Depois de muito debate a Alemanha resolve mandar um contingente de 2400 soldados da marinha em missão de paz para o Líbano. Esta mobilização tem como objectivo a vigilância das fronteiras marítimas do Líbano para impedir que o Hisbollah receba armamento por mar. Esta missão permite o controlo de barcos sob suspeita mas não lhe dá poder para apreensão de armas; esta será a missão das autoridades libanesas. Com esta missão a Alemanha gasta 46 milhões de Euros em 2006 e 147 milhões em 2007.
Para a Alemanha o envio dos soldados, que dentro de 10 dias se encontrarão no Líbano, é considerado um acontecimento histórico atendendo a que a Alemanha actua pela 1ª. vez perto das fronteiras de Israel. A Alemanha assume assim pouco a pouca um lugar relevante na estratégia militar europeia e mundial.
Espera-se que esta medida seja um primeiro passo no sentido dum verdadeiro armistício nas fronteiras do ódio para que o povo sofra menos.
Contra os inimigos da mobilização a próprio chanceler alemã Ângela Merkel afirmou que na defesa de direitos internacionais não se espera neutralidade.
Naturalmente que a questão posta é: com isto a Alemanha torna-se parceira da solução ou do conflito? Muitos alemães não estão contentes com a mobilização porque os critérios internacionais são demasiado moles não correspondendo às exigências e à qualidade da norma alemã. Além disto a missão inclui três perigos: o peso da história nas relações com Israel, o perigo real dum conflito no momento de controlo e o peso da duração da missão a que se não prevê um fim.
Naturalmente que o maior problema para a paz são as armas que entram através da fronteira terrestre e aqui tornar-se-á mais difícil e arriscada a missão de controlo.
Só com o esgotamento dos arsenais se poderá chegar à paz e convencer o Hisbollah ao desarmamento e a passar duma força terrorista a um partido entre outros. Por outro lado a entrega do arsenal do Hisbollah ao exército libanês corresponderá a uma hisbollahização do exército libanês. A situação não promete!…
Por um lado as companhias de armamento fornecem armamento em regiões de tensão sem que a política o proíba e por outro lado gastam-se somas gigantescas na reparação dos estragos provocados.
A União Europeia apoia o Líbano com 900 milhões de Euros para infra-estruturas. A retirada de Israel de Gaza não impede as acções palestinianas. Dinheiros europeus foram empregues na edição de livros escolares com propaganda anti-israelita. No Líbano domina o Hisbollah. O dinheiro corre sem qualquer conceito para o desarmamento.
Porque não empregar a energia que corre para o aparelho militar em empenho político. Com esta acção o Ocidente sente que já fez muito enquanto que o problema fundamental entre israelitas e palestinianos continua. O que é necessário é uma clara solução de dois estados com uma fronteira reconhecida pelas duas partes. Deste modo indirectamente Hamas reconheceria o estado de Israel. É sarcástico o facto de ter sido necessária uma guerra para que o mundo civilizado tomasse mais a sério o conflito
António Justo
Alemanha