Bem fala Frei Sampaio…

… mas não olhem…
Jorge Sampaio, num colóquio no Porto, afirma que a democracia vive uma crise de confiança e de afirmação.
A crise da democracia e de confiança que Jorge Sampaio ajudou a criar, tal como outros, é fácil de diagnosticar quando se vive longe do poder.
Mau é que os que beneficiam mais da democracia e se servem dela se arvorem agora em profetas ou em críticos do sistema. Deixem esse papel aos que pagam para a democracia. Doutro modo ainda a desacreditam mais, dando a impressão que não lhes chega a mama querendo também a vaca.
Sampaio ao afirmar que «o papel do Estado tem de ser melhorado para dar resposta às expectativas dos cidadãos e para restabelecer a sua confiança, que está abalada nos mecanismos da democracia representativa» erra na receita e na concepção de Estado.
Não queremos um Estado paternalista; nós é que fazemos e ajudamos o Estado. O que os portugueses precisam é menos Estado, menos partidos e mais responsabilidade. Quanto mais Estado mais parasitismo. O Estado tem de se limitar a assegurar as funções fundamentais, como, infra-estruturas, defesa, ordem interna, administração e criação do enquadramento propício ao desenvolvimento livre de cada um e na defesa para os cidadãos poderem dedicar-se às tarefas individuais e sociais para seu bem e no sentido do bem – comum. O Estado hoje já não consegue dar conta do recado. Dar-lhe mais encargos pior ainda. Reestruturem-no primeiro e depois falem.
Sampaio lamenta a fraca participação nos actos eleitorais. Mas o problema maior é que o senhor Jorge Sampaio o que quer é mais Estado e mais partido e isso significa menos povo, ou povo como verbo-de-encher! Mais que estratégias de mobilização do povo ao voto interessa uma política que o leve a participar mais.
António Justo
Alemanha

António da Cunha Duarte Justo

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

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