Governo Contradiz o Presidente da República

Governo Contradiz o Presidente da República
2007-06-18

Novos Emolumentos – Emigrantes Explorados

“O Estado não pode demitir-se de resolver problemas de emigrantes!” Estas palavras do Presidente da república Cavaco Silva ainda estavam mal publicadas na imprensa e logo a acompanhá-las a publicação das novas tachas a pagar por emigrantes. Assim, para desfazer malentendidos o Governo manda o recado indirecto ao Senhor Presidente: “aqui quem manda sou eu”! É de aproveitar, aproximam-se as férias!…

Os governos dificultam a vida ao povo da província obrigando-o a emigrar. Desresponsabilizam-se e, como não há mal que não venha por bem, servem-se das remessas e dos emolumentos. O Estado português já há muito se alheou e demitiu da responsabilidade perante este povo. Mais que querer “garantir estruturas” administrativas para os emigrantes e fomentar pelouros de ocupação à disposição dum Estado partidário que tem uma grande boca, precisando, por isso, de lugares administrativos para ocupar com os seus fieis, é urgente o fomento duma cultura aberta, crítica e tolerante que valorize a figura do emigrante para Portugal.

Enquanto o emigrante continuar a ser olhado com inveja pelos bons do sítio e constituir um modo de vida para exploradores da política, continuar-se-á a manter um discurso hipócrita e mentiroso. Aos emigrantes duplamente vítimas reserva-se-lhe o papel de mordomos nas festas.

Que haja uma racionalização de meios e serviços no sentido dum melhor serviço a Portugal e aos emigrantes considerando a emigração menos coutada. Em Portugal entram diariamente mais milhões de euros enviados pelos emigrantes do que pela União Europeia. Entretanto a imprensa portuguesa não valoriza os emigrantes. Pelo contrário, alguma imprensa que publica no estrangeiro está mais preocupava em propagandear os produtos portugueses, o que seria natural se não representasse tão mal os interesses dos emigrantes perdendo-se em questões paliativas!… O vírus da mentalidade comezinha impera. Todos sabem que o povo explorado não tem remissão. Deles importa o que metem menos à boca para outros poderem capitalizar.

Quanto aos portugueses que vivem no estrangeiro ocupando melhores lugares, a administração procura infiltrar-lhes o vírus da subserviência com convites ou quejandas. É assim que uma migração, sem voz por não se interessar em organizar e manifestar, continuará a ser uma migração coitadinha nas mãos de coitadinhos.

A nova tabela
A nova tabela de emolumentos consulares publicada no Diário da República, aumenta em 63% o custo dos passaportes passados pelos consulados. O passaporte electrónico passa a custar 70 euros além dos grandes agravamentos nas custas de serviços. O passaporte para menores de 12 anos custa 50 euros e para maiores de 65 anos 60 euros. Pedidos de vistos de escala e de trânsito passam de 10 para 60 euros.

Já não bastam as deslocações a trezentos e mais quilómetros para muitos emigrantes com a perda de trabalho como a dificultação de resolução dos actos por via postal em consequência dos agravamentos de envio (custas de envio dum passaporte 35 euros).

O povo espera sempre por líderes honestos e assim desbarata a vida na desonra do aguentar sempre. E alguns a andar. ainda dão a culpa aos emigrantes estes em vez de fazerem revolução terem posto a andar.

António Justo

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103539/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=06&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo


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Governo contradiz o Presidente da República – – – 2007-06-18
Caríssimo
Professor António Justo,

Antes de mais, queira aceitar as minha mais fraternas saudações, bem como o meu aplauso pelo oportuníssimo tema que, hoje, traz à nossa reflexão.

Indiscutivelmente, a emigração portuguesa é o parente pobre do actual Governo de José Sócrates, apesar de enviar elevadíssimos montantes de remessas para Portugal. E só para isso, para os cifrões, é que conta!…

Convenhamos que, nós os emigrantes, só servimos para alimentar a gula desmedida do actual Governo. Tanto mais, porque os emolumentos altíssimos que pagamos pelos serviços consulares prestados, revertem para um FUNDO destinado exclusivamente aos diplomatas, onde estão incluídos os cônsules de carreira e os honorários, e não só. O que significa dizer que, com os emolumentos pagos pelo Emigrante, reduz-se a despesa do Orçamento de Estado que, de ano para ano, vai engordando cada vez mais…

Agora, inventou-se “essa maravilha” que dá pelo nome de “diplomacia económica” que, no fundo, só está a beneficiar as Câmaras de Comércio e os empresários. Inclusive, executivos de algumas Câmaras de Comércio já se intitulam DIPLOMATAS ECONÓMICOS! Creia que não estou a fantasiar, pois ouvi e registei em fita magnética essa “brilhantíssima” declaração. De resto, foi uma entrevista que eu realizei, mas que, devido às baboseiras e patetices, proferidas, limitei-me a transcrevê-la mas nem perdi tempo a publicá-la, mas que guardo como “recordação”…

Os Consulados, regra geral, nunca têm dinheiro para nada, e o pouco que vão fazendo é às custas dos contributos e do trabalho dos emigrantes portugueses, mas que, agora, com esta nova “invenção” até já cativam e atribuem verbas às Câmaras de Comércio…

O mais grave, espantem-se!, até já neste domínio assistimos à deslocalização, promoção,despromoção, abertura e encerramento dos consulados. Melhor dizendo: Os Consulados aparecem com toda a sua força onde houver desenvolvimento económico, sobretudo da actividade económica em que participem os empresários portugueses.

Quem minimamente se debruçar sobre as recentes movimentações, verificará, por exemplo, que o Consulado de Portugal em Santos, no Brasil, com cerca de 30 mil inscrições, onde se situa um dos mais importantes portos marítimos da América do Sul, acaba de ser encerrado, enquanto o Consulado Honorário de Portugal em Fortaleza, no Estado do Ceará, com menos de 2 mil inscrições, acaba de ser elevado à categoria de Consulado.

No entanto, o Consulado de Portugal em São Paulo faz deslocar, uma vez por semana, um funcinário a Santos.

Também, ao que me foi dito, em Fortaleza, vão manter-se um Cônsul de carreira e o Cônsul Honorário!

Só com esta pequena amostra da política consular no Brasil, dá para avaliar o destino a dar ao brutal aumento dos emolumentos consulares e não só!…

Uma coisa é certa: Presidente da República e Primeiro-Ministro andam, definitivamente, dessincronizados, cada um a remar o seu barco e com destinos opostos…

Para concluir este desabafo, o que, efectivamente, parece ser uma realidade é que o GOVERNO quer a todo o custo as remessas dos emigrantes, mas quer, também, os emigrantes bem longe de Portugal e, se possível, que se naturalizem nos países de acolhimento onde se encontram!

A propósito, ainda há instantes, acabei de circular pela Praça de Portugal, aqui, em Fortaleza, e deixem que vos diga, apesar de localizada num lugar por excelência, é uma vergonha vergonhosa vê-la ao abandono e desprezada. Isto não viu nem foi mostrado ao Secretário de Estado das Comunidades nem ele viu, quando aqui esteve recentemente a jantar com o Governador do Estado do Ceará.

Só uma pequena observação:

Com tanto investimento português em Fortaleza, será que nenhum empresário se digna ou dignou olhar para o estado da Praça Portugal?

Por onde andam o Cônsul Honorário e os empresários portugueses?… Já que as autoridades cearenses não sabem, não querem ou andam distraídas, ao menos saibamos nós portugueses fazer algo.

Olhar para aquela praça, no estado em que se encontra, é ficar com o Portugal actual na retina dos olhos!…

Caríssimo Professor António Justo, aceite o meu afectuoso abraço.

Paulo M. A. Martins
Jornalista
Fortaleza (CE)
Brasil

Paulo M. A. Martins
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Maria – Maio – Fátima

Maria – Maio – Fátima
2007-05-24

Maria, tal como a natureza em Maio, tem as mais diversas expressões. As diferentes devoções a Maria são também elas manifestação da multiplicidade da realidade e das imagens da alma humana.

Maria, tal como a alma humana, tem mil rostos. Expressa-se como mãe, rainha, virgem, auxiliadora, a Senhora de Lurdes, de Fátima, etc. Nela se manifesta também a nossa geografia espiritual, o nosso ser de paisagem no tempo e no espaço. Em Maria se manifestam a escrituras e a tradição, a espiritualidade e a teologia, o rito e o folclore. Nela, tal como em Cristo, se encontra o ser humano completo.

A teologia feminista procura ver nela sobretudo a dimensão humana (1). Em Maria a mulher foi expropriada. Ao pôr-se na disponibilidade do acto criativo, Maria e com ela a mulher é libertada das correntes que a submetiam ao homem e à sociedade. Na sua disposição ao espírito ela torna-se o protótipo da criação, da arte – o dar à luz em si. Torna-se a imagem de todo o artista cujo programa se realiza no Magnificat. Nele se revela o segredo do processo de expropriação, o programa para todo o homem e mulher na integração da polaridade, superando assim a exploração e o domínio sobre o outro.

Na teologia feminista Maria, como todos os símbolos religiosos, pode ser vista das mais variadas perspectivas. Maria é ao mesmo tempo submissa e insubordinada. O movimento das mulheres procura em Maria marcas em que se apoiar. O feminismo radical, numa estratégia polarizante procura conquistar terreno vendo em Maria a deusa das origens. Muitas vêem nos evangélicos, na sua acentuação só em Cristo, a esconjuração dos restos da feminidade. Independentemente dos abusos masculinos na interpretação do divino deve recordar-se que o Cristianismo original não é de conotação sexual nem se deixa reduzir a interpretações, a perspectivas e maneiras de ver próprias do tempo. Estas dependem do desenvolvimento da consciência humana e do espírito da correspondente época, o que torna as interpretações relativas. Fé mais que um credo é uma vivência, uma mística e só assim universal na sua integralidade.

Muitas das imagens de Maria são pré-cristãs. Maria cristianiza as deusas pagãs e assume as suas residências. Nela se reúnem todas as metáforas femininas. Ela é a Deusa secreta do Cristianismo. As suas aparições expressam o grande poder da realidade do inconsciente.
Também o peregrino no seu peregrinar se sente como parte dum todo, o povo, a natureza a responder ao chamamento interior. (Também por isso será debalde muito do esforço de padres na tentativa de racionalizarem mais as promessas de crentes).

De momento assiste-se a um novo irracionalismo na procura de muitas pessoas por dominar a própria vida. Este favorece tudo o que está fora da tradição bíblica interessando-se por uma interpretação feminista espiritualizado a maneira própria. O negócio com os devocionais floresce. A capacidade de compreensão simbólica tornou-se muitíssimo difícil. O mundo da racionalidade trivial não deixa espaço para imagens ficando estas reservadas ao mundo da religião e da arte. A alma porém revela-se e fala através das imagens.

Maria é a mulher fértil que transmite a vida. No princípio está a mãe original. A mulher traz a vida sem a intervenção do homem. Maria virgem e mãe é a metáfora dum novo começo. As imagens de Maria surgem da base. Ela torna-se o protótipo, a mãe da Igreja; ela encontra-se no centro de cada mulher, de cada homem.
A humanidade de Jesus foi em parte absorvida pela cultura. O problema é que uma humanidade radical torna supérflua a tradição, a memória. Na memória porém dá-se o nascimento espiritual.

“Aquele que faz a minha vontade é meu pai, minha mãe e meu irmão”. Jesus faz ir pelos ares os papéis a que as pessoas se encostam, sejam eles familiares, sociais ou religiosos. Com Jesus e com Maria irrompe o tempo do homem-mulher adulto. Para João a filiação divina só acontece no espírito santo. Maria, a pessoa, engravida por obra do espírito santo, por força do espírito. A dimensão do espírito é reconhecida como essencial, como formadora da realidade mas não definível nem localizável só no particular.

Para Mateus Jesus reúne em si as esperanças dos judeus na adopção de Jesus por José, descendente da casa de David, e no totalmente novo como filho do espírito. Ele é o esperado que através do espírito apresenta o totalmente novo, não precisando doutra legitimacao. Deus intervém assim, através do espírito histórica e misticamente. A imagem judaica tradicional de Deus é superada. Maria, na anunciação e concepção, embora ligada a David indirectamente através de José, realiza nela a aliança histórica de Deus ao povo de Israel alargando essa aliança a todo o indivíduo através do gerar por acção do espírito. (Naturalmente que na bíblia se trata de teologia e não de mera biologia como gostariam aqueles que sonham com uma igreja muda.) O acto legitimador não se reduz ao institucional histórico, ele passa a ser o Espírito que sopra independentemente de condicionamentos.

No Magnificat, as vítimas tornam-se sujeito da acção. A salvação vem de baixo.
Hoje é mais que nunca necessária também uma exegese com uma veia mística. No caminho místico dá-se a convergência da transcendência com a imanência.
Não podemos reconhecer só a terra como deusa, como quer o feminismo radical nem só o céu como horizonte descontextuado como pretendem outros. Num processo aberto à mística conseguir-se-á reconciliar o mundo das ideias com o da realidade, o mundo do espírito com o da matéria. Seria falso desmiolar os mitos. Mito age a partir do que está escondido no encontro da força vertical com a força horizontal. Todo o componente da realidade está integrado num todo global, num sistema dinâmico relacional na interligação dos campos físico, fenomenológico e espiritual como se vê na realidade trinitária.

No mês de Maio por todo o mundo católico se observa grande actividade em torno de Maria. Muitas vezes as celebrações litúrgicas são orientadas por leigos. Nestas liturgias marianas privilegia-se a feminidade.

Um aspecto importante que se enquadraria dentro desta espiritualidade seria a introdução de ritos de imposição das mãos em todas as paróquias. Aí todos os participantes poderiam, na resposta à diversidade dos dons do espírito santo, criar ritos em que também o tratamento do corpo, a cura dos fiéis presentes se tornassem práticas usuais mediante a imposição das mãos por parte dos fiéis. Isto corresponderia a uma necessidade real e cuja vulgarização poderia ter como orientação a bênção dos enfermos realizada em Fátima nos dias treze bem como certas práticas dos movimentos carismáticos. As liturgias marianas poderiam tornar-se um exercício mais adequado às necessidades do lugar e do tempo.

António da Cunha Duarte Justo
“Pegadas do Tempo”

(1) Sabe-se da investigação teológica que o modo de pessoas compreenderem a bíblia depende muitíssimo da sua pré-atitude. “Na cabeça do leitor surge um texto virtual, que se pode distinguir muito do texto bíblico em questão”. Também o modo de compreender o texto se processa diferentemente. Enquanto que leitores ligados à igreja compreendem o texto num contexto global bíblico, leitores sem experiência eclesial procuram o acesso ao texto através da perspectiva histórica.

António da Cunha Duarte Justo
Publicado em Comunidades:
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ejsqpk nxdeoay – – – 2007-06-03
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Maria- Maio-Fátima – – – 2007-06-01
Maria sempre indica o caminho até Jesus Seu Filho, em Fátima ela continua a dizer a crianças Fazei tudo o que Ele Vos Disser, não ofrnder a Cristo nem a Deus, a Paz no mundo pássa por Portugal. Somos filhos de Maria, o nosso Páis surgiu “Terras de Santa Maria”. Acolhemo-la e ao Seu Filho, com Maria e por Maria até Jesus

Ernestina Matos
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25 de Abril

25 de Abril
2007-04-26

O grito e a ânsia do povo português continuam, hoje como ontem, vivos na canção de José Afonso – a melhor ordem do dia:

„Grândola, vila morena
Terra da Fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade…

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade…
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade.”

Este dia da liberdade e da democracia, iniciado pelos capitães de Abril, pretende ser símbolo da dignidade humana a restabelecer, o início dum processo sempre novo alheio à estagnação em ideias, em conceitos ou sistemas.

Esta dignidade humana amordaçada a nível social tinha levado muitos de nós a combater na clandestinidade, em sindicatos e outras instituições, por um dia de aurora como aquele dia do Zeca Afonso e do “movimento das Forças Armadas”. Aquele dia queria persistir em continuar madrugada e à tardinha o Sol não se queria pôr, nele os direitos humanos prometiam florir nos cravos vermelhos para um povo “Zeca”. Naquela alvorada é derrubado um regime autoritário que não tinha lugar para a expressão dos direitos humanos e sociais mais fundamentais.

Por alguns tempos nos sentimos povo no despertar da sua consciência para uma sociedade a caminho nas esperanças partilhadas. Ideologia com fé de premeio ajudam a suportar a ditadura da realidade!

O ardor do sol da esperança era tanto que os cravos começaram a murchar. O povo que se tinha levantado para se pôr em movimento depressa se viu confrontado com o estaticismo dos contra-movimentos ideológicos. Da luta contra o incrustamento dum sistema surgiu a desilusão da instalação dum outro mais flexível mas que peca de erros semelhantes. De facto, a sociedade e o ser humano são processos e não sistemas imóveis. O povo no seu instinto processual viu-se justamente envolvido na defesa dum processamento que não se queria sistema empedernido auto-suficiente e estático. Por isso do mesmo instinto e desejo de mudança do outrora permanece no povo o desejo da mudança do hoje.

Aquela aurora promissora foi porém em pouco tempo ensombrada pelas nuvens ideológicas estáticas que concebem o mundo em termos hirtos de imperialismos. Assim dum imperialismo de estilo americano se quer passar ao outro imperialismo de cunho russo. Os problemas colaterais da revolução tornam-se mais presentes. As vítimas do regime Salazar dão lugar às vítimas do regime soviético (abandono dos pretos colaboradores do sistema português à chacina do imperialismo russo com a incondicional fuga dos portugueses que há centenas de anos viviam e se tinham identificado com o “ultramar”- “os retornados”).

O 33° aniversário da revolução dos cravos constitui uma oportunidade para todos os portugueses participarem na democratização presencializando a revolução dos cravos já demasiadamente encrostada. Outrora houve gente valorosa – não salvadores! – que surgindo dum sistema autoritário soube renová-lo; do sistema de hoje mais aberto e livre, seria de esperar que surjam os transformadores do sistema de hoje. Não chega lutar contra os ópios de ontem, é preciso estar atentos aos de hoje.

Dos cravos é a cor
A vermelha também
Ao jogo das cores
O povo aí vem

Revolução é processo. A liberdade não é pacífica, não o pode ser!

Neste sentido, viva o 25 de Abril, ontem e hoje!

António Justo

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António da Cunha Duarte Justo


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“PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AOS EX CABOS DA FAB” – – – 2007-04-26
Constituição de 1988 a Constituição Cidadã como dizia o Deputado Federal Doutor Ulisses Guimarães, consagra preceitos sobre a Anistia até hoje não cumpridos. Foi o povo brasileiro quem a fez, e a sua vontade que se expressa nesses mandamentos, os quais têm esbarrado nas resistências dos intolerantes, que não querem apagar as lembranças da “Ditadura Militar”, e nem encerrar esse nefasto ciclo da nossa tradicional história brasileira, fazendo perpetuar o sofrimento e a injustiça que não é mais tolerável nas estruturas sociais de um novo mundo civilizado, e efetivamente de um estado de direito democrático. Lembremo-nos das palavras do eminente jurista Sampaio Dória: “As Leis constituintes do Estado ao estabelecerem os direitos fundamentais do homem, também instituem garantias para os mesmos”. Os abusos de poder praticados contra esses direitos são inaceitáveis. É preciso opor expressamente barreiras intransponíveis, a todos aqueles que deliberadamente insistem em não cumprir tais mandamentos dos desanistiados. A Injustiça do Governo Federal cometida contra os – 495 (quatrocentos e noventa e cinco), ex-Cabos frágeis e doentes da Força Aérea Brasileira anistiados pela Lei-10.559/2002 durante o ano de 2002, no Governo anterior com suas Portarias publicadas no Diário Oficial da União, até a presente data não foram cumpridas pelo Ministério da Justiça e o Comando da Aeronáutica, e, pior, estão sendo canceladas relembrando uma vez mais a mediocridade e as agruras do período de exceção infelizmente ocorrido no país, isso é uma vergonha para um Governo democrático.

É preciso que entendam que Anistia é medida de interesse público inspirada na necessidade da paz social. “A anistia é um ato político que não pode ser retirado por quem o dá e nem recusado por quem o recebe”, quem diria aquele humilde Líder e sindicalista que foi inimigo dos Comandantes Militares no período da Ditadura, hoje sendo um Presidente democrático, junto com os seus parceiros de Partido receberam seus benefícios de anistiados políticos, inexplicavelmente estar aceitando a pressão dos atuais Comandantes da Aeronáutica imposta aos idosos e doentes ex militares, não querendo anistiar aqueles que foram traiçoeiramente banidos daquela Instituição militar, e expulsos como subversivos pela Portaria 1.104/Gm3/1964, com a Lei do Serviço Militar em pleno vigor. E agora o nosso Presidente passou a ser amigo dos Comandantes Militares, contrariando também a Lei da Anistia Política 10.559/2002, e pisoteando os direitos que a Lei assegura a todos prejudicados pelo o Ato de Exceção no período de 1946 á 1982.
Até quando Sr. Presidente Lula, continuará mais perseguições e a pesada procrastinação dos direitos, de todos ex militares da Força Aérea Brasileira, prejudicados pela Ditadura Militar ocorrida nos anos de 1964 á 1985?

Hidelberto Milanes – Ex Cabo da FAB.
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Código Da Vinci e outros sacrilégios em voga

 

Código Da Vinci e outros sacrilégios em voga
2007-03-31

Hoje em dia romances e os filmes policiais têm alta conjuntura. A conjura, sociedades secretas e crime são os melhores condimentos para despertar a curiosidade, a melhor mistura para alienar. Se estes elementos forem confeccionados com Catolicismo, Jesus e fé então a ficção torna-se verdade cristalina para um público aborrecido da vida vivida no mundo factual banal. Um sopro de fantasia na história torna, por alguns momentos, o real suportável!

Muitos desejariam ver o Cristianismo transcrito de novo, como dá a entender o eco ao filme Código Da Vinci. Na época do sexo e da cultura tabula rasa a opinião passou a dogma, tudo em nome da nova barbaridade. Na praça da ideologia o útero da fantasia é mesmo fecundo não faltando gente a dar o peito à criança. Mas, apesar de tudo, a realidade é primeiramente palavra.

O filme pretende reduzir tudo ao comum do sangue e provocar. É óbvio que na lógica do poder adquirido a ideia da linha de sangue de Jesus, com descendentes na actualidade, viria a jeito. A universalidade do cristianismo porém baseia-se na opção. A linha de Jesus transmite-se pela água baptismal e não pelo sangue ou pelo nascimento, como conviria aos vocacionados do poder, aliadas às teorias da conjura.

O Cristianismo, apesar de também ele andar muitas vezes envolvido nas estruturas do poder, é o correctivo do poder desumano, o que sempre dispôs mal os caçadores do domínio dentro e fora dele.

Os vendilhões do templo vivem bem das simplificaçãções e das teorias dos bodes expiatórios. Na sua filosofia alguém tem de ser culpado de tudo, senão Deus, então o diabo, a USA, os comunistas, os fascistas, o governo ou a Igreja católica. O mesmo se dava no nacionalismo social contra os judeus. O povo é facilmente reduzido a Pilatos lavando as suas mãos… e, da culpa, vivem os outros! Na perspectivação da realidade, encurta-se a mesma, tal como fez a Igreja ao acentuar em Maria Madalena a prostituta e não a discípula de Jesus. A imagem de pecadora favorecia mais o negócio da estrutura do que a imagem de companheira. O ser de Madalena engloba contudo os dois pólos da realidade.

Em tempos de globalização, de enxurradas de informação como condutas de desinformação, o povo quer respostas simples que expliquem tudo. Não suporta o vazio do inexplicável nem a seriedade da realidade complexa. Os desiludidos da ciência, ao verem que esta não pode explicar tudo, refugiam-se no asilo da fantasia ou na informação casual. Esta atitude é talvez a reacção adequada às ideias fixas institucionais. Actualmente embora haja muita necessidade de transcendência os temas da política e da Igreja causam dissabor.

As pessoas querem fé mas sem igreja, política mas sem políticos. Por toda a parte aumenta a suspeita nas instituições. Neste processo de individualização as pessoas elaboram a sua religião ou política à la carte recolhendo elementos descontextualizados de cada ideologia do mercado: um pouco de cristianismo, um pouco de espiritismo, um pouco de meditação, de budismo, xamanismo, esotérica, etc. O problema disto é o consumo acrítico e descontrolado do mesmo. Religião quer-se comedida como o sal na comida.

As pessoas ocupam-se do aspecto sentimental da religião. Querem o Diabo como bode expiatório e ver-se reduzidas a pobres Adão e Eva, vítimas da conspiração da vida. Demasiado é o tempo da vida passado à procura do diabo.

A ânsia pelo sentido da vida está cada vez mais presente na sociedade, o que se revela promissor para o futuro. Com os acontecimentos do 11 de Setembro de 2001 o religioso passou a estar mais presente na consciência dos povos, propagando-se indiferenciadamente a suspeita a todas as religiões.

Tal como é próprio de pessoas e instituições, também a arte permanece prisioneira do preconceito fomentando-o. Parece ser a nossa condição: ataque e defesa!

António Justo

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http://web.archive.org/web/20080430103259/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=03&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo


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FIDEÍSMO – – – 2007-04-06
Ex.ma senhora Ernestina Matos,

o fideísmo também pode ser uma ideologia, muitas vezes pior do que a política… Devemos crer, está bem, mas de olhos abertos… E quem observar de olhos bem abertos a maior intituição que representa Cristo na terra, encontrará nela muita, mas mesmo muita hipocrisia.
Como já o outro dizia, a religião quer-se como o sal na comida. Nem mais nem menos.

António Borges
Código Davinci e outros – – – 2007-04-03
Código Davinci
Cristo continua a ser o Senhor o Rei, Aquele que passou da morte à vida, Ressuscitoui É a Imagem de Deus, ao querem debruçar-se no Jesus humano querem retirar o seu poderio divino. Aceitá-lo como humano, casado com Madalena e Pai de Judas Iscariotas mesmo que seja um livro de ficção e passado a filme, é levae os leitores e espectadores ao enterramento total de Cristo-Filho de Deus.
E levar ao descédito do cristianismo. Muitos que acreditaram Nele e seguindo as suas pisadas foram mártires no coliseu, o sangue derramado por eles fomentou a esperança, fez brotar e crescer a Fé, vejam como eles se amavam.
Hoje tudo quer levar ao rídiculo e julgo que faltará pouco para levar os cristãos para um gueto. Não nos podemos calar. Cristo Está Vivo e somos testemunhas da Sua Morte e Ressureicção sentimos a Sua Presença no nosso coração e nas nossas vidas, Ele Continua Connosco todos os dias até aos confins e fins dos tempos.
Ernestina Matos

Ernestina Matos
HIPOCRISIA – – – 2007-03-31
Nós não precisamos de políticos, pelo menos políticos como os que temos, nós não precisamos de padres que nos queiram fazer acreditar no que eles lá no fundo não acreditam ( cada padre tem a sua dona de casa e uma porrada de sobrinhos ) nós não precisamos de um papa que se esconde por detrás da sua própria hipocrisia, nós precisamos, isso sim de homens revolucionários,ou seja homens com honra, homens nobres,homens que de cabeça ao alto, homens capazes de dizerem não a um sistema cada vez mais corrupto e podre, homens que lancem o fogo aos palácios da hipocrisia, homens como Jesus Cristo, que segundo se consta também sob desfruir os prazeres carnais. E se Maria Madelena foi sua concubina ou não, que mal há nisso?
Para o padreco matreiro que gosta de espreitar a mulher do tio António por debaixo das saias,enquanto este se encontra a ganhar o pão nosso de cada dia, esse sim, esse não consegue aceitar que Jesus também foi homem de carne e osso e que também talvez gostasse dos prazeres carnais.
O mal não está na carne, meus amigos, o mal está nas vossas almas matreiras

António Borges
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Incesto – dois irmãos juntam-se e geram quatro filhos

Incesto – dois irmãos juntam-se e geram quatro filhos
2007-02-28

Na França não há pena judicial para o incesto e na Alemanha espera-se a decisão do tribunal constitucional para se saber se as relações sexuais entre familiares do primeiro grau e o casamento entre irmãos serão peníveis.

É a eterna questão de Édipo que teve 4 filhos com a sua mãe. Na Alemanha avaliam-se em 10.000 pessoas fruto de relações incestuosas.

Em Leipzig dois irmãos que antes não se conheciam juntaram-se e tiveram já quatro filhos. Patrick (hoje com32 anos) que depois duma odisseia passada em lares para crianças consegue descobrir a sua mãe e conhece pela primeira vez a sua irmã Susann (hoje com 22 anos). Meio ano depois morre a mãe e o amor nascido do encontro entre os dois irmãos cimenta-se.

Juntam-se e têm filhos sendo Patrik, por isso, condenado pelo tribunal a dois anos de prisão. Uma vez cumprida a pena de novo têm uma filha agora de dois anos. De novo à pega com a justiça apelou para o tribunal constitucional, aguardando decisão deste.

O seu advogado argumenta que a lei além de constituir uma usurpação do direito fundamental de autodeterminação vai contra a liberdade de opção em questões de sexo e de organização da vida familiar. Para o defensor o incesto não está na origem de problemas na família como antigamente se cria sendo pelo contrário a consequência de problemas familiares. Argumenta também que os riscos hereditários provenientes de relações incestuosas não constituem argumento dado não haver proibição de relações sexuais a pessoas com doenças hereditárias. Patrick já se esterilizou porque quer viver com a irmã.

A tradição comum de todas as religiões considerarem o incesto como tabu corresponde a uma necessidade de protecção importante da família e da espécie.

Em tempos em que todos os tabus sexuais caem ainda faltava este da relação sexual entre pais e filhos e entre irmãos.

A proibição universal do incesto em todas as religiões é importante porque debaixo da proibição se esconde a ideia de protecção, dignidade e respeito. Protecção contra as doenças genéticas hereditárias que resultam de relações incestuosas. Protecção dos filhos e da intimidade e da paz na família. As crianças estariam indefesas perante os pais. Hoje é por demais conhecido o crime com crianças vítimas do abuso sexual de pais e as consequências psíquicas de que as vítimas sofrem.

O ser humano é tanto mais livre quanto mais conseguir não ser vítima ou objecto dos seus instintos e necessidades exageradas. Confunde-se liberdade com libertinagem à margem da responsabilidade social e natural. Dá-se uma desnaturalização do órgão que em vez de passar a existir em função dum organismo ou de um todo, em função duma necessidade telelógica, passa a existir em função de si mesmo como acontece com o tumor canceroso.
Não será que nos encontramos a caminho do embrutecimento? Os nossos avós ainda sabiam que “valores eram verdades morais mergulhadas no sagrado”. Uma sociedade desorientada não quer saber de medidas de orientação para o comportamento e menos ainda de normas. Estas cheiram a responsabilidade ou a bafio religioso.
António Justo

Publicado em Comunidade:

http://web.archive.org/web/20080430103235/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=02&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo
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