DA OPINIÃO AÇAIMADA E DO CABRESTO NA CABEÇA DA MISS PORTUGUESA

Só os Políticos podem namorar em Público

António Justo

Não é piada de Abril, é verdade verdadinha que Carla Rodrigues, foi destituída do cargo honorífico de Miss Portuguesa, no Dia da Mulher, por ter manifestado simpatia por Guaidó! O sistema não achou conveniente a opinião da mulher que se quer reservada para um público interessado em beleza e curvas físicas, mas não políticas!

A opinião do povo e para mais a de uma mulher costuma incomodar o mundo dos organizados em torno do poder. Isto, porém, não é mais que um sinal da tal ditadura democratizada que o nosso regime soube instalar para alguns.

Neste assunto se algum país deveria impedir a Miss Portuguesa, seria a Venezuela e isso até seria uma boa propaganda para Portugal. Meu Portugal, onde chegaste!

A sociedade portuguesa, através da política e dos aliados Média habituou-se a andar de tesoura na cabeça: a censura do politicamente correcto é a obra acabada do regime político que educa a população. Não é por acaso que temos tantos boys portugueses em cargos políticos internacionais.

Muitos surpreendem-se pensando que em democracia isto não seria possível e, para mais que o castigo tenha sido aplicado contra as regras escritas para o concurso.

A destituição da Miss Portuguesa é expressão de uma esperteza saloia, oportunista e cínica que por todo o lado ronda a nossa sociedade.

É cínica a exclusão da Miss Portugal por ter manifestado a sua opinião, quando, por toda a parte o poder político procura pôr a arte ao seu serviço! Uma vez que a organização em torno da beleza não tem competência política, pelo que seria natural que as eleitas pudessem manifestar a sua opinião privada.

Pessoas de boca açaimada porque no reino das corporações quem se coloca ao lado do povo torna-se suspeito e como tal persona non grata num Estado ocupado por corporações que se envergonham do povo. Gente livre e séria estraga o negócio.

As outras damas vão-se tornar agora cúmplices de um acto oportunista da organização! Neste nota-se ainda aquele zelo jacobino, o jeito de cão de rabo entre as pernas que oportunisticamente ronda pelas nossas instituições.  Será que em Portugal só os políticos podem namorar em público? A arena é sempre dos vencedores por isso quem pode junta-se a eles, para não ficar de fora.

António da Cunha Duarte Justo

In “Pegadas do Tempo”

UMA ÉTICA MUNDIAL PARA A CULTURA DA PAZ – Mudança do paradigma institucional para o individual

Pensar e agir em Contexto de Globalização implica fomentar um Humanismo plural

Por António Justo

Na qualidade de professor de ética na Alemanha, onde tinha alunos cristãos, ateus, hindus e muçulmanos, vi-me confrontado a ter de distinguir melhor entre Moral e Ética na disciplina que lecionava, devido às diferentes “morais” de proveniência dos alunos e à óbvia necessidade de adquirirem um mínimo de valores éticos comuns para os habilitar para um adequado relacionamento intercultural no dia-a-dia e obterem a suficiente compreensão para respeitarem as diferentes morais e crenças. Pelo que observamos a nível mundial, as culturas encontram-se com problemas irresolvidos e a civilização ocidental passa um momento axial da sua História (ou sua negação), o que a leva a uma crise de sentido do Homem e da civilização.

Urge construir uma sociedade com pessoas de boa vontade, dispostas a criar uma comunidade e um mundo de todos para todos e para isso é óbvio apostar-se na juventude como os melhores obreiros do novo mundo, uma geração comprometida com o desenvolvimento social e humano.

A Dignidade humana e consequente respeito pela pessoa é o valor primeiro a ter de ser reconhecido e integrado, como princípio ético, em todas as culturas e Estados; toda a discriminação vem da desconsideração de tal princípio ético. Dado as diferentes instituições humanas se regerem quase só pela negociação de interesses entre elas (e de corporações dentro delas) , é necessário que pessoas e grupos (em cada Estado e outras  instituições) lutem para que a nova perspectiva ética, (que parte do interesse  da pessoa e não tanto, como até agora, do interesse das instituições), seja concretizada nas instituições (a dignidade humana como seu constitutivo e primeiro objectivo)  e também através delas. Só assim se poderá chegar a uma prática comum do “não faças aquilo que não queres que seja feito a ti”.

Observa-se um esforço crescente no sentido de se estabelecer uma ética global (Direito ético) sobre a moral própria (Direito moral) de civilizações, religiões, culturas e nações. O intento revela-se de muita urgência para se poder chegar a um mínimo de consenso na relação dos povos entre si, para que se estabeleça um código de valores ou princípios éticos comuns que venham a influenciar a feitura das leis dos diferentes Estados. Este esforço não deve cair na tentação de aplanar culturas e morais por uma rasoura só racional e de pretensões materialistas hegemónicas escondidas a pretexto da racionalidade.

O direito ético (nível de reflexão) é diferente do direito moral (leis morais culturais, decálogo). Os princípios éticos (gerais e abstractos) estão para a constituição do país, como esta está para as leis e tribunais no trato directo da conduta concreta (moral) do cidadão (1). A ética seria a filosofia crítica da moral e a moral seria a ética aferida e aplicada na vida concreta (diferentes regiões e culturas). Neste âmbito os mitos de diferentes culturas e suas narrativas encobrem em si verdades universais comuns a ser exploradas.

 

O surgir de compromissos globais

Hans Küng, com o “Global Ethic Project”(2), activou fortemente a discussão mundial sobre a necessidade de um consenso básico de valores, atitudes e padrões para um Ética Global. No seu programa “Projeto Ética Global”, publicado em 1990, formulou três convicções básicas: “Não há sobrevivência sem uma ética global. Não há paz mundial sem paz religiosa. Não há paz religiosa sem diálogo religioso (Não há diálogo entre religiões sem pesquisa básica nas religiões.)”.

O Parlamento das Religiões Mundiais reunido em Chicago adoptou a Declaração (3) a favor de uma ética global, a 4 de setembro de 1993. 200 representantes de todas as religiões assinaram a declaração. Concordaram com elementos centrais de uma ética comum, assumindo o princípio da humanidade como regra de ouro e as directrizes: não violência, justiça, veracidade, parceria e direitos iguais para homens e mulheres.

Uma ética concebida à margem da espiritualidade não assume um caracter de sustentabilidade porque não se encontra ligada a um princípio superior e, na consequência, uma ética artificialmente racional traz em si o cunho da transitoriedade. Um princípio resultante de eleição democrática está sempre dependente de interesses geralmente não justificados pela natureza e o caracter espiritual fica perdido entre a luta de interesses corporativos no meio da polis. Também o argumento de que há ateus não é suficiente para se optar por uma ética meramente racional. Daí a importância do respeito da moral de caracter religioso-cultural nas diferentes regiões.

Também aqui seria de aplicar, a nível global, o princípio da civilização cristã: a Deus o que é de Deus (ao povo o que é do povo) e a César o que é de César. Este princípio implicaria o estabelecimento de uma cultura de paz que reconhece a complementaridade de culturas, instituições e pessoas, o que tornaria como consequente a instituição de uma ética global vinculativa para todos os povos (missão secular) e o outro princípio, ao povo o que é do povo (a Deus o que é de Deus), implicaria, também a nível de supraestruturas, o respeito e reconhecimento da sua cultura e religião. Estas enchem com vida a Ética.

 

Para compreender a discussão entre conservadores e progressistas

Para se compreender o valor e a necessidade do estabelecimento de um código ético universal é relevante partir-se da distinção entre ética e moral (4).

Na linguagem cotidiana costuma-se usar ética e moral (moralidade) quase com o mesmo significado. Com o desenvolvimento da globalização e de novas possibilidades científicas (manipulação do gene, inseminações artificiais, etc.) a política precisa de uma moral propriamente secularizada (ética) em termos gerais; isto possibilita um maior discernimento necessário numa sociedade cada vez mais intercultural e de expressão científica. Enquanto a moral consta de um sistema de normas tendentes a levar a um comportamento moral e a acções concretas, a ética é a ciência (filosofia moral) deles e tem como objeto o esclarecimento e análise crítica da moralidade na base de princípios éticos fundamentais: não julga mas classifica de ético ou não ético, enquanto a moral julga. A ética passa a ter um caracter mais científico (político) e a moralidade um caracter mais religioso (cultural).

Uma coisa é o direito constitucional – os valores da sociedade como critérios objectivos de orientação – (por exemplo a Constituição Nacional a nível político, e a nível religioso o Papa em contexto universal que garante uma visão católica unitária) e outra coisa são as leis (uma espécie de pastoral) que a interpretam e aplicam num aferimento com a realidade concreta.

As leis são como que o compromisso entre os princípios gerais (constituição, dogmática, etc.) e o comportamento do povo; por isso a lei chega, por vezes, a ser inconstitucional (caso do aborto) e tacitamente aplicada em razão do contexto social. (Neste caso, a constituição estatal por razões de ética proíbe o matar, mas cede quanto à moral). A ética, sem perder de vista a realidade geral das diferenças a ser integradas, permite, por outro lado, paulatinamente uma mudança cultural…

O assumir de uma ética universal corresponde a adoptar como que uma doutrina comum por que se teriam de orientar as Constituições dos países; como acontece com a dogmática e a pastoral a nível de Igreja.

Assim a supraestrutura (p.ex. Estado) ao assumir, a nível internacional, compromissos de caracter ético (credo), portanto constitucional, terá de o aplicar concretamente, na legislação (ministério da justiça e tribunais). Hoje já é visível o efeito da aceitação do princípio ético da dignidade humana, dos direitos humanos e da não descriminação e os efeitos tornam-se, por vezes, inesperados porque tocam com toda a matriz social.  O estabelecimento de uma ética universal tem consequências na feitura das leis nacionais; estas terão de ser aferidas aos princípios éticos acordados (a Igreja católica, como única organização orgânica de caracter global tem aqui um significado especial; por outro lado ao aplicar no concreto o princípio ético da dignidade humana e dos direitos humanos, que ela mesmo difundiu, terá de rever certas posições).

O acordo de uma ética global seria uma maneira indirecta de estabelecer também na civilização muçulmana a igualdade entre Homem e Mulher (a moral islâmica mudar-se-ia a partir de dentro). De notar já as consequências que o princípio ético da dignidade humana e da não discriminação provoca na legislação concreta dos países da Europa. A não discriminação da pessoa provoca mudanças profundas no conceito de família e no trato jurídico.

No cristianismo torna-se fácil compreender a distinção entre “convicções éticas e convicções morais” porque o cristão adulto deve estar na disposição de distinguir entre a atitude certa para com a vida e a atitude errónea tomada irreflectidamente e na compreensão de que a decisão foi tomada de maneira imponderada e em dependência psicológica ou moral. Neste caso embora a atitude não tenha sido objectivamente certa (isto é, tenho sido eticamente má) moralmente foi boa porque agiu segundo a própria convicção.

Por isso, segundo o catolicismo, é preciso ser-se mesmo adulto para se poder cometer um “pecado mortal” porque este se define como “uma falta contra a razão, contra a verdade livre e contra a consciência reta que fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana” : para isso é preciso juntar-se os três critérios ao mesmo tempo: a gravidade da matéria, o pleno conhecimento e pleno consentimento. Doutro modo faz algo mal mas sem culpa (consciência errónea). Também a obediência a uma lei civil pode basear-se em princípios (obediência cega) que não correspondam à ética.

Como se vê, a Ética tem com objecto de exame a razão, os argumentos racionais e compreensíveis. Isso torna a ética um assunto de lógica porque se age no sentido do bem com argumentos racionais. A moral tem uma conotação mais religiosa (vem de cima) por fundamentar as suas acções num fundamento a priori que é Deus. Por outro lado, a consciência cristã, ao ter a referência a Deus, não desliga a razão pelo que Deus passa a representar um argumento objetivo. Obediência a Deus corresponde à obediência à razão/consciência. Não chega seguir-se o argumento de autoridade, seja ele o dogma, a Constituição do Estado ou uma instituição religiosa. Facto é que nem a instituição religiosa nem o Estado podem justificar isenção de erro. Tanto o cristão como o não cristão que possui uma atitude moral bem pensada, justificada e reflectida e age segundo ela, procede moral e eticamente bem porque pode justificar o seu comportamento. Daqui a necessidade de treinar a pessoa para não se tornarem escravos morais nem da lei nem da autoridade.

Com tudo isto não se dissipa, porém, uma outra questão em relação à razão ética. O facto de eu poder apresentar logicamente a minha posição ética não quer dizer que posições opostas à minha lógica deixam de ser éticas; isto leva a justificar-se a ética também como estudo da moral.

 

Concluindo: elaborar uma ética baseada num humanismo plural

É natural que, numa sociedade cada vez mais pluralista, o Estado não queira permitir que uma religião ou mundivisão determine o que é bem ou mal na polis.  O Direito tem que organizar juridicamente essas relações. Cada vez serão mais naturais as comissões de ética e não de moral (5)!

A declaração dos direitos humanos em 1948 está agora a provocar grandes mudanças em vários ramos do Direito. A cidadania (a consciência dos direitos humanos) é a palavra de ordem da contemporaneidade..

É interessante verificar-se como a convenção dos refugiados ( imigração) leva a novas interpretações das leis em casos concretos, e como estas interpretações se tornam, por sua vez, em fonte de direito para novos julgamentos.

No caso concreto de uma possível acção criminal cometida por um afegão na Alemanha, este pode contar com uma pena menor, dado o juiz ter de considerar na sua sentença, os direitos humanos do acusado e, nesse sentido, ter de interpretar a lei, no contexto histórico, sociológico e valores morais religiosos, culturais e a formação individual do arguido. O juiz terá de sentenciar, pelo mesmo crime, uma pena mais leve a ele do que a um cidadão alemão. Isto legitimaria, a termos, numa sociedade aberta, diferentes tratos entre os diferentes grupos de uma mesma sociedade. A subjectivação da justiça contribui por outro lado para o fomento de ressentimentos e sentimentos de injustiça da Justiça. Neste sentido passaria a haver uma discriminação positiva das minorias.

Temos todos de nos dar as mãos e reconhecer a complementaridade. Sem esforço nem espiritualidade não haverá ética que perdure. Razão e fé (crença) terão de andar de mãos dadas.

O cristianismo, ao iniciar a crença num Deus único universal para todos, criou o fundamento para a aceitação de uma ética global ancorando a cidadania (dignidade humana) já não numa lei, raça ou Estado, mas na natureza humana onde toda a pessoa independentemente de crença ou religião, tem filiação divina comum. Deste modo deu-se origem a um humanismo plural. Com as iniciativas pela criação de um código ético universal encontra-se já em via uma mudança do paradigma institucional para o individual. O protótipo de toda a pessoa é Jesus Cristo.

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

In “Pegadas do Tempo”

SERÁ QUE “COMUNISTAS COMEM CRIANCINHAS”?

A Política de Lenine e de Estaline fez surgir o canibalismo na URSS

António Justo

A expressão “Comunistas comem criancinhas” (1) deve-se ao facto das políticas criminosas comunistas de Lenine e de Estaline terem, (com a sua reforma agrária e fomento da industrialização), provocado em alturas diferentes (1919-1921) e (1932-1933) fomes que originaram muitos milhões de morto, levando as pessoas a comer carne de cadáveres humanos e em especial carne de crianças. Mussolini usou-se do facto para fazer propaganda contra os comunistas. De facto, não eram os comunistas, mas a política comunista que conduzia à “fome genocida”.

Política no Sentido do Plano

Lenine, a partir de 1919, iniciou uma política de confisco de terras, animais e cereais dos camponeses, que gradualmente levaria a uma crise de fome em massa na população. No desespero, famílias para matar a fome, cozinhavam pernas e braços dos cadáveres; chegavam a alimentar-se dos próprios parentes, com frequência, bebés, menos resistentes à fome e às doenças e cuja carne era mais tenra e como tal preferida. O historiador Orlando Figes descreve tais situações no seu livro “A Tragédia de um Povo” onde avalia as consequências da Revolução Russa para o povo da ex-União Soviética.

De facto, também na Ucrânia, o ditador Estaline seguiu a política da reforma agrária do revolucionário Lenine e fez uso do terror para impor a coletivização mediante a qual, o Estado se apropriou das terras e do gado dos camponeses, agrupando-as em latifúndios colectivos. Para impor tal, fez uso de tropas regulares e da polícia secreta. Os comunistas de Moscovo tinham decidido colectivizar a Ucrânia para que a União Soviética pudesse acelerar a sua industrialização à custa dos camponeses expropriados; na Ucrânia, porém, foi proibida a saída dos camponeses para as cidades.

O holocausto da fome (2) de 1932-33 (“Holodomor”) provocado por Estaline também ele obrigou as pessoas na Ucrânia a tornarem-se canibais; a fome era tanta que depois de terem comido cães e gatos muitos passaram a ter de comer carne humana; Devido à fome provocada pelo plano de Estaline, milhões morriam e os cadáveres eram transportados às pilhas em carros (7 milhões de mortos). Também na revolução cultural da China entre 1958 e 1961 houve cerca de 30 milhões de mortos à fome e também se relata ter havido canibalismo.

Até hoje o horror do “holocausto da fome” tem sido silenciado, não entrando na consciência do povo europeu. O historiador Kun relata que “o Holodomor (holocausto da fome) tem sido mantido em silêncio, enquanto a perseguição de judeus sob o domínio nazista é conhecida em todo o mundo, muito poucas pessoas sabem disso”.

A História do comunismo (soviético, chinês, etc.) em comparação com o nazismo tem sido branqueada de tal modo que, não sendo embora melhor do que o nazismo nacional-socialista, não são lembradas as suas barbaridades na consciência social recorrendo-se à tática do seu silenciamento. Um marxismo inteligente sabe usar dos seus multiplicadores em posições estratégicas relevantes para uma formação eficiente da mentalidade pública.

Um fenómeno que observo (e para que não encontro explicação suficiente) é o facto de constatar um trato semelhante usado em relação ao islamismo onde o pensar politicamente correcto procura ignorar as suas obras para assim compreendê-lo e deste modo aceitá-lo. Os meios de comunicação social deveriam, por honestidade e amor à causa, tratar os factos com os mesmos critérios, não os deixando apenas ao sabor de maiores ou menores boas vontades, interesses ou influências.

Quanto ao nazismo e ao marxismo é óbvio lembrar-se na opinião pública o terror nazi, mas constitui hipocrisia e silenciamento da História não se tratar de igual modo o terror comunista marxista como se trata o nazista. Os holocaustos aos judeus, aos ucranianos e aos arménios são genocídios contra a humanidade independentemente da nação, raça ou ideologia. Tudo isto mostra a fragilidade humana independentemente dos sistemas; a praga maior será a de uma ideologia materialista que não conceda ao Homem o estatuto da sua dignidade humana soberana. É indigno e desumano um Estado, uma ideologia ou um sistema que usurpe ou abuse da soberania da dignidade humana de uma pessoa.

A influência da esquerda na formação da consciência social tem impedido até hoje uma apresentação objectiva dos factos para não mostrar as barbaridades do comunismo. A violência venha ela de esquerda ou da direita é violência e como tal a condenar-se independentemente da sua proveniência.

 

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

  • (1) Muitas vezes ouvi a acusação da razão do medo dos comunistas vir da ideia de que eles comiam criancinhas e não sabia explicar tal dito. Finalmente encontrei uma explicação para o uso da expressão. Responsável pelo canibalismo foi a política criminosa de Lenine e de Estaline na URSS. De resto comunistas como capitalistas e outros istas, todos são seres humanos e como tais em situações extremas capazes de usar recursos extremos. Mais que olharmos para o próximo como rival ou adversário será preciso criar uma cultura da humanidade e da boa vizinhança na amizade.
  • (2) Michael Ellman da Universidade de Amsterdão diz que barbaridade de 1932-1933 pode ser considerada genocídio dado Estaline ter permitido a exportação de 1.8 milhões de toneladas de grão no tempo da fome e proibido a emigração das zonas mais afectadas e não organizar a chegada de grão de fora também porque o regime estalinista os considerava como “contrarrevolucionários” e “ladrões”. Tratava-se também de um ataque contra a cultura nacional ucraniana