REFORMAR A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA? ANTES PROCEDA-SE À DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DE PORTUGAL

Do Pensar jacobino ao pensamento europeu aberto

Por António Justo
Acabei de ler em http://www.publico.pt/economia/noticia/reformar-a-administracao-publica-1719478?page=-1 um artigo sobre ”Reformar a Administração Pública”! Tem ideias muito interessantes! Demasiado genérico, sem uma filosofia de Estado que a fundamente e justifique e, por isso mesmo, sem objectivos concretos!

Uma reforma digna do nome teria de fortalecer mais a Administração precavendo-a contra a demasiada intervenção política e contra o espírito carreirista que a domina. Portugal, que se encontra em grande subserviência ao sistema francês, deveria, na tentativa de encontrar uma maneira própria de estar, só deveria meter mãos à obra depois de feita uma sinopse dos diferentes modelos político-administrativos e dar grande relevância aos modelos nórdicos. Isto implicaria o estabelecimento de uma comissão a trabalhar para tal durante anos. A política que se tem revelado mais eficiente para o povo e a nível internacional tem sido a nórdica (e a economia mais adequada à Europa seria a reposição do modelo de economia renana). Se se querem medidas orientadas para o futuro haverá de se abrir um pouco à mentalidade nórdica. Doutro modo continuaremos a seguir de modo escravo a França, quando esta se entusiasma com a alemã embora num sentimento entremeado de inveja! Temos de superar o facilitismo e a zona do pensamento meramente confortável.

Uma reforma administrativa deveria reencontrar o espírito de onde vem a palavra administrar, isto é: servir o povo, servir o Estado de maneira a o funcionário embora servindo a política do governo poder manter uma certa independência partidária para melhor servir o todo e menos a parte. A Reforma administrativa deveria ser acompanhada de uma reforma/reorganização regional de Portugal em 3 zonas. Doutro modo continuará a servir o espírito distante de actores que se sentem em Lisboa como nos cornos da lua! Uma reforma administrativa sem uma reorganização de um Portugal das regiões significa mais uma tentativa ad hoc para um Portugal persistente em viver com ideários feitos em cima dos joelhos!

A Reforma da Administração Pública pressupõe, primeiro que tudo, uma nova Divisão Político-administrativa de Portugal, certamente em três regiões. Este seria o primeiro passo para o reencontro de Lisboa com o povo e com as regiões. Enquanto não se tomarem medidas em favor do regionalismo continuaremos a contribuir para uma política portuguesa de uns tantos dançarinos do poder que confundem as regiões de Portugal com as ideologias partidárias repercutindo-se isso no sistema administrativo.

Aos deputados não deveria ser estranho o bom exemplo do espírito concreto dos “Homens Bons” e da „A Casa dos Vinte e Quatro” dos inícios da nacionalidade; estes reuniam-se para resolver assuntos referentes à vida política económica e social das suas regiões, numa perspectiva inclusiva e concreta: a defesa dos interesses concretos das regiões é a base da preparação para a peritagem em questões nacionais e internacionais; hoje os deputados parecem limpar o pó das sandálias que traziam na província para se submeterem às obediências ideológicas e partidárias confundindo os interesses das regiões de Portugal com os interesses dos partidos. Portugal precisa de tempo para pensar sobre si, sobre o Estado e sobre a sua maneira de Estar; nada seria mais urgente do que deixar de continuar a pensar pela cabeça dos outros. Doutro modo corremos o perigo de passar o tempo, com iniciativas mal concebidas, a colocar o carro à frente dos bois! Vai sendo tempo de deixaremos de confundir o interesse da parte sem contemplar o todo.

A iniciativa de uma reforma da administração pública não pode ser deixada apenas à iniciativa de uma elite subterrânea (esquerda radical e maçonaria) que desde a implantação da República tem minado a maneira de estar política do país no sentido do radicalismo ideológico. Portugal que antes tinha um pensar mais global europeu, desde as invasões francesas, parece ter-se tornado demasiado latino.

Torna-se urgente para Portugal a ultrapassagem de um pensar e de uma prática demasiado caracterizados por um espírito francês encurtado e implementado por forças demasiado jacobinas a operar enquanto a nação dorme.
António da Cunha Duarte Justo
https://antonio-justo.eu/?p=3421

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL + A EUROPA INVERTE A MARCHA +Outros temas

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL

António Justo

Na noite do ano novo, 1.ooo homens da região árabe e do norte de África atacaram, em Colónia, pessoas que festejavam a passagem do ano velho para o novo, junto da estacão de comboio, sem mostrarem qualquer medo da polícia presente. Atiraram foguetes de artifício contra a multidão cometendo vários delitos; entre outros delitos (80 registados) a polícia refere que 60 são queixas relativas a assédio sexual.

Neste evento onde mulheres foram sistematicamente atacadas, torna-se visível um fraco da política de informação alemã: é de caracter restritivo no que toca a informação que possa prejudicar a imagem muçulmana na Alemanha; a imprensa informou mas, propriamente, só quatro dias depois do acontecido.

Esta atitude que se repete não passou desapercebida ao presidente da fracção FDP (Florian Rentsch) do parlamento do estado do Hesse que criticou a política governamental de limitação de informação relativa ao que se passa nos lares de refugiados. Lamenta não ser facultado o acesso de jornalistas a lares de refugiados, e “assim ser impedido fazer-se uma imagem própria e independente sobre a situação local”. Já a Federação de Jornalistas do Hesse lamenta, desde Agosto, ser-lhe dificultado o acesso directo a informação dos lares de refugiados, onde por vezes, há rebeliões, ataques a refugiados cristãos, violações de mulheres, de meninas e mais ainda de meninos (o que não é estranho em países muçulmanos), etc. Naturalmente os traumas sofridos pelos refugiados em contacto com a guerra e a situação de estresse que viveram até encontrarem uma estadia não fomenta o seu equilíbrio emocional…

Na Alemanha, os partidos CDU e SPD, da coligação governamental, em uníssono com a esquerda, não estão interessados numa informação transparente sobre o comportamento dos refugiados porque receiam que o partido AfD ganhe adeptos vindos das suas fileiras por não estarem de acordo com a situação quase caótica no enfrentamento da crise de refugiados na Alemanha. Uma informação transparente custaria apoiantes da coligação e dos partidos de esquerda, além de tornar o clima social mais instável e denso.

Pessoas mais sensíveis criticam a política de informação na Alemanha estabelecendo uma comparação entre a política informativa de outrora nos campos de concentração e a política de informação relativa aos campos de refugiados: outrora, o povo alemão não devia saber o que acontecia nos “campos” e hoje também não deve saber o que realmente acontece dentro dos campos de refugiados. Nos campos nazis os judeus e dissidentes eram torturados e mortos sem conhecimento da população; hoje refugiados cometem crimes entre eles mas não devem sair a público para não se fomentar racismo. Ontem como hoje tratava-se de proteger o público! De facto, as forças políticas, religiosas e ideológicas do poder na europa insurgem-se contra informação que não beneficie a religião muçulmana e os refugiados.

Procura-se impedir tudo o que possa desestabilizar o sistema e questionar as elites políticas e ideológicas. Na Alemanha o controlo indirecto da opinião pública tem uma certa justificação devido ao caracter popular inseguro que precisa de orientação concreta.

Heinrich Heine dizia no seu exílio em França “Quando penso na Alemanha de noite, Então, perco o sono.” (Denk ich an Deutschland in der Nacht, Dann bin ich um den Schlaf gebracht).
António da Cunha Duarte Justo

A EUROPA INVERTE A MARCHA

Finlândia, Dinamarca e Suécia fecham as fronteiras a refugiados
A Alemanha abriu as fronteiras, sem controlo, aos refugiados da guerra e da pobreza. Muitos refugiados usavam a Alemanha como país de passagem para outros países. Na convenção europeia de Dublin o país de entrada do refugiado é o responsável pela organização do processo de asilo. Como nas fronteiras alemãs deixou de haver controlo e grande parte dos refugiados entrados não era registada, países como a Polónia e a Hungria começaram a protestar estando dispostos a receber apenas perseguidos cristãos uma vez que eram perseguidos por regimes muçulmanos e, na sua lógica, os muçulmanos xiitas e sunitas deverem encontrar refúgio nos seus correspondentes países muçulmanos, coisa que estes não fazem.

A Dinamarca, a Finlândia e a Suécia introduziram controlo nas suas fronteiras para impedirem o acesso a refugiados vindos da Alemanha. Os países nórdicos agravam as leis de asilo condicionando a concessão de benefícios sociais aos refugiados que frequentem cursos de língua e dificultando o reagrupamento familiar.
António da Cunha Duarte Justo

DUPLA MORAL INCONTESTADA

Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz

2016 começa mal. As duas potências do Islão, Arábia Saudita e Irão, conduzem uma guerra por procuração na Síria, Iémen, Iraque e Líbia apoiando cada uma a sua facção do islão, sunita e xiita. O preço do óleo subirá e o das armas também.

A Alemanha exportou para armas no valor de 387,7 milhões de euros (em 2014+2015) a Arábia Saudita (exportadora de guerrilhas) Verificamos nações que fornecem armas a apregoar a paz. Por um lado queixam-se da guerra e por outro dos refugiados.Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz!

O Papa Francisco apela ”Mercadores da Morte… Guerra à guerra, paz na terra!”
António da Cunha Duarte Justo

ALÍVIOS FISCAIS NA ALEMANHA SÃO NEUTRALIZADOS PELA SUBIDA DE CONTRIBUIÇÕES PARA AS CAIXAS DE PREVIDÊNCIA

Apesar dos alívios fiscais entrados em vigo em 20016 na Alemanha, milhões de trabalhadores não verão o seu ordenado líquido aumentado. Segundo o jornal “Bild” o aumento das contribuições adicionais para o seguro de doença significa, para a média dos consumidores com um ordenado ilíquido médio de 3.000 euros mensais, uma sobrecarga que pode ir até 221 euros por ano. As diversas Caixas de seguro de saúde subiram os contributos entre 0,2 e 0,8%. As Caixas que mais subiram são as que mais membros têm.

Segundo a seguradora AOK, que tem de dar assistência mesmo a quem não contribui, a subida do contributo de seguro de doença deve-se ao deficit de onze mil milhões de Euros. Cada vez há mais pessoas a receber benefícios da Caixa, sem descontarem para ela. Sobre os alívios fiscais cf. https://antonio-justo.eu/?p=3388

FANATISMOS: UMA QUESTÃO DE DENSIDADE!

O fanatismo ideológico da esquerda encontra-se bem distribuído por toda ela; por isso, embora obsessivo, não se nota tanto. Faz parte do seu sustento. O fanatismo da direita concentra-se na sua extrema, sendo aí muito visível mas menos presente na massa. Cada um combate nos outros, à sua maneira, a pobreza que traz dentro de si. É um encurtamento do pensamento quando se reduz a realidade ao vermelho ou ao preto esquecendo que as cores do arco-íris são o que torna a vida mais bela. Os pensamentos por mais contrários que pareçam, tal como as cores são complementares e como tal amigos e não adversários. A liberdade da cultura tal como a multiplicidade da natura precisam de todos, dos mais à esquerda até aos mais à direita! Discutam-se as ideias mas aceitem-se as pessoas que as têm. Vivemos em tempos de crise económica e cultural, o que hipersensibiliza a percepção dos problemas, sejam eles económicos, políticos, sociais ou de imigração. Talvez por isso se ganha a impressão que a opinião pública se parece mover entre um dogmatismo tradicional e um republicanismo jacobino. Os dois fomentam o radicalismo e a intolerância. A tolerância recíproca é a solução para o bom conviver, como reconhecia Lessing no “Nathan, o Sábio”. A opinião segura mas aberta é o pressuposto para o desenvolvimento e a paz.

António da Cunha Duarte Justo

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL – A EUROPA INVERTE A MARCHA – DUPLA MORAL INCONTESTADA

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL – A EUROPA INVERTE A MARCHA – DUPLA MORAL INCONTESTADA

LIBERDADE DE IMPRENSA NA ALEMANHA EM RISCO PELA PAZ SOCIAL

António Justo
Na noite do ano novo, 1.ooo homens da região árabe e do norte de África atacaram, em Colónia, pessoas que festejavam a passagem do ano velho para o novo, junto da estacão de comboio, sem mostrarem qualquer medo da polícia presente. Atiraram foguetes de artifício contra a multidão cometendo vários delitos; entre outros delitos (80 registados) a polícia refere que 60 são queixas relativas a assédio sexual.

Neste evento onde mulheres foram sistematicamente atacadas, torna-se visível um fraco da política de informação alemã: é de caracter restritivo no que toca a informação que possa prejudicar a imagem muçulmana na Alemanha; a imprensa informou mas, propriamente, só quatro dias depois do acontecido.

Esta atitude que se repete não passou desapercebida ao presidente da fracção FDP (Florian Rentsch) do parlamento do estado do Hesse que criticou a política governamental de limitação de informação relativa ao que se passa nos lares de refugiados. Lamenta não ser facultado o acesso de jornalistas a lares de refugiados, e “assim ser impedido fazer-se uma imagem própria e independente sobre a situação local”.

Já a Federação de Jornalistas do Hesse lamenta, desde Agosto, ser-lhe dificultado o acesso directo a informação dos lares de refugiados, onde por vezes, há rebeliões, ataques a refugiados cristãos, violações de mulheres, de meninas e mais ainda de meninos (o que não é estranho em países muçulmanos), etc. Naturalmente os traumas sofridos pelos refugiados em contacto com a guerra e a situação de estresse que viveram até encontrarem uma estadia não fomenta o seu equilíbrio emocional…

Na Alemanha, os partidos CDU e SPD, da coligação governamental, em uníssono com a esquerda, não estão interessados numa informação transparente sobre o comportamento dos refugiados porque receiam que o partido AfD ganhe adeptos vindos das suas fileiras por não estarem de acordo com a situação quase caótica no enfrentamento da crise de refugiados na Alemanha. Uma informação transparente custaria apoiantes da coligação e dos partidos de esquerda, além de tornar o clima social mais instável e denso.

Pessoas mais sensíveis criticam a política de informação na Alemanha estabelecendo uma comparação entre a política informativa de outrora nos campos de concentração e a política de informação relativa aos campos de refugiados: outrora, o povo alemão não devia saber o que acontecia nos “campos” e hoje também não deve saber o que realmente acontece dentro dos campos de refugiados. Nos campos nazis os judeus e dissidentes eram torturados e mortos sem conhecimento da população; hoje refugiados cometem crimes entre eles mas não devem sair a público para não se fomentar racismo. Ontem como hoje tratava-se de proteger o público! De facto, as forças políticas, religiosas e ideológicas do poder na europa insurgem-se contra informação que não beneficie a religião muçulmana e os refugiados.

Procura-se impedir tudo o que possa desestabilizar o sistema e questionar as elites políticas e ideológicas. Na Alemanha o controlo indirecto da opinião pública tem uma certa justificação devido ao caracter popular inseguro que precisa de orientação concreta.
Heinrich Heine dizia no seu exílio em França “Quando penso na Alemanha de noite, Então, perco o sono.” (Denk ich an Deutschland in der Nacht, Dann bin ich um den Schlaf gebracht).
António da Cunha Duarte Justo

A EUROPA INVERTE A MARCHA
Finlândia, Dinamarca e Suécia fecham as fronteiras a refugiados

A Alemanha abriu as fronteiras, sem controlo, aos refugiados da guerra e da pobreza. Muitos refugiados usavam a Alemanha como país de passagem para outros países. Na convenção europeia de Dublin o país de entrada do refugiado é o responsável pela organização do processo de asilo. Como nas fronteiras alemãs deixou de haver controlo e grande parte dos refugiados entrados não era registada, países como a Polónia e a Hungria começaram a protestar estando dispostos a receber apenas perseguidos cristãos uma vez que eram perseguidos por regimes muçulmanos e, na sua lógica, os muçulmanos xiitas e sunitas deverem encontrar refúgio nos seus correspondentes países muçulmanos, coisa que estes não fazem.
A Dinamarca, a Finlândia e a Suécia introduziram controlo nas suas fronteiras para impedirem o acesso a refugiados vindos da Alemanha. Os países nórdicos agravam as leis de asilo condicionando a concessão de benefícios sociais aos refugiados que frequentem cursos de língua e dificultando o reagrupamento familiar.

António Justo

DUPLA MORAL INCONTESTADA
Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz

2016 começa mal. As duas potências do Islão, Arábia Saudita e Irão, conduzem uma guerra por procuração na Síria, Iémen, Iraque e Líbia apoiando cada uma a sua facção do islão, sunita e xiita. O preço do óleo subirá e o das armas também.

A Alemanha exportou para armas no valor de 387,7 milhões de euros (em 2014+2015) a Arábia Saudita (exportadora de guerrilhas) Verificamos nações que fornecem armas a apregoar a paz. Por um lado queixam-se da guerra e por outro dos refugiados.Por um lado, fornecem-se armas, por outro, enviam-se embaixadores da paz!

O Papa Francisco apela ”Mercadores da Morte… Guerra à guerra, paz na terra!”

António da Cunha Duarte Justo

ALÍVIOS FISCAIS NA ALEMANHA SÃO NEUTRALIZADOS PELA SUBIDA DE CONTRIBUIÇÕES PARA AS CAIXAS DE PREVIDÊNCIA

Apesar dos alívios fiscais entrados em vigo em 20016 na Alemanha, milhões de trabalhadores não verão o seu ordenado líquido aumentado. Segundo o jornal “Bild” o aumento das contribuições adicionais para o seguro de doença significa, para a média dos consumidores com um ordenado ilíquido médio de 3.000 euros mensais, uma sobrecarga que pode ir até 221 euros por ano. As diversas Caixas de seguro de saúde subiram os contributos entre 0,2 e 0,8%. As Caixas que mais subiram são as que mais membros têm.

Segundo a seguradora AOK, que tem de dar assistência mesmo a quem não contribui, a subida do contributo de seguro de doença deve-se ao deficit de onze mil milhões de Euros. Cada vez há mais pessoas a receber benefícios da Caixa, sem descontarem para ela. Sobre os alívios fiscais cf. https://antonio-justo.eu/?p=3388

FANATISMOS: UMA QUESTÃO DE DENSIDADE!

O fanatismo ideológico da esquerda encontra-se bem distribuído por toda ela; por isso, embora obsessivo, não se nota tanto. Faz parte do seu sustento. O fanatismo da direita concentra-se na sua extrema, sendo aí muito visível mas menos presente na massa. Cada um combate nos outros, à sua maneira, a pobreza que traz dentro de si. É um encurtamento do pensamento quando se reduz a realidade ao vermelho ou ao preto esquecendo que as cores do arco-íris são o que torna a vida mais bela. Os pensamentos por mais contrários que pareçam, tal como as cores são complementares e como tal amigos e não adversários. A liberdade da cultura tal como a multiplicidade da natura precisam de todos, dos mais à esquerda até aos mais à direita! Discutam-se as ideias mas aceitem-se as pessoas que as têm. Vivemos em tempos de crise económica e cultural, o que hipersensibiliza a percepção dos problemas, sejam eles económicos, políticos, sociais ou de imigração. Talvez por isso se ganha a impressão que a opinião pública se parece mover entre um dogmatismo tradicional e um republicanismo jacobino. Os dois fomentam o radicalismo e a intolerância. A tolerância recíproca é a solução para o bom conviver, como reconhecia Lessing no “Nathan, o Sábio”. A opinião segura mas aberta é o pressuposto para o desenvolvimento e a paz.
António da Cunha Duarte Justo
https://antonio-justo.eu/?p=3408

UNIÃO EUROPEIA – UM PROJECTO DOS PAÍSES GRANDES PARA OS GRANDES – POLÍTICA DE ASILO

UE pretende impor novo Direito de Asilo aos Países da Periferia

A União Europeia, ao criar a Zona euro, levou em conta a ruína das frágeis economias dos seus membros da periferia. Agora os países de economia forte, como a Alemanha, atraem os refugiados da guerra e da pobreza e não querem assumir, sozinhos, as consequências da situação criada em África.

A Alemanha por razões humanitárias, de mercado de trabalho e de envelhecimento da população, abriu as fronteiras aos refugiados sem consultar os parceiros europeus provocando uma corrosão do direito que até então regulava a entrada livre, sem controlo de passaportes, só para os países da comunidade. Agora sente-se invadida por mais de um milhão de refugiados em 2015. Como motora da EU, pressiona os seus parceiros no sentido de abdicarem do poder soberano nacional em questões de direito de asilo e fortalecer as fronteiras dos países limites da EU sem compensacoes para os países em situação precária também devida à sua posição geográfica e à reduzida população. Querem ver o direito de asilo centralizado, que seja regulado pela EU e não pelos estados nacionais. Na lógica de atenção aos grandes, o direito de asilo, a criar, deve salvaguardar excepções para a Inglaterra e para a Dinamarca.

Agora que as potências europeias ricas sofrem as consequências, da sua má política, no êxodo de povos para os seus países, pretendem distribuir os gastos da sua integração pelas “aldeias” tentando elaborar um compromisso que implicará novas regulamentações e também a obrigação de cada país membro aceitar um contingente de refugiados a determinar anualmente por Bruxelas na sua política de colonos. Pretende-se alcançar um compromisso até finais de Junho.

Países distraídos e subservientes (devido à corrupção da classe política comprometida que têm) costumam aceitar, em troca de um “prato de lentilhas”, à margem do povo, as regulamentações de Bruxelas sem precaverem as consequências que com elas acarretam para o país.

Enquanto os portugueses se esgotam numa discussão pública partidária esgotante que se pode resumir no mote “o meu partido é menos corrupto que o teu” ou na presunção pessoal “o meu é maior que o teu”, os países ricos da EU trabalham no seu interesse implementando leis que Portugal assina sem discussão e depois o povo e bem pensantes ainda têm a arrogância de dizer que o governo da Alemanha é egoísta por ter olhado pelos seus interesses enquanto a política portuguesa e a opinião pública se contenta com o cantar da cigarra!

Por um lado assiste-se à emigração de pessoal jovem qualificado dos países da periferia (que gastaram imenso dinheiro na sua formação académica) para os países ricos da Europa e estes, que ganham com a guerra e a miséria do povo das regiões muçulmanas, querem, por outro lado, impor aos países carenciados que aceitem o pessoal desqualificado vindo daquelas regiões.

As grandes potências europeias, em colaboração com os USA, fazem o negócio com a exportação de armas em lugares de conflito e com a exploração das matérias-primas africanas, provocando, juntamente com os contraentes regionais muçulmanos sunitas e xiitas, o êxodo de milhões de cidadãos.

A Alemanha, com o caos inesperado dos refugiados em casa, procura defender-se, com Bruxelas, e tentar distribuir os males pelas aldeias, tentando para isso implementar medidas e directivas que imponham os interesses estratégicos, políticos, económicos e geográficos dos países do núcleo contra os da periferia; interesses económicos e estratégicos do centro norte que são antagónicos aos da periferia e que esta mais tarde pagará caro.

Infelizmente, cada país procura na EU as suas vantagens e quem dorme perde o comboio. O núcleo criou o alargamento do seu mercado de alta tecnologia e máquinas para países como a China à custa de estes poderem concorrer com os seus produtos com as economias fracas periféricas. Antes os países fortes em tecnologia recebiam têxteis, peixe, manufacturados e produtos agrícolas de Portugal e de outros países da margem em troca da sua maquinaria para depois com o mercado aberto da UE passarem a receber esses produtos directamente da China por serem mais baratos do que os portugueses; as pequenas e médias empresas portuguesas foram destruídas por não poderem concorrer com o mercado barato chinês. Quem pagou, em grande parte, a factura da entrada dos alemães no mercado chinês foram os portugueses e os países da periferia. Agora com a política de imigração em via, a Alemanha e outras potências preparam-se para ganhar a próxima guerra da concorrência social entre as camadas desprotegidas dos países membros.

Uma sociedade não pode ser governada apenas por interesses económicos; uma EU que se preocupa apenas com os interesses imediatos das suas potências fortes não é digna da cultura europeia donde nasceu; precisa de voltar a uma ética de base cristã que defenda o amor ao próximo, ao estrangeiro e a misericórdia para com todos. Uma política imposta, de cima para baixo, por interesses estratégicos de algumas potências europeias fomenta o cepticismo e ameaça a coesão dos 28 países.
António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

CLASSIFICAÇÃO DAS 621 ESCOLAS DO ENSINO SECUNDÁRIO EM PORTUGAL

O ENSINO PRIVADO É MAIS ECONÓMICO PARA O ESTADO E TEM MELHOR RENDIMENTO

Por António Justo
A classificação (“ranking”) das 621 escolas portuguesas do secundário, em 2014-2015, mostra as escolas privadas na grande dianteira do ensino. As melhores médias nos exames nacionais do 12° ano são obtidas nas escolas privadas, sendo “nove das dez escolas com melhor média privadas”.  (Cf. http://www.publico.pt/ranking-das-escolas-2014/listas ) e http://economico.sapo.pt/noticias/conheca-o-ranking-das-melhores-escolas-de-portugal_101677.html Naturalmente também há grande diferença entre as escolas privadas.

Escolas estatais e privadas complementam-se, respondendo, cada qual, a diferentes situações e aspirações do país na construção de uma democracia e uma sociedade variada e plural. A livre escolha das escolas pelos pais revela-se como um meio propício de desenvolvimento para o país.

Os rankings de avaliação são uma forma justa de mostrar o rendimento das escolas; assim os encarregados de educação têm a oportunidade de ver quais são as escolas mais viradas para a excelência e para a formação da personalidade dos alunos.

Não se deveria aqui fomentar a concorrência entre as escolas do ensino privado ou estatal mas sim a responsabilidade. Os contextos sociais são determinantes, pelo que a comparação das escolas deveria motivar o Estado a investir mais em contextos sociais degradados. Seria mal se as escolas do estado se tornassem nas escolas do resto; também se tornaria nociva uma discussão ideológica entre os defensores do ensino estatal e do ensino privado; esta catalisar-se-ia , de um lado numa esquerda defensora do dirigismo do Estado e da massificação da população escolar e do outro  numa direita demasiado interessada num elitismo à custa da solidariedade. As escolas públicas do Estado, pelo facto de receberem mais alunos desmotivados ou em situação deficitária terão mais dificuldades em obter melhores resultados do que as escolas públicas privadas.

Numa sociedade extremamente permissiva torna-se normal o insucesso escolar. Mais que um ensino demasiado selectivo importa um ensino mais responsabilizador e menos virado para o facilitismo. O facilitismo discrimina e prejudica mais as camadas sociais desprotegidas – quem passa de ano devido a medidas administrativas, fica depois pelo caminho na luta real pela vida.A tendência da esquerda, em geral, para o facilitismo, está em contradição com as leis do evolucionismo e do progresso e contrapõe-se ao currículo das personalidades que o defendem (usando-se uma atitude defendida para as massas e outra para os seus ideólogos).

A escola deve dar resposta aos anseios dos pais e da nação. A política educativa do MEC tem sido insuficiente e seguido, por vezes, uma má política educativa que torna péssimo o que seria um bom aluno. As aprendizagens e o sucesso dos alunos na sociedade não parecem ser a preocupação da política. Deveria evitar-se formar uma geração rasca ou uma que se arrasta na construção de um presente sem futuro e como tal sem motivação; não chega contar com o impulso que vem das famílias ou dos amigos (Falta também uma verdadeira aposta no ensino profissional dual, à maneira alemã, muito eficiente porque virado para a inserção profissional e social do aluno). Na sociedade que temos, o risco e a incerteza só podem ser enfrentados com uma boa qualificação.

O Estado ao fomentar também o ensino privado poupa muito dinheiro pois encontra, nos encarregados de educação que colocam seus filhos no ensino privado, contribuintes que descontam para o financiamento do ensino estatal em geral e ao mesmo tempo contribuindo ao mesmo tempo com os custos dos encargos com os seus filhos no privado.

”O poder do feiticeiro reside na ignorância dos seus irmãos tribais”! Este dito popular descreve bem a política de ensino do MEC seguida há dezenas de anos (O MEC é o ministério onde os ideólogos de esquerda mais assentaram seus arraiais). O facilitismo e a falta de disciplina pedagógica e de disciplina no pensamento, nas escolas, são o melhor pressuposto para se fomentar uma sociedade massa e massificante e a melhor estratégia preparadora de uma sociedade de crédulos de ideologias que beneficiam o desmiolamento e a corrupção do próprio pensamento. A falta de saber contextual e a ausência do pensamento crítico tem dado lugar a um criticismo opinioso vulgar que não vê para lá do próprio prato!

Um Estado com um Ministério da Educação voltado para a mediania seguindo as leis da inércia e imbuído de uma ideologia simplicista e proletária não reconheceu ainda o problema da preparação dos seus cidadãos (na e para a Europa) para o presente e para o futuro. A Europa só pode sobreviver na concorrência com as sociedades emergentes através da aposta na investigação, na competência e no alto saber (a concorrência nos sectores de menor formação e de salários baixos está perdida devido à inflação dos mesmos na Ásia). Facto é que o ensino tem perdido nível intelectual e humano; professores e encarregados de educação têm sido enganados e entretidos com medidas sempre novas com actividades burocráticas ou medidas de ensino que dão a impressão de progresso social quando servem mais o progresso de interesses ideológicos do que o desenvolvimento ondividual; trata-se a sociedade como se fosse um jardim infantil à espera de rebuçados. Precisamos de um ensino que ensine a pensar, que ensine a saber e o porque se sabe ou se deve saber; o ensino nao inserido numa comunidade educativa responsável e responsabilizada, se transmitido como mera obrigação e sem portas de entrada para a vida profissional, prepara para a desilusão. O mestre eficiente é aquele que ao fazer aprende.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo www.antonio-justo.eu