Presidente da República chumba a Alteração à Lei Eleitoral
António Justo
O Presidente da República, ao vetar a alteração à Lei Eleitoral, que punha fim ao voto por correspondência dos emigrantes, insurge-se contra a iniciativa socialista que pretendia fomentar a abstenção eleitoral nas comunidades emigrantes fora da Europa. De facto, ao contrário dos países europeus, onde a esquerda portuguesa se encontra estrategicamente implantada desde o 25 de Abril, nos países de emigração portuguesa fora da Europa, os votantes são mais conservadores, osso duro de roer para a esquerda. Daí a sua unanimidade contra o direito fundamental dos emigrantes.
A Lei socialista “obrigaria milhares de pessoas a percorrerem centenas ou milhares de quilómetros para exercerem um direito fundamental”, objecta Cavaco Silva. Uma bofetada na cara do PS interessado em impedir a ligação dos cidadãos emigrantes a Portugal e em limitar a participação eleitoral aos locais dos consulados onde estão seguros da sua influência. Esta resulta duma política partidariamente inteligente prosseguida pela esquerda, depois do 25 de Abril, com a sua táctica de implantação dos seus boys em lugares chaves da administração, da imprensa e de associações em torno dos consulados.
O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, é cínico desculpando a retirada do direito constitucional aos emigrantes com a contrapartida de que “o Governo tem empreendido a reforma da rede consular, para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos emigrantes” criando “acessibilidade” aos consulados. Pura desfaçatez que conta com a falta de conhecimento da realidade dos factos e com o desinteresse dos portugueses pelos problemas dos emigrantes.
O Governo, vendo ludibriada a sua intenção de ser beneficiado nas próximas eleições, com aquela lei, quer voltar à carga falando em “alargar as mesas de voto”. O Governo pensa vender esta mentira tal como vendeu a do ensino de português no Estrangeiro (LCP) com o argumento da integração do português no currículo alemão na qualidade de língua estrangeira. Enganou os portugueses e agora tem que pagar a factura tendo de assumir o ensino da LCP porque provocou a transferência de professores da responsabilidade alemã para a responsabilidade portuguesa. Agora para não assumir a responsabilidade pretende deixar as associaões com o fardo. Facto é que no caso da Lei Eleitoral vir a ser alterada ganha a esquerda e perde Portugal.
A argumentação da “fragilidade do voto por correspondência, com boletins de voto devolvidos”, só demonstra o mau funcionamento da rede burocrática a nível de representações diplomáticas. A posição progressista contra a possibilidade de votar por carta é politicamente ridícula e só demonstra o reconhecimento da ineficiência administrativa, como se esta não pudesse ser melhorada.
Acusam o veto de Cavaco de “Conservador”. Eles sabem que o povo vai na cantiga, e ainda se vai iludindo com palavras ridicularizadas como, progresso, liberdade e igualdade.
Um PS tão progressista e tão lampeiro em fazer propaganda própria com a “oferta” de portáteis “Magalhães” e tão empenhado em transformar Portugal num país virtual, sem alma própria, não lhe vem sequer à ideia a possibilidade de possibilitar a votação também através de Internet. Além do mais, a votação por correspondência é um direito comum em democracias que funcionam e também no caso das votações europeias. As ondas do mar socialista parecem continuar condicionadas para os seus Magalhães! Ou será que estes querem abandonar Portugal para se colocarem ao serviço estrangeiro? Resposta só Fernão de Magalhães a saberá dar ou Nuno Alvares Pereira.
A manobra socialista de utilizar os emigrantes como álibi na luta contra o Presidente é barata e de mau gosto. Não há “soluções alternativas” nem se trata de “controverso voto por correspondência” como pretendem embrulhar José Lello, secretário internacional do PS, alegadamente secundado por seus afins do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e das Missões Diplomáticas para quem o veto do Presidente levanta “problemas de salvaguarda das urnas ao longo de duas noites.” O que está em jogo é a salvaguarda de interesses partidários e não o interesse do povo; o que está em jogo são os interesses do “Castelhano” empacotados em lustre francês!…
As pretensas “Soluções Consensuais” que advogam constituem gozo aos cidadãos inocentes e são motivos de galhofa para os bons socialistas.
O que o governo de Sócrates quer é votos. Para isso não hesita em “diminuir a participação cívica dos emigrantes”.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com
Nunca , jamais, consegui entender esta pretensão do PS…
Concordo com o veto, claro.
Bom domingo.
rrrsssss, só não concordo com as letrinhas de verificação: é a terceira tentativa!
São, obrigado pela tua visita!
Visitei-te tambe´em e gostei muito do teu ambiente e da tua poesia!
Quanto `as letras de verificação tambe´m eu não as compreendo!
Um abraço
Antonio Justo
António Justo,
há imenso tempo que publiquei um comentário no seu site, pelo que não sei se ainda se lembra de mim. Talvez ainda não se lembre, já que publiquei o comentário há precisamente dois anos. Não quer dizer que não esteja ao corrente das suas postagens mais recentes; na verdade, perdi o rasto do seu blogue, e só há alguns dias me lembrei quase por milagre que este se intitulava 'Pegadas do Espírito'.
Bem, quanto ao veto do Presidente da República, acho que seria um mau exemplo se não o fizesse; e "essa" do partido socialista rejeitar, por assim dizer, a votação daqueles que estão no estrangeiro – além de ser o seu «duro osso de roer» (como eu gostei dessa designação) – só demonstra ainda mais a discriminação daqueles que vão para fora da Europa. De facto, são uma franja que implica um retorno às massas politizadas (não é demais supor que uma votação por correspondência toque as raias do ridículo); já o nosso governo «de direita» não é apologista dessa forma de eleitorado.
Bem, não sei se fui suficientemente esclarecedor. O que importa é que o nosso santo Presidente da República fez do governo de José Trocas gato-sapato. Há-de sempre ser uma comédia para entretenimento dos cidadãos mais preclaros.
Goggly.