ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA TRANSVERTIDA EM PAI NATAL DOS NOVOS-RICOS ACOSTADOS AO ESTADO

Diabo à solta e à vontade por não se lhe verem os Cornos

O povo português é demasiado rico! Por isso, segundo o Expresso , o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, quer mais dinheiro para os deputados e para outros políticos. Pretende também a reposição de um regime de apoios financeiros a ex-deputados e a ex-governantes.

A lei das subvenções vitalícias alterada em 2005 (sob a pressão de Bruxelas) fez com que só as pessoas que até esse ano tivessem completado 12 anos de exercício de cargos políticos continuassem a ter direito a um subsídio vitalício. Ferro Rodrigues, ao dizer que “os ordenados que os deputados recebem são maiores que os de muitos portugueses mas inferiores aos de deputados de outros países da Europa com praticamente o mesmo nível de desenvolvimento”, e que “os políticos não podem ser colocados perante a ideia de que é mau haver subvenções vitalícias, é mau sair para uma empresa privada, e é tudo mau”, esquece-se de qualquer ética e de comparar o ordenado mínimo, o ordenado normal de um trabalhador e a produtividade económica desses países.

O governo geringonça revela-se cada vez mais em pai natal dos seus confrades: pai natal dos funcionários do Estado reduzindo-lhes o horário de trabalho semanal para 35 horas; pai natal dos administradores com salários milionários, pai natal de políticos com subvenções vitalícias, tudo isto num país em que o ministro das Finanças consegue apresentar o relatório de um Orçamento 2017 a ser discutido mas sem números. Temos uma Geringonça que, ao contrário do Zé do Telhado, rouba aos pobres para dar aos seus.

Como pode a nossa firma portuguesa (governo e parlamento) aumentar os vencimentos aos seus protegidos encontrando-se o país empenhadíssimo devido à incompetência destes e com tanta gente com ordenados que não dão para viver com dignidade humana e obriga muita outra que a emigrar? Servem-se do dinheiro não produzido mas emprestado pelo estrangeiro e depois andam sempre de calças na mão na altura de fazerem os orçamentos sob os olhares de Bruxelas! Porque não lhes interessa pôr a economia do país em ordem? Assim têm maior chances de serem eleitos porque um povo descontente não olha para a realidade deixando-se levar pela conversa dos oportunistas de ocasião.

A comparação dos ordenados com colegas de outros parlamentos revela-se numa enganosa tautologia. Tem-se a impressão que o diabo anda à solta porque em democracia deixou de ter cornos! A democracia cada vez se torna mais presa de chifrudos anónimos à frente de interesses corporativistas a actuar nas costas da população. Os ventos que correm só favorecem o oportunismo instalado. Não é fácil assumir o papel de crítico numa sociedade que se deseja unida e numa população que não sabe o que é ser povo nem o que quer ! A situação é desesperada porque em Portugal as revoluções são abafadas pelo povo através do seu aplauso a quem as faz e abusa delas!

O problema da ineficiência dos governos e dos parlamentos portugueses é crónico. O vírus vem já dos pais e avós da República. Enquanto o povo não sanear o Estado e a República, Portugal terá de andar de mão estendida. As revoluções portuguesas, a não ser a que se ganhou na Batalha de Aljubarrota, foram todas elas feitas por clientelas e feitas para alimentar clientelas e nunca para o povo. As nossas elites fazem boa figura às correspondentes clientelas cá dentro, mas lá fora são consideradas medíocres por não saberem resolver os problemas de casa e se comportarem como magnates narcisistas como se fossem de países ricos.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

SALÁRIOS MILIONÁRIOS DESTROEM A DEMOCRACIA E A CREDIBILIDADE DOS POLÍTICOS + Outros textos

Dos Refugiados nas Zonas de Conforto do Pensamento, da Economia e da Política

António Justo

A perda de confiança na democracia manda cumprimentos! Parlamento ao serviço da plutocracia?

O administrador da CGD, António Domingues, ganha cerca de 600.000 euros anuais. A nova lei passou a não obrigar os administradores da Caixa a manterem o estatuto de gestores públicos, isentando-os assim da obrigação de mostrarem a sua declaração de rendimentos e, com a nova legislação, os seus ordenados não ficam limitados ao ordenado dos 6.500 euros do primeiro-ministro.

Porque é que os partidos e o Parlamento não impedem a injustiça social, a conduta corrupta e o comportamento desmedido dos administradores públicos? Porque é que o governo Geringonça – governo da esquerda e esquerda radical – permitem salários milionários no banco do Estado CGD? Não será porque representantes dos partidos fazem parte de conselhos ou de administrações de empresas?

Salários milionários desacreditam a democracia e revelam o cinismo também de uma esquerda que cinicamente se arvora em defensora dos pequenos.

A democracia está à disposição de alguns sendo sistematicamente desmontada no sentido de uma plutocracia.

Ainda vamos tendo possibilidade de vozear. A sorte da liberdade vem do facto de se poder lutar por ela. Se não queres ter medo não te agarres ao que tens. Doutro modo os gorilas ainda te levam a ti também!

A perda de confiança na democracia e na política é consequência lógica do seu actuar e beneficia os radicais! Ai dos vencidos!

Ai de quem não vive nas zonas do conforto do pensamento, da economia e da política! Será que só resta ao resto da população gritar a Deus?

Os ordenados exagerados adquiridos à custa do povo e de quem ganha menos são roubos ao bem-comum e à comunidade. Gregorio de Nyssa († 394) dizia: “Que diferença é essa a de obter bens estranhos por roubo ou pela coerção, que é a dos juros?”  

António da Cunha Duarte Justo

 

BANCO ALEMÃO

A família Al-Thani do Qatar é dona de 10% das acções do Banco alemão.

 

DECLARAÇÃO CONTRA A DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA DO CORÃO

O parlamento do Estado da Renânia do norte Vestefália na Alemanha pronunciou-se maioritariamente contra a iniciativa muçulmana “Lê”, que distribui gratuitamente livros do Corão. O Parlamento é do parecer que a acção é uma “campanha inimiga da Constituição, recruta pessoas jovens para uma mundivisão antidemocrática e além disso torna-as propensas à violência”.

 

BILHETE DE COMBOIO GRATUITO DURANTE UM MÊS PARA JOVENS VIAJAREM NA EUROPA?

Corre a ideia de a União Europeia dar um presente para o/a jovem que faz 18 anos. A EU pagaria a cada cidadão um bilhete de InterRail no seu 18° aniversário. Tal medida possibilitaria o encontro de jovens, a amizade e a experiência da europa na sua diversidade.

Circula uma petição a solicitar à União Europeia que disponha para todas as pessoas jovens na EU adquirirem um passe InterRail gratuito durante um mês.

O abaixo-assinado é dirigido ao Conselho Europeu, Comissão Europeia, Parlamento Europeu.

 

APOIO A GAZA – ALABI PRESO POR DESVIO DE 6 MILHOES €

O palestiniano Mohamed Haabi que estava à frente de projectos da organização de ajuda humanitária World Vision terá desviado fundos de ajuda para a organização terrorista Hamas que governa em Gaza. Inicialmente Alabi queria ajudar crianças

Desde 2010 terá desviado 6,5 milhões de euros do orçamento da organização não-governamental para compra de armas e construção do túnel.

Segundo imprensa alemã, o ministro do desenvolvimento alemão já cancelou pagamentos para projectos da World-Vision em Gaza.

António da Cunha Duarte Justo

 

ÉTICA ENTRE CONVICÇÃO E RESPONSABILIDADE – DO COMPROMISSO ÉTICO ENTRE IDEALISMO E REALISMO

Civilização ocidental em implosão e Civilização islâmica em explosão

Por António Justo

A chanceler alemã, na sua política de refugiados, é acusada de seguir uma ética de convicção (cristã) em prejuízo da ética de responsabilidade na qualidade de pessoa pública que deveria representar os interesses da sociedade alemã e da civilização ocidental.

Numa humanidade em desenvolvimento deparamo-nos, individual e socialmente, em confronto com duas forças e interesses complementares: o humano e o divino, o material e o espiritual, o individual e o político. Os evangelhos resolvem o dilema entre empenho subjectivo individual e empenho social, entre religião e política recomendando: «Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» (Mateus 22:21). Daqui surge um certo conflito entre uma atitude baseada na consciência e uma atitude baseada nos interesses da polis.

A ética da responsabilidade é uma ética de grupo, aquela parte que corresponde ao ensinamento “a César o que é de César”- adequada à acção política, ao circunstancial e relativo, ao útil para a comunidade; a ética da convicção corresponde à segunda parte da frase “a Deus o que é de Deus”- é o reino dos absolutos, do útil para o desenvolvimento da alma humana.

A ética de responsabilidade “tem em conta a fraqueza”, não a preocupa a humanidade nem a perfeição, o que importa é o interesse do grupo, o útil numa perspectiva do circunstancial imediato. O motivo do agir não se fundamenta em nome da moral mas do interesse. As boas intenções de Merkel não justificam os problemas que criam porque embora humanas poem em perigo gerações futuras. Numa tal ética transportada para a polis, o crime e o fracasso tornar-se-iam desculpáveis. Assim uma atitude moral para Merkel pode tornar-se numa atitude imoral se prejudica os interesses do país e da civilização.

Não chega a boa intenção, como orientação moral, é preciso sabê-la situada na psicologia humana e na comunidade. O idealismo humanitário orientador da ética de convicção tem de ser aferido à realidade social que pressupõe uma atitude ética de responsabilidade que necessariamente condiciona o idealismo que possa estar por trás de uma moral de convicção. A confusão de ética de convicção com ética de responsabilidade é a causa de parte da moralitis do discurso político e social.

Ao contrário de Maquiavel que defendia que a missão da salvação da cidade era superior à da salvação da alma (fins justificam os meios), Max Weber procurou conciliar as duas posições distinguindo entre ética de convicção (na qualidade de sujeito – consciência individual orientada por valores absolutos e que obedece aos sentimentos sem ter em conta as consequências) e ética de responsabilidade (na qualidade de objecto de funções públicas avalia a decisão pelas consequências que provoca); Weber reconhece o dilema entre os determinantes consciência e interesses. Assim, o político encontra-se dividido entre uma ética livre pessoal de convicção e a ética de responsabilidade determinada pela ponderação no balance de interesses condicionantes; a decisão política a tomar impossibilita, muitas vezes, um juízo de valor pessoal, dado a política ser normalmente determinada por circunstâncias. Isto não deveria porém isentar a decisão política do reconhecimento de valores universais fundamentais como a defesa do valor da vida e da dignidade humana (inerentes à ética de consciência individual).

Ética contra a moral?

A política alemã na sequência de uma ética de convicção, que justifica a entrada descontrolada de refugiados de uma cultura rival e antagónica, pode ser contrariada pela moral de responsabilidade social que implica a defesa da própria identidade e cultura a longo prazo. Não chega a boa intenção, é necessário fazer uma boa balance das consequências sociais que tal atitude acarreta. Vários parceiros europeus, cientes da sua responsabilidade para com os seus cidadãos (ética de responsabilidade) obrigaram a Chanceler a arrepiar caminho. A realidade dos factos do fenómeno muçulmano, que se revela sem vontade e incapacidade de integração, põe em perigo os interesses de uma sociedade maioritária aberta (civilização ocidental) através de uma imigração descontrolada, de uma cultura hermética e encerrada em si mesma (civilização árabe caracterizada por não se integrar e só assimilar).

Uma sociedade aberta, como a europeia, para não ser posta em perigo por uma sociedade fechada terá de estar atenta às forças sociológicas de integração e assimilação para poder possibilitar nela um crescimento orgânico. Um crescimento orgânico pressupõe a abertura e a permeabilidade das duas partes. Realiza-se numa tensão saudável de uma dinâmica de complementaridade e inclusão da ética de convicção e de ética de responsabilidade: os dois polos da mesma realidade na polis.

Ética de afirmação dos interesses minoritários contra os maioritários?

Uma ética da responsabilidade  tem sempre em conta a defesa dos interesses das minorias numa sociedade coerente e consonante.

Dado, nas relações multiculturais e entre Estados, dominar uma ética de interesses, num processo de luta entre grupos orientados pelo princípio selectivo da afirmação do mais forte, não se pode aqui confundir uma ética pessoal de consciência moral relacional com a ética subjacente a grupos de interesses em que o determinante é a força do grupo ou do interesse e não o humanismo.

Uma atitude política movida apenas pela ética de convicção (consciência) ao pretender tornar-se critério de orientação para regular as interacções interculturais (politica) torna-se inadequada e infringe a ética de responsabilidade. O diálogo, a luta torna-se desigual porque confunde o objectivo (circunstancial) com o subjectivo (de caracter pessoal mas de valores universais), confunde o âmbito pessoal com o público. O palco em que se realiza é objectivo e como tal de relação de interesses já não entre sujeitos humanos mas entre objectos, de meros interesses de grupos (daqui surgiria a premissa da necessidade de uma negociação de interesses em termos bilaterais).

 Neste sentido, uma atitude baseada na consciência (que Ângela Merkel parece seguir) implementaria o grupo que segue a ética dos interesses e na realidade seria instrumentalizada (inconscientemente) para servir os interesses dos mais fortes (a lei da selva) neste caso os interesses minoritários à custa dos maioritários (de legitimação imprópria porque não aferida).

Dado a cultura islâmica ter em si um rescrito motivador da autoafirmação pela força e pela assimilação, sem o movimento de integração (não permite o processo orgânico de aculturação-inculturação só possibilitando o movimento unilateral assimilativo de auto afirmação na desconsideração do outro). Neste contexto, a sociedade ocidental tornar-se-ia fraca, a longo prazo, e vítima da própria ilusão humanitária e deixaria de ser um factor de promoção do humanismo no mundo. A sociedade ocidental encontra-se num momento muito problemático da história do seu desenvolvimento dado não estar consciente dos elementos constitutivos de identidade que lhe deram sustentabilidade e desenvolvimento; coloca-os à disposição em troca da afirmação económica que não pode, por sua vez, ser sustentável sem uma política de natalidade responsável e sem uma reflexão profunda do que lhe deu o ser, do que é, e do que pretende (precisa de orientação e sentido).

Sem a consciência da necessidade de afirmação dos factores de identidade, a Europa atraiçoa-se a si mesma ao pretender tapar o buraco demográfico abrindo incondicionalmente as portas à imigração islâmica que na prática se afirma, de uma maneira geral, contra a integração e beneficia também do factor da proliferação demográfica (Tenha-se em conta o exemplo europeu do Kosovo, Albânia, etc., que antigamente eram regiões de cultura heterogénea e transformadas, com o evoluir dos tempos, em monoculturas islâmicas; na Europa, as mulheres muçulmanas são motivadas a manterem os seus papéis patriarcais e a não se integrarem no mercado de trabalho, continuando, em grande parte, a exercer só a profissão de mães (abono de família na Alemanha 200 € por filho). Uma visão rápida sobre a história do desenvolvimento muçulmano testemunha o facto de as regiões onde este se implanta e se torna maioritário, com o tempo, essas regiões são transformadas em monoculturas islâmicas.

Onde falta a luz o caminho torna-se difícil e a meta impossível

Não apadrinho posições que defendem a enclaustração dos povos e culturas em si mesmas; é mais que claro que o desenvolvimento humano se deve à interligação e interacção orgânica entre indivíduos, espécies e culturas (factores osmose-integração-assimilação); o gueto pode tornar-se em cancro num corpo orgânico. O que está em via na Europa é porém um movimento de autodestruição da própria cultura (trauma do nazismo e do estalinismo fortalece o niilismo e as forças que fomentam a queda da civilização ocidental numa atitude mórbida de tanatofilia).

A civilização islâmica, ao seguir uma ética de interesses não orgânicos mas sistémicos e estratégicos está mais perto da lei natural da selecção e como tal mais preparada para ganhar a luta dentro de uma sociedade em processo de implosão.

A civilização ocidental não se encontra adaptada aos desafios do mundo de hoje e os princípios éticos que a engrandeceram deixaram de ser categorias políticas; segue apenas estratégias ditadas pela macroeconomia liberalista (subvenciona Estados para comprar as suas elites, com o dinheiro que volta a ela); a Europa encontra-se consequentemente em processo de implosão enquanto a civilização islâmica, centrada em si mesma, se encontra em processo de explosão. Nesta situação, uma e outra não podem assegurar garantias de futuro para a humanidade. A civilização islâmica definhará por julgar que a fronteira do mundo é a sua cultura (o desenvolvimento do mundo fruto da variedade e da diferença é reduzido à igualdade e monotonia do biótopo muçulmano) e a civilização ocidental deixará de ser ela por viver da ilusão que pode haver abertura sem limites num mundo que de facto é feito todo ele de biótopos culturais que para o serem têm de reconhecer as leis e forças que constituíram o seu habitat sem negar os princípios e forças da definição e identificação dos diferentes biótopos culturais no todo.

A cultura ocidental, que no passado foi o grande motor da história da humanidade, corre o perigo de atraiçoar definitivamente os ideais da sua filosofia de cunho cristão e com eles a sua identidade e a sua alma.

A Europa, ao seguir, a nível político e social o materialismo e o racionalismo niilista abdica de qualquer missão e de qualquer factor de esperança. Sem noção do sentido e sem uma meta teleológica não tem ideia do caminho a fazer e que só é possível à luz reflectida sob um tecto metafísico. Ao pôr-do-sol já falta a energia e o humor necessário e passa-se a procurar o agasalho no luar da noite!… Sem a construção de um solo comum não se pode andar em conjunto…

Deste modo a Europa, transformada em estrela em estado de implosão e que é ainda vista como modelo de desenvolvimento de outras sociedades, transforma-se em perigo também para estas, ao perder o que lhe dava a liderança espiritual. (Além disso, em política perdeu a visão global e em vez de colaborar com a Rússia na crise dos refugiados muçulmanos, fecha-se na sua arrogância e presunção colaborando só com a Turquia rival).

Encontra-se numa situação paradoxa: em política de imigração segue uma ética da convicção individual abrindo o flanco aos outros e pecando contra uma ética de interesses culturais próprios que se vêem reduzidos aos interesses económicos liberais e a uma liberdade abstracta já fora do contexto cultural. A irresponsabilidade política no que respeita à defesa dos interesses culturais do povo fomenta a agressão e a xenofobia no mesmo.

A civilização ocidental não pode, para defender os interesses dos países ricos, em nome da consciência que a fundamenta, pôr em causa os valores da própria identidade, para solucionar uma situação de interesses económicos em perigo por uma diminuta natalidade que se pretende compensada pela imigração de refugiados. O relativismo ético ocidental revela-se como o melhor instrumento de legitimação da política neoliberal e anti cultural em curso e, por outro lado, dá razão às forças hegemónicas que não toleram nada a seu lado (Neste contexto o relativismo cultural europeu serve as forças dogmáticas e hegemónicas que ameaçam a nossa sociedade). O relativismo contradiz-se a si mesmo porque, ao afirmar que tudo é relativo, transforma-se num absoluto. Sem verdade (ideal) não há ética sustentável porque então a matéria (materialismo) seria o único factor de validade.

Com o desenvolvimento de um liberalismo acervado, a ética da polis tenta emancipar-se da religião e, deste modo, do povo. A ética tende assim a abandonar o foro privado para ser reduzida a uma moral de interesses no campo económico (liberalismo) e político (democracia partidária) com a consequente atitude política alienada do povo subordinado à económica (capital); consequentemente, o produto do trabalho humano deixa de ter relação com o que o produz para se justificar em si mesmo no lucro tornando-se assim desumano e anti ético. O capital emancipou-se dos mecanismos de produção para se tornar senhor absoluto sem relacionamento; perdeu a alma e deste modo a capacidade de dar resposta. Em nome da economia e da tecnologia que paulatinamente substituem o Homem, o Ocidente vai-se tornando substituível e supérfluo.

O político cínico não se responsabiliza porque, ao arquivar a própria consciência em nome dos interesses do grupo que serve, não reconhece a culpa e deste modo não assume pessoalmente a responsabilidade; e isto porque baseia o seu juízo de valor apenas em termos de informações recebidas tomando assim decisões que considera objectivas e como tal intangíveis a nível de ética pessoal; o que lhe interessa é apenas a análise dos factos no momento e o acto de decisão não pode ser avaliado porque fruto da circunstância furtuita e coberta pelo povo anónimo. Num tal pragmatismo, onde o idealismo não tem lugar, a culpa, o arrependimento e o perdão são considerados fraquezas (veja-se a situação do Estado em Portugal!). Uma tal ética cultural tem os dias contados e só lhe resta abdicar.

Política do Postfacto

A Chanceler alemã responde aos ataques que a acusam de não considerar suficientemente a ética política (ética de responsabilidade baseada em interesses) dizendo: “Vivemos em tempos do post facto. As pessoas já não se interessam pelos factos mas seguem apenas os sentimentos”.

A questão é ambivalente: precisamos de uma política de atitude ética que responda não só aos factos mas também aos sentimentos. De facto os sentimentos também são reais e os factos podem ter um fundamento irracional. Para isso precisamos de Homens retos e com coluna dorsal, precisamos de pessoas dispostas a repensar a sociedade em termos do que dizia Paulo aos Gálatas: “Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. E o JC encontra-se mais ou menos escondido em cada pessoa humana.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo (História e Português)

Pegadas do Espírito no Tempo

 

UM ACTO DE CIDADANIA ACTIVA NUMA SOCIEDADE QUE TEIMA EM NÃO ACORDAR

Coloco aqui o link do Livro que recomendo “EU E OS POLÍTICOS” (O livro proibido) de José António Saraiva.

 

Não leiam porque para muitos poderia tornar-se doloroso acordar; é um livro só para quem tem a coragem de se querer tornar consciente da situação que criamos e confirmamos. Certamente já conhecem a sensação que se tem ao regressar-se de um arraial; não leiam o livro para não terem essa sensação e poderem continuar a aplaudir o bailado dos dançarinos da política e a ter a consolação de sentirem o ritmo de uma política que se repete e até parece proveitosa na medida em que proporciona queixumes esporádicos que se tornam no tubo de escape das frustrações pessoais.

“EU E OS POLÍTICOS”  é um livro que mostra o lamaçal da política portuguesa.

Numa dança de Fantoches e Zés Pereiras, de anjos com coração de lobo, para este jardim infantil social que persiste em caminhar sem ver, tudo corre, tudo se repete e tudo passa ao ritmo da hipocrisia ateada que leva a esquecer e a condenar quem é crítico e se encontra mais perto da verdade e da população. Por isso há muitos interessados em fazer calar Saraiva.

 

José António Saraiva é um exemplo de cidadão a tentar contrariar a cidadania passiva que se tornou democraticamente cúmplice com a corrupção instalada no Estado e é tecida e cuidada por grande parte das nossas elites da bancarrota económica e cultural da nossa república.

Seria desejar demais, num país de “brandos costumes”, considerar este livro mais que uma pedrada no “charco da política nacional”. Desmascarar a fantochada feriria o cerne da República portuguesa e arranharia o próprio rosto, numa população que teima em viver só da imagem que tem dele. De certo modo Saraiva torna-se incómodo também para aqueles que defende porque, de cérebro bem lavado, não quer que se desmanchem prazeres numa vida para inglês ver.

Digite ou clique aqui:

file:///C:/Users/Antonio/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/Content.Outlook/RKW633O7/Eu_Politicos_Final.pdf

Mais uma onda que passará sem fazer mover a nau de uma certa pseudoelite? Quem vive no Olimpo ri-se de algum Prometeu que será castigado por defender o humano!

Boa leitura

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo

 

O MALTRATO DOS TOUROS E DOS CÃES

As Touradas são Espelhos e Modelos de Vida individual-política-social

António Justo

Num mundo em que a crueldade entre os humanos faz parte da ordem do dia, até parece cinismo erguer-se a voz contra a barbaridade com que se tratam animais em touradas ou contra a bestialidade com que se tratam outros animais.

É triste e de mau gosto a tradição de se terem cães acorrentados junto a casas de pessoas sem vergonha pelo trato indigno que lhes dão.

Também muitas pessoas passam ao lado sem atenderem ao pedido de um carinho ou ao grito de uma oração canina que apenas incomoda quem a ouve ou se torna desapercebida a quem já se habituou ao seu queixar:  http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/oracao-de-cao-1333096

Seria de registar, como indicativo do desenvolvimento de uma sociedade, o grau de sofrimento e na sua maneira como trata os animais.

De facto a maneira de tratar um animal pode dizer muito sobre o caracter de uma pessoa ou sobre a realidade da sua consciência. Seria cinismo condenar-se certas atitudes de violência contra a vida em casa e na escola e ritualizá-las como divertimento e como exemplo em festas sociais.

As Touradas legitimam a guerra contra a inocência da vida

O Vaticano embora respeite as tradições dos povos e as festas populares em torno das suas igrejas e capelas, sempre condenou as corridas de touros apesar de elas oferecerem possibilidades de lucros a nível local.

O primeiro espetáculo de touros registado terá sido no séc. IX na Espanha.

Em Portugal, o padre Manuel Bernardes (1644-1710) condenava as corridas de touros, dizendo: “O jogo de feras foi introdução do demónio, como todas as mais do gentilismo, para que o coração humano perdesse o horror à morte e ao derramamento de sangue humano, e aprendesse a ferocidade de costumes e indómito das paixões”.

O Papa Pio V, em 1567 publicou a Bula “Salute Gregis Dominici” proibindo as corridas de touros e decretando pena de excomunhão imediata a qualquer católico que as permitisse ou participasse nelas. Ordenou igualmente que não fosse dada sepultura eclesiástica aos católicos que pudessem morrer vítimas de qualquer espetáculo taurino. Pio V, considerava estes espectáculos alheios de caridade cristã Cf. http://basta.pt/igreja-catolica-e-touradas/

A igreja na sua perspectiva de inculturação cedeu muitas vezes às necessidades do povo, tendo havido também párocos interessados nestas e noutras festas populares.

Não deveria ser legítimo, em nome da arte, permitir a agressão física e moral contra animais, pessoas ou grupos sociais, nem tão-pouco qualquer interesse político ou económico deveria legitimar ou negligenciar tais atitudes. O facto de um “socialismo” institucional estar interessado em apagar usos e costumes de culturas no sentido do estabelecimento de um igualitarismo universal, não pode constituir argumento para não se obstar à brutalidade expressa nas touradas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no tempo