PORTUGAL COM “SUCESSO” NA VENDA DA DÍVIDA PÚBLICA – Turbo-capitalismo e Globalização selvagem


Sucesso falso porque hipoteca Próximas Gerações e apenas serve o Governo

António Justo

Portugal conseguiu o empréstimo de dinheiro novo, no mercado do capital, no valor de 1250 mil milhões de Euros. Os portugueses têm de pagar, pelas Obrigações do Tesouro (dívida pública vendida), juros relativamente baixos. Como refere a imprensa internacional, do crédito recebido, paga 5,4% pelas Obrigações terminadas em Outubro de 2014 e 6,7% pelas que terminam em 2020.


As condições são relativamente favoráveis, atendendo à recessão de 1,3% da economia portuguesa prevista para 2011, à montanha de dívidas e aos juros a terem de ser liquidados no ano corrente.


Muitos observadores internacionais admiraram-se pelo facto de o Governo português não ter recorrido ao crédito do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEER), financiado pela EU e pelo Fundo Monetário. A renúncia ao FEEF, embora de juros mais baixos, explica-se pelo facto do Governo não querer dar já parte de fraco, como fez a Grécia, e ir aguentando até depois das eleições a realizar, este ano, em Portugal.


Técnicos internacionais prevêem para Portugal o recurso ao FEEF porque vai precisar de pedir um empréstimo de 20.000 milhões de euros em 2011, através da edição de Obrigações do Tesouro.


O fundo de resgate europeu já conta com a necessidade de 100 mil milhões de ajuda a Portugal.


Portugal, apesar da retórica contrária de Sócrates, terá de recorrer ao fundo de resgate europeu. No entender da França e da Alemanha, Portugal não poderá receber, por muito tempo, crédito do mercado do capital. Depois das eleições presidenciais, a realizar ainda em 22 e 23 de Janeiro, os portugueses serão confrontados com novas dívidas a fazer. Na filosofia económica em voga, então só o FEEF os poderá salvar. O Governo poderá então explicar melhor ao povo o porquê da necessidade de recurso ao fundo de resgate europeu e consequente intervenção da EU no controlo das finanças portuguesas.


Os credores internacionais concedem crédito porque sabem que a EU fará com Portugal como fez com a Grécia. O economista americano Nouriel Roubini revelou ao semanário alemão Der Spiegel: “Finalmente será utilizado o dinheiro dos contribuintes alemães para acabar com a crise de dívidas noutros países”. Certamente que a Alemanha tem sido a que mais beneficia com o Euro e a exportação. Apesar de tudo, muitos alemães expressam, cada vez mais, a saudade da sua antiga moeda, o Marco alemão. Se os alemães e os franceses tiverem de apertar mais o cinto, os portugueses muito mais o apertarão.


Os estados fortes da EU tremem com medo da inflação do Euro. O português, José Manuel Barroso, Presidente da Comissão Europeia, preocupado em “fazer o necessário para defender a estabilidade financeira”, alerta a EU para a necessidade de alargar o fundo de resgate europeu (FEEF) .


Espera-se que na Cimeira da EU a 4 de Fevereiro suba o actual fundo para 750 mil milhões de Euros. A chanceler alemã não se pronuncia sobre o assunto. Este é um ano de muitas eleições na Alemanha e aqui o cidadão contribuinte é bastante contra medidas de que ele, ao fim e ao cabo, é o único fiador. Interessante que o seu ministro das finanças Wolfgang Schäuble quer que se elevem os fundos de salvação europeia para um milhão de milhões de euros. Ele sabe que Portugal só poderá ser safo com o apoio do FEEF.


Turbo-capitalismo e Globalização selvagem


Schäuble já prevê os próximos candidatos à insolvência, Espanha e Bélgica. Uma Europa e um mundo livres, a nível financeiro, tornam-se em parasitas das economias nacionais. O que o contribuinte paga para a FEEF e para a salvação dos Bancos torna-se num buraco sem fundo a ir parar aos bolsos dos Bancos e das Bolsas.


O que está a acontecer na Europa e no mundo, a nível financeiro, é um crime a saldar pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos. A banca rota dos estados preanuncia-se numa queda como as peças de dominó.


Em Bruxelas, os chefes de governo exibem-se ma dança dos símbolos. Irrealistas, querem melhorar a capacidade de concorrência mas tudo à custa dos trabalhadores. No mercado financeiro as regras não são iguais para todos vivendo este à custa de economias fracas. A chance dos bancos fortes está na insegurança das finanças dos estados. Por isso estabilizam num lado para desestabilizar no outro. Encontramo-nos no caminho falso, de engano em engano, adiando a derrocada. Naturalmente que muitos dos medos que correm provêem duma vida saturada a perder o arrecadado. Quem começou por vender as jóias arrecadadas dos valores culturais não se pode admirar se no fim lhe for apresentada a conta do desregramento.


A ditadura mundial do capital financeiro encontra, na globalização selvagem, a sua maior oportunidade. As suas estruturas são falsas e falaciosas. A sua ética destrói toda a ética social e desonra a consciência do cidadão que, imperceptivelmente, se torna cúmplice dum sistema injusto e corrupto.


Já Jean-Paul Sartre dizia que, para se amar o Homem, se tinha de odiar o que o oprime! Isto pressupõe a domesticação das estruturas, dos estados, dos partidos e dos boys das grandes organizações nacionais e internacionais. A Terra e o Homem encontram-se a saque! Tudo vê mas ninguém nota! Tudo se queixa mas confia na “bênção” dos Bancos e na “metafísica” do mercado que promete a realização do paraíso no consumo.


Não se pode continuar a reduzir a ética das finanças e da economia a uma ética do bom tempo. Os lucros não podem continuar a ser comprados com a moral, o sangue do povo!



António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com


FELICIDADE – UM BEM A DESCOBRIR


Na infelicidade andamos desencontrados de nós mesmos

António Justo


Numa altura em que vivia em comunidade, foi assinalada, com surpresa, a minha afirmação de viver feliz mas sem gozo.


A felicidade, a alegria interior, não tem razão para o ser. Acontece no centro de nós mesmos, à margem de razões para isso. Já o gozo não; ele depende das circunstâncias, depende também do outro. Geralmente andamos à nossa procura, angariando fora de nós o que está dentro. Distraídos esquecemo-nos que dentro e fora são pólos duma mesma realidade mais profunda; a verdadeira vivência (felicidade) acontece no centro de nós mesmos onde se encontra um tesouro soterrado.


No cruzamento do nosso corpo com o nosso espírito encontra-se a onda de ressonância com o todo, com o universo. No chão (no nivelado) do espaço e do tempo não há só a dimensão do horizontal, a linha do passado e do futuro nem apenas a linha vertical do alto e do baixo, do céu e da terra. A Realidade é a-perspectiva, nela tudo flúi, tudo é complementar. Os extremos tornam-se becos sem saída, verdadeiros desvios da Realidade. A felicidade acontece no meio, no aqui e agora duma Realidade mais abrangente entre o pólo material e espiritual. Os extremos tocam-se e no seu limiar ressoa a onda do transcendente e do imanente. Acontece incarnação e ressurreição numa complementaridade de ciência arte e religião.


A felicidade depende de nós, é uma condição de espírito, do nós a caminho. A felicidade é um filão que jorra no nosso íntimo sem passado nem futuro, sempre presente na vivência dum presente no todo a acontecer (kairos). Não pode ser procurada no passado nem no futuro, na recordação nem na aspiração. Estas são a parte de fora de nós, uma visão numa perspectiva determinada. Aí, as ideias e os sentimentos circulam sem nós e até mesmo contra nós. Do mirante do nosso intelecto apenas podemos fotografar a realidade, à margem da mesma, com as tonalidades positivas ou negativas das nossas ideias que determinarão a matriz (o negativo) dos nossos sentimentos. Aquele formata grande parte da vida que passa a ser uma cisma sobre ideias e sentimentos: um depender de ideias, um viver em segunda mão. Em vez de actores da vida tornamo-nos espectadores perante um palco de ideias positivas ou negativas. Geralmente permanecemos numa ideia positiva ou negativa ampliada num sentimento de gozo ou de sofrimento. Por isso andamos desencontrados de nós mesmos, longe da Realidade e consequentemente distantes da felicidade.


Assim a procura da felicidade torna-se vã pois não reconhece a realidade de nós e do mundo. De facto, a vida, tal como a natureza tem altos e baixos, vales e montanhas, Inverno e Verão. Ela é mudança sendo-lhe subjacente a alegria de viver. A felicidade não está no pensamento como o ano, a natureza, não se reduz ao tempo. A vida, a felicidade encontra-se na graça do viver.


A realização de desejos é apenas como a brisa que passa, que movimenta as folhas na sua superfície dando-lhes o gozo da frescura. A mesma brisa, porém, no Inverno acentua o sentimento do frio presente. Se reconhecemos, no nosso ser, o ser da temperatura, o frio e o calor serão apenas momentos da sua realidade. Se no Inverno nos tornamos infelizes por não termos o Verão procuramos fora de nós o que está dentro de nós, o verão e o Inverno, o gozo e o sofrimento. Não podemos colocar a nossa felicidade no aparecer das folhas primaveris porque então a sua perda no Outono trará consigo a lamentação. O acto de dar à luz é processo, faz parte integrante do acto da geração e da gestação. “No princípio era a Informação (o Verbo) e esta se fez carne” constatava João e Paulo tinha a experiência do “Cristo (o Outro) vive em mim”.


O gozo e o sofrimento são como o ir e vir, como a melodia, em tom maior ou menor, do acenar das folhas das árvores no passar do vento. Também nós, como o tempo e o vento, sempre em fuga descontente, fugimos à mudança na procura dalguma folha fixa. De nós e da realidade registamos apenas a fuga, a passagem, as folhas puxadas pelo vento que caem no Outono, sem percebermos que na sua queda se abre um novo horizonte, que no cair da folha se mostra o ser da árvore. O sentimento profundo da felicidade acontece na mudança, na metanóia e não num momento cristalizado duma queda aparente. Nela a melodia da felicidade trespassa os tons do gozo e da dor.


Num registo linear da vida somos levados a registar apenas os momentos de alegria e de sofrimento, numa realidade mais profunda. Não somos só palco; somos mais que o tempo, mais que as estações do ano, mais que obrigações e necessidades do dia a dia. Somos mais do que o clima e o tempo que parece e aparece.


Partindo duma pedagogia dialéctica para dominar o dia a dia, e chegarmos à felicidade há que começar por abdicar de ideias e de sentimentos negativos e esperar pelo despertar da Primavera em nós. Então virão os passarinhos abrigar-se nos nossos ramos, nas hastes da nossa natureza e farão nelas os seus ninhos. E nós, como parte da sua melodia, ingressados no seu espírito, estaremos, então, preparados para tomar decisões na ressonância com o todo.


Estamos chamados a dar à luz a realidade e não só a pensá-la a partir do de fora dela. Será preciso gerá-la no nosso interior e libertar-se dela, num acto de partilha e libertação, como o da parturiente… Para isso há que mobilizar a vontade na descoberta da essência do nosso ser e descobrir o ciclo das próprias dependências e hábitos. Então reconheceremos em nós a essência da natureza com as suas estações à superfície, o nosso ser de árvore que para dar novos frutos (alegria) perde as folhas (sofrimento) arrastadas pelas ventanias do Outono. Pressupõe-se um processo de desprendimento de ideias e de desapego de sentimentos, um deixar de ter e possuir para ser. Abertura e desprendimento não significam engolir sem mastigar mas pressupõem uma atitude de reconhecimento e agradecimento perante tudo e todos. Tudo é oferta, e, uma vez em sintonia com o todo tornamo-nos benevolentes, passando a abençoar-nos ao abençoarmos o mundo.


A alegria antecipada é a irmã do medo. Podem, por vezes, implicar alívio. Não é o outro que me pode tornar feliz ou infeliz; com ele posso ser feliz. Não se trata de ter uma alegria, um gozo ou uma tristeza. A felicidade acontece a nível não do ter mas do ser. Ela vem de dentro e não de fora. De fora vem o gozo e o sofrimento que se dão no ego. Muitas vezes usamos como substitutos da felicidade o sexo, o álcool, a comida. Procuramos apenas ter, dominar e receber reconhecimento, quando o essencial seria procurar entrar na ressonância com o outro.


A felicidade é um estado que suporta o gozo e a dor. Quem procura o gozo ou foge à dor anda sempre dois paços atrás da felicidade e três atrás de si. Parte da falta e não da abundância. A felicidade encontrada e vivida é como o Sol que traz calor à paisagem. No interior sábio, de cada um de nós, encontram-se as correntes das melhores ideias e dos melhores sentimentos. Trata-se de abrir caminho para elas e então virão ao de fora na estação apropriada. Então chegará observar sem analisar para descrever sem explicar.


No teatro da vida actua-se, não se prestam provas. Cada qual tem o seu ciclo de tempo com os seus ciclones e anticiclones, pressões e depressões. Uma nova consciência da realidade, na complementaridade da pequenez e da grandeza, do espírito e da matéria, do eu e do outro, conduz a uma nova vivência da Realidade una e diversa. A participação na divindade conduz à compenetração do que o Evangelho descreve como experiência do reino de Deus. Aí acaba a imanência e a transcendência. A transcendência emerge na criação como o som musical da guitarra na harmonia das notas. Aí acontece individuação na consonância da tríade eu tu nós. Ao tocarmos as cordas do nosso interior possibilitamos a experiência da felicidade em nós como ressonância do divino no ser que Ele também é. Uma vez entrados na casa do ser onde mora a deidade as tempestades e bonanças das nossas ideias e sentimentos passam a ser parte integrante da vida sendo vistas e sentidas como o ruído que o vendaval provoca ao passar no telhado, na distância do aconchego da casa.


Para lá do alto do conhecimento e da profundidade do sentimento há outros horizontes a descobrir: os horizontes da experiência alargada da ipseidade e alteridade em tudo presente e a tudo comum. Na sua relação se realiza a individuação, que se torna pessoa.


Para além do horizonte do nosso eu descobrimos um tu possibilitador do nós. Aí no mar do mistério adquirimos uma dimensão consciente da totalidade. Para lá do horizonte do nosso eu, entramos no fluido da mudança realizado na fórmula Tríade que resume a mística ocidental. Então passaremos da consciência do diálogo para a dinâmica do triálogo. Aí chegados, a nova consciência entende a dicotomia não se deixa enredar nela.


António da Cunha Duarte Justo

Pedagogo e Teólogo

Pegadas do Tempo

antoniocunhajusto@googlemail.com

Warum werden die Christen in der Welt am meisten verfolgt?

Verfolgung der Christen im Wort und Tat

Selbstmordattentat in Alexandria mit 21 Toten

António Justo

Die  Christen sind die am meisten verfolgte Gruppe der Welt. Sie sind Zielscheibe von Rassisten und sogar von so genannten Antirassisten. In der arabischen und asiatischen Welt werden sie mit gewalttätigen Anschlägen und Diskriminierung verfolgt, im Westen mit der Waffe des Wortes. Es ist salonfähig, in der Presse und Öffentlichkeit Anti-Christ zu sein oder die Attacken gegen Christen mit der Vergangenheit zu rechtfertigen. Ein hinterlistiger Kampf von Militanten des Säkularismus gegen das Christentum versucht alles, was an Abscheulichkeiten in der Geschichte bezüglich Ökonomie und Politik geschah, nicht auf die Burger im allgemeinen, sondern auf die Christen zu lenken. Es ist chic, von Antisemitismus, anti-arabischen Vorurteilen zu sprechen, aber es schickt sich nicht, von Anti-Christentum bzw. von Anti-Katholizismus  zu sprechen.

Die Christenverfolgung mit seit 100 Jahren mehr Todesopfern als in der gesamten Geschichte des Christentums wird in den Massenmedien selten thematisiert, was aufgrund der Wehrlosigkeit von Christen nicht auffällt. Ja, in der deutschen Umgangssprache existiert eigentlich gar nicht der Begriff „Anti-Kristentum“. Was nicht in den Begriffen nicht existiert, existiert auch nicht im Bewusstsein. Man verteidigt die einen, während man  gegen den anderen hetzt. Das Anti-Christentum wird in den Medien vernachlässigt. Es scheint dass wer kein Feindbild Islam etc. hat, braucht das Feindbild Christentum. Der Kulturrassismus zeigt sich mitleidig gegenüber der Diskriminierung kleiner Minderheiten anderen Kulturen.


Es wird mit zwei Maßen gemessen. Was in islamischen Staaten geschieht, wird als Werk von Extremisten betrachtet, was jedoch in unserer Kultur in der Vergangenheit an Schlechtem geschah, wird als Werk von Christen gesehen! Es fehlt die Einsicht und die Menschlichkeit. Die Verleumdung von Minderheiten wird als Vorurteil gesehen, die Verleumdung von der Mehrheit wird legitimiert.


Vorurteile gegen Muslime werden geächtet, während Vorurteile gegen Christen  gepflegt werden. Die Medien sprechen in den Überschriften von „Gewalt nach Anschlag auf  Kirche“, die Menschen, die in der Kirche getötet wurden, bekommen eine kleiner gedruckte Zeile.


Warum werden die Christen in der Welt am meisten verfolgt?

Das Christentum ist ein Störfaktor für alle Machthaber, weil es die Interessen des Menschen in der Mitte stellt und Interessen von Ökonomie, Ideologien und Kulturen an zweite Stelle setzt. Alle Machtstrukturen sehen es nicht gern, dass eine Struktur wie die Weltkirche für Menschen ohne Stimme spricht. Viele Machthaber stellen fest, dass immer da, wo Christen waren, die Demokratie, politische und religiöse Freiheit und Menschenwürde angefangen haben zu keimen. Das Christentum ist nicht gebunden an eine Rasse, an eine Kultur, ein System oder eine Idee; sein Ort ist der Mensch, und sein Gott befindet sich in der Mitte jedes Menschen unabhängig von seinem religiösen Bekenntnis. Das stört und wird zur „Bedrohung“ für jeden, der sein Geschäft machen will auf Kosten des Menschen. Das Christentum wird überall verfolgt, weil es mehr als eine Religion ist, weil es nicht einer Kultur angehört, sondern eine Religion, eine Philosophie des Menschen ist. Die Menschenwürde liegt im Menschen selbst und nicht in der Kultur, Religion oder Nation! Der Ort Gottes ist der Mensch und das stört alle Machtstrukturen und Ideologien. So können sie nicht die ganze Macht über die Menschen haben. Deswegen versuchen Machthaber, sich seiner zu bemächtigen oder es zu verfolgen.



Am Weihnachten wurden in Nigeria 86 Christen ermordet; auf den Philippinen verletzte eine Bombe 11 Christen in der Weihnachtsmesse; im Irak wurden die Weihnachtsfeierlichkeiten verhindert wegen Drohungen, und an Silvester wurden 21 Christen ermordet und 97 verletzt in einer Kirche in Ägypten, etc.


Der jüdische Philosoph Bernard Henry Levy stellt fest: „Die Christen bilden heute auf planetarischer Ebene die Gemeinschaft, die auf die gewalttätigste Weise verfolgt wird bei größter Unanfechtbarkeit der Täter.“ Diese Wirklichkeit wird verschwiegen und sogar gerechtfertigt, als ob die ganze Misere der Welt und der ganze Kolonialismus Werk von Christen wäre.


Der Mordanschlag in Ägypten wird zwar dem Terrornetz außerhalb des Landes zugeschrieben, und die ägyptische Regierung tut so, als ob Kopten gleichberechtigt wären. Sie werden aber massiv diskriminiert. Andererseits versucht man, sie durch finanzielle und berufliche Angebote zur Konversion zum Islam zu bewegen, weshalb ihre Zahl stetig abnimmt. Die islamische Welt geht immer in die Offensive, wenn sie mehr als 50 % der Bevölkerung einnimmt, in der Art, dass versucht wird, Minderheiten auf die eine oder andere Art zu reduzieren.

Die Verfolgung der Christen in der Türkei zeitigte „Erfolge“ mit dem Holocaust an den armenischen Christen, so dass die christliche Bevölkerung in der Türkei innerhalb von 100 Jahren von 25% auf 0,1% der Bevölkerung fiel. Eine ähnliche Entwicklung, wenn auch ohne Holocaust geschah in Ägypten und anderen Ländern. Im Irak sank der christliche Bevölkerungsanteil nach dem Sturz von Saddam Hussein von 1,5 Millionen auf weniger als eine halbe Million. Islamische Länder sind entweder die Hölle oder das Fegfeuer der Christen. Aber unsere Politiker glauben nicht an der Hölle, deswegen gibt es für die Christen in Ländern, in denen sie verfolgt werden, auch keine aussicht auf den Himmel.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

PORQUE SÃO CRISTÃOS OS MAIS PERSEGUIDOS EM TODO O MUNDO?


PERSEGUIDOS POR PALAVRAS E OBRAS

Atentados Suicidas em Igrejas mataram inúmeros Cristãos na Época do Natal

António Justo

A perseguição aos cristãos matou mais pessoas nos últimos cem anos do que em toda a sua História anterior. O anti-cristianismo raramente é tematizado nos Meios de Comunicação Social pelo facto de os cristãos não se defenderem e assim não se tornarem públicos. Na linguagem corrente o conceito “anti-cristianismo” não é usado. O que não existe nos conceitos não existe na consciência do povo!…


Os cristãos são o grupo mais perseguido do mundo. São alvo de racistas e de pretensos anti-racistas. No mundo árabe e asiático são vítimas de assassinos, perseguição e racismo. Entre nós são vítimas da arma da palavra ou do esquecimento. Tornou-se chique, na opinião publicada e em conversas privadas, ser-se anticristão, anti-papa ou até justificar-se os ataques à bomba de hoje com o passado, como cruzadas, etc. Uma luta cultural insidiosa de militantes do secularismo contra o catolicismo/cristianismo procura atribuir, tudo o que houve de abominável na história política e económica, aos cristãos e não ao cidadão ou ao governo secular de então. Sem se diferenciar, reduz-se o Cristianismo a um bidé onde se lavam as próprias impurezas.


Tornou-se chique falar de anti-semitismo, de anti-arabismo, anticomunismo, de racismo contra ciganos mas não é chique falar-se de anti-cristianismo ou de anti-catolicismo. Vê-se o argueiro no olho dos outros mas não se nota a tranca que se tem nos próprios olhos. Atacam-se os outros para se defender os seus. O anti-cristianismo é descurado nos Media porque os cristãos não se defendem e porque os extremistas do secularismo iluminado precisam do catolicismo como área de projecção, como terreno inimigo a combater. Quem não tem o Islão e outros como inimigo precisa do cristianismo como adversário. O racismo cultural solidariza-se contra os preconceitos contra minorias de outras culturas e aninha-se na própria cultura numa opinião publicada enegrecedora do Cristianismo e falsificadora dos factos. Vive-se bem da mentira das meias verdades. Facto é que o Homem tem em si partes divinas e partes diabólicas independentemente de seu ser de cristão, maçónico, comunista ou capitalista, etc.

Mede-se com duas medidas. O que acontece de mau nos países muçulmanos é visto como obra de extremistas, porém o que aconteceu de mal na História passada é visto como obra dos cristãos. Na nossa sociedade, a difamação de minorias é vista como preconceito, enquanto a difamação de maiorias é legitimada ou aceite. Falta o conhecimento e humanidade. O preconceito contra o Islão deixa de o ser quando se expressa contra os cristãos.

Os Media nos seus títulos falam de “violência depois do atentado na Igreja”; as pessoas assassinadas na Igreja escrevem-se em letras pequenas e à margem da notícia.


PORQUE SÃO OS CRISTÃOS O GRUPO MAIS PERSEGUIDO NO MUNDO?


O Cristianismo é um factor desmancha-prazeres para detentores do poder e carreiristas. Ele coloca o interesse da pessoa no centro e em segundo plano os interesses de economias, ideologias, culturas e estruturas sociais. Todas as estruturas do poder não se sentem bem ao verificarem que uma estrutura global, como o Catolicismo, se erga, globalmente, como voz das pessoas sem voz. Muitos poderosos, especialmente na África e na Ásia, constatam que onde os cristãos estiveram, a democracia, a liberdade política e religiosa, os direitos humanos começaram, por primeiro, a germinar, apesar da corrupção inerente à pessoa. Isto complica-lhes o domínio.


O cristianismo não pertence a nenhuma cultura, raça, sistema ou ideologia; o seu lugar é o Homem e o seu Deus encontra-se no interior de cada pessoa independentemente de confissões religiosas e da crença em Deus. Isto perturba e torna-se numa “ameaça” para quem quer fazer o seu negócio, sem problemas de consciência, à custa da pessoa. O cristianismo é perseguido em toda a parte porque é mais que uma crença, é mais que uma religião. Ele é a religião, a filosofia, do Homem individual integrado na comunidade universal sempre a caminho e sempre em revelação! Consequentemente a dignidade humana encontra-se no Homem e não fora dele; ela não se encontra na cultura, na Constituição, na religião nem na nação. O lugar de Deus é o Homem e isto perturba todas as estruturas e ideologias. Por isso estruturas e sistemas de poder da humanidade passarão mas o cristianismo não passará. Tudo o que verdadeiramente serve o Homem no seu ser humano, permanecerá, o resto passará. Assim, as estruturas e as formas do poder serão sempre relativas e passageiras e os poderosos encontrarão a barreira do Homem, com a sua dignidade, ao seu poder. As culturas, os partidos, as formas de governo passarão, o cristianismo, no que tem de matriz humana e cósmica não passará. Naturalmente que muitos cristãos e não cristãos só conhecem e se interessam pelo folclore cristão. Esta é também uma realidade humana.

No Natal foram assassinados 86 cristãos na Nigéria; nas Filipinas, devido a um atentado à bomba, foram feridas 11 pessoas numa missa de Natal; no Iraque no Natal houve atentados a casas de cristãos e foram impedidas as missas devido a ameaças de islamistas; na passagem de ano, no Egipto, com um atentado a uma Igreja foram mortos 21 cristãos e 97 feridos; no Paquistão donzelas e mulheres cristãs são violadas por muçulmanos para assim ficarem estigmatizadas como “impuras” na sua cultura. Meninas cristãs de 12-13 anos são violadas por muçulmanos, ficando assim impedidas de casar. Por estes e outros meios se impede a proliferação dos cristãos. O maior problema está no facto de tudo isto acontecer no meio do povo sem uma palavra que se levante em defesa dos inocentes. Segundo o Corão todos os meios que sirvam o Islão são legítimos.

O atentado assassino do Egipto é atribuído a uma rede de terror de fora do país e o governo egípcio fala como se os cristãos coptas do Egipto não fossem discriminados. Por um lado são discriminados e por outro lado, procura-se através de ofertas de dinheiro e de ofertas de perspectivas profissionais levá-los à conversão, como me testemunhava um estudante egípcio na Alemanha. No momento em que os muçulmanos atingem 50% da população duma região ou país, passam à ofensiva, exigindo a independência e discriminando os outros com as suas leis de maneira a torná-los minoria. No sentido islâmico, a História da perseguição muçulmana nos países onde dominam é uma História de “sucesso”, como mostra a perseguição da Turquia aos cristãos com o holocausto aos cristãos arménios. Nos últimos 100 anos, a Turquia conseguiu reduzir os cristãos de 25% da população para 0,1% actualmente. A discriminação no Sudão, no Egipto e muitos outros países segue a mesma lógica. No Iraque a perseguição em curso contra os cristãos conseguiu reduzi-los de 1,5 milhões para menos de meio milhão.


Países islâmicos tornaram-se no Inferno ou pelo menos no Purgatório dos Cristãos embora esses países sejam a sua terra natal. Os nossos políticos não acreditam no “Inferno”, por isso não há uma perspectiva de paraíso para eles, nos países em que são perseguidos.


O filósofo judeu Bernard Henry Levy constata que “os cristãos formam hoje, à escala planetária, a comunidade perseguida da forma mais violenta e na maior impunidade.” Esta realidade é calada e até justificada, como se todo o mal do mundo fosse culpa dos cristãos. Esta realidade tem de ser calada para se ter uma “boa consciência”!


António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

Boa Disposição e má Disposição


Como o vento na natureza assim as ideias nas vivências

António Justo


O estado de ânimo e o estado do tempo são duas manifestações de realidades compartilhadas: o sol na natureza e o Espírito na pessoa. Sol e Espírito, como natureza e pessoa, estão em relação directa: chove em mim, chove na natureza! No bom tempo interior e exterior há sol, alegria e ideias positivas, no mau tempo há chuva, tristeza e ideias negativas. Fazemos parte duma realidade em reciprocidade mais ampla do que a do próprio biótopo de que julgamos ser senhores.


Certamente que já lhe aconteceu, depois de ter passado um dia calmo e sereno, com alguém da sua relação, de repente, ao dizer algo, desencadear-se uma tempestade de sentimentos e relâmpagos de ideias cada vez mais incendiárias. A atmosfera chega, por vezes, a carregar-se de tal modo que faz desaparecer o sol que antes brilhava nos dois. Esquece-se que as ideias e em parte os sentimentos são apenas fenómenos à superfície do próprio ser e se comportam como o tempo.


As ideias tornam-se como fósforos a raspar na caixa do sentimento. As ideias como o vento arrastam atrás delas a chuva e o sentimento. Quanto mais fúria sopra do vento das ideias mais as ondas das emoções se levantam e encrespam. Lá fora, na natureza, como cá dentro, no nosso espírito, há tempos de altas e baixas pressões.


A paisagem da nossa alma tem muito de comum com a paisagem da natureza lá “fora”. Como nela, há chuva, abertas e sol na nossa alma, no nosso coração. Os princípios e as leis que as regulam são semelhantes e há algo de comum também. Quando há sol na natureza, no nosso coração tudo se torna, dentro e fora, mais leve e o horizonte revela-se mais largo.


Forças, que, por vezes, se revelam más em tempos de tempestade, se bem vistas, podem tornar-se produtivas, como acontece no uso do vento para fins energéticos se forem orientadas. O mesmo se diga em relação às ideias. Em cada pessoa como na natureza há energias ciclónicas e anticiclónicas, marés-altas e baixas, euforias e depressões.


No mar da vida, para se levar uma vida equilibrada, há que aproveitar o vento propício para melhor se abordar à costa. Em tempo de nevoeiro torna-se perigoso arribar. É preciso esperar o bom tempo das ideias, das ideias benignas e da calmaria do coração para se abordar ao outro e então resolver os problemas com horizontes largos e duradouros. Em mim como no outro, nas ideologias como nas sociedades, os mesmos estados do tempo!


As rajadas do vento e das ideias, como a calmaria do estado do tempo lá fora e o estado da atitude de espírito em nós, são situações naturais a compreender para se aceitar a realidade própria e do outro. Depois da tempestade avizinha-se o nevoeiro e normalmente é precisa a predisposição para se olhar em redor na descoberta dum arco-íris anunciador de sol. Esta é uma oportunidade para se descobrir a si no outro. E “depois da tempestade vem sempre a bonança”, não fossemos nós natura e não nos víssemos nós no espelho da natureza. Como na natureza também na panorâmica humana há diferentes biótopos de caracteres e mentalidades como se pode verificar da observação de discussões acirradas entre optimistas e pessimistas, entre o comunista e o capitalista, entre a reacção da pessoa em estado eufórico ou depressivo. O pessimista naturalmente que preferirá dizer “depois da bonança vem a tempestade”. É sempre uma questão de perspectiva. Se um olha na direcção do dia o outro olha na direcção da noite! A natureza e nós, somos dia e noite! No fim, a intenção é que vale e já antes os dois tinham razão, situando-se o problema apenas na perspectiva de cada um! O problema não está na natureza mas na rosa-dos-ventos!


Criar em nós uma instância do bom humor

Há pessoas muito sensíveis que reagem como micro climas. A boa ou má disposição influencia a compreensão dos outros e do que dizem. Na verdade, até o tempo se torna cúmplice do nosso humor. Os mesmos temporais, as mesmas bonanças do tempo, lutas e discussões da pessoa e da instituição; o mesmo acontece em casa, na família como na polis e na disputa entre os partidos e na discussão de opiniões; tudo isto se encontra submetido às mesmas forças e leis a descobrir. Os problemas surgem principalmente do facto de cada indivíduo ou grupo ter uma visão perspectiva da realidade quando esta é a-perspectiva. Tudo apenas um problema do tempo lá “fora” e cá “dentro.”Assim acontecem as ventanias e as tempestades destruidoras na natureza, e as rajadas que devastam a sociedade, a família, as amizades e as pessoas.


Como nas pessoas assim nas montanhas. Se na base há nevoeiro certamente que lá em cima brilha o sol. Se nos encontramos na depressão, no vale, na comba da tristeza, certamente que só veremos no outro o escuro do nevoeiro do sopé da montanha e a própria escuridão nos atemoriza porque vemos fora o que está dentro. Como me encontrava no sopé não podia ver a montanha toda no outro e em mim.


Ao fim e ao cabo todos fazemos parte da mesma montanha. Se dum lado da encosta há chuva do outro haverá sol. A paisagem que hoje sorri ao sol amanhã chora à chuva. Tudo sofre e se alegra a seu tempo. À depressão (tristeza) do sentimento dum lado corresponde a pressão (alegria) do outro lado.


Urge aceitar os sentimentos como se aceita o tempo para se evitar o curto-circuito de ideias e a consequente trovoada dos sentimentos. Se me encontro no fundo do vale, do lado da encosta sombria das ideias é melhor esperar por uma aberta ou tentar subir a encosta até encontrarmos o sol e assim nos podermos orientar melhor numa perspectiva para além do nevoeiro. No nevoeiro e na tristeza certamente que pintaremos a vida e o outro com cores escuras, não podendo deslumbrar nelas a beleza da realidade arco-íris. Os problemas ocasionais passam com uma simples mudança de perspectiva; os grandes permanecem tanto no sopé como na encosta da montanha. Estes porém só devem ser resolvidos com eficiência na fase soalheira da vida. Doutro modo formam-se opiniões e tomam-se decisões que criam maiores problemas ainda, por falta de horizontes mais largos.


A questão será encontrar a balança numa vida consciente da tempestade e da bonança. As diferentes estações manifestam diferentes riquezas em interdependência em nós e nos outros, entre o cá dentro e o lá (cá) fora, que são parte da mesma realidade.


A disposição, o bom ou o mau humor, determina a nossa vivência. Somos mais que o mimetismo das nossas ideias e sentimentos. Para mudar a vivência não chega mudar as circunstâncias exteriores porque também as nossas ideias e sentimentos provocam, muitas vezes, a cor do ambiente, a cor das circunstâncias exteriores. À distância vê-se mais. A causa da nossa má relação está, muitas vezes, em pensar nela. Não chega esperar pelo tempo que cura todas as feridas. Importante é pôr-se o problema e esperar-se pela solução mais tarde. Para os problemazitos do dia-a-dia, muitas vezes basta tirar o cobertor escuro das ideias com que envolvemos o parceiro e nos envolvemos a nós. Na cama dos sentimentos é preciso arredar os pijamas das nossas ideias e procurar tocar com a própria mão no corpo nu do outro. Então, na nudez do outro descobrirei a própria nudez, e sentirei nele o calor primaveril que me incendiará também a mim.


Se a ocasião não proporcionar tanta proximidade, basta um louvor verdadeiro. O louvor é como o sol que derrete as roupagens das neves mais resistentes.


Agradecer e louvar é um acto nobre que reconhece a realidade do dia e da noite, do bom e do mau humor no todo e em cada um. Já Demócrito vivia a felicidade através duma conduta de vida razoável comedida.


António da Cunha Duarte Justo

Pedagogo e Teólogo

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