A Isca eleitoral “Aeroporto Humberto Delgado” proposta pelo PS lisboeta

Mais Ideologia para um Portugal já intoxicado dela

António Justo

António Costa, com a sua Câmara de Lisboa, quer mudar o nome do Aeroporto da Portela para “Aeroporto Humberto Delgado”, tendo já feito, para isso, a proposta ao governo, como noticiou o DN no passado dia 11.02. Isto não passa de uma tática de arranjar combustível barato para a campanha eleitoral do PS, à custa do aeroporto da Portela (ou Povo de Portugal): um aceno aos comunistas e mais uma promessa sem grandes custos mas que ajuda apenas os dançarinos do poder.

Antes de se proceder à iniciativa de dar um nome a um espaço público, seria importante analisar a proposta e verificar se os proponentes são acreditáveis. Para o serem, neste caso, o proponente teria de, com a mesma ligeireza, poder propor a mudança de ponte 25 de Abril para o seu velho nome “Ponte Salazar”. Não deixaria de mostrar uma mentalidade patriarcalista mas revelaria independência e credibilidade. Um exame crítico sobre o assunto tornar-se-ia numa comida difícil para os políticos partidários.

Uma pessoa torna-se credível quando aplica a mesma medida e critérios no próprio agir para lá da sua filiação partidária. Esta não é a ideia nem a prática partidária e por isso mesmo se verifica cada vez mais gente arredia à política. O agir do político deveria servir em benefício do país no todo e não do partido. “Com papas e bolos se enganam os tolos” terá reconhecido o povo num raro momento de lucidez!

Tenha-se todo o respeito por Humberto Delgado, mas poupem-nos de mais esta vassalagem à esquerda. Cabeças cheias de ideologia já não têm lugar para o que interessa a Portugal; usam-no como estendal da sua ideologia. Assim se cria a História à feição do oportuno e dos oportunistas.

Costa e a sua Câmara fazem uma proposta, já à partida sem perspectivas de êxito, mas que é suficiente para contentar o povo recruta que se contenta com promessas e conversa fiada. Querem continuar a entreter a opinião pública com assuntos sentimentais sem interesse que substituem a elaboração de programas económicos e socias para um governo sério.

Contam com a desinformação do povo e com uma cultura da lamentação que além de lágrimas e barulho só traz benefício visível para os eleitos. O povo sente-se bem, no ser enganado, porque vai atrás de promessas deste ou daquele partido sem lhe exigir um programa de governo em que se encontram discriminados investimentos, despesa e entradas com um orçamento de Estado equilibrado. Quem quer governar irresponsavelmente fomenta um povo masoquista.

António da Cunha Duarte Justo

www.antonio-justo.eu

Social:
Pin Share

Rússia entre Império e Nação

Para a Compreensão do Conflito Este-Oeste e da Ucrânia
A Rússia descobre a sua nova missão para a Europa

António Justo
A alma russa está ferida. Sente-se traumatizada devido ao desmoronamento do império czarista, seguido da queda da União Soviética e defrontando-se agora com o medo da concorrência e influência europeia (sua prosperidade, direitos civis, decadência moral e o interesse da política dos EUA em desestabilizá-la), bem como com a latente instabilidade que fermenta nos seus povos turcos, muçulmanos e outros.

Neste contexto, não é de estranhar um Putin viril, autoritário e decidido. Vladimir Putin fala claro, revela encarnar os interesses e intenções da Rússia negligenciando a realidade histórica da primeira e segunda guerra mundial no século XX ao afirmar que “a queda da União Soviética foi a maior catástrofe do século XX”. Deste modo distancia-se da interpretação histórica de perspectiva europeia e revela-se como verdadeiro czar.

A queda da União Soviética em 1989/90 deixou um vácuo de soberania na sua qualidade de potência mundial. Depois da anexação da Crimeia, a reputação de Putin subiu na Rússia para 86%. Putin quer a criação de uma união euroasiática sob orientação da Rússia, o que poderia tornar-se numa potência superior à UE. A anexação da Crimeia obedece à logica do poder que se serve de estratégias a longo plano.

A Rússia não seguirá o caminho democrático do Ocidente, por razões históricas e de interesses estratégicos. Aprendeu bem a lição do que o Ocidente provocou com a defesa de uma certa ideologia democrática propagada na “Primavera Árabe” e na política falhada do Ocidente no Norte de África e em especial no Iraque, Líbia, Afeganistão e Síria.

Factores de Identidade: Antes o Comunismo agora o Conservadorismo

Putin é o gladiador da luta entre culturas; ele quer ostentar a Rússia como baluarte da tradição. A Rússia, Estado multi-étnico, encontra-se dividida entre os pró-ocidente e os pro-eslavos. Estes vêem no ocidente o perigo de destruição da alma russa (Dostojewski e Tolstoi). Dostojewski, nos “Irmãos Karamazov”, profetiza a queda do espírito europeu, resumindo o espírito russo no seu aforismo: “Nós somos revolucionários (…) através do conservadorismo”.

A civilização russa mantinha-se antes unida pelo comunismo, agora deve uni-la o conservadorismo intelectual e moral. Enquanto na UE o Estado secular e as ideologias atacam o cristianismo, na Rússia vê-se isso como um estado decadente da UE e contracenando-se a esta o fortalecimento dos laços de união entre Estado e Ortodoxia/religião, contra o pluralismo e o individualismo democrático.

A estratégia de Putin é unir o antigo mundo da União Soviética, através do conservadorismo (anti-modernismo), contando para isso com o trunfo da ortodoxia e do islão. Defende o conservadorismo cultural russo para ganhar perfil, como defensor da tradição conservadora, perante o mundo ocidental. Para ele a tradição conservadora “é o fundamento espiritual e moral da civilização de cada nação“. A defesa da família e de valores tradicionais são fundamentos inalienáveis.

Também o leste e sul da Ucrânia são o símbolo da luta pelos valores conservadores (pro russos) enquanto o resto da Ucrânia defende os valores liberais pro ocidente. Com esta estratégia Putin pretende arranjar apoiantes nos países muçulmanos e na África. A sua campanha conservadora consegue também apoiantes em toda a Ucrânia e deste modo uma maior divisão da Ucrânia no sentido russo.

Num mundo de luta entre conservadores e progressistas, Putin distancia-se do liberalismo ocidental. A Rússia descobre a sua nova missão para a Europa.

O Ocidente (EUA) não respeita outras ordens de Paz

Encontramo-nos numa guerra económica e pós-colonial de interesses geopolíticos entre o Ocidente e o oriente. Em nome das liberdades individuais destroem-se as sociais, em nome da democracia atacam-se outros sistemas civilizacionais. Obama ao apelidar a Rússia de “potência regional” humilha Putin e interpreta erroneamente o espírito de um grande povo.

A estratégia nacionalista de Putin não pode ser contraposta com uma política de exclusão. A Europa tem que viver com Putin e trabalhar, a longo prazo, no sentido de uma maior união e de política comum com a Rússia (no aspecto cultural, económico e geoestratégico).

A ordem de paz europeia não pode ser arquitectada sem uma ordem de paz russa, pelo que o princípio defendido por Merkel da “livre autodeterminação dos povos”, por muito humano que seja, contradiz a paz russa, a paz chinesa e a paz árabe. Por outro lado, a segurança não pode ser o único critério para um bloco se manter e pisar a liberdade e os direitos humanos com os pés.

Por trás de cada ordem de paz encontra-se uma estratégia e uma hegemonia. A União Soviética viveu durante várias gerações no caos sob o braço forte do comunismo. Não será agora uma união aduaneira nem o conservadorismo o suficiente para reverter a História. As potências não demonstram boa vontade nem responsabilidade histórica global quando instigam guerra-civis para conseguirem os seus objectivos. A Rússia é importante, também culturalmente, para a União Europeia.

A China, devido ao regime político e ao problema dos diferentes povos que alberga é, também ela, contra a autodeterminação nacional. A China, como não está preparada para exercer a chefia do mundo, junta-se à Rússia. A China e a Rússia são conjuntos de povos com grandes regiões em situação social medieval, e onde não houve um processo de lutas e de colonizações internas, como no caso da Europa e dos Estados unidos. Por isso as suas estratégias de desenvolvimento são necessariamente diferentes (durante um espaço de tempo histórico) para manterem a paz dentro dos seus territórios. A UE e os EUA são extemporâneos e, por isso, desestabilizadores daqueles povos, exigindo deles que se tornem estados modernos à imagem das democracias ocidentais. De facto fomentam a instabilidade e a hegemonia económica sobre estes estados. O problema da política da UE e dos EUA está em fazerem as suas conversações com as elites e não ligar à sociedade civil.

O povo fala de política e os políticos falam de negócios

A economia russa não consegue concorrer com o ocidente.

A Alemanha está muito comprometida com a Rússia; 39% do gás natural que consome vem da Rússia e muitas infraestruturas (pipelines, etc.) encontram-se, nas mãos de russos, na Alemanha.

A UE já tomou provisões construindo um terminal (LNG) em Rotterdam para os navios que transportam gás líquido da noruega, Catar e Nigéria. Segundo a revista Spiegel 14/2014 já há 22 instalações que se fazem concorrência umas às outras, podendo cobrir já hoje dois terços das necessidades de gás ( gás de xisto, gás do mar cáspio como visão de futuro para fugir à Rússia). A Alemanha já produz biogás que corresponde a 20% do gás importado da Rússia. Em 2013 a Alemanha teve, com a Rússia, um volume de negócios de 66 mil milhões de euros estando dependentes deste negócio 300.000 mil postos de trabalho na Alemanha. Por isso as sanções são também contra a própria economia.

Segundo a repartição de estatísticas Rosstat, os preços de produtos alimentares encareceram na Rússia 20%, em 2014. O Rubel desvalorizou 70% num ano e a inflação atingiu os 11% em 2014.Oxalá Putin não cometa o mesmo erro que a União Soviética cometeu com o comunismo. A história pode adiar-se, mas não indefinidamente.
Uma Rússia fraca torna-se mais perigosa para a Uniao Europeia e para a NATO do que um povo russo forte.
A guerra da Ucrânia já matou desde Abril 5.400 pessoas. Uns lutam pela liberdade democrática, outros pela estabilidade futura de blocos e por isso a guerra flui na rua… A Ucrânia, símbolo da europa central que procura refúgio numa das uniões ocidentais, encontra-se geograficamente na Europa mas socialmente dividida e entre as intenções russas de construir um bloco de união aduaneira e a NATO/EU com políticas não aferidas. A Polónia e outros países limítrofes da Rússia advogam uma política da confrontação em relação à Rússia enquanto a Alemanha, França e outros países da UE preferem cooperar em parte com a Rússia. Bruxelas quer assinar um Acordo de Associação com a Moldávia também ela dividida entre ocidente e oriente. Tudo isto leva a compreender que na Ucrânia estão em jogo os mais variados interesses que a levam a não ser um país normal.


Numa UE dividida, a Alemanha procura usar de todo o seu peso para mediar e impedir a escalação do conflito Rússia-Ucrânia. A Chanceler é contrária à intenção de os EUA fornecerem armas à Ucrânia, prefere uma solução diplomática. O plano de paz de Merkel e de Hollande antecipa uma zona desmilitarizada de 50 a 70Km entre os partidos de conflito e maior autonomia para a Zona Leste da Ucrânia. As negociações dão-se, intencionalmente e de forma paralela à Conferência de Segurança de Munique para sinalizar a importância de uma solução não conflitual. Merkel dirigiu-se a Obama para conseguir mediar um plano sólido que uma Europa dividida não conseguiriam dado alguns estados da UE estarem interessados em seguir mais a política americana.

Já chega. Esperemos que o plano de Merkel, aquele que mais contempla os interesses da EU, da Rússia e da Ucrânia, seja um marco importante a caminho da união dos povos e da realização dos direitos humanos numa perspectiva global
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu

Social:
Pin Share

AS IMAGENS DO HORROR DA MILÍCIA “EI” SÃO DESANIMADORAS

A queimação do piloto Al-Kasaba dentro de uma jaula choca o mundo.
Os extremistas pretendem, com os vídeos da crueldade demonstrar o poder da vingança como um exemplo para os seus adeptos seguirem. Por outro lado servem de intimidação para os adversários (os Emirados Árabes Unidos deixaram de participar nos ataques aéreos). Por outro lado apostam no efeito da propaganda, na esperança de tais vídeos do horror motivar e inspirar a vontade de radicais da mesma opinião.
Os assassinos bestiais do estado Islâmico acompanharão o mundo árabe e o mundo ocidental por muitos anos.
A sua nova tática passou a ser o assassinato de crianças.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

Social:
Pin Share

Economia Social de Mercado como Resposta às novas Exigências económicas e sociais

Da Conexão do Princípio individual protestante com o Princípio social católico bem como do Capitalismo com o Socialismo

António Justo
A Europa precisa de um sistema económico próprio. O que a Alemanha conseguiu e outros países não conseguiram, no pós-guerra, deve-se à sua capacidade de integração do princípio individual protestante e do princípio social católico. De uma luta cultural secular entre católicos e protestantes, da experiência das duas grandes guerras mundiais e da experiência dos dois sistemas políticos antagónicos, que vigoraram nas Alemanhas, surgiu uma cultura integral alemã do compromisso e consequentemente um novo projecto económico que se expressou na Economia Social de Mercado (ESM) e num exemplo para a Europa e para o mundo. O milagre alemão, fruto desta teoria económica demonstrou os benefícios da nova via da economia social ao integrar nela a visão económica socialista e capitalista de forma moderada.

Com a queda da União Soviética e a fundação da UE e com o consequente acentuar-se do globalismo capitalista liberal, a economia social de mercado tem sido destruída por um sistema económico anglo-saxónico que dá prevalência ao princípio individualista e à razão do mais forte sobre o princípio social e comunitário.

Alfred Müller-Armack, pai da Economia Social de Mercado, definiu-a como a “combinação do princípio da liberdade no mercado com o princípio da igualdade social”. Assim a economia social de mercado traz nela a fórmula de pacificação social ao tentar um equilíbrio razoável nos “ideais de justiça, liberdade e crescimento económico”.

O Chanceler Ludwig Erhard, executor da economia social de mercado, vê nela o meio de alcançar o “Bem-estar para todos”. Assenta na base de uma economia competitiva de empresas livres que, através do seu sucesso económico conectado com a comunidade, possibilitarão o progresso social.

A ESM possibilitou o milagre económico alemão. Era uma espécie de terceira via entre a economia de mercado puramente liberal (EUA) e a economia de mercado dirigista sob o controlo do Estado (União Soviética, mais concretamente, Alemanha socialista – DDR). Esta nova teoria económica quer encetar um caminho novo entre o capitalismo puro e o socialismo puro. Em 1949, o partido CDU sai à rua com o novo slogan da política económica “economia social de mercado” que aponta para uma regulamentação económica moderada, em oposição ao dirigismo “economia estatal planificada anti-social”.

Em 1959, o SPD que até então seguia uma ideologia socialista semelhante à dos partidos irmãos latinos, tornou-se mais pragmático devido à amarga experiência com o socialismo real da Alemanha socialista que o levou a elaborar o seu “Programa de Godesberg”, onde assume, também ele a (ESM) na sua política (saber de experiência feito) e abdica do seu slogan pelo “socialismo democrático” até então seguido.

A (ESM) tornou-se desde 1950, de facto, na ordem económica da República Federal da Alemanha.

Surge a designação de “capitalismo renano “ em contraposição ao “capitalismo anglo-saxónico”, procurando integrar nele a ESM. A Alemanha, sociedade metade católica e metade protestante, integra, assim, a política protestante centrada no indivíduo e a política católica mais centrada no comunitarismo. Deste modo a RFA conseguiu conectar a economia livre com o estado social. O estado intervém na economia com medidas reguladoras, de política social, política económica e de políticas do mercado de trabalho reguladoras, no sentido de corrigir excessos e defender o equilíbrio do bem-comum.

Na concorrência mundial, tem sido contestada uma certa política social paternalista da Alemanha e de outros estados. Facto é que a Alemanha se tornou, com a UE, num símbolo de desenvolvimento e num íman de trabalhadores e de pessoas aventuradas de todo o mundo.

Entretanto a economia, ao não levar consigo o Homem, degradou-se. A sua política, pragmatista e meramente mercantilista, tem-se desviado dos princípios cristãos. O sistema económico anglo-saxónico passa a ocupar todas as áreas da sociedade. A filosofia liberal do pragmatismo e do utilitarismo (modelo inglês e americano) afirma-se contra a Economia Social de Mercado de caracter mais europeu, baseado no modelo sociopolítico de princípios cristãos (igualdade de oportunidades e responsabilidade social que se expressa na solidariedade, subsidiariedade e justiça social) que a Alemanha adoptara (cf. Encíclicas sociais).

A doutrina social da igreja pretende que, ao lado de uma visão individualista liberal da pessoa humana, se afirme também a imagem de pessoa ligada socialmente. Muita da tradição sindical tem as raízes nela.

Nos tempos actuais, torna-se preocupante observar como o capitalismo (filho do protestantismo) tem vindo a dominar a sociedade europeia numa aliança tácita com o socialismo. Mais revelante ainda, o facto de o socialismo, por natureza filosófica mais perto do catolicismo, combater este sistematicamente. Vai sendo tempo de constituintes diferentes da filosofia cristã (protestantismo, catolicismo, capitalismo e socialismo) reflectirem mais sobre as suas raízes comuns e a mensagem cristã de servir o Homem e a sociedade. Precisam-se todas as forças irmanadas porque a tarefa é global, exigindo uma estratégia comum consciente da complementaridade das partes. A inclusão a nível de teorias e práticas levarão a uma orto-praxia crítica e construtora de paz.

A economia de cunho protestante inglês e americano não teve tanto a influência da doutrina social católica, ao contrário do que aconteceu na Alemanha e na Áustria, daí a diferente maneira de estar política e social dos EUA e da Europa.

A liberdade económica para ser justa tem de andar de braço dado com a liberdade política. A política encontra-se, de momento, sob o ditado económico desenfreado, devido ao apadrinhamento do liberalismo capitalista incontrolado que se afirmará ainda mais com os tratados TISA e TTIP. Segundo os economistas Dieter Cassel e Siegfried Rauhut a economia social de mercado foi “muito desacreditada e degenerou numa fórmula vazia”.

Grécia: Sintoma dos exageros económicos e ideológicos da UE

O povo grego disse não a um programa, um não ao empobrecimento social. A Grécia disse não a uma política europeia que desfoca e turva os pontos de encontro entre criminalidade organizada e sistemas económico-financeiros, também eles, organizados criminosamente. O povo grita porque quer pão e moral; o povo quer que se cure a democracia para se poder preservar a paz. A europa está doente, porque, contra a ESM, protege os Bancos e os super-ricos e manda o povo pagar os custos sociais.

Para uma reflexão séria e a reorganização económica urgente, resta à Europa tirar das prateleiras a doutrina social da igreja que orientou a política financeira da economia renana e integrar a experiência prática dos sistemas políticos capitalista e socialista.

Será de conseguir o que a Alemanha pós-guerra conseguiu: integrar o religioso e o secular, integrar a consciência moral individual e a consciência moral social na vida nacional, integrar o capitalismo e o socialismo. Seria de tentar desviar energias que se perdem nas lutas ideológicas e partidárias, para uma luta cultural europeia séria que produziu diferentes maneiras de ver e de ser. Não revelaria inteligência sadia continuar a contentar-se em viver nas trincheiras capitalistas e socialistas, repetindo posições jacobinas da revolução francesa em repúblicas que se pretendem modernas.

António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu

Social:
Pin Share

A TROIKA TEM OS DIAS CONTADOS

A Grécia deu-lhe o xeque-mate! A Barragem do Euro começa a ter rasgos grandes.
A Troika passou a ser o símbolo da crise e da desdemocratização! As conversações passarão a dar-se em Brussel a nível político.
Não será fácil porque nas conversações em torno da crise todos os países terão de ser incluídos. O mero perdão das dívidas à Grécia significaria que Portugal perderia mais de um milhar de milhões de euros, que emprestou à Grécia. Portugal e os vários países com problemas de dívidas seriam injustamente tratados se não fossem também contemplados e não recebessem subvenções especiais para investimentos como terá de acontecer com a Grécia no caso de ela não abandonar o euro.
A opção do uso da dracma a nível interno, e do euro a nível externo, beneficiaria a Grécia mas prejudicaria a concorrência entre os países da zona euro com economias fracas. Esperemos que os nossos políticos não se limitem a fazer cara bonita mas que consigam benefícios também para os investimentos em Portugal.
Devido ao contencioso da ocupação do Chipre pela Turquia, a Grécia poderá estar mais interessada em jogar a cartada russa (Ucrânia) virando-se também para a Rússia. Dado a Turquia ser membro da NATO o novo governo poderá criar bastantes dores de cabeça à União Europeia. A UE tem muito que digerir! A Rússia é demasiado importante também para a EU e terá de ser tomada mais a sério.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

Social:
Pin Share