros brutos mensais e se o salário líquido de cada operário tiver sido pago em cada um dos últimos 12 meses.

Além do ordenado mínimo para cabeleireiros/as pode consultar outras aplicações de lei a partir de 1.08.2015 em http://www.t-online.de/wirtschaft/id_74904376/ab-1-august-das-aendert-sich-bei-mindestlohn-kfw-und-mietrecht-.html
Outras informações em inglês: http://www.wageindicator.org/main/salary/minimum-wage/germany

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