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A Armadilha do Diálogo e da Compreensão
A Armadilha do Diálogo e da Compreensão
2006-09-25
Dado que tanto terroristas como muçulmanos pacíficos baseiam o seu agir no Corão que é o fundamento imutável e obrigatório da fé, dos valores, do agir e do direito não pode haver diálogo entre as culturas sem o conhecimento do livro Corão. Consequentemente terá que ser permitido falar do conteúdo do mesmo…
O diálogo não é uma questão de somenos importância reservada a ingénuos ou a bonzinhos que confundem diálogo com engraxar ou com o jogo do empisca.
O futuro das democracias na Europa dependerá da maneira como reagirmos ao Islão.
A obrigação obsessiva em que se sentem os europeus para a compreensão conduz à armadilha da compreensão. Um diálogo aberto ajudará o Islão e todos os outros.
Para o diálogo não é suficiente a afirmação de que o Islão é uma religião pacífica. Alguns apelam para o tacto no trato com os muçulmanos. Ora, eles não são crianças, o que se necessita no diálogo é veracidade, sinceridade e abertura. Doutro modo o diálogo torna-se em campo de acção de hipócritas e oportunistas. A dor, a sombra de hoje anuncia o sol de amanhã… Um diálogo universal, num mundo global só é possível sob a plataforma da razão. Já antes de Jesus, a Bíblia reconhecia “ Muita sabedoria, muita aflição e quem aumenta o saber, aumenta a dor”….
A “guerra santa” não é racionalmente sustentável. Àqueles que misturam alhos com bugalhos apresentando as cruzadas como espécie de guerra santa isso é perverter a realidade. As cruzadas nunca foram santas nem com base no evangelho. Também não foram guerras de conquista mas sim de reconquista. (Lembre-se a acção de D. Henrique e seus homens na fundação de Portugal). Além disso vivemos hoje.
Hoje, só o Islão defende o direito de defender a religião, a fé com a espada. Daí a oportunidade da frase do imperador bizantino: “mostra-me o que Maomé trouxe de novo e encontrarás coisas más e desumanas, como o direito de defender pela espada a fé que pregava”. Os extremistas do Islão tornaram-se a expressão da religião, pervertindo assim o todo.
A indústria da informação não está interessada em ouvir o que se diz. Ela está preocupada no como ouvir, como utilizar, dizendo-se o mesmo dos destinatários. Observa-se uma cumplicidade mútua.
Amigos, podemos fazer história mas não na continuação da guerra com outros meios. Não precisamos de esperar pelas catástrofes para nos mudarmos, para aprendermos. Rememos contra a catástrofe contra a violência, talvez com palavras duras mas com um coração manso no sentido de servir no seguimento da luz… a luz da possibilidade real.
António Justo
Publicado em Comunidades:
http://web.archive.org/web/20080430103612/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=09&anon=2006
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SOBRE A IDEIA DE MORTE ( no homem ocidental ) – – – 2006-10-06 SOBRE A IDEIA DE MORTE ( No homem ocidental ) ”Wer soll der Erde Herr sein? Wer will sagen: Friedrich Nietzsche Li, há uns poucos de dias, num fragmento filosófico de Antero de Quental uma coisa muito interessante. Dizia ele: “ A ideia de morte é a base da vida moral. Os seres que a não têm ( crianças, animais ) não são morais – são maus ou bons apenas . Se o homem fosse imortal, estaria exactamente, no mesmo caso, por muito que a razão progredisse. “ (A esta conclusão também chegou o grande Kant, responderá o leitor. Só que o Deus de Kant é um mero postulado, por isso pouco credível. Algum tempo depois, Nietzsche destrói este postulado com o grito de guerra: “ Gott ist tot.”) Acreditando o Homem num Deus, não como um postulado, mas como se diz em ontologia, como o ser em si , por quem ele foi criado, instância moral reguladora, o qual um dia, depois da morte, o julgará pelos bons ou maus actos que este possa ter cometido durante a sua existência terrestre, então, ai sim, o homem poder-se-ia tornar homem, já que a sua vida ganhava desto modo, um sentido final. Não reconhecendo a temporalidade da sua vida e continuando a afirmar a morte de Deus, o homem ocidental está-se aos poucos e poucos a derrotar a si mesmo. Neste seu modo de pensar, nesta sua forma de encarar a existência, encontra-se precisamente o seu calcanhar de Aquiles. Züschen, O1. Oktober MMVI Luís Costa
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A armadilha do diálogo… – – – 2006-09-28 A verdade é que eles vivem bem do tal diálogo e os ocidentais parece que querem ser enganados. O que vale é que o povo simples consegue ver melhor o que está por trás do diálogo porque nao estao tao interessados no negócio do petróleo. Os que defendem a compreensao ainda nao notaram que nao se trata disso e caem como tordos e ingénuos nas maos dos muculmanos. A Europa está perdida. Neves
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– – – 2006-09-28 Não acha que a renúncia da ópera à peça de Mozart nao é um atentado à religiao porque em cena é cortada a cabeça de Maomé? A arte tem de ser responsável! Quanto aos árabes eles ainda se encontram na Idade Média. MA |
Tem razão – – – 2006-09-28 Não desejo monopolizar os comentários no seu interessante e suscitador blog, mas não resisto a dizer que a realidade que radiografa é efectivamente inquietante. E inquietante porque aponta em duas direcções: a primeira é que o imaginário social do ocidente democrático está a bloquear-se, o que é sufocante e deixa sequelas e miasmas muito negativos; a segunda porque mais tarde ou mais cedo as forças mais poderosas desse ocidente perderão a paciencia de acordo com o velho ditado que diz que até um rato busca lutar se o encostam à parede. Temo que tudo acabe numa catástrofe. Os árabes conscientes deviam considerar esse facto maduramente e procurarem que a extrema susceptibilidade dos santões muçulmanos não leve certas instancias a um acto limite em desespero de causa. Do nosso lado – do nosso lado todo – espero que haja inteligencia ponderada mas também firmeza. Obrigado por me ter respondido. nicolau saião
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A Armadilha do Diálogo – – – 2006-09-27 Douto Nicolau Saião! Obrigado pelo seu contributo. As suas deixas: “entre fanatismo totalitário e civilização”, “chantagem moral”, “ o mundo chegou à mais grave crise da sua existência” apontam para uma situação triste que nem a sociedade, nem a política nem a igreja se atrevem a pôr na ordem do dia. A espiritualidade embora confiante tem por companheira a dúvida e a fé nunca pode ser presunçosa. Reportar-se a Deus não pode ser o factor legitimador do saber, como eles fazem. Nós é que temos de desenvolver a nossa tradição na consciência, na consciência do mundo cristão de que Deus é o nosso próximo. O diálogo com os muçulmanos torna-se impossível porque para eles tudo constitui ofensa e injúria. Esta só acabará no momento em que o mundo se oriente pelas suas concepções o que significa só deixaria de ser ofendidos no momento em que todos se tornem muçulmanos. O grande problema é que só é permitido um diálogo de amabilidades hipócritas tendo o Ocidente de ceder sempre. Não querem saber de nada e querem tudo. Este é o melhor serviço antidemocrático. É uma tristeza ver como o Ocidente já se encontra na defesa, com a tesoura na cabeça, com uma auto-censura que já funciona automaticamente no que toca aos árabes. O medo do que poderá acontecer leva intelectuais e opinião pública a censurar-se a si mesma. Até a arte já não é livre. Eles interferem na liberdade da cultura e da arte. Como um pequeno exemplo refiro o caso da Ópera de Berlim que se viu obrigada a interromper a ópera de Mozart “Idomeneo” com receio das reacções muçulmanas. Atenciosamente António Justo
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Subscrevo – – – 2006-09-26 Subscrevo, com gosto e certo descanso de espírito, este lúcido texto. Com gosto porque verifico que ainda há intelectuais (dignos desse nome) que não se enredam em reflexões especiosas e chamam os bois pelos nomes: o Islão nasceu na violencia, viveu e vicejou na violencia e, se não resultarem as tentativas de aproximação que visam que o Islão se morigere, já que não pode tornar-se pacífico pois isso é o mesmo que falar-se em “tigres vegetarianos”, terminará no meio da violencia a que os seus próceres deram ensejo mediante a sua falaz brutalidade. Com descanso de espírito porque verifico, de igual modo, que mantendo a tolerância e a lucidez, há pois pensadotres que não se conformam em tornar-se reféns da chantagem moral dos chefes islamitas ou meros “idiotas úteis” papagueadores de inanidades. Tenho para mim que o mundo chegou à mais grave crise da sua existência, uma vez que agora a sociedade democrática não se defronta com aparatchikis nazis, estalinistas ou maoístas mas com o próprio “Deus” (essa espúria versão de “Deus”) encarnada em ulemas totalitários e massas fanatizadas que o exprimem. A cegueira de muitos, que os poetas (não lambedores de frases pseudo-líricas) têm procurado erradicar – a par de outros cidadãos – pode e está a facilitar o embate que se perspectiva, por nossa tristeza, entre o fanatismo totalitário e a possível civilização. Esperemos que, se os bárbaros mais uma vez tentarem a nossa defenestração, saibamos resistir com a firmeza e a verticalidade que se impõe. Nicolau Saião
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CÃES TRISTES
Cãs tristes – Tristes cães!
2006-08-26
Volto de férias passadas na calma e laboriosa Branca, Albergaria.
Trago comigo a nostalgia! Não é só a saudade daquela gente tão boa e das paisagens impares, mas também aquela tristeza de premeio do latir dos cães solitários e mendigos de carinho. Por companheiros têm apenas o cadeado e a voz dos outros parceiros de infortúnio que se torna característica ao anoitecer nas paisagens nortenhas. Tornados recordações da terra, eles são sentinelas, testemunhas duma paisagem e duma humanidade inconsciente em que a identificação com a natureza e com os animais se torna difícil na luta pela subsistência. O sofrer da natureza anda ligado ao sofrimento do Homem… Nos países pobres o cão é mais uma coisa que pode ser útil do que um ser vivo com sentimentos. Os seus latidos são tristezas não choradas, súplicas de povo à terra atado.
Nesta minha nostalgia também anda uma recordação de criança. A daquele cão de aldeia que já noite adiantada consegue libertar-se do cadeado que o prendia e, farejando, se dirige à campa da sua dona, lá no fundo da freguesia, nesse dia triste de Outono enterrada. Pressuroso, com as suas patas remove a terra da campa… De manhã encontram-no, extenuado do cansaço, repousando no buraco da terra parecendo escutar o segredo da dona que ali quer guardar.
Recordo também o caso do herói Ulisses que após a sua odisseia de muitos anos, depois do cerco de Tróia, ao voltar esfarrapado a sua casa na ilha de Ítaca (Tiaqui), ninguém o conhece. Apenas o seu velhíssimo cão o reconhece. Eufórico por tornar a ver o seu dono o coração rebenta-lhe de alegria caindo morto aos pés de Ulisses.
Amigo e confidente de pessoas, companheiro de idosos, salvador de vidas entre escombros, ou colaborador na procura de drogas, o cão aí está sempre pronto e disponível.
A sua companhia tem efeitos muito positivos e terapêuticos sobre os donos. Estes dormem melhor e não precisam de visitar tantas vezes o médico nem de tomar tantos comprimidos. A sua vida prolonga-se. Também a circulação sanguínea dos seus donos funciona melhor atendendo a que têm de dar os seus passeios diários com ele, esteja bom ou mau tempo.
António da Cunha Duarte Justo
Publicado em Comunidades:
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Cães tristes – Tristes cães – – – 2006-09-06 Prezado senhor Luís Costa: Muito obrigado pelas suas considerações. Creio que o problema que apresenta é premente. Ele não tem tanto a ver com a dicotomia pobres e ricos, com a pobreza real que justamente refere. Isto é apenas o resultado duma forma de estarmos acomodados, de não ser.Estamos mas não somos! É uma situação precária de consciência humana, de consciência social e de consciência individual. Anda-se no mundo por ver andar os outros seguindo mais ou menos as leis da natureza, e estas têm bastado… A inércia das bases justifica a letargia das elites e vice-versa. O mal é que as pessoas andam todas à espera de qualquer coisa!… Quando acordam, se é que acordam, já parece tarde! Um abraço Justo antónio Justo
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caro Justo – – – 2006-09-03 Caro Justo, gosto do seu artigo, gosto mesmo. Luís Costa
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BOAS FÉRIAS!
Boas Férias!
2006-07-14
Prezadas e prezados Visitantes:
No Sábado, dia 15.07.06 parto com a família para a Branca, Albergaria-a-Velha, Portugal, onde vivo e passarei as minhas férias até meados de Agosto.
Em tempo de férias também o trabalho deve descansar para tudo crescer na espontaneidade para lá do bem e do mal. Uma prioridade: a amizade! Apreciar o dia a dia sem o stress do calendário na mão. Na prioridade do hoje e não da intenção, saborear cada momento, o encontro.
Tempo de férias: uma oportunidade para manifestar o carinho que o dia a dia, o tempo muitas vezes impedem.
Desejo-vos tudo o que há de bom!
António Justo
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A cor preta – – – 2006-09-13 Caro Dr. ANtónio Justo: pedia-lhe o favor de alterar o fundo preto para cinzento suave e colocar as letras a preto para uma leitura menos agressiva à vista e simbolicamente mais luminosa cumprimentos Luis Miguel Cunha Luís Miguel Cunha
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Partilhar – – – 2006-08-23 Obrigado pelo teu contacto. Fui ao site que indicaste e achei-o muito bom e oportuno. Como surgiu esse site? Gente da nossa estirpe não abdicará nunca. Onde houver uma ideia e uma vontade acontecerá também futuro. Um abraço Justo |
Partilhar – – – 2006-08-22 Partilhámos experiências, sonhos e frustrações, mas nunca partilharemos a desistência. E vamos continuar a partilhar: num espaço dedicado particularmente aos amigos da partilha como o Justo. Convido-te, em primeira mão a visitar o site: www.solymarport.info Um abraço António Costa Martins
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– – – 2006-07-15 Caro António Justo, Como Alquerubinense e munícipe de Abergaria-a-Velha, desejo-lhe umas ótimas férias. Saudações Lusíadas, José Miranda Reis de Melo. Recife / Brasil |
– – – 2006-07-15 Do P.Club: Desejamos, Boas e óptimas Férias, ao Nosso Companheiro, Amigo António Duarte Justo, na Sua Albergaria- a – Velha , na nossa Cardigos, na Ansião do Gabriel Cipriano, na Gondemaria do Verdasca…. por todo o Portugal, revendo e matando a saudade de seus parentes e amigos. Se desejar se encontrar com o amigo Verdasca lhes passarei o Fone. Amigo Justo, não deixe de nos enviar lá de Portugal alguma Matéria , do que achar interessante e até quem sabe importante. Fale-nos de Albergaria. Se Passar por Cardigos, entre no Café Leão de nosso Amigo Domingos, e deixe lá uma divida para eu pagar. Um Abraço e Boas Férias… Casimiro Rodrigues Presidente do PORTUGALCLUB |
– – – 2006-07-14 Prezado Videira: Obrigado pelos teus votos e pelas tuas palavras. Se consultares o meu artigo de Junho n° 3 com o título “Emigrantes de primeira e de segunda classe” sobre o ensino, aí encontrarás a tua abordagem que me enviaste na secção de comentários. Assim posso remeter pessoas interessadas para o mesmo, para assim terem uma visao mais alargada da questão. Parabéns pelo teu trabalho. Penso que trabalhas com o mesmo espírito: Servir. É impressionante verificar que haja tão pouca gente interessada em trabalhar desinteressadamente opela coisa pública. Pior ainda é verificar que a maior parte das pessoas vivem na situação de rebanho esquecendo a sua vocação primordial. Boas férias. António Justo |
Boas férias merecidas – – – 2006-07-14 Parabéns pela qualidade dos teus artigos. Desejo-te também umas boas férias, bem como à família. Um abraço amigo. A. Videira |
Figo: “eu trago uma mala grande”
Figo: “eu trago uma mala grande”
2006-06-28
Luís Figo quando chegou à Alemanha disse:”eu trago uma mala grande”. Chegará até ao dia 9 de Julho, o final do Mundial? Depois da Batalha de Nurenberga” de ontem, há muito a desejar. Quanto a Cristiano Ronaldo o Frankfurter Allgemeine apesar de reconhecer o seu grande talento não deixa de intitular a notícia: ” Cristiano Ronaldo, a estrela jovem de Portugal: seu talento é uma bênção. seu temperamento uma praga”. Scolari e Figo, duas personalidades sem as quais a equipa portuguesa não teria atingido o que atingiu quer no Europeu quer no Mundial. Duas personalidades fortes que não estando sempre de acordo se respeitam e sabem que precisam um do outro em benefício do trabalho e espírito de grupo da selecção. Eles sabem que união, disciplina e discreção conduzem ao sucesso. Scolari é do parecer que a selecção portuguesa pertence ao grupo das oito melhores.
Mas com toda a crítica que poderão fazer, o certo é que sem Felipe Scolari e sem Luís Figo a selecção portuguesa não chegaria onde chegou.
António Justo
Alemanha
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– – – 2006-07-14 Tem razão! Mas só quando nos consciencializarmos que Azambuja e Nuremberga são meros aspectos da mesma realidiade, só entao estaremos preparados para agir e nao apenas para reagir. Notar a dicotomia já é um grande passo em frente mas não chega. Temos que nos preocupar por uma cultura bipolar integral paraconseguirmos superar o ciclo vicioso da dialética e da vida em diferido. Obrigado püela referência. António Justo |
– – – 2006-07-01 A BATALHA DE NUREMBERGA As guerras são assim, umas vezes ganham-se as batalhas e outras vezes é-se perdedor. O nosso azar está em ganharmos as batalhas de Nuremberga e perdermos as da Azambuja, oxalá fosse ao contrário. |