RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL INDEPENDENTE – FERIADO 1° DE DEZEMBRO

O golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640 deu-se no sentido dos interesses de Portugal sendo proclamada nesse dia (contra a União Ibérica 1580-1640) a independência de Portugal como país soberano!

O 1 de dezembro é o feriado civil mais antigo de Portugal.

Então, partes do clero e da nobreza conspiraram e proclamaram D. João, Duque de Bragança como rei de Portugal.

Terminavam-se assim 60 anos do domínio espanhol filipino que foi fatal para a economia e para a política ultramarina portuguesa.

Em Portugal manteve-se o movimento iberista que encontra adeptos em forças de economia liberalistas e em defensores do internacionalismo ideológico.

É natural que a ideia de independência nacional mude com o tempo ao gosto das elites que dependem, por suas vezes, hoje mais do que nunca das elites universais. Daqui surge um perigo: o que determina o pulsar da nação são interesses por vezes alheios ao todo; seria de recordar que só seremos presentes no mundo enquanto mantivermos uma identidade própria. A importância de Portugal exige uma certa distância de tudo o que é enxurrada económica ou ideológica.

Também não é próprio um “orgulho” nacional que se perde em pormenores. Não é desejável uma sociedade virada sobretudo para o passado, mas também não é de aspirar um país vira-casacas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

União entre Portugal e Espanha! – De Couto para Província?

União entre Portugal e Espanha! – De Couto para Província?
2006-10-18

Num País de Sonhadores há sempre um D. Sebastião
A revista espanhola El Tiempo apresentava ontem, 17.10.06, os resultados duma sondagem feita algures em Espanha em que 45,6 % dos espanhóis se manifestam pela fusão de Portugal e Espanha. Destes, 43,4% defende que o novo país se chame Espanha enquanto que 39,4 % opta pelo nome Ibéria. A maioria 80 % quer a capital fique em Madrid e 3,3% favorecem Lisboa. Metade dos inquiridos quer o regime monárquico espanhol, 30,2 % é favorável a uma República.
O mais grave é que, aquando da visita de Cavaco Silva a Espanha, uma sondagem certamente não representativa do semanário português Sol referia que 28 % dos portugueses são pela integração de Portugal e Espanha num único Estado.
Estes são inquéritos sem credebilidade mas que podem revelar os estados de alma dos dois lados da fronteira.
Para a Espanha seria esta uma maneira fácil de resolver os seus problemas políticos internos ainda não arrumados duma nação multinacional politicamente ainda não estabilizada. Esta poderia ser uma estratégia indirecta de resolverem os problemas da sua casa numa de mais valia.
Olivença já lá está não tendo problemas com ela. O contrário de dá com Catalães, Bascos e Galegos .
Para Portugal continua a restar-lhe o sonho. Num país de sonhadores há sempre o recurso a um D. Sebastião que resolve aquilo que deveria ser resolvido por eles.
As reportagens do Tempo e do Sol são de questionar-se. Não serão estas sondagens artimanhas de nacionalistas ou de progressistas? …. De patriotas certamente que não.
Para os nominalistas portugueses não haveria problemas porque viriam na Espanha o D. Sebastião e ficariam de espírito agradecido ao naco de pão numa atitude semelhante ao cão fiel não à raça mas a quem lhe dá o pão. Esta atitude parece-me mais de progressistas. De resto, um ataque ao sentimento nacional. Os que favorecem a opção pela eventual união entre os dois países vizinhos fundamentam-no com os benefícios económicos. Sujeitar-se-iam a ser espanhóis porque lá se ganha mais e se paga menos pelos serviços e pela energia. Esta posição é própria daqueles que se comportam como a avestruz que quando vê o perigo enterra a cabeça na areia na esperança de que o problema passe. Só que a receita para tais seria sonhar menos e trabalhar mais. Só conta o Mamon.
Por outro lado a Espanha não aguentaria tanto sonho nem com um povo em que cada um e cada qual é um governo! A guerra da nova Aljubarrota que Espanha trava é a económica e os seus generais já se encontram posicionados por todo o Portugal (o que não condeno porque também criam riqueza). Naturalmente que também levantarão o tributo da antiga afronta e o enviarão em desagravo para Espanha.
Este é o problema dos pequenos. O que não têm nos músculos terão que o ter no cérebro, na organização e na disciplina… Uma desilusão não se resolve com uma nova ilusão nem só com greves. O que Portugal tem é de valorizar a sua maça cinzenta que é muito boa e aplicá-la. Então, a exemplo duma Irlanda, duma Suiça poderemos de novo dar mundos ao mundo, podendo estar mais satisfeitos connosco e suportar melhor a leviandade das nossas elites sem termos de as lançar ao Tejo para nos subjugar a Madrid. Primeiro teremos que unir Portugal, unir o povo acabando com os senhorios, temos que unir o interior e o litoral, a cidade e a aldeia. Para isso é necessário dividir Portugal em duas ou três regiões naturais, temos de reduzir os deputados para metade e tornar as administrações distritais e camarárias mais eficientes e organizadas em planos supra-distritais.
Porque tropeçar na Espanha se já estamos nos braços da Europa. A maior parte da soberania já a demos à União Europeia. Ou já não chegam as comendas?
De tudo isto uma coisa é certa, as nossas escolas têm que ensinar mais história de Portugal onde se aprenda a ser português. Ou já estão esquecidos da batalha de S. Mamede e da vontade popular, sempre repetida contra os tais das comendas, frente às varandas reais?

António Justo

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103626/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=10&anon=2006

António da Cunha Duarte Justo


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Iberismo – – – 2006-12-10
A CAMINHO DE UM NOVO IBERISMO
Compreende-se o temor do Sr. Ignacio Sanchez Amor, vice-presidente da Extremadura, em artigo publicado no Expresso de 30 de Abril de 2005, sobre correntes de opinião que advogam um iberismo plurinacional, tendo em conta o espaço peninsular como um todo, logo, com a participação activa de Portugal neste projecto dando apoio político aos nacionalismos espanhóis e propondo a Madrid “que aceite desenhar com Portugal uma nova Península”, o que tornaria “Portugal menos ameaçado na sua identidade”.
Neste contexto, a força negocial de acordos transfronteiriços da Extremadura com Portugal diminuiria, por não ter por trás o arrojo de Madrid, e os transvazes dos rios do norte peninsular para esta sequiosa região, de que o Sr. ISA é Vice-presidente, seriam certamente mais problemáticos.
Propõe o Sr. ISA que a relação de Portugal com a Espanha deve basear-se na transparência e na lealdade, ou seja, na subserviência.
Mas a lealdade e a transparência nunca foram o apanágio de Madrid para com Portugal. Basta observar a construção de centrais nucleares e do cemitério nuclear junto à fronteira; a constante imposição a ministros lusos indigentes de desenhar a geografia dos rios peninsulares internacionais como se fossem apenas espanhóis e tivessem a sua foz na área raiana; a dificuldade dos empresários portugueses em território espanhol; o persistente assédio a empresas estratégicas lusas por parte das congéneres espanholas com o esquisito beneplácito de gestores altamente bem pagos pelo erário público português (veja-se o caso recente da PT e Telefónica, e, no passado, o grupo Champalimaud adquirido por um banco espanhol, o que levou o primeiro ministro de então a gritar publicamente que Portugal não era a república das bananas ); o traçado do TGV, em que Madrid se senta à mesa das conversações só para dizer aquilo que Lisboa tem que fazer; as ameaças de OPAs hostis e até, pasme-se, a diferença de critérios da imprensa oficial espanhola, tida como imprensa de bom jornalismo, na abordagem de Olivença e Gibraltar! Quem não se lembra dos comentários dessa imprensa acerca do relatório da CIA sobre disputas territoriais em que era incluído o território de Olivença?
Adivinha-se que para o “ADN” da política interna espanhola não interessa um Portugal forte e próspero, pois seria um exemplo encorajador e moralizador para os nacionalismos espanhóis.
Compreendemos assim o velado boicote às iniciativas portuguesas e o esquecimento ostensivo e parolo de Portugal nos media espanhóis.
Parece, por vezes, que as teses dos historiadores oficiais de Franco, que viam a independência de Portugal como uma aberração geográfica e histórica, predominam numa Espanha democrática, que nutre pelo servilismo de Lisboa uma arrogância e um complexo provinciano, de certo modo, compensatórios do complexo de inferioridade que sente além Pirinéus, quando se compara com a França, a Alemanha, a Itália e a Inglaterra.
Neste panorama, Portugal nada tem a perder se se redescobrir num novo mapa da Península Ibérica em consonância com os nacionalismos espanhóis, exigindo deste território de contrastes a força política a que tem direito. O surgimento de novas nações na Península porá termo a uma relação histórica e cronicamente doente entre Lisboa e Madrid.
É um facto que “Portugal não deve aproveitar-se das tensões territoriais de Espanha e da sua consequente fraqueza política”, mas também é verdade que a política portuguesa não deve agir como se elas não existissem.
Esta maneira de pensar não tem nada de “incendiário”,pois criará as condições para o apaziguamento e união politicamente equilibrada de toda a Península Ibérica, o que iria ao encontro da já consistente integração económica.
É tempo de meditar e materializar sem complexos uma Península Ibérica unida por nações soberanas, e bilingue (castelhano e português ). A identidade de Portugal sairá reforçada por algum protagonismo no equilíbrio e consensualização de todas as forças políticas que tais movimentos geram.
A península Ibérica tornar-se-ia numa grande potência económica, cultural e política, e as duas línguas internacionais ibéricas teriam a importância que lhes cabe.
Era o abraço e a materialização do sonho histórico de muitos peninsulares e, sobretudo, daqueles que se revêem, embora noutros moldes, no impulso de ver a Península Ibérica como um todo.
Francisco de Miranda
Portugalclub

“cada macaco no seu galho” – – – 2006-11-15
Sem recorrer ao significado mais comum do dito que assinalo como título e sem ler com mais atenção a sua douta apreciação sobre a estafada “União Ibérica”, assino e louvo quase sem restrições todo o seu douto parecer. Ainda ontem perguntei a alguém que me acompanhava se ela fazia ideia de quantos dos nossos compatriotas se sacrificaram até à morte para que pudéssemos viver com alguma independência? Os portugueses são ibéricos, mas não castelhanos! De facto, temos sido mal governados, mas não é isso que nos permitirá entregar a gestão da “nossa casa” aos outros.
Este é o meu grande desabafo!

Pedro da Silva Germano
Um olhar sobre a Hespanha – – – 2006-11-03
O post está lúcido e os comentários são interessantes.
Junto-me à confraria com esta reflexãozinha: no meu caso, gosto da Espanha porque – agora sem curar de razões de ordem histórica – é um país belo e variado: tem florestas e desertos, lagos e mares e rincões encantadores. O povo é inteligente e comparticipativo e possui uma altivez que me agrada. (Não falo nos casos de arrogancia ou prosápia pontuais, que são detestáveis em qualquer pessoa ou nacionalidade). Dão-me a ideia de encarar as coisas a sério, enquanto em Portugal se tem a sensação de um artificialismo sem fibra. Têm pinta de libertários e amam, tanto quanto me apercebo, a arte viva e a vida vivida com arte. Por isso são duros na guerra, mas sabem saborear a paz. As mulheres são directas, não fingidas como em Portugal. Assumem a sua condição de seres sexuados e não são lambisgóias nem andam a esconder a sensualidade, como as hipócritas e beatas lusitanas costumam fazer. Os homens têm caballerosidad. Em geral não são provincianos nem mesquinhos, que é o pior que têm os portugueses.
Sabem respeitar o talento e a criatividade e apreciam os outros povos, talvez porque andaram, autonomamente mesmo quando eram empresas e aventuras de Estado, por todo o mundo e sabem inclusivamente arrepender-se de crimes que perpetraram nos tempos das “descobertas”.
E trabalham, sabendo que isso é duro mas…são ossos do ofício. Não são lamechas, quando se sentem prejudicados lutam. Os portugueses barafustam, mas calam-se prudentemente se lhe pedem que dêem testemunho.(Mas talvez que eu esteja a olhar em demasia para a pequena burguesia lusa, é nela se calhar que assenta estas reservas que faço. Porque o povinho, pelo que tenho visto, com toda a sua falta de letras eventual ainda é o que de melhorzinho por cá há).
O ideal seria que a União Ibérica prosperasse, mas sem nos obstaculizarem, sem nos obstaculizarmos – antes possibilitando que nós varrêssemos os muitos vícios que em nós vivem. E eles os seus, como por exemplo caírem na pecha de andar a cindir a Espanha em multi-regiões ou multi-nacionalidades (não comunidades autónomas, mas mini-países), sem verificarem que estão a fazer os sonhos dos nostálgicos autoritários do pacto de Varsóvia: dividir para reinar.

Saudações cordiais do ns

nicolau saião
Portugal – Espanha – – – 2006-11-02
PLANO SECRETO PARA VIABILIZAR O ESTADO PORTUGUÊS

Passo 1:
Trocamos a Madeira pela Galiza.
Têm que levar o Alberto João!

Passo 2:
Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário).
A indústria têxtil portuguesa é revitalizada.
Espanha fica encurralada pelos bascos e Alberto João.

Passo 3:
Desesperados, os espanhóis tentam devolver a Madeira (e Alberto João).
A malta não aceita.

Passo 4:
Oferecem também o País Basco.
A malta mantém-se firme e não aceita.

Passo 5:
A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência.
Cada vez mais desesperados, os espanhóis oferecem-nos a Madeira, País Basco e Catalunha.
A contrapartida é termos que ficar com o Alberto João e os etarras.
A malta arma-se em difícil, mas aceita.

Passo 6:
Dá-se a independência ao País Basco.
A contrapartida é eles ficarem com o Alberto João.
A malta da ETA pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar.
Sem o Alberto João a Madeira torna-se um paraíso.
A Catalunha não causa problemas.

Passo 7:
Afinal, a ETA não aguenta com o Alberto João, que, entretanto, assume o poder. O País Basco pede para se tornar território português.
A malta aceita, apesar de estar lá o Alberto João (não há problema – ver passo seguinte).

Passo 8:
No País Basco não há Carnaval.
Alberto João emigra para o Brasil…

Passo 9:
Governo brasileiro pede para Brasil voltar a ser território português.
A malta aceita e manda o Alberto João para a Madeira.

Passo 10:
Com os jogadores brasileiros mais os portugueses (e apesar do Alberto João), Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!
Alberto João, enfraquecido pelos festejos do Carnaval na Madeira e no Brasil, não aguenta a emoção e sucumbe.

Passo 11:
Todos vivem felizes para sempre.

SER PORTUGUÊS – – – 2006-10-22
Não pretendendo nem ser xenófobo, nem nacionalista, mas antes ser um verdadeiro patriota, quero aqui dizer que prefiro ser mil vezes Português, embora sejamos um quanto ao quanto preguiçosos, embora tenhamos muitos defeitos, embora sejamos sonhadores, que gostam de sonhar com o D.Sebastião ( como Sebastião da Gama escrevia: “ pelo sonho é que nós vamos…” ) do que ser um espanhol, que é coisa que ao fim e ao cabo não existe.
E, embora me encontre fora do país, meu Portugal, há uma coisa que procuro sempre ensinar ao meu filho, nascido e criado aqui na Alemanha, que nunca tenha vergonha de ser Português, porque se é verdade que os Alemães, e os Ingleses e os Espanhóis nos são economicamente superiores, nós, Portugueses possuímos uma coisa que poucos povos possuem: sentimentos, mas sentimentos profundos…
Se Portugal ainda existe como nação, a mais antiga da Europa com fronteiras fixas, é porque os portugueses sempre sentiram profundamente no plexo das suas almas o que é ser Português. – ser Português é ser-se talvez pobre, mas ser português é também ter uma alma grande, uma alma nobre e é também estar-se espalhado pelo mundo mas, apesar dos nuitos erros e das muitas decepções políticas, saber-se que lá na periferia da Europa existe uma terra pronta para nos acolher, chamada Portugal, uma terra que tem uma língua rica, como poucas, uma terra que fala uma língua que é a nossa.
E penso que se um dia Portugal viesse a ser absorvido pela Espanha, coisa quase impossível, estou certo que os Portugueses se iriam umir e, tal como aconteceu durante os 60 anos de reinado de Filipe IV ( III Portugal ), iriam lutar até conseguirem de novo a sua Restauração.
Talvez nos nos encontremos hoje numa grave crise de identidade, mas eu estou certo que se os Espanhóis nos quisessem anexar, o mito sebastianista, ao fim e ao cabo cordão umbilical da nossa identidade, iria acordar em todos nós aquele ígneo sentimento, nos dias de hoje, um tanto ou quanto anestesiado, do que é ser Português….

Luís Costa
União entre Portugal – – – 2006-10-22
Penedo da Paciencia
As sondagens apresentados nao significam muito pois o facto de haver 45% de espanhoiis e 28% de portugueses que gostaria da fusao dos dois paises, tal nao traria proveito nenhum para a Espanha e como tal nao tera lugar, nunca, especialmente agora que os dois paises estao na UE. Que ha muitos portuguese com vergonha de o ser, isso ha. Tambem ha muitos que pensam que se Portugal fosse “absorvido” por outro pais (neste caso a Espanha) seria a solucao para aquilo que parece ser incapacidade dos portuguesae em andar para a frente. E tudo uma grande falta de auto-estima e confianca que estao ligadas ao sistema de educao e instrucao vigentes desde o 25 de Abril. E preciso nao olhar ao investimento e possivel influencia espanhola em Portugal como um perigo. Nao e, antes pelo contrario. Trazem capital necessario,inovacao e diversificam a nossa economia. Nao sejamos nem xenofobos nem isolacionistas ! A se-lo nao nos levara a lado nenhum num Mundo cada vez mais globalista. A Espanha na verdade nao e um pais unido. Pois ate sabemos que a Catalunha, a Galiza e os Bascos tem ja ou lutam ferozmente pela sua propria autonomia ! Porqe haveria de ser Portugal a unica regiao na Iberia a desejar tanto ser absorvida Aquilo a que nos referimos quando falamos de Espanha e na verdade Castela. As outras regioes na Iberia querem o investimento economico “espanhol” , mas preferem a autonomia e menos influencia castelhana nos seus assuntos. Eu creio que os castelhanos nao tem interesse nenhum em ter Portugal pendurado neles e a viver a conta deles, pois Portugal trabalha pouco e exige muito em termos de beneficios. E os Portuguese nunca deixariam de ser cidadaos de segunda. Os portugueses podem estar confusos e nao saber o que querem ou o que sao. Mas garanto-vos que os castelhanos sabem bem o que querem e o que nao querem…e o que sao! Eles nao precisam de Portugal para nada. Na verdade podem ter todos os beneficios economuicos sem ter de arcar com as despesas. So se fossem idiotas iriam movimentar-se para “absorver’ um pais de Funcionarios Publicos. Nao ha que ter receio. Se aguentamos 800 anos e ate lutamos (nesses tempos lutava-se mesmo !)para nao nos tornarmos parte de Espanha, porque seria agora que tal iria acontecer? Mesmo que hajam alguns traidores escondidos nos bastidores da politica….o POVO de Portugal sabe o que e ser Portugues e nunca teve qualquer duvida sobre o que isso representa. Renato Nunes
Portugalclub

Novo paradigma de administração – – – 2006-10-19
O Manual Administrativo de Marcelo Caetano permitiu administrar de forma magistral o Império. Depois de 25 de Abril, esse instrumento passou a ser util apenas para instrumentalizar a Constituição e a Legislação permanentemente dominada/manipulada – por esse Administrativismo inadequado.
Talvez se o Governo cumprisse a Lei, e na sua execução abolisse o Manual Administrativo de Marcelo Caetano permanentemente aplicado,talvez Portugal tivesse um funcionamento globalmente eficaz e se aproximasse do nível dos Países como Espanha,ao melhor nível Europeu, e nos tornaríamos bem mais competitivos.

João Asseiceiro

A Armadilha do Diálogo e da Compreensão

A Armadilha do Diálogo e da Compreensão
2006-09-25

Dado que tanto terroristas como muçulmanos pacíficos baseiam o seu agir no Corão que é o fundamento imutável e obrigatório da fé, dos valores, do agir e do direito não pode haver diálogo entre as culturas sem o conhecimento do livro Corão. Consequentemente terá que ser permitido falar do conteúdo do mesmo…
O diálogo não é uma questão de somenos importância reservada a ingénuos ou a bonzinhos que confundem diálogo com engraxar ou com o jogo do empisca.
O futuro das democracias na Europa dependerá da maneira como reagirmos ao Islão.
A obrigação obsessiva em que se sentem os europeus para a compreensão conduz à armadilha da compreensão. Um diálogo aberto ajudará o Islão e todos os outros.
Para o diálogo não é suficiente a afirmação de que o Islão é uma religião pacífica. Alguns apelam para o tacto no trato com os muçulmanos. Ora, eles não são crianças, o que se necessita no diálogo é veracidade, sinceridade e abertura. Doutro modo o diálogo torna-se em campo de acção de hipócritas e oportunistas. A dor, a sombra de hoje anuncia o sol de amanhã… Um diálogo universal, num mundo global só é possível sob a plataforma da razão. Já antes de Jesus, a Bíblia reconhecia “ Muita sabedoria, muita aflição e quem aumenta o saber, aumenta a dor”….
A “guerra santa” não é racionalmente sustentável. Àqueles que misturam alhos com bugalhos apresentando as cruzadas como espécie de guerra santa isso é perverter a realidade. As cruzadas nunca foram santas nem com base no evangelho. Também não foram guerras de conquista mas sim de reconquista. (Lembre-se a acção de D. Henrique e seus homens na fundação de Portugal). Além disso vivemos hoje.
Hoje, só o Islão defende o direito de defender a religião, a fé com a espada. Daí a oportunidade da frase do imperador bizantino: “mostra-me o que Maomé trouxe de novo e encontrarás coisas más e desumanas, como o direito de defender pela espada a fé que pregava”. Os extremistas do Islão tornaram-se a expressão da religião, pervertindo assim o todo.
A indústria da informação não está interessada em ouvir o que se diz. Ela está preocupada no como ouvir, como utilizar, dizendo-se o mesmo dos destinatários. Observa-se uma cumplicidade mútua.
Amigos, podemos fazer história mas não na continuação da guerra com outros meios. Não precisamos de esperar pelas catástrofes para nos mudarmos, para aprendermos. Rememos contra a catástrofe contra a violência, talvez com palavras duras mas com um coração manso no sentido de servir no seguimento da luz… a luz da possibilidade real.

António Justo

Publicado em Comunidades:
http://web.archive.org/web/20080430103612/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=09&anon=2006

António da Cunha Duarte Justo


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SOBRE A IDEIA DE MORTE ( no homem ocidental ) – – – 2006-10-06
SOBRE A IDEIA DE MORTE ( No homem ocidental )

”Wer soll der Erde Herr sein? Wer will sagen:
so sollt ihr laufen, ihr großen und kleinen Ströme! „

Friedrich Nietzsche

Li, há uns poucos de dias, num fragmento filosófico de Antero de Quental uma coisa muito interessante. Dizia ele: “ A ideia de morte é a base da vida moral. Os seres que a não têm ( crianças, animais ) não são morais – são maus ou bons apenas . Se o homem fosse imortal, estaria exactamente, no mesmo caso, por muito que a razão progredisse. “
Concordando-se com Antero pode-se translinear esta ideia para o tempo de hoje.
Portanto, como acabámos de ler, para Antero os seres que não possuem moralidade, como crianças e animais, não tem a ideia de morte.
Analisando-se o homem da nossa época, a partir desta perspectiva, poderemos dizer que ele é moral ? A resposta só pode ser negativa. Concluimos assim que o homem apesar de todo o seu desenvolvimento ainda não conseguiu deixar de ser criança, embora queira afirmar o contrário.
Pense-se nas pequenas brigas que ele vai inventando no dia a dia, pense-se no seu egoísmo primitivo, nas suas invejas, no seu racionalismo tão contraditório etc.
Ele quer deveras ser Homem e porta-se, por vezes, como um Homem, mas podemos afirmar que ainda não o é, e que talvez nem nunca o venha a ser.
Pretende-se então, com isto, dizer que o homem de hoje não possui a noção de ideia de morte ?
Se a possui, pelo menos não o demonstra. Graças ao desenvolvimento científico acima de tudo no campo da genética, ele imagina-se todo poderoso, capaz de fazer verdadeiros prodígios e por isso, embora não o seja, senhor da morte. Este facto leva-o a desrespeitar a sua vida e a vida dos outros, bem como a própria natureza.(A qual de quando em vez lhe dá uma demonstração real do seu poder.)
Como é que o homem pode ter respeito pela vida se não tem consciência de que esta vida, que agora está em si, que desbrochaem em seu redor, é um simples sopro no tempo?
Chegando a este ponto poderemos agora também perguntar:
Mas será que se o homem tivesse a noção de morte se tornaria automaticamente moral como Antero nos pretende fazer crer? Ou antes deixaria ele de ser moral visto que sendo a vida um simples sopro no vento, ela perderia com isto todo o seu sentido? E não tendo a vida um sentido final, porque é que deveremos ser morais? Antero fala-nos da razão. Mas o que é a razão se a vida não tiver um sentido último? Se não houver uma instância transcendental que nos obrigue a acreditar nessa razão e assim a sermos morais ?
Se a vida não tiver um sentido último, uma continuação para lá da morte, uma alta instância pela qual o Homem se regule, então tudo é possível, tudo é permitido ao homem, cada qual pode inventar a sua razão, cada qual pode inventar os seus valores morais, quer dizer, tudo é relativo, deixando uma moral humanista de ser viável. A moral da besta loira ganha assim a sua justificação.
A única saida para este problema, penso eu, poderia ser Deus.

(A esta conclusão também chegou o grande Kant, responderá o leitor. Só que o Deus de Kant é um mero postulado, por isso pouco credível. Algum tempo depois, Nietzsche destrói este postulado com o grito de guerra: “ Gott ist tot.”)

Acreditando o Homem num Deus, não como um postulado, mas como se diz em ontologia, como o ser em si , por quem ele foi criado, instância moral reguladora, o qual um dia, depois da morte, o julgará pelos bons ou maus actos que este possa ter cometido durante a sua existência terrestre, então, ai sim, o homem poder-se-ia tornar homem, já que a sua vida ganhava desto modo, um sentido final.
( embora esta afirmação venha a pôr outros problemas de ordem filosófica que por agora não interessa serem aqui descritos)
É exactamente neste ponto que reside a fraqueza da cultura ocidental dos nossos dias.O homem ocidental de hoje já não consegue acreditar em Deus. E embora ,por vezes, até pareça que acredite, lá bem no fundo, ele não acredita em nada. Para ele já não existem coisas sagradas, ele não tem qualquer problema em conspurcar os templos, para ele tudo acaba por , mais cedo ou mais tarde, ter uma explicação lógica, e assim ele perdeu toda a moralidade, todo o repeito por si próprio e todo o sentido existêncial; visto que passou a ver existência não a partir do SER como processo contínuo evolutivo, mas a partir dum TER definitivo, inflexível.
A partir da perspectiva deste TER definitivo e inflexível, ele torna-se num verdadeiro ditador do Ser e imagina-se imortal, já que se pensa, por meio do poder económico e por meio do progresso técnico-cientifíco, ( a isto chamou Heidegger a “ metaphysische Wesen der Moderne ” ) vir a ser um dia capaz de dominar a natureza e tomar o trono abandonado por Deus. Mas será isso possível?

Não reconhecendo a temporalidade da sua vida e continuando a afirmar a morte de Deus, o homem ocidental está-se aos poucos e poucos a derrotar a si mesmo. Neste seu modo de pensar, nesta sua forma de encarar a existência, encontra-se precisamente o seu calcanhar de Aquiles.
– Calcanhar esse que o Islão desconhece e que por isso o torna actualmente tão forte e ao mesmo tempo tão perigoso para a cultura ocidental.

Züschen, O1. Oktober MMVI

Luís Costa
A armadilha do diálogo… – – – 2006-09-28
A verdade é que eles vivem bem do tal diálogo e os ocidentais parece que querem ser enganados.
O que vale é que o povo simples consegue ver melhor o que está por trás do diálogo porque nao estao tao interessados no negócio do petróleo.
Os que defendem a compreensao ainda nao notaram que nao se trata disso e caem como tordos e ingénuos nas maos dos muculmanos.
A Europa está perdida.

Neves
– – – 2006-09-28
Não acha que a renúncia da ópera à peça de Mozart nao é um atentado à religiao porque em cena é cortada a cabeça de Maomé?
A arte tem de ser responsável!
Quanto aos árabes eles ainda se encontram na Idade Média.
MA

Tem razão – – – 2006-09-28
Não desejo monopolizar os comentários no seu interessante e suscitador blog, mas não resisto a dizer que a realidade que radiografa é efectivamente inquietante. E inquietante porque aponta em duas direcções: a primeira é que o imaginário social do ocidente democrático está a bloquear-se, o que é sufocante e deixa sequelas e miasmas muito negativos; a segunda porque mais tarde ou mais cedo as forças mais poderosas desse ocidente perderão a paciencia de acordo com o velho ditado que diz que até um rato busca lutar se o encostam à parede.
Temo que tudo acabe numa catástrofe. Os árabes conscientes deviam considerar esse facto maduramente e procurarem que a extrema susceptibilidade dos santões muçulmanos não leve certas instancias a um acto limite em desespero de causa.
Do nosso lado – do nosso lado todo – espero que haja inteligencia ponderada mas também firmeza.
Obrigado por me ter respondido.

nicolau saião
A Armadilha do Diálogo – – – 2006-09-27
Douto Nicolau Saião!
Obrigado pelo seu contributo.
As suas deixas: “entre fanatismo totalitário e civilização”, “chantagem moral”, “ o mundo chegou à mais grave crise da sua existência” apontam para uma situação triste que nem a sociedade, nem a política nem a igreja se atrevem a pôr na ordem do dia.
A espiritualidade embora confiante tem por companheira a dúvida e a fé nunca pode ser presunçosa. Reportar-se a Deus não pode ser o factor legitimador do saber, como eles fazem. Nós é que temos de desenvolver a nossa tradição na consciência, na consciência do mundo cristão de que Deus é o nosso próximo.
O diálogo com os muçulmanos torna-se impossível porque para eles tudo constitui ofensa e injúria. Esta só acabará no momento em que o mundo se oriente pelas suas concepções o que significa só deixaria de ser ofendidos no momento em que todos se tornem muçulmanos. O grande problema é que só é permitido um diálogo de amabilidades hipócritas tendo o Ocidente de ceder sempre. Não querem saber de nada e querem tudo. Este é o melhor serviço antidemocrático.
É uma tristeza ver como o Ocidente já se encontra na defesa, com a tesoura na cabeça, com uma auto-censura que já funciona automaticamente no que toca aos árabes. O medo do que poderá acontecer leva intelectuais e opinião pública a censurar-se a si mesma. Até a arte já não é livre. Eles interferem na liberdade da cultura e da arte. Como um pequeno exemplo refiro o caso da Ópera de Berlim que se viu obrigada a interromper a ópera de Mozart “Idomeneo” com receio das reacções muçulmanas.

Atenciosamente
António Justo

António Justo
Subscrevo – – – 2006-09-26
Subscrevo, com gosto e certo descanso de espírito, este lúcido texto.
Com gosto porque verifico que ainda há intelectuais (dignos desse nome) que não se enredam em reflexões especiosas e chamam os bois pelos nomes: o Islão nasceu na violencia, viveu e vicejou na violencia e, se não resultarem as tentativas de aproximação que visam que o Islão se morigere, já que não pode tornar-se pacífico pois isso é o mesmo que falar-se em “tigres vegetarianos”, terminará no meio da violencia a que os seus próceres deram ensejo mediante a sua falaz brutalidade.
Com descanso de espírito porque verifico, de igual modo, que mantendo a tolerância e a lucidez, há pois pensadotres que não se conformam em tornar-se reféns da chantagem moral dos chefes islamitas ou meros “idiotas úteis” papagueadores de inanidades.
Tenho para mim que o mundo chegou à mais grave crise da sua existência, uma vez que agora a sociedade democrática não se defronta com aparatchikis nazis, estalinistas ou maoístas mas com o próprio “Deus” (essa espúria versão de “Deus”) encarnada em ulemas totalitários e massas fanatizadas que o exprimem.
A cegueira de muitos, que os poetas (não lambedores de frases pseudo-líricas) têm procurado erradicar – a par de outros cidadãos – pode e está a facilitar o embate que se perspectiva, por nossa tristeza, entre o fanatismo totalitário e a possível civilização.
Esperemos que, se os bárbaros mais uma vez tentarem a nossa defenestração, saibamos resistir com a firmeza e a verticalidade que se impõe.

Nicolau Saião

A Hora dos Cangalheiros – Ensino de Português no Estrangeiro

A Hora dos Cangalheiros – Ensino de Português no Estrangeiro
2006-05-23

Os Professores da Área Consular de Frankfurt
C/o António da Cunha Duarte Justo
Rhönstr. 56
D – 34134 Kassel, Alemanha
Tel: 0049 561 407783 23.05.2006

Comunicado à Imprensa

Ensino de Português no Estrangeiro – Ante-Projecto do novo Regime Jurídico do EPE – A Hora dos Cangalheiros

Os professores de Português da Área Consular de Francoforte manifestam a sua preocupação com a situação precária e caótica do EPE a partir de 1998 e constatam que o presente Ante-Projecto ainda a vem acentuar. Este pretende configurar o EPE de modo a poder incorporá-lo no Instituto Camões. O Camões não está preparado nem é compatível com um EPE sério e transparente que sirva os alunos reais que há, os interesses dos emigrantes e uma política de língua consciente.

Antes de se proceder à mudança do EPE do ME (GAERI) para o MNE (Camões) deveria proceder-se à reestruturação do Instituto Camões na linha do Instituto Cervantes da Espanha e do Goethe Institut da Alemanha. O MNE com o Instituto Camões está vocacionado para a promoção da língua e da cultura enquanto que o ME com o EPE estava (pelo menos até 1998!) vocacionado para o ensino da língua e cultura portuguesas. Se o MNE com o Instituto Camões está interessado apenas na integração do ensino de português nos currículos estrangeiros onde este passe a constar como 2ª, 3ª língua estrangeira, como curso de opção ou como curso bilingue, os emigrantes e os professores lutam pela integração dos filhos e dos alunos no sistema concreto e não apenas por um discurso de império desaferido que se contenta com a declaração de intenções sejam elas embora as mais nobres, tal como a integração do ensino de português nos currículos estrangeiros.

Nem o Camões, tal como existe, está preparado para assumir o EPE nem o Ante-Projecto reflecte um conceito interministerial bem ponderado. Para se resolverem problemas não é suficiente, como no passado fazer-se a transferência da tutela duma repartição para outra, a nível de administração. Se de facto fosse séria a intenção de integrarem não só o ensino mas também os alunos portugueses então teriam de, pelo menos, triplicar o envio de professores para o estrangeiro e não com um estatuto deficitário como pretendem para a globalidade docente. Agora os alunos deslocam-se, de 10 até 20 escolas e num raio de 30 kms, a uma escola central onde têm aulas, doutro modo não seria possível quorum para as mesmas.

No Ante-Projecto está subjacente a ideia do Estrangeiro como reserva nacional para professores desempregados que se querem assalariados, como era costume antes do 25 de Abril nos montes alentejanos, mas com a salvaguarda de lugares para os Boys dos partidos e compadrio na burocracia e nalguns lugares privilegiados. Está patente a desresponsabilização pelas pessoas e pelo ensino. A nível de estrutura cria-se um regime de subempreitadas anónimas à imagem da exploração de trabalhadores emigrantes nas obras. Portugal dá a impressão de só querer emigrantes para alguns poderem viver irresponsavelmente deles. Possibilita a vinculação dos professores anualmente mas apenas até três anos, como é prática muitas vezes no Camões a nível de leitores (às vezes até com o estatuto de bolseiros).

É sintomático o facto de o documento dedicar tanto espaço ao pessoal administrativo e estar tão preocupado com o estatuto especial (regalias e abonos) dos seus funcionários administrativos ignorando o ensino e o docente. O ME e o MNE dão-se ao luxo de suportarem um quadro de pessoal bem pago na administração mas não aceita responsabilizar-se por um contingente de professores no activo.

Não integram as comissões de pais na estrutura escolar mas apresentam, como um dos três critérios de avaliação dos professores, as informações de encarregados de educação sobre professores à subtutela (embaixada ou consulado). Será que o espírito do 25 de Abril ainda não chegou aos ministérios nem à administração? Os professores não menosprezam de modo algum o papel importante dos representantes dos pais (Comissões), insistem, no entanto, numa avaliação transparente feita por profissionais competentes. Apesar duma administração tão pesada os docentes e os cursos não têm qualquer apoio por parte da estrutura.

Na definição das funções do Coordenador e dos seus adjuntos tem-se a impressão de que estes não têm nada a ver com os professores.

Poder-se-ia perguntar: Porque não se aplica à administração a mesma filosofia e a prática da rotação que se exige do professorado? Porque são concedidos os postos burocráticos por nomeação e não por concurso?Que credibilidade oferece o Governo, o Estado?

O Ante-Projecto do novo Regime Jurídico e respectivo Decreto-Lei deixa a porta aberta para a institucionalização e legitimação da arbitrariedade administrativa sob uma capa democrática.

Por um lado os professores são obrigados a perder o vínculo, por outro lado empregam-nos por mais três anos num escalão baixo trazendo isto consequências graves para a reforma.

Consideramos prioritária a resolução dos problemas criados aos professores desde 1998 que até aí estavam vinculados a Portugal e a leccionar em áreas de administração alemã. Há professores de português na Alemanha a ganharem 1500 – 200 Euros mensais com um horário semanal de 28 / 30 tempos lectivos. Em Portugal ganhariam mais. Porque se não cumpre a directiva europeia 77/486/EWG que compromete bilateralmente os estados na responsabilidade do ensino? O Ante-projecto só suporta professores assalariados e apenas por três anos consecutivos para não ser obrigado a vinculá-los.

O ano escolar começa em Agosto-Setembro. A publicação tardia do Projecto do novo Regime Jurídico, apresentado à discussão apenas no dia 11 e 12 de Maio só poderá ter como consequência o adiamento do concurso por mais um ano aos professores em exercício.

Pelos Professores

António da Cunha Duarte Justo

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103515/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=05&anon=2006

António da Cunha Duarte Justo


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Comentários:

– – – 2006-06-05
Prezada Márcia da Conceição
O problema não é de dinheiro mas de administração com eficiência e justiça. Claro que diferenças desmedidas no tratamento de professores que fazem o mesmo e com as mesmas qualificações é inadmissível. Na Alemanha, em 1998 o ME desvinculou-se de 39 professores até entao com vínculo a Portugal e à Alemanha colocando-os com esse acto numa situação precaríssima e desonrosa. Até aí portugal concedia cerca de 500 euros mensais para os compensar do pouco que o governo alemão pagava aos considerá-los empregados sem qualificação específica. Facto é que apesar de Portugal deixar de pagar esse complemento aos referidos 39 as despesas na Alemanha ainda aumentaram tendo o serviço reduzido. Para onde foi esse dinheiro? Quem ganha com esta situação?!…
Se lhe disser, a nível de exemplo, que uma colega (uma das vítimas das injustiças de 1998 em relação às áreas alemãs) licenciada do 8° escalão, com 54 anos de idade e com um horário lectivo semanal de 20 horas ganha 1400 Euros líquidos por mês, gastando 300 euros mensais em deslocações de comboio, e os senhores dos sindicatos, do governo e da administração não se interessam com isso. São todos cúmplices?!…
O mais grave do problema é a falta de espírito e a instalação da arbitrariedade. Não há conceitos nem estratégias sérias para uma política de EPE limitando o seu papel à apagada e vil tristeza de cangalheiros do ensino e da nação. Ninguém está interessado em equacionar e resolver seriamente os problemas do EPE. Será só falta de competência, de vontade e de capacidade? Enquanto as cabeças não mudarem, pobres das nossas instituições, pobre do nosso povo!
António Justo

Os cangalheiros do ensino – – – 2006-06-01
Dr. Justo
O que apresenta parece dar-lhe razão.
O Secretário de Estado também tem razao ao querer reduzir os gastos. Os professores no estrangeiro ganham demasiado. Além disso o estado precisa de poupar e a vida em Portugal nao vai nada bem.
Com os meus melhores cumprimentos
Márcia da Conceicao
Barreiro

– – – 2006-05-31
ENSINO DE PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO FORA DE JOGO

Comentário:

Que terão feito os professores aos governantes, e em especial a esta Ministra da Educação, enquanto eram alunos para que coloquem ao nível do subsolo o estatuto profissional conquistado com tanto empenho e dedicação à causa educativa ? Esta atitude dos governantes apenas poderá ter explicação à luz de um recalcamento por fracassos sofridos enquanto estes governantes estavam sentados nos bancos das escolas portuguesas como alunos! Quantro a nos, apenas poderemos concluir que, de facto, a medir pela competência destes governantes, a Escola não serve de facto para desempenhar o papel que a sociedade pretende : Desenvolver qualidades como o equilibrio , o bom senso, a tolerância, o respeito, enfim , a competência! Assim, não admira que, em Portugal, a incompetência tenha chegado ao Poder! Aqueles que mais exigem co,petência dos outros e se julgam competentes apenas ocupam o lugar de destaque porque, imagine-se, sem darem quaisquer provas de o que quer que seja, são eleitos pelo voto popular (diferente de verdadeiro reconhecimento de competência !) ou porquie pertencem ao leque de amizades e conhecimentos dos chefes do partido mais votado e são convidados para cargos que nunca sonharam exercer, e, por isso mesmo, nunca para eles se prepararam ! E assim vai esse pais à beiura-mar plantado ! Meus senhores ! Entreguem a Educação ao Belmiro de Azevedo, ao Pinto Balsemão ou a outro empresario que nos diga para onde quer que vamos ! Se os governantes fossem de facto competentes assumiam as responsabilidades pela bagunça que têm criado ano apos anos na Educação. São eles que, dão constantemente ordens contraditorias, mandando os professores ora para um lado ora para outro, ora numa direcção ora noutra, mas que no fim os acusam de não terem chegado onde nunca os mandaram ir ! Limitados por leis que têm de cumprir e que os impedem de livremente organizarem a escola por forma a obter o melhor resultado (constituição de turmas, numero de alunos por turma,… etc.) os professores são obrigados a seguir sistematicamente indicações legislativas criadas pelo patrão que no fim muda conforme mudam os partidos do poder e se limitam a acusar os professores de falta de empenho, de profissionalismo, de dedicação e até , imagine-se, de não se importarem com o sucesso dos alunos! Ora, é precisamente a classe docente aquela que vive dia a dia com os alunos e que se interessa mais pelos seus problemas ! Se não encontra soluções é porque os meios são escassos, as turmas enormes, os niveis dentro de uma mesma turma o obrigam a rezsponder a questões diferentes quase que em simultâneo ! Nenhum médico atende dois casos ao mesmo tempo ! No bloco operatorio segue apenas um caso de cada vez ! A comparação feita pela Ministra é a prova mais que provada da sua incompetência! , do seu desconhecimento do processo educativo ! São palavras de burocrata habituada a dar aulas da sua catedra indiferente ao resultado dos seus ouvintes que tenta projectar nos restantes docentes como se eles fossem o seu espelho ! A classe docente é umaz das classes que prima pelo profissionalismo ! E não aceita de quem quer que seja lições de moral nem de pedagogia ou didáctica ! Isto é o que pretende a senhora Ministra ! Descredibilizar os professores perante todos ! Não o vai conseguir ! O povo ja se habituou à passagem de Ministros pela pasta que apenas destroem ainda mais o sistema porque, de ensino e aprendizagem, nada percebem ! E não sera por decreto governamental que o governo vai fazer entrar na escola os fracassados e os que nunca se empenharam n,o esforço dos seus filhos ! Façam os pais assinar os trabalhos e os cadernos dos seus filhos, os livros e as paginas cujo estudo acompanharam com a indicação referindo o que aprenderam ou não aprenderam os filhos ! Nenhum ou quase nenhuns o fariam ! Não estão para trabalhar… Mas para avaliar, muitos marcarão presença, nem que seja para tramar a vida aos professores ! E os eternos repetentes e os que nem uma frase escrevem sem que os erros turvem a sua leitura também vão avaliar os professores!? Julgo ser caso para dizer : Uau ! Senhora Ministra ! Como vai formar pais para avaliar os professores ? Não fopram os governantes que obrigaram hà anos os professores a fazer formação pois consideraram-nos uns mal-formados ? E os pais? Vão receber formação para avaliar ou não precisam porque o objectivo é criar apenas maior desestabilização nas escolas, criar um clima de conflito para dividir a comunidade educativca e legitimar a estagnação dos docentes em termos de progressão na carreira ; conseguindo desta forma que sobre mais dinheiro para os « boys » dos partidos obterem mais uns tachos ? Ou sera que andou a tentar enganar toda a gente fazendo crer à população que os professores nada fazem mas afinal todos os pais têm uma formação que os dotou de competências tão vastas e tão amplas que, para além de peritos no seu trabalho (que os professores nunca terão direito de avaliar !) também são peritos em matérias tão sérias como a pedagogia, a didáctica, o conhecimento cientifico de uma maneira geral ? Se os pais são competentes para tal, para que precisam eles da Escola ? Senhora Ministra ! Não acha que os professores ja foram avaliados suficientemente e em diversas matérias, ao longo de cerca de 20 anos e pelos profissionais detentores do conhecimento mais credenciados do pais (professores universitarios) para submeter esses mesmos resultados da avaliação à aferição de uns tantos individuos muitas vezes marcados pelo insucesso académico ? Vão os professores ser avaliados por pessoas que, na sua generalidade, são alheios a conhecimentos do foro didáctico e/ou pedagógico!
Seriamente, apenas se pode concluir que tudo isto não passa de uma manobra de populismo para desestabilizar ainda mais o sistema educativo e desvalorizar o Estatuto já de si degradado dos professores ! Este Governo pretende fazer crer aos cidadãos que, muito embora de pedagogia e didáctica nada percebam (salvo honrosas excepções pois também os professores podem estar na situação de « pais » ) podem perfeitamente avaliar os professores, diga-se, vingar-se deles sempre que as n,otas dos seus filhos estajam longe do desejado! Além disso, veja-se a taxa de participação nas reuniões por parte dos pais que preferem faltar ao trabalho para ir ver a bola que poara ir a uma reunião (ainda que seja à noite, se houver futebol, ei-los que ficam diante da televisão…) Vaja-se também que resultado foi alcançado na melhoria dos processos de acompanhamentop familiar na aprendizagem com a participação dos pais na escola! Veja-se ainda que dinâmicas de confronto foram criadas em algumas escolas com a intromissão de cidadãos que de pedagogia nada percebem! Para ter assento numa Escola, um professor tem de possuir um diploma, obedecer a certos critérios habilitacionais que atestam os conhecimentos científicos e a competência dos candidatos, os quais são determinados pelo empregador, seja ele o Estado ou Entidades Privadas! Porém, para se ser pai, nenhum diploma é exigido, passando a ter-se « assento » na Escola automaticamente, isto é, basta ser-se « pai » e ter um filho matriculado na escola! Automaticamente, passa-se a ter lugar cativo! Mas, nenhuma exigência se lhes faz! Podem aparecer ou não às reuniões! Podem até mesmo faltar o ano todo! Que lhes acontece? Perdem o emprego? Não! Têm que preestar contas e justificações? Também não! Então por que têm os mesmos direitos se não têm os mesmos deveres? E podem aparecer para criar problemas e emperrar o sistama com as suas queixas, as suas questões inoportunas, as suas intervenções desacabidas por terem faltado às outras reuniões, não compreenderem o que consta das actas porque desconhecem o vocabulário? Podem! Claro! Podem e devem chatear os professores porque as escolas são uma tal monotonia que até os professores adormeceriam se não aparecessem uns tantos de vez em quando para fazer parecer que estamlos num estádio de futebol! E aparecem? Oh! ! Se aparecem! Sobretudo para descarregar sobre a escola o insucesso do seu clube, a «fúria» provocada pela atitude do árbitro que levou à derrota da sua equipa!
Como se poderá aceitar que avaliem docentes pessoas que não têm quaisquer conhecimentos de pedagogia? Como se pode aceitar que, que avaliem docentes pessoas que deixam muito a desejar na capacidade de educarem os seus filhos no âmbito do “saber ser”? Como pode um decreto dotar de capacidade avaliativa quem nunca fez qualquer formação na área da avaliação? Os docentes não têm medo de ser avaliados! Mas por profissionais que o saibam, por pessoas qualificadas que tenham dado e dêm provas de serem capazes de, nas mesmas circunstâncias, isto é, com os mesmos alunos e os mesmos recursos, fazerem melhor! E isto vê-se « in loco »! Pessoas que se coloquem na sala de aula, frente à turma concreta em que determinado docente lecciona ! Ora, se perante a incapacidade do docente fazer esses alunos aprenderem determinadas matérias, o avaliador provar que é capaz, então ai sim ! Esse tem legitimidade para fazer a avaliação do docente em causa! Agora, teorias… deixemo-nos disso ! Avaliar por avaliar… de anda serve ! O que interessa é passar a tirar proveito da forma como se avalia ! Para gastar apenas mais dinheiro aos contribuintes ? « Não, Obrigado ! ». Se formos sérios depressa vemos que esta acção apenas visa desestabilizar !
Que aconteceria se, apos a carta de conduçao, ozs condutores tivessem que ser avaliados pelos automobilistas que usam também e com eles a mesma via publica ? Seria uma autêntica guerra ! Nao ! Muito embora eu possa ver um condutor fazer uma gfrande asneira, apenas me limito a desviar-me e nunca poderei interferir dizendo que é incompetente e como tal deve ser penalizado ! Nesta matéria, sao os policias e guardas que têm autoridade ! Em matéria de conhecimento curricular das escolas, sao dso docentes que avaliam os alunos ! E os professores apenas podem ser avaliados por um grupo de pares se estes, nas mesmas circunstâncias, forem capazes de demonstrar que fazem melhor! Deixemo-nos de tretas ! Esta ânsia governativa de tudo avaliar esta a colocar os professores nas ruas da amargura e os médicos com os consultorios cheios ! Em vez de se preocuparem com o sucesso dos alunos os professores preocupar-se-ao em agradar a quem os vai avaliar ! Seria um descalabro ! Na verdade, antes de chegar a ser professores, os docentes foram alunos e foram sistematica e criteriosamente avaliados, anos e anos a fio, submetendo-se durante quase 20 anos a avaliação de profissionais competentes nas diversas áreas ! E nunca o Estado se lembrou de gratificar no salario aquees que sairam mehjor classificados ? E adivinha-se bem por que motivo… Avaliar não pode ser uma questão de treta! Trabalhamos com pessoas e não com tijolos! Avaliar o trabalho como bom ou mau iimplica ser capaz de fazer melhor num mesmo contexto, ,numq mesmq situação! Não queiram que um piloto tenha um mesmo lugar no campeonato de rally conduza ele um BMW ou um Fiat Panda!
A fim de atingir os seus objectivos, a destruição total do Sistema Educativo, unica forma que encontra de deixar de serem desenvolvidos cérebros no nosso pais e assim se perpectuarem no poder, os governantes de todos os quadrantes, incluindo a oposição, que deveria ter um papel fundamental na crítica cerrada a esta postura de destruição da dignidade de uma profissão que deveria ser estimada por todos pois é com ela que se constroi o futuro e não contra ela que se consegue a estabilidade necessaria ao desenvolvimento de um trabalho pedagógico de qualidade! Claude Charbol tem razão ao afirmar que “a estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência. A inteligência tem limites; a estupidez não.” Se a estupidez pagasse imposto, estes governantes nem recebiam ordenado!

A Senhora Ministra criticou os professores ao comparar o seu desempenho com os médicos dizendo que estes se dedicam mais aos casos mais graves ! Claro os casos que a cura é uma questão de tempo, são seguidos por simples enfermeiras e vigiados de tempos a tempos pelos médicos ! Estes apenas vêm um doente de cada vez ! Os professores têm tudo no mesmo molho e ao mesmo tempo ! Depois , infeliz comparaçao, porque a forma que o Governo a que a Senhora Ministra pertence encontrou para resolver o problema do insucesso das escolas com poucos alunos (por vezes até bastantes) não foi dedicar-lhe mais atenção! Aliás, dedicou-lhe apenas uma palavra num texto legal: extingam-se !

IP:

– – – 2006-05-23
Reitero o que aqui dizes e lembro que, pessoalmente, se fores à Sapo.pt e procurares “inventario de algumas dificuldades no Ensino de Portug em França….” da minha autoria, veràs o inumero acumular de “crimes de lesa-pàtria” que os sucessivos Secretarios de Estado que possuem o artigo têm cometido e verborraicamente se têm pavoneado à nossa custa nas “troikas” intergovernamentais para justificarem os salàrios que auferiram e auferem. Repara também que até o CCP deixou de ser ouvido. O miserabilismo ja nem sei se é orçamental se é por falta de inteligência dos que se dizem mandatàrios do povo que os elegeu. Desculpa os acentos ortogràficos -teclado francês.
Um abraço
H. A.
Genève

– – – 2006-05-23
Graças a Deus que tu existes!

A tua visao é realistica, profunda, longa e vasta. Tens o dom de a exprimires com exactidao.

Obrigada pelo Comunicado à Imprensa!

As melhores saudaçoes
MM

– – – 2006-05-23
Graças a Deus que tu existes!

A tua visao é realistica, profunda, longa e vasta. Tens o dom de a exprimires com exactidao.

Obrigada pelo Comunicado à Imprensa!

As melhores saudaçoes
MM

– – – 2006-05-23
Professor Antonio Justo,

muito obrigado pela sua informacao.
O CCP da Alemanha quer encontrar-se com o Sr. Secretario de Estado das Comunidades e transmitir-lhe todas as preocupacoes da comunidade (particularmente dos pais e professores) sobre o ante-projecto de Lei do ensino do Portugues no Estrangeiro.
E evidente que vamos incluir o documento que me enviou, mas se ate ao dia 8 de Junho ainda lhe ocorrer mais alguma questao que considere util ter em conta nesse encontro envie-me por favor.
Pode ter a certeza que a nossa preocupacao sobre este ante-projecto e tambem muito grande. O Conselho Permanente do CCP nao apoia o que nele esta contido e vai tentar por todos os meios impedir a sua aplicacao e exigir o seu adiamento e alteracao. A filosofia que esta por detras deste documento e a da morte do ensino do portugues junto das comunidades. Pela nova tabela salarial, um professor licenciado ou com um curso superior vai ganhar menos do que o motorista da embaixada. Mais uma vez muito obrigado pela sua informacao.
RP

A Cultura Portuguesa – Um Bem a Inserir na Constituição Portuguesa

A Cultura Portuguesa – Um Bem a Inserir na Constituição Portuguesa
2006-03-23

Carta aberta a Sua Excelência o Presidente da República:

Senhor Presidente da República Prof. Dr. Cavaco Silva

Excelência!

Solicitação: A Cultura Portuguesa – Um Bem a Inserir na Constituição Portuguesa

Hoje como no século XVIII e XIX as elites parecem usar o discurso como subterfúgio do pensamento em que a ideia continua ao serviço da forma. Longe do “saber de experiência feito” e da reflexão, a nação continua no seu miasma geral do privilegiado saber teórico dogmático sempre submerso a tudo o que vem de fora.
O 25 de Abril falhou em muitos aspectos porque se limitou só a uma revolução política conquistando apenas a rua. A revolução de Abril, justa nos objectivos, foi conduzida por ideologias mal mastigadas nas mãos de mercenários. Portugal encontra-se agora emperrado numa máquina de estado monstruosa e encalhado no turbo-capitalismo. A nação sente-se insegura.
O povo tem sido, desde há séculos, reduzido a palco para os mesmos protagonistas, os traficantes de ideias e de “drogas”, os beneficiados das revoluções.
O que mais urge é uma revolução intelectual e moral, uma mudança de mentalidades. É óbvio que um tratamento adequado terá que começar por se ocupar com a identidade e a cultura portuguesas. Nesse sentido urge incrementar o respeito pela cultura nacional, como liturgia do dia a dia numa língua com valores, hábitos e mentalidade próprios. Consequentemente seria de inserir na Constituição Portuguesa um artigo em que se declare a cultura nacional como um valor a defender… A nossa época já não se pode contentar com os profetas marxistas nem com os ardinas do dia a dia. Pelo contrário terá de redescobrir a grande herança judaico-crista sempre a ser renovada e os valores que tornaram a nação grande. A vontade e a fé, a fé nas teses e em teorias aferidas conduzirão ao progresso. Os Portugueses foram no século XV os pioneiros na aplicação da grande descoberta – a terceira dimensão da realidade – a lei da perspectiva (Leonardo da Vinci) que levou o Homem à descoberta do espaço (aos descobrimentos). Portugal conseguiu então ser a expressão do espírito, a nova consciência. Hoje teremos que estar atentos ao novo salto qualitativo no desenvolvimento da consciência humana, à nova consciência do tempo como quarta dimensão da realidade (união tempo-espaço) – teorias da relatividade e dos quantas – que nos obrigará a uma nova maneira de estar no mundo e a arredar definitivamente do materialismo do século XIX e daqueles que teimam em conduzir Portugal com essas muletas. Tal como o Infante D. Henrique temos que nos dedicar ao estudo da física, da biologia e da mística.
Tal como é comum nos artistas em relação à arte, Portugal tem de reencontrar o seu específico, o inconfundível do nosso povo e da sua história.
Numa estratégia de futuro, para o fomento da identidade nacional, faz falta a elaboração duma fenomenologia, duma exegese e duma sinopse do ideário e da praxis nacional portuguesa, ao longo dos tempos, em comparação com as outras nações, especialmente com os Estados Unidos da América, a Franca, a Inglaterra e a Alemanha. Assim se tornariam mais evidentes virtudes e vícios do nosso ser, num esforço de diagnosticar e de elaboração de estratégias.
Todos juntos, podemos reconstruir o nosso barco renovado com as madeiras do pinhal de Leiria. Trata-se de nos baptizarmos no Douro e recomeçar uma vida nova para assim chegarmos a Belém, à foz do Tejo na descoberta do mundo. Não podemos continuar a adiar o futuro. Na história, na literatura e no nosso povo temos um fundus, uma mina sem limites, um médium de humanismo, portuguesismo e de universalismo.
Não queremos um país de Bela Adormecida nem de ardinas. Queremos um país dinâmico e crítico onde o espírito se expressa na voz do mar que é ao mesmo tempo eco e ânsia dum povo por justiça, fraternidade, solidariedade, bem-estar, eternidade e transcendência.
Senhor Presidente da República solicito a V. intervenção no sentido do referido. Auguro-lhe muita força e saúde no exercício de tão nobre cargo ao serviço do cidadão, no serviço do Homem!
Junto envio um texto que expressa espontaneamente o sentir da necessidade duma discussão sobre a cultura portuguesa e a inserção da sua defesa num artigo da Constituição.

Atenciosamente
António da Cunha Duarte Justo
Alemanha

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103252/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=03&anon=2006

António da Cunha Duarte Justo


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– – – 2006-03-25
Prezado Senhor
Pedro Valdoy
É-me claro o que diz.
A intenção porém duma carta aberta é provocar uma discussão pública.
Atenciosamente
António Justo

– – – 2006-03-25
De: Pedro Valdoy para: António da Cunha Duarte Justo
Meu caro amigo: os poderes do Presidente da República, infelizmente tem certos limites. Ele não pode alterar a Constituição. Pode sugerir ao governo, somente. Qualquer alteração à Constituição tem que ter pelo menos 2/3 dos votos da Assembleia Geral. Depois irá para aprovação do Presidente que nessa altura poderá vetar ou aprovar a alteração PORTUGALCLUB