DIA DE PORTUGAL

Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas
António Justo
De celebração em celebração vamos empacotando os símbolos vivos da nação, na banalidade da rotina factual comemorativa, como se tratasse de sardinhas embrulhadas em folhas de jornal. Festa de desobriga com golfadas de incenso para o corpo moribundo da nação.

A 10 de Junho de 1580 morre Luís de Camões, o Homem que cantou o alvorecer e expandir de Portugal. Camões conseguiu, na sua incomparável epopeia “Os Lusíadas”, imortalizar o espírito português. “Os Lusíadas” tornaram-se o livro da identidade portuguesa. Identidade esta, com o tempo desbotada pelo sol desgastante da ideologia e pelas ondas enleantes das revoluções.

Os descendentes dos Homens-bons afirmam que, à morte de Camões, Portugal também morreu. Seguramente, uma afirmação certa no que respeita à classe política dos governantes de Portugal. Esta já não entende Camões nem entende a alma portuguesa, hoje residindo no borralho das cinzas do povo. Um governo “fraco torna fraca a forte gente…” escrevia aquele visionário que ao morrer terá dito “Morro com a Pátria”!

Não, Portugal não morreu. Só morrerá quando deixar de possuir aquilo que o criou, ergueu e tornou específico: a fé. A grandeza de Portugal foi construída à sombra do cristianismo. O povo assumiu a missão cristã tornando-a sua. Pátria e fé eram uma coisa só. O povo sabia conjugar o “ heróico” com o “imortal”. Assim, os portugueses descobrem o mundo como missionários da pátria. Com o andar dos tempos perdeu-se o povo e com ele a pátria também. Agora, dela pouco mais resta do que massas à deriva e um Estado de abutres que voam sobre elas.

A obra à nossa frente não é menos grandiosa do que a dos descobrimentos. Já não chega uma restauração, é necessário uma nova descoberta. Hoje, os Homens Bons” terão de se deitar à missão de, primeiro, descobrir o povo e a pátria, na redescoberta do novo cristianismo.

Para ressurgir terá de descobrir “mares nunca antes navegados”. Terá de ultrapassar a “Taprobana” do materialismo institucional estatal e religioso. Terá de, como os nossos “egrégios avós”, possuir a coragem de se lançar no fluxo da vida, arriscar e ousar “pecar corajosamente” para abandonar as certezas dos “Velhos do Restelo” que, agarrados às velhas ideologias materialistas, fizeram o 25 de Abril, embrulhando, com elas, um povo inteiro. Filhos da escrava, da russa Agar, da gálica Libertas, continuam a enxovalhar, inconscientes, a grei.

Portugal, desembrulhado, voltará a descobrir-se povo e então redescobrirá a missão que o levará à vitória sobre o nevoeiro estranho que embacia o cérebro das nossas elites e tolhe a vida moura do país.

Então, alijará as formas mecanicistas do seu pensar para poder proporcionar o salto quântico da nova física, a nova consciência. Uma nova mundivisão, surgida já não de revoluções de interesses oportunos e subjugadores mas dum impulso genuíno de verdade, dum desejo de liberdade criadora e universal.

Não teremos a ajuda dum infante D. Henrique que concatenou então saber e engenho e energia universal. Seremos ajudados por um processo paulatino desformatizador das formas do medo, do ganho, da avidez e do poder. O sofrimento e o desespero duma natureza cada vez mais atrofiada despertar-nos-á para uma nova criatividade, um novo pensar. Então sonho e realidade serão as formas do mesmo pensar. Então seremos tão livres que não saberemos onde a liberdade começa nem acaba. Então navegaremos à tona do mar como se esta fosse o seu fundo! Descobriremos no céu do horizonte novos mundos com caminhos diferentes. Nesse mundo da nova consciência a dignidade já não é apenas humana, passa a ser natural!

No novo mar português, o Povo já não descobre; ele pode criar porque a nova cultura já não é poder nem ter, mas sim relação.

Até lá vamos rasgando a cobertura das ideologias do céu português. Das aberturas surgirão novas auroras e do céu baixarão as cores do arco-íris. Então todas as relações e ligações serão libertadoras e benditas porque, entre uns e outros, deixará de haver muros, para nos delimitar chegarão apenas as cores do arco-íris.

António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com

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SOCIALISMO PORTUGUÊS APROVEITA-SE DO SEXO


Celebração do Dia da Sexualidade nas Escolas
António Justo
O Governo de Sócrates já não se contenta com uma abordagem científica do tema sexualidade na escola. Ele quer mais, pretende uma endoutrinação ideológica do povo, a pretexto do sexo. Para isso institucionaliza o “dia da educação sexual” a celebrar-se anualmente nas escolas. Parece tratar-se duma reminiscência das festas da glorificação sexual da antiguidade e dos ritos de iniciação da juventude próprias de países socialistas.

A lei pressupõe o controlo das escolas através das direcções regionais de educação que devem “garantir o acompanhamento, supervisão e coordenação da educação para a saúde e educação sexual”. Esta nomenclatura, possibilita naturalmente mais burocracia para a rede partidária e maiores postos de coordenação para os boys do partido, prevendo também uma rede de acções consertada entre ME e MS.

À semelhança dos gabinetes de propaganda dos definhados países socialistas, o ME ressalva a intenção daqueles decretando:”No Secundário, o gabinete de informação e apoio deve assegurar aos alunos a distribuição gratuita de métodos contraceptivos…”.

O outro problema é o estilo dirigista e ditador que se encontra por detrás duma lei que obriga todas as escolas, mesmo as privadas com contrato, aos mesmos rituais e controlos e a distribuir preservativos e anticonceptivos a miúdos. As várias instituições vivem da complementaridade entre umas e outras na resposta aos diferentes projectos educativos a surgir da sociedade e não do governo. Este abusa do povo que tem.

As iniciativas legislativas do nosso ME têm sistema pretendendo criar uma outra república. Quem consiga uma ideologia forte, uma administração obediente e controle a sexualidade tem o povo atrelado e disponível para puxar o trenó do Estado. De resto, para eventuais flatulências intestinais lá estará a TV que diminuirá a dor.

O projecto de lei N° 660/Y que estabelece o regime de aplicação da educação sexual no meio escolar, envergonha um povo que se digne de tal nome. Aqui na Alemanha, onde o povo ainda é povo e não apenas massa, um tal decreto não passaria dum acto ridículo, duma ideia peregrina dada à luz por cabeça ideológica. Ela só testemunha a superficialidade e arrogância de quem a aplica e a pobreza e inconsciência de quem a acata. Num país do faz de conta a arrogância, a ideologia e a ignorância aliada à ingenuidade tudo legitimam… O povo encontra-se à deriva devido à falta de intervenção responsável de governos mercenários. No consulado de Sócrates a fúria da ideologia tem andado à solta sem rei nem roque nem diabo que a toque. Vai sendo tempo de o povo e as pessoas de boa vontade passarem a factura aos empertigados de tal masturbação sexual e política. Aqueles revolucionários de meia tigela, que subiram, sem dores de consciência, em nome do socialismo e à custa do trabalhador vivem em adultério nacional e fornicam desavergonhadamente o povo e ainda se armam marcando todo o território com os seus odores e alardes sexuais.

Que o povo seja enganado não admira. O que admira é que a camada intelectual portuguesa tal permita. (Se falo amargamente é por ver a diferença gritante de trato da casta política do país onde vivo e a maneira como os políticos portugueses tratam o povo do meu país.)

Não haveria nada contra a educação afectivo-sexual nas escolas, se um tema tão complexo e rico da personalidade humana não fosse reduzido a uns apêndices de centímetros do corpo humano. A descoberta de si e do outro, num processo de desenvolvimento pessoal, social em respeito e dignidade humana, constituiria um grande projecto. Contra isto, porém, testemunha a letra e o espírito da lei, bem como os que a arquitectaram. Uma abordagem séria, mais que difícil a nível de planeamento como de aplicação, torna-se impossível.

Numa época em que políticos portugueses já não parecem ter mais nada para descobrir deitam-se à descoberta do sexo. Sabem que neste assunto por mais que se descubra mais ficará para descobrir e para mais numa matéria que não se deixa reduzir ao dizível…

Os ideólogos do cariz da revolução francesa e de espírito soviético nunca compreenderão que a sexualidade manterá sempre um algo de tabu, doutro modo tornar-se-ia banalidade. Esquecem que educar é o papel dos pais e da sociedade e que o papel da escola é instruir, não podendo a escola ser instrumentalizada como uma cunha de divisão entre família e sociedade. Vê-se que o socialismo não reconhece o direito de educar aos pais. É-lhe mais fácil partir da precariedade proletária do que implementar uma formação escolar séria que lhes dê consistência e consciência. Já vimos coisa semelhante na maneira como tratou os docentes. Estes se tivessem percebido a lição passariam a educar para a liberdade crítica e não para a adaptação a uma superstrutura que os usa. Portugal precisa duma educacão para a liberdadxe e para a criatividade e não para um socialismo mecanicista já ultrapassado também pela física quântica.

Precisa-se duma escola consciente e dum socialismo responsável e respeitador. Por onde anda o socialismo cristão? Embora o sistema democrático seja partidário, não é legítimo usar a escola para desresponsabilizar e desautorizar os pais. Um sistema que reduz o papel dos pais à função de procriação torna-se apto para dirigir massas proletárias mas indigno para dirigir um povo. Não podemos aceitar a destruição do sentido de pertença e de solidariedade em benefício duma sociedade repartida em partidos. Para mais quando estes ameaçam ocupar todos os lugares mais relevantes do Estado e das instituições. A continuar assim os partidos ainda sufocarão a democracia.

Quem dá o pão dá a educação! Os nossos governantes, bem alimentados, mas sem pão suficiente que reste para saciar a fome do povo, distraem-no e desobrigam-se deixando-o na impressão do consolo e da liberdade sexual. Consta que antigamente o povo fazia filhos por não ter televisão, hoje deixam de os fazer pela consolação de terem TV para verem políticos tão sexuados.

Endoutrinação através dos Ministérios
A nova lei tem uma expressão declaradamente socialista fazendo alarde da implementação sexual socialista em Portugal. Um atrevimento, uma pobreza de espírito!

Nação e família não cabem numa mundivisão política socialista. Para a concretização do seu conceito chega-lhes o estado. Neste sentido, proletarizam a cultura e fazem do povo massa. A sua estratégia de infiltração nos sectores públicos, para melhor realizarem a sua ideia de estado e de colectividade popular, manifesta-se mais eficiente nos ministérios da Educação e da Saúde, como é característico das nomenclaturas dos Estados socialistas. Quem forma e controla ideias tem mais facilidade em governar. Os nossos socialistas, que deram cobertura à infiltração cubana nos territórios coloniais, à custa de Portugal, parecem hoje inclinados a imitá-los a nível de estruturas e políticas ministeriais.

Começaram por tirar os crucifixos e os santos dos espaços públicos para agora os substituir pelos preservativos e anticonceptivos. No seu sistema programático está a substituição dos restos de cristianismo pelo socialismo. Vivem ressentidos porque sabem que o dragão do povo pode acordar dum momento para o outro. O jacobinismo enraizado nos países do sul tem má consciência por ser estrangeirado e encontra-se em contínua luta sub-reptícia cultural contra o povo e contra a nação. Pior ainda é que o possam legitimar em nome do progresso! Ontem usavam a isca da liberdade e da igualdade, hoje usam a da sexualidade. A pobreza parece continuar a dar razão à pobreza de espírito.

No tempo de Salazar, Portugal era um país pobre, hoje é um pobre país, apesar de continuar com um grande povo. Se no tempo dos descobrimentos éramos povo hoje somos massa. Às rajadas socialistas dos ME de tipo golpista e carreirista seria de esperar a contraposição dum vento mais ameno dum socialismo mais português e o acordar duma racionalidade nacional.
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googlemail.com

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PORTUGAL NO TOPO DA UNIÃO EUROPEIA NA INJUSTIÇA SOCIAL

Dançarinos do Poder governam Portugal
António Justo
Com base em 35 indicadores forem investigadas cinco dimensões da política social nos 27 países da União Europeia. A investigação baseia-se nas estatísticas actuais de Eurostar e OECD. As dimensões analisadas foram: chances de formação, justiça entre as gerações, situação na procura de emprego, igualdade entre homem e mulher e distribuição de rendimento.

Os cinco melhores lugares com melhor justiça social foram ocupados pela Suécia, Dinamarca, Holanda Finlândia e Eslovénia.

Relativamente a Portugal, os resultados são fulminantes. Ocupa com a Hungria o lugar 24 estando abaixo deles a Roménia e a Grécia. Em Portugal, a situação piora em relação ao passado aumentando as desigualdades em quase todos os sectores especialmente na distribuição dos rendimentos e na justiça entre as geracoes.

18 % dos portugueses são pobres. A percentagem de pessoas pobres a partir dos 65 anos atinge os 26%. E 5% das crianças portuguesas têm os pais desempregados.

No sector do emprego a situação é miserável. Muitos empregos são carentes e falta de emprego é crescente. Um Estado, habituado a exportar a pobreza e a explorar as remessas dos emigrantes, vê-se agora com o problema de países europeus estarem a reduzir a importação de trabalhadores. A dívida de Estado, um ensino precário descomprometido e descomprometidor e o desemprego prolongado são indicadores dum futuro ainda mais penhorado.

Uum pobre alemão não é igual a um pobre português. As estatísticas referem dados relativos.

Isto releva a ineficiência da política portuguesa. O povo português revela-se muito tolerante no que respeita à pobreza social e à falta de responsabilidade do Estado.

A classe que se serve do Estado não precisa de pensar no dia de amanhã porque o seu amanhã está na pensão assegurada por um Estado de que se serviram e servem. Se os dirigentes actuassem como se pertencessem à camada social económica e culturalmente desfavorecida, então teríamos uma nação inteira e não repartida.

A política não se preocupa com a compensação social, com um compromisso entre pobres e ricos, entre regiões pobres e ricas, assistindo-se ao desequilíbrio crónico. Os espertos encostam-se aos partidos, que, por sua vez, ocupam os sectores do Estado onde se ganha melhor.

E no meio de tudo isto os nossos políticos ainda têm coragem de sair para a rua e mostrar os seus dentes brilhantes. Pavoneiam-se nas televisões como se fossem benfeitores do povo português, quando administram mal o país. Trabalham para si e fazem bem aos do partido sem responsabilidade de estado. Cada vez se ostenta mais os galardões das ideologias e se vê mais vaidade encenada num país reduzido a estádio de futebol.

Estado Novo e Democracia na Liga dos mais fracos da Europa

Se antigamente estávamos “orgulhosamente sós”, hoje marcamos passo orgulhosamente sós!

O átrio do país passou a ser o partido. Não há povo, não há actores, apenas espectadores dum país a salto.

A imprensa portuguesa, que deveria confrontar continuamente os políticos com esta realidade, vive também ela no país da Bela Adormecida, espalhando o tapete vermelho a políticos que falam de tudo, menos do que importa a Portugal e deveria importar aos portugueses.

Como de costume, se o governo for questionado sobre tão miserável situação, os espertos do poder compararão a sua miséria com pior miséria de algum caso particular dum país de nome, para assim fugirem com o rabo à seringa e enganarem um povo sempre crente. Quem observa com olhos de ver as atitudes de políticos na TV até fica com calafrios perante os seus tiques e peculiaridades dandy. Vivem em grande parte da arte de enganar quem quer ser enganado. Somos inveteradamente vaidosos!

Vivem do factor Salazar, sempre na desculpa e no empolgamento, justificando uma política improdutiva na ideia de liberdade e democracia.

Os nossos políticos não têm noção de estado nem de povo, servem-se deles em vez de os servir. Partidarismo e servilismo oportunista enchem a Administração pública e rebentam o aparelho do estado pelas costuras. Depois desculpam-se que é a vida e que o povo tem os políticos que merecem. O povo porém precisa de exemplos e de personalidades que se tornem a consciência da nação para impedirem que mercenários continuem a abusar do povo, a violar Portugal. Aqui, as revoluções, a partir do século XVIII, têm um denominador comum, satisfazer uma classe descontente que ao assumir o poder se satisfaz à custa do Estado e em gozar o povo.

Na democracia, o povo português continua a desobrigar-se com a ida às urnas como antigamente se desobrigava da abstinência com a bula.

Portugal joga cronicamente na Liga dos derrotados, antigamente com honra, hoje com orgulho. Países que no Estado Novo estavam atrás de Portugal encontram-se hoje à sua frente quando; apesar do 25 de Abril não saímos do grupo dos países em que nos encontrávamos no tempo de Salazar. Portugal a continuar assim daria razão aos que defende que em vez de mudar os sistemas é preciso mudar o povo! Estes gostariam de nos ver espanhóis. O que precisamos todos é de mudar o nosso ideário de povo, mudar a nossa mentalidade e não suportar os que usam e abusam do Estado e desencorajam a iniciativa privada em nome do monopólio partidário. O espírito da terra, da ecologia, do bem comum expresso nos “Homens Bons” dos tempos da fundação da monarquia deveria tornar-se o padrão a seguir no governo de Portugal e não o da ideologia. Por um Portugal dos biótopos naturais com menos coutadas ideológicas.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

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UNESCO SEM VERGONHA?

Candidato a Director Geral – Um Atentado contra o Diálogo
António Justo
Está aberto concurso, para o lugar de Director Geral da UNESCO, até dia 30 de Maio. Seria uma vergonha se fosse escolhido o ministro da cultura do Egipto Faruk Hosni. Este homem, que parece ter muitos apoiantes seria perigoso num lugar daqueles. Como refere o FAZ de 24.05, ele seria “a vergonha da UNESCO” e prova-o apresentando apenas algumas citações de Hosni contra Israel.

Para se ter uma ideia do calibre daquela personalidade passo a citar afirmações do candidato: “Israel nunca prestou um contributo para a civilização, para uma época, só se apoderou dos bens dos outros”.

“A cultura de Israel é uma cultura desumana, uma cultura arrogante, agressiva e racista, que se fundamenta num princípio simples: roubar o que lhes não pertence para depois o apresentar como algo próprio”.

Hosni declarou-se no próprio país como “inimigo figadal”duma política que tente estabelecer relações normais com Israel.

Hosni terá afirmado a disposição de queimar livros judeus se estes se encontrassem na biblioteca de Alexandria: “ Se os houver queimá-los-ei à frente do teu rosto” relata o jornal.
O povo judeu é o que no mundo mais prémios Nobel têm, quantos terá tido o Egipto?

Quais são os povos que hoje no mundo mais perseguem outras religiões e pessoas que não se deixem assimilar pela cultura árabe?

O candidato desqualificou-se para um cargo de tão alto nível.

Esperemos que a UNESCO não use duas medidas para desculpar o egípcio! De facto, pelo menos na Europa, a opinião pública dá-me a impressão de tratar os povos árabes ou muçulmanos como crianças, não os tomando a sério. Podem dizer as maiores barbaridades e são sempre desculpados.

António da Cunha Duarte Justo

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Parlamento Europeu o Cemitério dos Elefantes?

O PAPA CAMINHA EM TERRENO MINAD
Viagem do Papa à Palestina deixa vestígios de paz
António Justo
Ainda antes de Bento XVI iniciar a viagem à região da Palestina já a imprensa problematizava tal intento. Uma viagem que honra israelitas e palestinianos ao mesmo tempo torna-se incómoda para grupos que apostam numa política de trincheiras. Como cristão, o Papa sabe porém que a verdade nunca está só dum lado.

É sintomático que uma pessoa que só usa da palavra em função da paz se encontre em tanto perigo. Israel disponibilizou cerca de 80.000 polícias e pessoal de segurança para proteger o hóspede.

O governo de Israel intitula o papa de “ amigo autentico de Israel e do povo judeu”. O Rabino de Jerusalém disse: ”O caso Williamson já não é ponto de discórdia. O facto de se ter chegado a isso não foi intencional, mas uma questão de falta de managemment no Vaticano”, afirmando também que as relações entre judeus e católicos eram boas e cordiais.

O calvário, não é alheio ao papa. No seu caminhar entre Deus e a política, tropeça de crise em crise. A cruz que traz tem dois mil anos de carga histórica, a carga duma instituição global com seus problemas. Os ventos contrários actuais obrigam-no a caminhar na defensiva em actos de reparação em mesquitas ou com declarações explicativas de interpretações tendenciosas das suas palavras. Porque é humilde, procurando seguir o Mestre, todo o lixo da estrada lhe é atirado. Os Kommenis, esses são compreendidos, explicados e aceites!… Um mundo atrevido e presumido que vive bem de mal-entendidos não aceita que Bento XVI ponha o dedo nas feridas da vida, que fale dos pontos fortes e fracos das religiões como foi no caso de Ratisbona. Não lhe dão uma chance, só lhe põem pedras no caminho: o discurso de Ratisbona levanta a aversão de muçulmanos e seus aliados contra ele, a questão propagandista dos preservativos falsifica o seu pensamento, o levantamento bem-intencionado da excomunhão a quatro bispos, um deles negador do holocausto é usada para questionar a sua amizade para com os judeus. Tudo questões acidentais mas que encobrem o essencial e enchem os bolsos dos que vivem de especulações tendenciosas. Um papa intelectual não habituado ao cálculo político, que, com humildade popular, não procura a simpatia das pessoas, que coloca as questões prementes da actualidade na ordem do dia, vê-se obrigado a fazer de bombeiro, e a apagar incêndios na sua via estreita entre o relativismo e o fundamentalismo.

Bento XVI embora diga o mesmo que dizia João Paulo II, não é beneficiado pelo seu carisma reservado e humilde. A publicidade fixa-se apenas em aparência e em superficialidades e num simplismo redutor depois ampliado em letras gordas dos jornais e da TV. O Papa não se preocupa apenas com o contexto mas com o texto. No texto o papa dirige-se não só às maiorias mas também às minorias, o que torna mais difícil uma leitura séria.

Parlamento Europeu o Cemitério dos Elefantes?
O Papa é um cartaz o que leva muitos a quererem perfilar-se à custa dele. Também partidos do Parlamento europeu se agarram a pretensas afirmações sobre anticonceptivos para embrulharem a sua propaganda e promoverem nos Media a própria imagem. Certos ideologias sabem que ao tocarem o sino do ressentimento contra o Papa dão satisfação aos seus votantes motivando-os a alinhar-se nas suas fileiras. Isto deu-se também agora no parlamento europeu que procurou interpretar mal as palavras do papa que ao ser questionado, antes da viagem a África sobre o uso de preservativos, diz:”Eu diria, o problema Sida não se pode resolver apenas com slogans de propaganda. Se falta a alma, se os africanos não se ajudarem a si mesmos, este flagelo não pode ser eliminado com a distribuição de preservativos: pelo contrário, corre-se o risco de aumentar o problema”. Estas palavras proferidas em 2009 foram suficientes para fracções do parlamento europeu (liberais e outros) requererem uma moção parlamentar para condenar as palavras do papa e para o colocar ao lado de criminosos de guerra no Relatório dos Direitos Humanos do ano 2008. Por aqui se vê o oportunismo político e o desejo ideológico partidário de se aprumar neste ano de eleições. “Com palavras e bolos se enganam os tolos” diz a sabedoria popular. A moção parlamentar foi rejeitada com 253 votos contra, 199 a favor e 61 abstenções. Aqui se nota a política como a arte de deturpar. E o Zé-povinho engole tudo como se tratasse de comida sadia. Come o que lhe dão depois de mastigado!

Depois não querem ouvir, a queixa da província ou ideológica de que “o parlamento europeu é um cemitério dos elefantes”! Verdade é que, por vezes se empenha demasiado na difusão de redes de ideologias e insuficientemente na solução de problemas reais de povos reais.

É triste constantar-se tanto ressentimento, apresentado na bandeja pública, baseado geralmente em preconceitos ou em supostas posições sempre reduzidas e deturpadas do seu conteúdo. Ao observarmos este Papa tem-se a impressão dum cordeiro entre lobos. É atacado pelo que diz e atacado pelo que não diz, ou pelo que outros quereriam que dissesse. Uma sociedade que tão maltrata os símbolos dos seus valores parece seguir um impulso de autodestruição.

Naturalmente que a igreja e todas as instituições são formadas de pessoas carentes passíveis de crítica mas também de mútuo respeito. Toda a instituição tem os seus cadáveres na cave! Que a Igreja seja tão atacada e difamada é duvidoso, atendendo que as suas organizações são as que mais apoios caritativos no mundo fazem e quando há tanto mal real no mundo que poderia beneficiar do bem que os críticos poderiam, além de desejar, fazer. O ataque à Igreja parece tornar-se num substituto da crítica ao próprio egoísmo e às instituições cuja subsistência depende da guerra e do mal contra o próximo. A má consciência faz falar!

Naturalmente que o papa não é só pessoa, é também símbolo e plano de projecções alheias, o que leva o mundo a reagir com hipersensibilidade sobre tudo o que ele diz, faz ou deixa de fazer. Cada gesto, cada visita, cada palavra ganha uma dimensão política. Por isso qualquer terreno que pise se encontra minado pela ideologia e hostilidade de uns para com os outros. Da discussão sai naturalmente a luz! O problema está para aqueles que não podem ler as entrelinhas ou não têm tempo para ir às fontes da informação, tornando-se vítimas do que ouvem ou lêem. As palavras podem provocar verdadeiros incêndios e devastar florestas virgens.

Diálogo não pode ser uma estrada de sentido único
Em Amman na Jordânia, o Papa apelou para uma reflexão sobre as raízes e valores comuns das religiões e defendeu-as dos ataques da crítica radical dizendo: “nós religiosos somos solidários”. E continuou: “os críticos não se contentam só em levar a voz da religião ao silêncio, mas querem também colocar a sua voz no lugar dela”.

O diálogo religioso não se pode comparar com um diálogo político. O diálogo entre partidos trata de ajustamento de interesses e de aspectos culturais. O diálogo religioso e o compromisso dão-se ao nível cultural mas não no característico religioso das convicções religiosas. Aqui cada um deve procurar entender o outro. O diálogo realiza-se, como diz o papa, ao nível das “consequências culturais”. Alguns queriam ouvir um papa falar dum Deus à la carte e por isso chamam-no de conservador! Quanto à concepção de Deus, cada cultura tem a sua.

Cada cultura ou civilização é fruto da sua concepção implícita ou explícita de Deus. O cristão é livre de adorar a Deus com imagens ou sem elas. Cada um entra numa relação com o Todo, com Deus, à sua medida, sabendo que Deus transcende todas as medidas. Esta liberdade é típica cristã, porque o seu Deus é incarnado e como tal deixando-se venerar através de analogias ou protótipos. O mesmo não é permitido no judaísmo e no islão, que não permite imagens. No cristianismo o Homem é imagem de Deus e da realidade possibilitando assim um contínuo esforço de compatibilização de imagem e modelo, uma discussão entre religioso e profano.

A própria palavra traz atrás dela sempre uma sombra!… O problema do diálogo não está nas religiões nem nos ateus. O problema não está nas diferentes concepções mas na afirmação dumas à custa das outras, na culpabilização do outro pelos problemas do mundo e pelas inimizades entre os grupos; em desconfiança mútua, cada um atira as próprias minas para o campo adversário, sem notar que o faz numa atitude instintiva de auto – afirmação. O diálogo pressupõe fidelidade a si mesmo e à própria fé mas sim em diálogo com os outros e na abertura de integrar em si o que anda por fora e de se descobrir fora também.

Uns e outro reconhecem Deus como “razão criadora”. O problema é a ideologia alvorada como custódia à frente da cabeça. Se o Homem não governa o mundo com a razão então regê-lo-á a religião, a emoção seja ela religiosa ou laica.

António da Cunha Duarte Justo

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