O Papa Francisco nomeou o cardeal Zuppi para preparar e liderar uma missão de paz “para ajudar a aliviar as tensões do conflito na Ucrânia e iniciar caminhos de paz”; nomeação que o cardeal confirmou em 22/05/2023.
Já em abril, o Papa Francisco falou de uma iniciativa secreta de paz. Entretanto, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy rejeitou tal missão, depois de se encontrar com o Papa em meados de maio.
Seis países africanos também estão lançando uma iniciativa porque a África está a ser atingida pelo conflito que causa a carência dos cereais da Ucrânia. A China e o Brasil também já se tinham mostrado interessados em iniciativas de conversações de paz, mas os beligerantes das duas partes (EUA-NATO-Ucrânia e a Federação russa) mantêm-se caturras nas suas posições.
Em tempo de guerra torna-se difícil uma diplomacia de paz que agrade a todos. O compromisso indispensável terá de desagradar necessariamente a todas as partes!
O Vaticano, interessado na paz dos povos e grande perito em diplomacia, tem de manter-se neutro a nível internacional. Só assim poderá possibilitar sucesso em missões de paz. O vaticano tem sido pressionado e criticado por parte dos parceiros da NATO por não ter tomado partido contra a Rússia. Por razões de vocação pacífica e de conhecimento das cumplicidades de um e do outro partido, o Papa não o fez!
O Pontífice confia em negociações e na via diplomática a longo prazo. Neste conflito são necessárias iniciativas de paz a todos os níveis: especialmente a nível político e a nível interconfessional. O Vaticano está na boa posição de incluir as vertentes religiosa e estatal política!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
A paz só vai ser alcançada, quando as vontades divergentes, que são as mais poderosas, alcançarem um compromisso que impõem um certo desagrado a ambas as partes.