Abismo entre Pobres e Ricos cada vez maior na Europa
António Justo
Segundo um Estudo do Instituto Alemão para Investigação Económica (DIW), na Alemanha, cada vez há mais pobres e estes são cada vez mais pobres. Ao mesmo tempo aumentam os ricos e a classe média diminui. O estudo refere-se à média do vencimento mensal líquido, disponível por pessoa, no orçamento do agregado familiar.
O Estudo constata que de 2000 até 2009 a percentagem de pobres passou de 18 para 22% (cfr. SOEP, Berechnungen DIW) tendo o seu rendimento médio descido de 680 para 677 Euros por pessoa.
A percentagem dos ricos aumentou de 15,6 para 16,6% da população. Os ricos contam no seu orçamento familiar com 2.672 euros líquidos por pessoa.
A classe média de agregados familiares com vencimento médio passou de 64 para 61,5% da população. A classe média usufrui dum vencimento em média de 1.311 Euros por membro do agregado familiar.
Como orientação para a qualificação de pobre ou rico o DIW partiu da média do orçamento familiar single que é de 1.229Euros, isto é, ganha menos de 50% do que os ricos e mais do que 50% do que os pobres. Assim pobre é quem dispõe de menos de 70% daquela quantia (1229 euros), isto é, menos de 860 euros mensais. Rico é quem dispõe mais de 150% daquela quantia, isto é, mais de 1.844 euros por mês.
As medidas de poupança do governo, agora apresentadas, vêm aumentar os contrastes sociais poupando os ricos.
A classe média cada vez se encontra mais confrontada com o medo de descer para o grupo dos pobres. Um sistema que desestabiliza a classe média ameaça a estabilidade social.
A quem acompanha o desenvolvimento da sociedade alemã e dos países mais potentes da EU constata que os governos fomentam as empresas fortes com as poupanças efectuadas na classe média e pobre para aqueles poderem investir no estrangeiro em nome da globalização fomentando assim um turbo-liberalismo à custa da classe produtora.
A economia, depois da grande guerra, fomentou a imigração, trazendo os migrantes para as suas fábricas. O turbo-liberalismo, a partir do da introdução do Euro passou a mobilizar o capital para o estrangeiro investindo junto das potenciais massas consumidoras (principalmente na Ásia).
O sistema económico vigente deixou os países sós com os potenciais conflituosos de guetos de imigrantes e agora leva o dinheiro dos trabalhadores deixando atrás de si um vácuo com desemprego e uma crise catastrófica que irá provocar grandes convulsões sociais.
Uma economia irresponsável para com as pessoas e as nações não pode continuar a assegurar o seu futuro à custa da exploração do Homem e dos países menos desenvolvidos.
As pragas que acompanham o sistema económico são possibilitadas por um sistema político, que, à margem do cidadão e dos países, corre atrás do dinheiro baseando-se no pragmatismo egoísta.
António da Cunha Duarte Justo
Portugal chega à falência Porquê????
VALORES MENSAIS!!!!!
PORQUE ESTAMOS NA FALÊNCIA??????
420.000,00 € TAP administrador Fernando Pinto
371.000,00 € CGD administrador Faria de Oliveira
365.000,00 € PT administrador Henrique Granadeiro
250.040,00 € RTP administrador Guilherme Costa
249.448,00 € Banco Portugal administrador Vítor Constâncio
247.938,00 € ISP administrador Fernando Nogueira
245.552,00 € CMVM Presidente Carlos Tavares
233.857,00 € ERSE administrador Vítor Santos
224.000,00 € ANA COM administrador Amado da Silva
200.200,00 € CTT Presidente Mata da Costa
134.197,00 € Parpublica administrador José Plácido Reis
133.000,00 € ANA administrador Guilhermino Rodrigues
126.686,00 € ADP administrador Pedro Serra
96.507,00 € Metro Porto administrador António Oliveira Fonseca
89.299,00 € LUSA administrador Afonso Camões
69.110,00 € CP administrador Cardoso dos Reis
66.536,00 € REFER administrador Luís Pardal: Refer
66.536,00 € Metro Lisboa administrador Joaquim Reis
58.865,00 € CARRIS administrador José Manuel Rodrigues
58.859,00 € STCP administrador Fernanda Meneses
3.706.630,00 €
51.892.820,00 € Valor do ordenado anual (12 meses + subs Natal + subs férias)
926.657,50 € Média Prémios
52.819.477,50 €
900,00 € Média de um funcionário públic
58.688,31 – nº de funcionários públicos que dá para pagar com o mesmo dinheiro
RTP salários
Assim se percebe porque é que esta empresa tem um prejuízo diário superior a UM MILHÃO DE EUROS !!!!
Tratando-se a RTP de uma empresa pública, sustentada pelos nossos impostos, interessante era comparar tais salários com os praticados na SIC e TVI, empresas privadas.
Judite de Sousa (14.720 euros), José Alberto de Carvalho (15.999 euros) e José Rodrigues dos Santos (14.644 euros), o dobro do que recebe o primeiro-ministro José Sócrates e muito mais que o Presidente da República.
José Alberto Carvalho tem como vencimento ilíquido e sem contar com as ajudas de custos a quantia de 15.999 euros por mês, como director de informação.
A directora-adjunta, Judite de Sousa, 14.720 euros.
José Rodrigues dos Santos recebe como pivôt 14.644 euros por mês.
O director-adjunto do Porto, Carlos Daniel aufere 10.188 euros brutos, remunerações estas que não contemplam ajudas de custos, viaturas Audi de serviço e mais o cartão de combustíveis Frota Galp.
De salientar que o Presidente da República recebe mensalmente o salário ilíquido de 10.381 euros e o primeiro-ministro José Sócrates recebe 7.786 euros
Outros escândalos:
– Director de Programas, José Fragoso: 12.836 euros
– Directora de Produção, Maria José Nunes: 10.594
– Pivôt João Adelino Faria: 9.736
– Director Financeiro, Teixeira de Bastos: 8.500
– Director de Compras, Pedro Reis: 5.200
– Director do Gabinete Institucional (?), Afonso Rato: 4.000
– Paulo Dentinho, jornalista: 5.330
– Rosa Veloso, jornalista: 3.984
– Ana Gaivotas, relações públicas: 3.984
– Rui Lagartinho, repórter: 2.530
– Rui Lopes da Silva, jornalista: 1900
– Isabel Damásio, jornalista: 2.450
– Patrícia Galo, jornalista: 2.846
– Maria João Gama, RTP Memória: 2.350
– Ana Fischer, ex-directora do pessoal: 5.800
– Margarida Neves de Sousa, jornalista: 2.393
– Helder Conduto, jornalista: 4.000.(Este para além do mais é um tinhoso benfiquista)
– Ana Ribeiro, jornalista: 2.950
– Marisa Garrido, directora de pessoal: 7.300
– Jacinto Godinho, jornalista: 4.100
– Patrícia Lucas, jornalista: 2.100
– Anabela Saint-Maurice: 2.800
– Jaime Fernandes, assessor da direcção: 6.162
– João Tomé de Carvalho, pivôt: 3.550
– António Simas, director de meios: 6.200
– Alexandre Simas, jornalista nos Açores: 4.800
– António Esteves Martins, jornalista em Bruxelas: 2.986 (sem ajudas de custo)
– Margarida Metelo, jornalista: 3.200
ISTO É UM ESCÂNDALO!!!
Vencimentos justos:
Directores: 5.000 euros sem ajudas de custos
Pivôt: 3.500 sem ajudas de custos
Jornalistas:
Três escalões
Escalão A: 3.000
Escalão B: 2.400
Escalão C: 1.900
Assim, vai o nosso dinheiro.
Não sabiam? Ficam a saber. E não fazem nada?
É preciso que se saiba que:
“… Os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro,
Mas os nossos gestores recebem, em média:
– mais 32% do que os americanos;
– mais 22,5% do que os franceses;
– mais 55 % do que os finlandeses;
– mais 56,5% do que os suecos”
(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)
Carísimo Professor António Justo:
Parabenizo-o por este excelente texto, que muitos dos actuais políticos portugueses deviam ler.
O mesmo só vem comprovar aquilo que os mais atentos já sabíamos: os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.
A diferença para a Alemanha é que neste país existem Políticos com “P” grande e em Portugal os mesmos são muito pequenos, especialmente em competência política, em transparência e em defesa da “coisa pública”.
Repare-se que o Presidente da República Alemã, ainda bem recentemente, não hesitou em pedir a demissão por ter cometido uma gaffe política, ao passo que cá temos um PM mentiroso, manipulador e incompetente, que pode fazer todas as “maningâncias”, inclusive mentir ao Parlamento, que nada lhe acontece.
Também em Portugal, o mesmo se pode dizer dos administradores de bancos e de grandes empresas, que auferem ordenados e mordomias que são um insulto aos cerca de 3 milhões de pobres e 600.000 desempregados (10,8%) e ninguém faz nada, ao passo que na Alemanha estão mesmo a ser tomadas medidas.
Mas cá o descaramento ultrapassa até o insulto, quando as grandes empresas se põem a gabar-se trimestralmente dos chorudos lucros que tiveram.
Entretanto, por cá, apesar do péssimo estado do ensino, vão-se fechar cerca de 900 escolas (as que têm menos de 21 alunos, todas do interior), para o ensino ficar ainda pior e se contribuir ainda mais para a desertificação do já depauperado interior.
Mais ainda, quanto a Portugal, pergunto: 230 deputados para quê se a Holanda só tem 150? 308 municípios para quê, se muitos deles nem 10.000 habitantes têm? Tantos ministros, secretários de estado e tantos assessores nos gabinetes governamentais para quê se o (des)governo gasta “balúrdios” a pedir pareceres jurídico-económicos e técnicos? Uma frota de automóveis do Estado que se estende a adjuntos e assessores do Governo e que custa um dinheirão porquê? E podia ir por aí fora…
Como já disse e não me canso de repetir, falta-nos um ESTADISTA, do tipo do saudoso Francisco Sá Carneiro, capaz de põr ordem e arrumar esta casa de “vícios e maus costumes”.
Um cordial abraço.
Obrigado Dr. Paz Rodrigues,
também pelas informações que acrescentou.
A diferença entre os governantes portugueses e os governantes alemães é como a da analogia da Cigarra e da Formiga!
Um abraço justo