NOS PAÍSES BAIXOS A MORTE É BARATA

 

A Soma dos Mortos  já passa de 17 Pessoas por Dia

António Justo

Na Holanda, a Eutanásia assistida alarga-se cada vez mais; de facto, já registou uma grande subida de mortos de 2.123 em 2007 para 6.091 em 2016 e os grémios que deliberam sobre os pedidos não têm mãos a medir.

 

Nos países Baixos, o que antes era uma excepção, embora permitida pela lei, está a tornar-se numa tendência. 17 pessoas por dia, fazem uso da lei para pôr fim à vida. No país há cinco grémios que examinam os pedidos.

 

A seringa da morte com a droga mortífera já é comprável por 180€. A Holanda foi o primeiro país a legalizar a eutanásia ativa em 2001.

 

A opinião da maioria da população é que determina a moral reduzida à norma e até o fomento da decisão “voluntária” pela eutanásia.

 

O Estado democrático entra no negócio e poupa nas alternativas. Os cuidados paliativos intensivos são poupados e abrevia-se o processo. O negócio com a morte torna-se rentável para todos e até cria novos postos de trabalho!… Fomenta-se em demasia a ideologia utilitária em desfavor de uma Consciência e da Ética ponderada.

 

É natural que em geral não se queira morrer nem se queira sofrer. Em casos terminais seria natural e humano que se aplicassem cuidados paliativos.

 

O argumento, do já “não sou o que era” ou da “qualidade de vida”, para acabar com a vida, corre o perigo de reduzir a vida humana a um estado de ânimo ou de necessidade momentânea e então as circunstâncias é que passam a determinar a vontade e o valor da vida.

 

No momento em que um Estado ou instituições se arrogam o direito de fomentar a morte, a dignidade humana e o respeito pela vida são colocados em perigo!

 

António da Cunha Duarte Justo

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

21 comentários em “NOS PAÍSES BAIXOS A MORTE É BARATA”

  1. Mas alguém é obrigado a eutanasiar-se? A resposta a esta questão é o mais importante de todas as outras considerações…
    Valdemar Sousa
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  2. Liberdade e obrigações são questões muito complexas para se poder optar pelo sim ou pelo não!
    Obrigado a matar-se talvez não seja ninguém, mas as circunstâncias muitas vezes obrigam. Este é um assunto em que não se pode responder com a argumentação da obrigação ou liberdade pessoal uma vez que na execução implica terceiros. O problema está também no negócio com a morte e no facto do Estado o implementar. Surge o problema de 200 médicos que se declararam a não querer cumprir a lei por razões de consciência e de ética profissional e poderem ser relegados para uma situação que consideram de assassinos! Será que temos de obrigar os médicos e hospitais a assumir o papel de carrascos! Se o suicídio é uma questão privada seria consequente que a sua execução permanecesse privada! Não falo já do poder que se dá ao Estado para, por razões consideradas óbvias poder matar!

  3. Fiquei chocada com a Holanda e o utilitarismo de medida tão tétrica!
    É preciso fomentar os cuidados paliativos como bem referes.

    Maria Manuela

  4. Só o próprio é que pode e deve optar, nem que seja “a priori”, isto é deixar instruções nesse sentido e com as condições claras. Ninguém deve viver sem o desejar. Morrer com dignidade é um ato da mais importante humanidade.
    Valdemar Sousa
    FB

  5. Acredito que sim, mas não tenho dúvidas que deve haver muito mais casos dos que querem partir e os obrigam a viver sem o desejarem, querendo que a morte chegue rápida, tal é o sofrimento…
    Valdemar Sousa

  6. Obrigado a matar-se talvez não seja ninguém, mas as circunstâncias muitas vezes obrigam. Este é um assunto em que não se pode responder com a argumentação da obrigação ou liberdade pessoal uma vez que na execução implica terceiros. O problema está também no negócio com a morte e no facto do Estado o implementar. Surge o problema de 200 médicos que se declararam a não querer cumprir a lei por razões de consciência e de ética profissional e poderem ser relegados para uma situação que consideram de assassinos! Será que temos de obrigar os médicos e hospitais a assumir o papel de carrascos! Se o suicídio é uma questão privada seria consequente que a sua execução permanecesse privada! Não falo já do poder que se dá ao Estado para, por razões consideradas óbvias poder matar!

  7. Este é um assunto simples que os homens querem complicar. Uns por questões de religião outros por questões de negócio. (Haverá melhor negócio – pago! – que cuidar de quem já não tem vontade de nada?). Mas o importante é a dignidade humana, bem como a vontade de cada um. Mas muitas pessoas insistem em impor a sua vontade a outros..

  8. Prezado Valdemar Sousa, em nome da simplicidade e da dignidade e interesses do Estado, , Hitler também deu ao Estado poderes para praticar a eutanásiae e de arrumar com “inválidos”. É problemático conceder-se a legitimação democrática a um Estado em questões que o possam legitimar a poder a vir a abusar da inviolabilidade da vida humana. O Estado não deve ter poder pleno sobre a pessoa. Neste assunto deveria ser isento! Não se trata de impor a vontade a outros nem de optar por uma visão materialista ou espiritualista. A dignidade humana implica o respeito pela vida humana (material e imaterial) em todas as suas fases. A consciência da dignidade também pode ser manobrada através da manipulação pública. Encoontramo-nos numa sociedade utilitarista e materialista que quer reduzir tudo a mercadoria na perspectiva de clientismo e mercado. Hoje em nome da dignidade humana pode fazer-se uso da eutanásia. Amanhã, em nome da dignidade humana poderá surgir a consciência de que matar uma pessoa paralítica não constitui problema ético; a questão da vontade e da liberdade também são aqui manipuláveis; o salto qualitativo do problema está no facto de o Estado promover o suicídio e banalizar o matar.

  9. O Estado não tem nada a ver (ou não devia ter…) com este assunto, nem com a vontade pessoal de cada um. Deve apenas permitir que cada um exerça a sua vontade sem prejudicar a dos outros. (Essa do Hitler era mesmo desnecessária…)
    Valdemar Sousa

  10. Permita-me sugerir-lhe visitas periódicas (não uma rápida, mas várias ao longo de semanas ou meses) a um lar e irá ver pessoas felizes e contentes, e outras totalmente abatidas e infelizes. Estas últimas vê-se nos olhos e nas expressões que estão a ser obrigadas a viver sem o desejar. São estas que, na minha opinião, deveriam deixá-las partir se assim o desejassem.
    Valdemar Sousa

  11. esta é realmente uma situação muito triste. Neste sector há realmente muito a fazer quer através da medicina paleativa quer do evitar medias especiais de prolongamento da vida em estados terminais. Penso porém que ainda há muito espaço para medidas e alternativas não experimentadas no sentido de maior humanidade. Também já me vi envolvido em casos de pessoas em estados terminais e sei quanto seria mais fácil pegar numa seringa para diminuir a dor especialmente de familiares e assistentes, dado em alguns casos o paciente-moribundo se encontrar em estado letárgico devido ao apoio paleativo. De uma maneira geral todo a pessoa com necessidade de cuidados especiais desejaria mais estar em casa do que num campo de recolha de velhinhos. Isto também seria de ter em atenção para o direito de passar a última fase da vida em dignidade. Imagine-se que o Estado mudava de tática e em vez de favorecer a recolha em centros de assistência fomentaria economicamente quem cuidasse dels em casa. Na Alemanha todos descontam para o seguro de assinstência na velhice que depois se aplica em 5 graus de necessidade de assistência. A casa de repouso mais económica para idosos exige 3.761,51 € por mês que resultam da comparticipação de 1.775,00€ do seguro e 2.006,51€ do inquilino; no caso de se encontrar no grau 5 custa 4.011,49€ comparticipados por 2.005,00€ do seguro e 2.006,49€ do paciente. Se o Estado promovesse mais a estadia em casa (comparticipação do seguro + comparticipação da assistência à saúde), muitos viveriam em casa com mais dignidade não sendo tirados do ambiente natural, o que impediria também o desejo de morrer. Isto pressuporia o fomento das economias familiares e mais humanidade no trato daquela geração que criou o bem-estar de que hoje vivemos. Nestas questões as opiniões devergentes são legítimas. Para mim penso que a sociedade não deve abdicar de considerar a vida humana como supremo bem e como tal o princípio ético de maior valia: o respeito perante a vida!

  12. As ramificações da economia são inúmeras, praticamente em toda as áreas. Na análise custo-beneficio são excluidas ética, deontologia, fé, crenças, mandamentos.
    Luis Goncalves
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  13. Não acredito que Hitler tenha usado a Eutanásia, que é uma prerrogativa individual, mas sim de assassinato mesmo. O julgamento deve ser sempre do indivíduo cabe ao Estado proporcionar condições.
    Quando digo interesse do Estado é no sentido dos custos de manutenção de moribundos
    Paulo Antonio Siqueira
    FB

  14. Aqui não se trata de crenças ou descrenças mas de factos!
    Para esclarecimento, embora o facto não desculpe o abandono de uma discussão que deve contribuir para a formação mútua de uma consciência cada vez mais esclarecida em que cada qual, ao nível do seu estádio de consciência, reste sempre com o direito soberano individual no decidir.
    O decreto de eutanásia de Hitler de 1 de setembro de 1939, autorizou certos médicos a assassinar pacientes com deficiência e doentes terminais. Este decreto custou centenas de milhares de vidas inocentes!

  15. eu sou a fovor da eutanásia, as pessoas tem q parar de serem egoísta.. minha tia ocupou 3 dias um leito, ja com morte cerebral desde o primeiro, ;Enquanto isso o corredor do PA lotado até as guela de gente precisando de uma maca, de um canto de qqer coisa… eu não acho justo.
    Juliana Folgearini
    FB

  16. Independentemente do estado da tia, uma falta não pode justificar a outra. Ou será que em caso de falta de instituições e de serviços se justifique uma acção para justificar a outra? Nesta lógica também se poderia concluir que o Estado acabasse com o exército e com as armas e as aplicasse na construcção de casas de repouso e de hospitais e empregasse mais pessoal de atendimento!
    Eu não sou a favor nem a desfavor, apenas sou pela vida, o resto pertence ao foro individual de cada pessoa! Mais que ser contra ou a favor é importante a reflexão sobre prós e contras para se terem opiniões qualificadas e não apenas o dogma do sim ou do não! Porque não se emprega tanta energia em defesa da vida como em defesa da morte?

  17. A vida é um milagre, o sofrimento, doença e incapacidade fazem parte da existência, mas custam a aceitar, principalmente quando nos sentimos verdadeiramente sós, numa sociedade materialista onde o tempo dedicado à família escasseia!!!… Como o ser humano sem afeto não é nada, associada a um eventual “direito” à eutanásia, deveria estar a obrigatoriedade dos bens dessa pessoa que foi “ajudada a morrer” (privadamente, pois os hospitais pagos com o dinheiro do cidadão não deveriam estar vocacionados para essas tarefas…), reverterem para instituições (aleatoriamente selecionadas), que protegessem a vida (humana, animal, vegetal…). Pergunto-me se nessa situação haveria muita gente com vontade de morrer…

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