Num discurso polémico, Donald Trump acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de ser um “ditador” sem legitimidade constitucional para o cargo que ocupa, responsabilizando-o ainda pelo conflito em curso. No entanto, uma análise mais justa e contextualizada revela que a Ucrânia foi, na realidade, um “cavalo de Troia” no jogo geopolítico entre os Estados Unidos, a Rússia, a União Europeia e a NATO com a cumplicidade de Zelensky que juntou em si o próprio oportunismo e o oportunismo cínico da União Europeia.
Os media, ao assumirem uma narrativa alinhada com os interesses dos EUA, da UE e da NATO, agora enfrentam um dilema: ou confrontam Trump diretamente ou adotam uma postura ambígua, na esperança de que o público esqueça o papel que desempenharam ao propagar uma informação pós-factual. Mais que confrontarem-se com Trump procurarão continuar a acentua só os seus podres porque só assim poderão assumir a atitude de Pilatos, para poderem manter a impressão de terem o rosto limpo.
Os dias de Zelensky parecem estar contados. De herói estilizado, transformou-se num cúmplice e, agora, numa vítima da geopolítica global. Uma Europa irresponsável e Biden impediram-no de aceitar negociações de paz oferecidas por mediadores como Turquia, Brasil e China, deixando-o agora isolado num conflito que já não controla.
Zelensky, o nacionalista que se tornou marionete de Biden, da NATO e da UE, confiou o futuro do seu país às mãos da União Europeia. Agora, vê-se sozinho, sem razão, sem legitimidade constitucional e sem o apoio que esperava. A UE, cúmplice nesta crise, tenta agora recuperar alguma dignidade numa luta que, desde o início, foi imoral e indigna para com o povo ucraniano e europeu.
A narrativa pós-factual, impulsionada pelas elites e pelos media, enganou milhões. A democracia europeia está a ser conduzida para uma “democratura”, onde a desinformação e os interesses oligárquicos prevalecem sobre a verdade e a vontade popular.
É tempo de compaixão pelo povo ucraniano, simples e sofrido, e pelo povo europeu, que foi levado por uma narrativa falsa. À medida que as verdades emergem, muitas surpresas aguardam aqueles que confiaram cegamente nos seus líderes e nos media.
A hora chegou para os cidadãos começarem a pensar pelas suas próprias cabeças, questionando as narrativas dominantes e buscando a verdade além dos noticiários televisivos.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Alguém com a informação mínima e que tenha acompanhado até agora o conflito Ucrânia – Rússia, facilmente se apercebeu após a entrada de Trump no “teatro”, quais são as pretensões e qual era a relação de Zelenski, antes e após invasão Russa com Biden e a sua “Grupeta”…
Já em 2014 escrevi um artigo apresentando o que na altura es estava a passar na Ucrânia que se tornaria vítima da Geopolítica e doo oportunismo alemão e europeu. No meio de tudo isto tenho compaixão do povo ucraniano simples e do povo europeu que foi enganado todo o tempo e pessoas como eu que partiam da análise factual eram apelidadas de putinistas pelos media.
António Cunha Duarte Justo, eu recordo bem esse artigo e apoiei. Fomos largamente criticados, mas o tempo encarregou-se de mostrar ao mundo a verdade.
Tenho muita pena do povo da Ucrânia sem dúvida a maior vítima dos interesses todos
Herculano Raposo , caro amigo, agradeço as suas palavras e o apoio que demonstrou em relação ao artigo que escrevi em 2014. De facto é para mim consolador seguir o que diz porque por ter procurado ser o mais isento possível, ao contrário da narrativa das TVs cheguei a perder a amizade de colegas professores amigos e de outras pessoas que me observaram com a distância que o mainstream lhes ensinava. De facto, na altura, muitas das análises que apontavam para o conflito ucraniano como resultado de interesses geopolíticos e económicos foram recebidas com cepticismo e até crítica. No entanto, como bem referiu, o tempo acabou por revelar a complexidade da situação e confirmar muitas das preocupações que então expusemos.
É triste constatar que, anos depois, o povo ucraniano continua a ser a principal vítima deste conflito, pagando um preço demasiado alto por jogos de poder que ultrapassam as suas fronteiras. A Ucrânia tornou-se, infelizmente, um palco de disputas que reflectem não só as ambições regionais, mas também os interesses globais de grandes potências.
Agradeço mais uma vez o seu apoio e a partilha de reflexões que, infelizmente, se mantêm actuais. Esperemos que, num futuro próximo, a paz e a estabilidade possam ser alcançadas, colocando os interesses do povo ucraniano e o povo europeu no centro das decisões.
Trump no seu melhor!.
Jaime F Carvalho , mais uma cena do teatro para também com a EU continuarem a iludir o povo europeu
António Cunha Duarte Justo exatamente. Mas como vê aqui , há ainda muita acefalopatia e iliteracia.
Fátima, é curioso como sempre que alguém desafia o pensamento dominante, a resposta imediata é desqualificá-lo pessoalmente em vez de discutir as suas ideias. Trump pode ter defeitos (como qualquer político), mas dizer que ele ‘não demonstra nada a ninguém’ ignora o facto de que ele representa um movimento que rejeita a destruição das bases da cultura ocidental promovida pela esquerda que tem dominado as estruturas de estado da EU. Se ele só pensasse nos seus próprios interesses, por que razão enfrenta ataques constantes da máquina mediática e política? Quanto à senilidade, se isso fosse critério para descartar um líder, Biden, que mal consegue terminar frases coerentes, já teria sido afastado há muito. A questão aqui não é a idade, mas sim a de quem tem um projeto político claro, e uma visão para o país, baseados no conservadorismo e na oposição ao que muitos chamam de “agenda woke”. Podemos não concordar com tudo o que ele faz, mas ao menos ele não se esconde atrás de discursos vazios e de uma agenda que ninguém votou e que nos tem sido imposta através de agendas e activismo orientado por ONGs ideológicas contra as bases da nossa cultura ocidental (contra cristianismo, pátria e família).
Zelenskyj nao quer perder sozinho! No fim o desfecho será o de uma NATO desqualificada e derrotada como no Afeganistão
António Cunha Duarte Justo … E os russos no Afeganistão?…
Céu Lourenço , os russos prenderam a conhecer a fortaleza do islão com a sua derrota e deixaram-nos em paz, mas os aliados do ocidente ingénuo fizeram o mesmo erro de se meterem com eles e foram derrotados também! Agora a EU investiu tudo na guerra contra a Rússia, embora sabendo que um país nuclear não se vence, e procuram hipocritamente dar a impressão que estão a defender a liberdade quando o que defendem são os interesses económicos de uma Alemanha e outros estados fortes nas riquezas da Ucrânia.
Antonio da Cunha Duarte Justo., quem realmente é o agressor? Quem iniciou esta guerra? A Rússia é o país mais imperialista no Mundo. E sugiro á NATO que instale mísseis nucleares na Polónia. Putin. assim teria uma certeza: se desencadear uma nova guerra, será a guerra total.
Miguel Magalhaes , agradeço o seu comentário e a oportunidade de aprofundar este debate tão importante. A questão que levanta sobre quem é o agressor e quem iniciou a guerra é central para entender o conflito, mas também é uma questão complexa que não pode ser reduzida a uma simples atribuição de culpa unilateral.
Concordo que a Rússia, ao invadir a Ucrânia em 2022, cometeu um ato flagrante de violação do direito internacional e da soberania de um Estado independente. Esse ato é, sem dúvida, condenável e trouxe consequências devastadoras para a população ucraniana e para o povo europeu ao colocar sanções. No entanto, a minha posição no artigo vai além de identificar um único culpado, pois acredito que conflitos desta magnitude raramente surgem de uma única ação ou de um único ator.
A expansão da NATO desde o fim da Guerra Fria, especialmente após 2007, e a sua aproximação às fronteiras russas, foi interpretada pela Rússia como uma ameaça à sua segurança e esfera de influência. Isso não justifica a invasão, mas ajuda a entender o contexto em que ela ocorreu. A guerra na Ucrânia, como muitos conflitos modernos, é também uma guerra por procuração, onde interesses geopolíticos maiores estão em jogo, e onde tanto a Rússia quanto o Ocidente têm responsabilidades.
Quanto à sua sugestão de instalar mísseis nucleares na Polónia, entendo que a intenção é dissuadir futuras agressões, mas acredito que a escalada militar e nuclear só aumentaria os riscos de um conflito ainda mais catastrófico e na Alemanha já se encontram as bases americanas. A história mostra que a diplomacia e a busca de soluções políticas, por mais difíceis que sejam, são preferíveis à ameaça de destruição mútua.
A Rússia, como potência global, tem um histórico de ações imperialistas, mas o mesmo pode ser dito de outras potências, incluindo os EUA e membros da NATO, em diferentes contextos históricos. O que precisamos é de uma reflexão crítica sobre como evitar que esses ciclos de violência e expansão geopolítica se repitam.
Em suma, acredito que todos os envolvidos têm uma parcela de responsabilidade no conflito, e a solução passa por reconhecer essas complexidades e trabalhar para uma paz duradoura, em vez de alimentar mais divisões e hostilidades.
No caso russo, a guerra podemos dizer que “conduziu” a política, no caso ucraniano foi a política que determinou e conduziu a guerra, conforme interesses e vontades pouco pragmáticas. Desde o inicio o dialogo deveria ter prevalecido, pois sabia-se muito bem que a Rússia jamais iria desistir das suas pretensões e não iria permitir que a a aliança atlântica fizesse fronteira com tua a sua fronteira ocidental. No entanto, uma fala assim era taxada de putinista, ainda me lembro bem disso, mas agora os tais pouco ponderados levaram um balde de água fria da realidade provocado pelo amor Putin/Trump. Afinal, até o presidente do Brasil estava correto ao dizer, tem de conversar e vai ter de haver cedências, mas também foi duramente criticado por isso.
Nelson Luis Carvalho Fernandes , Concordo plenamente que o diálogo deveria ter prevalecido desde o início. A Rússia deixou claro, ao longo dos anos, que via a expansão da NATO como uma ameaça direta à sua segurança e esfera de influência, e ignorar essa preocupação foi um erro estratégico. A política, tanto no lado ucraniano quanto no ocidental, muitas vezes priorizou ideais em detrimento do pragmatismo, o que acabou por alimentar tensões em vez de resolvê-las.
É triste ver que vozes que defendiam a diplomacia e a negociação foram taxadas de “putinistas” ou criticadas de forma simplista; esse discurso foi fomentado pelos nossos políticos, mais administradores de agendas do que governantes e pelos media tranformados em acólitos das elites do regime . Agora, colhemos os frutos dessa falta de ponderação. Como bem menciona, até o presidente do Brasil estava correto ao destacar a necessidade de conversas e cedências mútuas, algo que é essencial em qualquer resolução de conflito.
A realidade mostrou que a escalada militar e a retórica belicista só agravaram a situação. Espero que, no futuro, prevaleça a sabedoria de buscar soluções diplomáticas, mesmo que isso exija compromissos difíceis de ambos os lados.