União Europeia entre os USA e a Rússia a serem empurrados pela China
“George Glass, embaixador dos EUA em Lisboa, em entrevista ao Expresso, publicada este sábado, admitiu consequências em matéria de segurança e Defesa para Portugal se o país escolher trabalhar com a China” (1).
O embaixador falou claro (sem diplomacia, tal como fez o seu homólogo na Alemanha) das forças e interesses económico-geopolíticos, isto é, daquilo que geralmente os políticos nacionais não gostam que se fale. Portugal encontra-se na ressaca das ondas e em conflito de interesses.
Incomoda, mas chama a atenção para as circunstâncias que nO embaixador dos USA em Portugal fala claro das forças e interesses económico-geopolíticos, isto é, daquilo que geralmente os políticos nacionais não gostam que se fale.
Incomoda, mas chama a atenção para as circunstâncias que nos movem e moverão: a realidade económica motivadora de guerras, da determinação de zonas de influência política e de agendas internacionais.
Não se trata aqui de pintar a realidade com as tintas de Belzebu ou do Diabo, porque essas discussões sentimentais só ajudam um e outro a levar o seu negócio à frente.
A guerra em Portugal tem acontecido no dia-a-dia entre a China e os USA (e em parte UE, dos países mais fortes) a nível económico.
A importância do porto de Sines é realmente “incrivelmente estratégica” para a distribuição do gás natural liquefeito americano, especialmente num momento em que Trump se insurge descaradamente contra o gasoduto North Stream 2 que liga a Rússia à Alemanha.
Um outro capítulo será a concretização e interesses geopolíticos ligados ao porto de Sines! Sines será também a entrada da rota comercial para a Europa.
Naturalmente que não é também inocente o uso da tecnologia chinesa na nossa rede 5G. Trata-se de reconhecer os poderes que têm as biscas e os trunfos mas contar também com desenvolvimentos futuros.
Enquanto os nossos fomentadores de opinião se fixam em questões de ideologias continuaremos a ser embalados entre as ilhas das sereias. Esta não é a altura de sermos uns contra os outros (uns blocos geográfico-económicos-políticos) contra os outros.Importante seria descobrir, na nossa pequenez real e de sonhos, a vantagem estratégica que viremos a ter numa ordem mundial bi ou tripolar!
Na discussão deste assunto não seria oportuno tratar-se aqui de se colocar do “lado certo” ou do “lado errado”, mas de compreender a complexidade do assunto para poder jogar com os dois! Cada potência faz a sua pressão, cada uma à sua maneira. Relevante seria termos a consciência da nossa importância estratégica e termos um conceito e um sonho para Portugal. Doutro modo poderia restar-nos tornar-nos num cavalo de troia dos interesses geopolíticos!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
De acordo com tudo e lembrando-me, ao mesmo tempo, do que se passou no reinado com D. Afonso VI, o Conde de Castelo Melhor, os fidalgos vinhateiros e lãzoeiros e os ingleses. E não ficou por aqui…
Joaquim Simões
FB
Exactamente! A História serve não só para ensinar e aqui também para avisar!
No caso em apreço, e quanto aos denominados fidalgos vinhateiros e “lãzoeiros”, informo o cidadão Joaquim Simões de que o Tratado de Methuen (negociado pelo hábil John Methuen), em 1703 foi um dos melhores negócios entre os “arrancadores de batatas” (forma carinhosa com que os “beefs” nos chamavam) e os Gun-Powders (christãos e cathólicos não anglicanos ciosos das viagens -“trips” – e das comilanças de carne de porco denominadas desde 1752 de “tripas à moda do Oporto”. Cuidado com os que “nativizaram” o apelido Methuen para Mituin (bem ao jeito da espanholada de Salamanca e outras) e passaram a denominar a Covilhã como “Manchester portuguesa e a mais “mituínica” cidade de Portugal. Por causa das lágrimas – Tears – que os teares provocavam nas mulheres de Manteigas.
O historial e o contencioso militares ao nível da O.T.A.N (N.A.T.O.), para além do “Melting Pot” (cadinho) de mais de 100 anos de migração seletiva de portugueses levados pelo messianismo da Nova Terra Prometida obrigam a mais leituras e fidelização de compromissos de ambas as partes. O Comando Ibérico do Atlântico é uma das fatias mais apreciadas pelos militares portugueses dado o apoio declarado dos norte-americanos ao seu comando sobreposto ao de Castela-a-Velha. Acresce o facto de que os Açores ainda constituem a primeiras da plataformas de centenas de Asas com as Stars and Stripes a caminho de Eretz Israel e do restante médio-oriente policiado de longe pelo Hexágono (o Pentágono e o poderoso Red Lyon, símbolo do poder da Velha Albion – Old Albion e atual Grã-Bretanha. E a importância da nossa Zona Económica Exclusiva, ainda por explorar, e o acesso quase exclusivo do porto de Sines a navios de grande calado? Aguardemos, pois, que a sensatez vença o imediatismo político causador de tantos conflitos.