NAS PEGADAS DA ECONOMIA SOCIAL DO MERCADO – BÓNUS DE 9.700€ A CADA TRABALHADOR

 

Empresas alemãs dão o Exemplo com a participação dos trabalhadores nos lucros das Firmas

 

António Justo

Nos anos 40 do sec. passado a Alemanha criou a chamada Economia social de mercado, uma ordem económica solidária que se situava entre socialismo e liberalismo. Neste sentido encontram-se na Alemanha empresas com um rosto capitalista bastante humano.

25.000 empregados da Porsch na Alemanha receberão, este ano, 9.700 euros como gratificação especial, devido aos lucros da empresa no ano passado. (Cada empregado recebe 9.000 euros diretamente e 700 como contribuição para o regime de pensões). O prémio é calculado com base numa fórmula que liga entre si os lucros antes dos juros e impostos ao rendimento das vendas.

A Volkswagen premeia cada empregado com 4.750 euros de participação nos lucros, como relata “Spiegel”. O bónus aplica-se aos 100 000 trabalhadores da Volkswagen AG, abrangidos por convenções colectivas de trabalho.

Daimler, este ano, gratifica  os seus cerca de 130.000 trabalhadores abrangidos por acordos coletivos de trabalho com apenas 4.965€ de participação nos lucros (no ano anterior tinham sido 5.700€). O Grupo Daimler tem cerca de 300.000 pessoas em todo o mundo.

Em Portugal a Lisnave em 2015 teve um lucro de 13,6 milhões de euros e distribuiu 1,5 milhões de euros pelos 520 trabalhadores, o que corresponde a uma média de 3.000 euros por trabalhador.

Democratização da economia

Seria mais que natural que tais empresas se tornassem solidárias com os trabalhadores de países onde têm filiais. Seria uma maneira de dar um passo no sentido de se começar a democratizar a economia a nível mundial.

O liberalismo económico actual, para receber um rosto humano, terá de voltar às origens alemãs da economia social de mercado que Ludwig Erhard (1) fez tema político da CDU resumida no slogan  “economia de mercado socialmente empenhada”. Com esse conceito a CDU ganhou as eleições de 1949 (a CDU/CSU 31%, e o SPD 29,2%). Sob o Chanceler Federal Konrad Adenauer (1949) iniciou-se o milagre da economia alemã.

A economia social do mercado contradisse as teorias económicas do marxismo ao demonstrar que o capitalismo era passível de desenvolvimento; deste modo o socialismo marxista viu-se obrigado a deixar de apostar tanto na anterior luta contra o capitalismo para passar a empenhar-se numa estratégia de luta anticultura ocidental.

 

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

Um comentário em “NAS PEGADAS DA ECONOMIA SOCIAL DO MERCADO – BÓNUS DE 9.700€ A CADA TRABALHADOR”

  1. Em Portugal, pela baixa produtividade, só deveriam premiar os trabalhadores que correspondessem ao que deles se espera, estipulado por Organismos Competentes. Ao verem alguns premiados, creio que a maioria melhoraria o seu Rendimento de Trabalho…!!!

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