Os 2.325 Bilionários do Mundo

A Distribuição da Riqueza revela o Cinismo humano tácito

António Justo
A revista alemã, “manager magazine spezial” Oktober 2014, faz uma análise sobre os 500 alemães mais ricos em 2014 e apresenta estatísticas sobre a distribuição da riqueza mundial em 2014 (fonte: Wealth-X/UBS.), registando, sob o título “O Superiores”, os 2.325 bilionários do mundo. Por estes dados serem de grande importância para reflexão e orientação apresento-os detalhadamente.

Distribuição dos 2.325 bilionários pelo mundo:

Em primeiro lugar está a Europa com 775 bilionários com uma fortuna total de 2.375 bilhões de dólares (1), em 2° lugar os USA e Canada com 609 bilionários com um total de 2.371 bilhões de dólares, em 3° a Ásia com 560 bilionários com um total de 1410 bilhões de dólares, 4° Médio Oriente com 154 bilionários com um total de 413 bilhões de dólares, 5° América Latina com 153 bilionários com um total de 511 bilhões de dólares, 6° África com 40 bilionários com um total de 114 bilhões de dólares, 7° Oceania com 34 bilionários com um total de 97 bilhões de dólares.

Os 10 países do topo com mais bilionários:

1° USA têm 571 bilionários com um total de 2.266 bilhões de dólares; 2° China, 190 bilionários com um total de 440 bilhões de dólares; 3°Grã-Bretanha, 130 bilionários com 395 bilhões de dólares; 4°Alemana, 123 bilionários com 413 bilhões de dólares; 5° Rússia, 114 bilionários com 365 bilhões de dólares; 6° Índia, 100 bilionários com 175 bilhões de dólares; 7°Suíça, 86 bilionários com 200 bilhões de dólares; 8°Hong Kong, 82 bilionários com 343 bilhões de dólares; 9°Brasil, 61 bilionários com 182 bilhões de dólares; 10°Arábia Saudita, 57 bilionários com 166 bilhões de dólares.

Segundo a Revista americana Fobes, o Brasil tem 65 bilionários sendo o mais rico Jorge Paulo Lemann cuja fortuna atinge os 19,7 bilhões de Dólares.

Portugal tem três multimilionários: Américo Amorim, com cerca de 4.400 milhões de dólares, Alexandre Soares dos Santos com cerca de 2.500 milhões, e Belmiro de Azevedo com 1.000 milhões de dólares).

O homem mais rico do mundo é o mexicano Carlos Slim, com uma fortuna de cerca de 69.000

Distribuição da riqueza mundial por habitante:

0,7% da população mundial possui 41,0 % da riqueza mundial, o correspondente a mais de um milhão de dólares por pessoa; 7,7% da população mundial possui 42,3 % da riqueza mundial que vai de 100.000 até um milhão de dólares por habitante; segue-se 22,9 % da população mundial com 13,7 % da riqueza mundial correspondente a 10.000 até 100.000 dólares por habitante; segue-se, por fim, 68,7 % da população mundial com 3,0 % da riqueza mundial, o correspondente a menos de 10.000 dólares por habitante.

Na ordem da reprodução crescente da riqueza, desde 2008 até 2013, a China ocupa o 1° lugar, a América do Norte o 2°, a América Latina o 3°, a India o 4°, a Ásia/Pacífico o 5°, a África o 6° e a Europa o 7°lugar. O 7° lugar para a Europa não é bom, porque isso levará, muito do seu capital emigrar, para zonas onde este se reproduz mais rapidamente. Maus sinais para a assistência social e para os sindicatos.

António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu
(1) Um bilhão ou milhar de milhões de dólares corresponde a mil milhões

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Islamistas europeus em Luta pelo “Estado Islâmico” afligem a Europa

Portugal tem 12 Jihadistas, do Brasil não se conhecem Estatísticas
Solução: Apoiar os Muçulmanos democráticos reformistas

António Justo
No Iraque e na Síria encontram-se cerca de 30.000 jihadistas (guerra santa) estrangeiros de 83 países, que se aproveitam da experiência aí feita para uma melhor organização de redes de grupos terroristas internacionais. Estes, quando regressam aos países de origem, fomentam o terrorismo, em nome da resistência islâmica.

Segundo estatísticas da revista alemã Cícero-11.2014, há na Síria e no Iraque 1.000 combatentes da França, 600 da Inglaterra, 550 da Alemanha, 300 da Bélgica, 250 da Austrália, 120 da Holanda, 100 da Dinamarca, 70 dos USA, 50 da Noruega, 60 da Áustria, 30 da Irlanda, 30 da Suécia, etc..

Na Síria já morreu um jihadista português em combate pela instauração do Estado Islâmico (EI). Portugal tem 12 guerrilheiros na guerra santa (jihad), dos quais dois são mulheres (muitas mulheres jihadistas oferecem o sexo para os guerreiros de Alá, talvez no sentido de anteciparem o paraíso dos homens!). Há também jihadistas brasileiros mas não são abrangidos por estatísticas; O Brasil tem redes de recrutamento e propaganda em meios salafistas (fluxo rigorista do Alcorão) e outros grupos islamistas ou talvez jihadistas como: (http://islam-maranhao.blogspot.com). Na Europa abundam as redes de organização, como: Sharia4Belgium ou “Profetens Ummah (Noruega) e na península ibérica especialmente o grupo Sharia45Spain que, além do mais, quer minar as Constituições dos 2 países ibéricos. O recrutamento preferido dos jihadistas processa-se através das suas estruturas logísticas da internet. Este atinge sobretudo a camada jovem atraída e radicalizada sobretudo por grupos em torno dos salafistas, da Sharia e outros.

A Europa está inquieta com os novos mujahedin internacionais. Já se conta, na Europa, com atentados de decapitação e outros. Afeganistão formou uma geração de bombistas nas décadas passadas e agora sucede-se-lhe o Estado Islâmico.

Muitos jihadistas ficam desiludidos, quando notam que na Síria os próprios sunitas se combatem uns aos outros. Por isso no regresso de terroristas islâmicos às nações deveria haver mais diferenciação no seu trato, porque os há que em contacto com a realidade se desiludiram, outros ficaram traumatizados e outros ainda mais radicalizados.

Muçulmanos e não muçulmanos têm medo de Islão

Assiste-se a uma radicalização religiosa e política principalmente da juventude que se encontra desempregada e num vácuo entre a família paterna e uma família a fundar; são pessoas perdidas que não sabem onde pertencem e encontram na ideologia islâmica um sinal a brilhar no seu caminho escuro; a mais fácil forma de sobressair é converter-se ao islão e colocar-se ao seu serviço. O salafismo apresenta um projeto contra a sociedade ocidental, que se serve da música Rapper para, no sentido jihadista lutar contra a corrente e contra o ocidente, como fazem Jihadi John e Deso Dogg, que figuram como estrelas pop. Por isso, os salafistas encontram-se na Alemanha sob observação do Estado! Em nome de uma revolução hegemónica, justificam-se os meios bárbaros e a intenção de chamar a atenção para a causa islâmica. Nas mesquitas prega-se normalmente em turco ou árabe sem preocupação por esclarecer e continua a defender-se a separação em relação aos não islâmicos, apelidados de incrédulos ou infiéis. Nas mesquitas entram à vontade moderados e extremistas.

O islão extremista vive de teorias de conspiração do ocidente, dos judeus e até dos xiitas, contra o Islão (Sunita), e fundamenta-se no Corão e nas Hadith; os imãs nas suas mesquitas, no dizer de gente inside, não se declaram criticamente em relação aos versos do Corão que apelam à violência, não falam do direito a determinar o próprio modo de vida (calam os casamentos forçados), calam a violência da sharia, silenciam o aspecto problemático do uso do lenço e do chador, ocultam a discriminação da mulher, etc. Chega-lhes a jihad, o esforço interior e contra o exterior.

O Flerte cínico cultivado entre Figurantes da Tolerância religiosa

Em muitos dos nossos colóquios universitários sobre o Islão e nas rondas públicas de tolerância ad hoc, os conferencistas falam de permuta de ideias acentuando o lado pacífico do Islão. Ao omitir-se os aspectos críticos, e ao não convidar-se muçulmanos críticos, como referentes, impede-se uma discussão séria, de olhos nos olhos. Peca-se assim por omissão e fomenta-se a intolerância do Islão institucional contra um islao que se quer modernizar e contra muçulmanos críticos que ao criticar versos agressivos do Corão e dos hadith (Hádices) de Maomé, são hostilizados pela generalidade, e chegam mesmo a colocar a própria vida em perigo dentro das suas fileiras islâmicas. A estes, que poderiam contribuir para a evolução do islão tira-se-lhes o tapete. Deste modo, intelectuais não islâmicos tornam-se cúmplices de um islão conservador e segregador porque reservam o mícron aos conformes ou oportunos.

Mulheres e homens islâmicos corajosos, porque críticos de irracionalidades islâmicas, precisam de um palco que permita a modernização do Islão. Quem dá a palavra a estes é verdadeiramente amigo do islão; quem dá guarida e projecção aos conservadores islâmicos e aos falantes suaves islâmicos serve, muitas vezes, a hipocrisia. O islão precisa de reforma e quem precisa de palco público, para motivarem outros irmãos, são os reformistas. O resto é show de mútuas vaidades brilhantes mas um mau serviço ao Islão, porque quer o status quo, não apoia a formação de um islão tolerante. Afirmo isto também devido à longa experiência de convivência e até apoio a grupos islâmicos da cidade.

Nenhuma Constituição de um país civilizado legitima o terrorismo, nenhum país civilizado aceita o facismo; o Corão e as Hádices fazem-no e tudo aceita isso como um dado religioso aceite e indiscutível pelo facto de trazer a etiqueta de religião. Não podemos legitimar o islão como arma aceitando também a premissa islâmica que uma mentira em favor do Islão é uma virtude! É preciso modernizar o Profeta Maomé, não o deixando preso num patriarcalismo avoengo do Antigo Testamento. A ignorância e o oportunismo engravatado perante o Islão contribui para que este não passe da sua idade média nem do referido patriarcalismo próprio de zonas pobres e nómadas.

A jornalista turca de Berlim, Güner Yasemin Balci afirma em Cícero: “Muçulmanos e não muçulmanos têm medo do Islão. O Islão é uma arma carregada, devemos finalmente descarregá-la”.

As causas da violência e do não desenvolvimento no islão vêm-lhe da falta da ausência de pensamento autocrítico e da presunção dos que não querem reformar o Islão para manterem uma atitude de desprezo perante as outras religiões.

Urge ajudar as forças reformistas dos muçulmanos e não manter o Islão institucional em banho-maria como se faz em muitas agremiações, conferências e confrarias.

A honradez é o tesouro mais profundo que cada pessoa tem a guardar, mas na consciência de que a honra que nos é devida se encontra no próximo a respeitar.
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu

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A NAÇÃO NA HORA DO ARREPENDIMENTO E DA MUDANÇA

Socratismo no Final de uma Era de “Históricos” e seu Compadrio
A Justiça está a mudar de Atitude – Quando começa a Política?

António Justo
Não se pode ter uma justiça açaimada toda a vida… Mas a boa vontade da Justiça fica de mãos atadas e de olhos vendados, se a Política não tiver boa vontade e coragem de criar legislação bem vedada que não permita fugas para a corrupção.

A doença do socratismo, um misto de distúrbio bipolar e de Bordaline, como durante a sua regência escrevi, é o resultado de um modo de vida individual e nacional generalizado… (A sua repressão sobre jornais, licenciatura, Freeport, destruição das escutas, nacionalização do BNP e influência em todos os outros com excepção do BPI só podia ser efectuada sob influxo de outros ‘Boys’). Quem acusa os Media, de revelarem o que não deviam, vive ainda no mundo socratista, é renitente e não quer evolução. Sem informação política aberta, o público não pode julgar, ou vai julgando conforme o que se lhe vai disponibilizando.

O fenómeno Sócrates foi possível porque as nossas instituições o geraram, porque muitos dos seus comparsas não eram seus amigos mas sim amigos da onça. Não o ajudaram então com a crítica amiga que precisava e agora saem para o adro da nação com o guarda-chuva do “rogai por ele” que não passa de um “rogai por mim” discreto, enquanto, na procissão, o povo continua à chuva.

Chegou a hora de ganhar o pão com honra e com o suor do próprio rosto tal como faz a maioria do povo

Em eras passadas, a burguesia sofria de corrupção passiva enquanto a classe do 25 de Abril e da EU sofre de corrupção activa, mais motivada e fundamentada em ideologias e nas finanças do que no Homem e na economia real. Por isso é uma corrupção ilimitada destruidora da pessoa e das mais venerandas instituições. A corrupção passiva é como as bactérias que podem ser atacadas com antibióticos, a corrupção activa é como os viros, não tem cura, não há antibióticos para tal, alastra se não se isola.

Portugal encontra-se no mar alto; esta não é a hora de se comerem uns aos outros, mas sim de despejar ao mar a carga da corrupção que o sistema leva a bordo. A Justiça parece começar a ganhar coragem. Os partidos precisam de se purificar e o povo necessita de ganhar força para Portugal estar preparado para tomar decisões arrojadas numa altura em que a EU e os USA se preparam para neutralizar a voz da democracia, com a voz dos do grande capital internacional, no acordo em preparação APT ou TTIP. Só um país sério terá autoridade para se opor à corrupção em preparação nos núcleos do poder mundial.

Para quem tudo é relativo, não há verdade que o sustenha, dado a escuridão da mentira passar a cobrir a verdade. A oligarquia política não pode continuar a abusar do Estado de Direito; seguir a marcha até agora percorrida é destrui-lo.

Esta seria a hora do arrependimento e da mudança nos Meios de Comunicação Social

O andor, da história da moral e da política, tem sido transportado por muitos imorais. Como nos finais do império romano, também hoje continua a ser condenado Cícero para se manterem os Catilinas demagogos, os pára-costas dos grandes núcleos do capital internacional que procuram minar a autoridade dos Estados e o poder das democracias. Também os Media têm de se purificar para que os Catilinas desonestos não encontrem amplificação na opinião pública.

Para o jornalista José António Saraiva, director do Jornal SOL, José Sócrates é ‘o Vale e Azevedo da política’; pelo que investigou, José Sócrates controlava o grupo RTP do Estado, influenciava a Controlinvest que inclui o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a Máxima e a TSF e mantinha “relações estreitas” com a Ongoing detentora do Diário Económico; fez a tentativa de compra do “grupo TVI” que tem a Lux e a Rádio Comercia. “Só fugiam ao controlo do Governo o grupo Imprensa, liderado por Balsemão, e o grupo Cofina, de Paulo Fernandes.” Sócrates tentou fechar o SOL (através do BCP accionista do jornal) que tinha denunciado os casos Freeport, Face Oculta e Tagusparque. Se não fosse a ruína das contas do Estado e a ronda da Troica o homem poderia vir a conseguir tanto poder como Salazar.

Quase não há um jornalismo investigativo e quando o há, como no caso do jornal Sol, recebe insultos e perseguições… No 25 de Abril, jornalistas foram saneados e foram instalados outros conformes ao sistema mas, como se vê, prejudicando o Estado e a nação. Os corruptos do poder contagiaram a TV e outros Media. Como podem pessoas com ordenados corruptos informar objectivamente sobre corruptos e sobre corrupção?

Esta seria a hora do arrependimento e da mudança na política

Tocaram no nervo da nação. Os partidos deviam aproveitar a ocasião para chamar a contas os membros abusadores. Portugal precisa de todos os partidos mas, então, defenda-se o partido mas não a corrupção, nem tão-pouco os seus oportunistas, e os que abusam dele! O que está em causa são as instituições que produzem tais corruptos; quem os defende não quer bem ao partido. Falta visão e capacidade crítica! Se alguém toca nos interesses dos amiguinhos é logo olhado de lado e condenado ao ostracismo. Portugal chegou onde se encontra devido a uma inteligência facciosa condicionada ao oportuno e aos amigos! Um impedimento à mudança está no facto de muitos que beneficiaram do sistema ou do partido dão preferência à amizade dos amigos  procurando defendê-los mesmo à custa dos prejuízos de uma nação, levada à bancarrota por amigos e inimigos. Para uns e outros a nação e o povo não conta.

Precisa-se de uma outra forma socialista de ser e de estar, precisa-se de uma outra forma de ser e de estar da social-democracia e de outros partidos. Urge uma democracia atenta e viva que exorcize os demónios que o regime produziu.

O PS português nunca teve tanto poder na sua mão como na era de Sócrates. Os resultados mostram que em Portugal se torna perigoso um governo de maioria absoluta.

Esta seria a Hora do Arrependimento e da Mudança na Mentalidade do Povo

Um país cego e surdo-mudo, deixou-se iludir e agora sofre de desmame. Depois da bebedeira, encontra-se em ressaca. A ilusão não suporta a desilusão de não poder olhar para a as estrelas que não quer cadentes. Muitos, não interessados no desmame, para desviarem as atenções da droga do próprio partido (à imagem de Soares), querem dar a culpa ao Juiz…. O que é motivo de crítica para uns é motivo de defesa para outros, a corrupção não conhece outras alternativas.

A sabedoria popular revela uma certa propensão para a corrupção, na maneira como, quase com afecto e compreensão, repete: “Quem parte e reparte e não fica com a maior parte, ou é tolo ou não tem arte”; outro provérbio popular do género: “Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão”. Pelos vistos esta “sabedoria” é ancestral. Uma doença crónica torna-se muito difícil de curar.

No meio de tudo isto, o povo também não pode levantar muito a cabeça dado ter-se comprometido nos desvios de fundos europeus que se destinavam à formação profissional e em que os organizadores dos cursos, elaboravam listas de presenças falsas, com nomes de povo, para, em vez de darem as aulas de formação, arrecadarem o dinheiro sem ter prestado serviço.

Urge superar o estado de uma nação traumatizada, sempre a olhar para o lado com medo de falar, não seja o caso de estar o amigo concorrente perto. A tarefa é séria, embora se não impossível, difícil. Trata-se de restabelecer a dignidade da pessoa, das instituições e do Estado.

António da Cunha Duarte Justo

Jornalista
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O Papa falou à Consciência dos Deputados do Parlamento Europeu

A EU precisa de um Enquadramento que “faça prevalecer a Lei sobre a Tirania do Poder”

António Justo
A Europa encontra-se à disposição de um capitalismo feroz e de ideologias que não respeitam a dignidade humana nem as nações. Neste contexto, Francisco I veio falar à ágora da Europa onde não faltam os vendilhões.

Ontem (25.11.2014), o Papa falou em Bruxelas aos 751 deputados do parlamento europeu que representam mais de 500 milhões de cidadãos.

Referiu-se, indirectamente, ao perigo dos acordos (TTIP) que estão a ser preparados entre a EU e os USA; estes constituem um atropelo aos países membros que passarão a ser economicamente controlados por poderes económicos e burocráticos internacionais sem que o Estado possa intervir. Seria fatal uma dupla moral que traz na boca a solidariedade europeia mas cede às multinacionais privilégios e direitos que deveriam ser inalienáveis do povo. De facto, as democracias encontram-se ameaçadas pela “pressão de interesses multinacionais não universais, que as enfraquecem e transformam em sistemas uniformizadores de poder financeiro ao serviço de impérios desconhecidos. Este é um desafio que hoje vos coloca a história.”

A dignidade humana encontra-se ameaçada pela discriminação e por interesses económicos desmedidos. “Que dignidade é possível sem um quadro jurídico claro, que limite o domínio da força e faça prevalecer a lei sobre a tirania do poder?” Apelou à solidariedade e subsidiariedade.

Uma Europa que obriga os jovens a prepararem-se para o trabalho até aos 18 – 25 anos e deita ao abandono 6 milhões de jovens desempregados, perde o crédito, ao deixá-los à porta da sociedade e da vida, sem trabalho nem perspectiva. Daí, para o Papa, a urgência de se “promover as políticas de emprego” e a necessidade de “ devolver dignidade ao trabalho” pois «quanto mais aumenta o poder dos homens, tanto mais cresce a sua responsabilidade, pessoal e comunitária».

Francisco verifica que a Europa se tornou um continente cansado e envelhecido: : “De vários lados se colhe uma impressão geral de cansaço e envelhecimento, de uma Europa avó que já não é fecunda nem vivaz”. A EU tem vindo a ceder os seus ideais ao “tecnicismo burocrático das instituições”, tem criado estilos de vida caracterizados pela “opulência indiferente ao mundo circunstante”. “O ser humano corre o risco de ser reduzido a mera engrenagem dum mecanismo que o trata como se fosse um bem de consumo a ser utilizado, de modo que a vida – como vemos, infelizmente, com muita frequência –, quando deixa de ser funcional para esse mecanismo, é descartada sem muitas delongas, como no caso dos doentes terminais, dos idosos abandonados e sem cuidados, ou das crianças mortas antes de nascer.”

A Europa está velha porque alberga muitos Junckers, Sócrates e oligarcas sem alma europeia. Francisco I sofre com o desmoronamento duma Europa que, com uma política que endurece na elaboração de regras, não se preocupa seriamente com o futuro, perdendo os seus ideais em favor da burocracia e do mercado. Criticou o pensar consumista e egoísta que se espalha como um nevoeiro pela Europa.

Admoestou os países ricos, criticando o curso de poupança da Troica que castiga especialmente os países do sul, tendo o problema surgido do fomento da flexibilização de um mercado liberal que “não respeita a estabilidade nem a segurança das perspectivas de trabalho”.

Solicitou mais solidariedade com os refugiados. É um escândalo ver-se o Mediterrâneo transformado num cemitério para muitos que procuram refugio. O problema da migração tem de ser resolvido em conjunto questionando assim as Directrizes de Dublin.

“Uma das doenças que, hoje, vejo mais difusa na Europa é a solidão, típica de quem está privado de vínculos”. “Vemo-la particularmente nos idosos, muitas vezes abandonados à sua sorte”, bem como nos “jovens privados de pontos de referência e de oportunidades para o futuro; vemo-la nos numerosos pobres que povoam as nossas cidades; vemo-la no olhar perdido dos imigrantes que vieram para cá à procura de um futuro melhor”. Os deputados também devem: “cuidar da fragilidade dos povos e das pessoas” e estarem atentos à «cultura do descarte» e do «consumismo exacerbado».

Falou também do abandono a que a política deitou as “minorias religiosas, especialmente cristãs, em várias partes do mundo. Comunidades e pessoas estão a ser objecto de bárbaras violências: expulsas de suas casas e pátrias; vendidas como escravas; mortas, decapitadas, crucificadas e queimadas vivas, sob o silêncio vergonhoso e cúmplice de muitos.”

Apelou para a importância da defesa da ecologia e da natureza de que somos “Guardiões, mas não senhores. Por isso, devemos amá-la e respeitá-la; mas, «ao contrário, somos frequentemente levados pela soberba do domínio, da posse, da manipulação, da exploração”; a par duma ecologia ambiental, é preciso a ecologia humana, feita do respeito pela pessoa.

Resumiu o ideal europeu recorrendo à seguinte imagem: “Um dos mais famosos frescos de Rafael que se encontram no Vaticano representa a chamada Escola de Atenas. No centro, estão Platão e Aristóteles. O primeiro com o dedo apontando para o alto, para o mundo das ideias, poderíamos dizer para o céu; o segundo estende a mão para a frente, para o espectador, para a terra, a realidade concreta. Parece-me uma imagem que descreve bem a Europa e a sua história, feita de encontro permanente entre céu e terra, onde o céu indica a abertura ao transcendente, a Deus, que desde sempre caracterizou o homem europeu, e a terra representa a sua capacidade prática e concreta de enfrentar as situações e os problemas.”

Recordou que o que gera a violência não é a glorificação de Deus, mas o seu esquecimento». Deus preserva-nos do domínio das modas e dos poderes do momento.
Recordou também um autor anónimo do século II que escrevia: «os cristãos são no mundo o que a alma é para o corpo».

Chegou a hora de construirmos juntos a Europa que deve girar, não em torno da economia, mas da sacralidade da pessoa humana e dos valores inalienáveis. Concretizando: precisamos de uma nova geração de políticos e de executivos que não se tornem pastores dos lobos mas que defendam as ovelhas dos lobos!
António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
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JOSÉ SÓCRATES O BERLUSCONI PORTUGUÊS?

 O caso insólito de uma Nação inteira em Orgasmo fora do Lugar

António Justo
José Sócrates – o Berlusconi português – parece um figo maduro a gingar na figueira 25 de Abril. Esta tem muitos outros figos prontos a cair e outros ainda a amadurecer, neste jardim outonal de brandos costumes “à beira mar plantado”. Será que Portugal se quer restabelecer? Por enquanto, ainda se encontram muitos outros figos melados bem agarrados à figueira já murcha por tanto chupar e pela já sumida terra do jardim. Mas Portugal se se quer salvar por algum lado há-de começar.Do húmus dos figos caídos talvez a terra se torne fértil.

O Ministério Público na sequência de investigação de casos de crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais mandou deter, José Sócrates (ex-primeiro ministro) para interrogatório judicial, e também um sujeito ligado ao grupo Lena, outro à empresa de Carlos Santos Silva e um outro representante da empresa multinacional farmacêutica Octapharma, de que José Sócrates é empregado desde 2013, segundo informou o jornal Sol.

Muitos “inocentes”, ficaram escandalizados pelo facto de Sócrates ter sido preso no aeroporto de Lisboa às 22H, à chegada de Paris, e lá já se encontrarem as câmaras de TV, caso que os leva a especular sobre “fugas de informações”.

Fuga de informações?! Quando é que as não houve em Portugal? Isto parece conversa encomendada para desviar do assunto principal (a corrupção institucionalizada) para coisas marginais. A opinião pública portuguesa é geralmente encharcada com coisas que falam ao coração para desviar da mente e assim desobrigarem a atenção duma corrupção tanto da esquerda como da direita mas que se quer manter anónima nas caves da nação. Também a justiça e os órgãos do Estado precisam do folclore das detenções para se irem safando; a corrupção também banha as suas praias; não vivêssemos nós num Portugal tão pequenino de amigos e vizinhos.

Também se fala de “Justiça versus Política”! Isso também não, nunca houve; o que sempre houve foi uma política telenovela para o povo português e muitíssimos mações e amigos bem posicionados também na justiça que bem sabem contribuir para a desinformação. Justiça atenta à política seria completamente impossível, no nosso Portugal moderno, atendendo à actividade da maçonaria (de timbre inglês e francês) e outras forças, fomentadoras da promiscuidade política, financeira, dos Media e da Justiça, que manobram a partir de um Portugal subterrâneo, onde se encontram em erupção, desde as Invasões Francesas.

O problema da interferência e conivência entre os poderes é já antigo, é um legado republicano que vem não só da politização da justiça mas da “judicialização” da política que se deve a um Estado minado por organizações fortes, num país pequeno onde todos os grandes se conhecem e se julgam ser a casa do povo de um país ordinariamente partidarizado porque despolitizado. Defender uns para atacar outros implicaria reduzir a questão à alternativa: Lúcifer ou Belzebu; o que significaria continuar a fomentar um pensar bipolar que leva a pactuar com a corrupção!

A Democracia portuguesa está já saturada de corrupção; é de recordar, entre outros, os casos dos diamantes em torno de Soares, dos projectos para um novo aeroporto, das parcerias público-privadas (PPP), da Casa Pia, dos Submarinos, dos vistos gold, de José Sócrates, etc.; tudo deu em águas de bacalhau; tudo isto revela apenas a ponta do icebergue, num Portugal de esquerdas que se tornaram milionárias quando queriam acabar com as direitas milionárias.

Chegou a hora em que seria óbvio salvar a honra da República e devolver a dignidade ao povo, deixando de continuar a pensar apenas no tradicional sistema bipolar. Seria chegada a hora de saudar e apoiar as forças do Ministério Público e de Juízes que mostrem caracter e boa intenção, para que se comece a arrumar com o suborno e a corrupção encostada ao Estado Português; em vez disso enxovalha-se o juiz que precisaria da força de uma opinião pública renovada, para se atreverem a iniciar outros processos. Muitos acólitos dos diferentes senhorios ficam medrosos e logo se apressam a desculpar a corrupção vigente, com o argumento que personalidades do outro partido também são corruptas, segundo a máxima: os meus são ladrõezitos e os dos outros são ladrões. Nesta lógica, do salve-se a ladroeira, legitima-se toda a corrupção e o país em vez de se regenerar continua a masturbar-se, como sempre.

A coragem do juiz poderia ser um sinal de que a honradez e a justiça de muita gente desorganizada mas honrada querem ter palavra em Portugal. Naturalmente, também a Justiça deveria, para se tornar credível, proferir um mea culpa e deixar de se servir de direitos reservados para deputados, secretários de estado e ministros; não o faz porque acima da Justiça imperam certamente outros interesses e outras ordens.

Se o povo não está atento, e não pode está-lo, esta será a hora dos operadores subterrâneos do Estado que desconversarão sobre esta “tragédia pessoal” de grande quilate, de modo a ficar tudo na mesma, com tudo a favor da contínua tragédia de um povo indefeso. Partidarizar o discurso é justificar a corrupção que em Portugal é institucional, como já foi constatado publicamente.

Sem a mudança radical da justiça portuguesa, Portugal não toma emenda. Portugal não tomará emenda enquanto continuar a analisar a sua vida sob as perspectivas partidárias.

A prisão de José Sócrates parece um acto desesperado no sentido de recuperar alguns créditos na confiança popular. Naturalmente, para engavetar este tubarão teriam de engavetar muitíssimos outros e estes não deixam porque são todos amigos entre si e a rede que os assiste foi feita à prova de corrupção. Em Portugal, e em países frágeis, em vez de se engavetar os criminosos engavetam-se os processos.

A questão é de tal modo enredada e a luta das famílias tradicionais e das famílias partidárias é tal, num Portugal pequenino mas dos grandinhos, que não deixa espaço para uma solução satisfatória. Enquanto em Portugal, para se subir, for preciso entrar em instituições parasitas do Estado, não será possível formar-se uma alternativa honrosa.

Sócrates, ex-primeiro ministro português, agora o número 44 da Prisão de Évora, é uma grande oportunidade para toda a nação pensar sobre as razões que levaram Portugal e as instituições portuguesas a chegar ao ponto extremo onde chegaram.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

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