VAMOS PLANTAR UMA ÁRVORE EM DESAGRAVO DA NATUREZA OFENDIDA E COMO LEMBRANÇA DAS VÍTIMAS DO FOGO

Esta é a hora da tristeza, da reflexão e do silêncio. A catástrofe de Pedrógrão Grande  poderá unir-nos na solidariedade com a natureza e com os mortos; esta pode despertar energias reforçadas que nos levem a plantar árvores por todo o país em desagravo pela natureza e como oração pelas pessoas vítimas do incêndio.

Num país unido depois de ardido, assiste-se também ao jogo da caça aos gambozinos; em vez de se discutirem causas e políticas para impedir desastres futuros numa natureza abandonada e que também chora, desperdiçam-se muitas energias na caça de uma culpa que se quer sempre “solteira”!

É natural que o povo acuse motivado pelo desespero e pela tristeza, mas que, nesta hora, políticos e pessoas do governo se dêem ao desporto desresponsabilizante da declaração de culpados é cinismo profanante.

VAMOS PLANTAR UMA ÁRVORE!

Todos nós temos uma lágrima a derramar devido à maneira como temos tratado a natureza! Choremos e enterremos os mortos! Como povo, para que as nossas lágrimas não caiam em terra seca, esta seria a hora de todos plantamos árvores por todo o país! Esta seria uma forma concreta de reparação popular e uma maneira de acordar a responsabilidade política para a natureza ofendida! Vamos plantar uma árvore!

António da Cnha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A MÚSICA É A VOZ DA PAZ – UMA ARAGEM DIVINA A AFAGAR O MEDO

Música é a voz de Deus em ritmo religioso e profano

Fantástico, este espectáculo de beneficiência! Ariana Grande, apesar das limitações que se lhe possam ser apontadas, afirma aqui a vida contra a morte, o amor contra o ódio! Concerto na íntegra.

O relativismo cultural que domina a cena pública tem favorecido a tolerância da desarmonia e a dissonância como ritmo comum.

A música diz não ao mundo rival convertendo as diferenças do texto e do discurso em ritmo livre que leva à harmonia e à felicidade. Na música ouve-se a mensagem dos anjos, a fala de Deus em voz religiosa e profana. Ela deixa-nos sem fala e possibilita-nos ouvir a próprio voz interior e nela saborear os acordes da harmonia.

A música reúne no sítio da poesia o espírito e a matéria na mais simples expressão comum de felicidade. Nela se expressa a saudade da felicidade e se resolvem os problemas do entendimento. A música conduz à postura honesta que nos torna dignos pois nos afina e dá forças para cantarmos a vida em harmonia ao ritmo do universo.

António da Cunha Duarte Justo

PORTUGAL EM 3° LUGAR NO ÍNDICE GLOBAL DA PAZ

Países Lusófonos a Caminho – Europa: a Região mais pacífica do Globo

António Justo

O Instituto para Economia e Paz (IEP) apresentou o Índice Global de Paz (IGP 2017), baseado na análise de 163 países e coloca Portugal em terceiro lugar no Ranking das nações mais tranquilas.

Países Lusófonos

A classificação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é encabeçada com o 3°. lugar para Portugal, seguida do 53°. para Timor Leste; 61°. para Guiné Equatorial; 78°. para Moçambique; 100°. para Angola; 108°. para o Brasil; 122°. para Guiné Bissau.

Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe não entraram na análise.

Segundo IEP Portugal passou do quinto para o terceiro lugar, ultrapassando a Áustria na classificação da posição mundial, devido, sobretudo, a uma recuperação constante na sua crise financeira, o que levou a uma maior estabilidade interna para o país.

Critérios para a classificação dos países

Como factores para a classificação dos países, os cientistas servem-se dos seguintes grupos de indicadores: 1. Os conflitos no país e no exterior: número e duração de conflitos com outros países, e o número de mortes por violência organizada; 2. Segurança Social: instabilidade política e probabilidade de manifestações violentas e do número de detidos nas prisões; 3. Militarização: quanto dinheiro disponibiliza o país para as suas forças armadas, número de soldados disponíveis e se tem armas nucleares.

Os 10 países com mais paz e menos violência

1.Islândia, 2. Nova Zelândia, 3. Portugal, 4. Áustria, 5. Dinamarca, 6. República Checa, 7. Suíça, 8. Canadá, 9. Japão, 10. Irlanda.

Entre outros: 16. Alemanha, 23. Espanha, 38. Itália, 41. Reino Unido (ainda sem o recente ataque terrorista), 51. França, 137. Índia, 151. Rússia, 161. Iraque, 162. Afeganistão,163. Síria.

Na carta apresentada pelo IEP a Rússia encontra-se com a cor vermelha tal como a Síria; até o Egipto tem um melhor índice de paz que a Rússia, o que parece questionável.

O relatório coloca a Europa como a região mais pacífica do mundo. O projecto União Europeia tem sido, certamente, um factor de garantia de paz. Apesar da guerra na Jugoslávia e do bombardeamento da Sérvia, nos anos 1990, a paz tem-se estabilizado, apesar de certos indícios de insegurança e medos a aumentar.

Apesar do cancro da guerra em muitos países e do terrorismo islamista a esperança é maior que o medo!

O facto de alguns se afogarem na praia não justifica que se traga colete salva-vidas na banheira.

O importante é assegurar a paz sem que isso aconteça à custa da exploração de outros. O Estado, as instituições e os indivíduos terão de se empenhar no grande projeto de criar uma cultura de afirmação pela paz.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

NOITE MINHA AMA

NOITE MINHA AMA

Minha noite querida,

meu escuro à luz do dia,

Nos teus braços agasalho

minhas mágoas da alegria!

 

Noite que em mim passas,

na procura de um sol que não passa!

Já tenho medo da alvorada,

só quero em mim soluçar o dia.

 

Tu és a noite, aquela que é só minha,

a vivência de um sonho que não tive.

 

Já não durmo, a noite dorme em mim!

 

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

Fátima: Lugar de Oração e de Meditação

Maria acentua o lado feminino da Devoção

António Justo

Fátima e a reza do Terço proporcionam, a muita gente, um acesso especial a Deus: um acesso que se poderia classificar de via natural ou feminina (Cf.: Curar é Santificar: https://antonio-justo.eu/?p=1350  ; Meditação e Respiração: https://antonio-justo.eu/?p=1354; Fátima Lugar do Encontro: https://antonio-justo.eu/?p=4244 ); Fátima: Técnica contra a experiência sensitiva?: https://antonio-justo.eu/?p=1330).

 

Na devoção a Maria e na reza do Terço mistura-se o céu e a terra, junta-se o Pai-nosso à Ave-maria e em Fátima verificam-se também ligações subcutâneas anteriores ao cristianismo. Na devoção mariana, expressa em visões e aparições, encontra-se o homem todo: a fé unida à superstição.

 

Em Maria, a feminidade, assume um caracter divino que incardina nele também a parte humana da Redenção; é uma espiritualidade própria, uma via para chegar a Jesus.

 

Em Fátima, observam-se cenas não edificantes, como joelhos sangrentos a rastejar, o que provoca compaixão, arrepios e até crítica por parte de círculos mais esclarecidos ou elitistas.  O agradecimento, de um pedido-promessa a Maria em Fátima, torna-se, muitas vezes, numa abstracção onde a transcendência diminui a dependência de uma situação existencial e social carente. A situacao é espiritualmente sublimada numa visão transcendente que não humilha nem julga a condição de necessitado; por outro lado a condição do pedinte é dignificada pela nobreza do interlocutor espiritual (Maria).

 

Isto não pode, porém, legitimar, socialmente, uma devoção em que transmite a impressão de que Deus parece ser tornado num comerciante que proporciona uma troca de mercadorias e interesses: dou para que tu dês. Esta seria uma visão tão pobre como a daqueles que se julgam superiores desprezando e condenando os peregrinos, sem compreenderem a sua ipseidade nem lhes darem chance para se explicarem. O facit da crítica não passa muitas vezes de autoafirmação e definição à custa dos outros.

 

Deus é amor transbordante e por isso não precisa de entrar no negócio; quem precisa, porém, ao encontrar-se numa situação sem saída e de emergência, recorre aos meios que lhe são próprios e que tem, como meio para se ajudar a si mesmo a chegar ao lugar do amor, onde, fora do julgamento, das contas e da física, experimentará o reconhecimento e a admiração, numa contemplação de amor em hosmose do “eu estou aqui e Tu estás aí”!

 

Na Terra não há nada puro, não há corpo sem alma nem alma sem corpo, por isso a tolerância também será aqui chamada, seja ela de índole mais masculina ou feminina; como na natureza há coisas, pessoas, costumes e culturas mais ou menos puras.

 

Fátima faz parte de um povo e de uma cultura com diferentes nuances e de uma devoção com muita expressão simbólica; há que reconhecer que não se pode ter simultaneamente, no mesmo organismo social ou numa pessoa, ao mesmo tempo, os diferentes estádios (infância, adolescência, juventude e adulto). Independentemente da fase em que se encontre a pessoa, o mais importante a descobrir nela é a sua procura e o desejo de transcendência, independentemente da sua expressão. “Não julgues e não serás julgado”. Em Fátima expressam-se atitudes nossas, do nosso povo que oferecem à Igreja uma oportunidade privilegiada para evangelizar.

 

Muitas vezes fiquei surpreendido ao encontrar na fé simples de minha mãe e na sua reza diária do terço, uma fonte de sabedoria e critério (clarividência, simplicidade e tolerância) que, por vezes, não se encontra em pessoas doutoradas. Com a reza do terço em conjunto acabavam-se as animosidades do dia.

 

Um certo elitismo masculino, intelectualista e iconoclasta revela-se, muitas vezes como antimariano e como tal desconhecedor de uma via importante de acesso à realidade.

 

Em Maria o céu e a terra uniram-se de forma que só o mistério se revela como chave da vida. O sim de Maria é um sim à terra e ao céu, um sim à esperança como germe de vida (masculinidade e feminilidade); em Maria realiza-se de forma prototípica o compromisso e a capacidade livre de dizer sim a Deus e à existência no rio da vida. Maria tornou-se no domicílio da divindade; com ela e nela a mulher continua a concretizar a esperança da humanidade.

 

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo,