INÍCIO DE UMA NOVA ERA COM O CONFLITO COMERCIAL USA/CHINA

Donald Trump expressa a Urgência de Mudança

António Justo

A partir de hoje, os EUA cobram 25% de impostos especiais sobre 800 produtos de importações da China, no valor de 34 bilhões de dólares, e a China contrarreage com medidas semelhantes. (Donald Trump iniciou uma reforma tributária que vai contra o globalismo liberal em que a Europa tinha apostado.)

Certamente, os Estados Unidos fizeram contas e verificaram que em poucos anos seriam ultrapassados pela China e como sistema democrático não têm as mesmas potencialidades operativas como a ditadura comunista-socialista chinesa.

Por agora, neste jogo a China tem muito menos trunfos porque, enquanto os USA em 2017 exportaram mercadorias no valor de 130 bilhões de dólares para a China, a China exportou mercadoria para os USA no valor de 500 bilhões de dólares.

12% da economia dos USA vive da exportação e a China de 20%.

A China tem de comprar mais nos USA. Isto mete medo também aos europeus.

Também a economia alemã está muito dependente da exportação: as exportações de bens na Alemanha estão acima das importações; por isso a economia alemã tem imenso medo das medidas protecionistas em via nos USA. Na Alemanha quase um em cada quatro empregos depende das exportações.

Em 2017 a Alemanha exportou mercadorias no valor de € 1,279 bilhões (€ 1.279 mil milhões de euros) e, em contrapartida, importou bens no valor de € 1,034 bilhão.

Numa altura em que a economia mundial se encontra muito determinada pela globalização liberal determinada pelos magnatas universais do capital, será de duvidar que um país embora grande como os USA consiga impor uma política protecionista como Trump quer.

Por outro lado, a desigualdade das forças em jogo, na concorrência capitalista internacional, dá muito que pensar, porque, atendendo também às dívidas públicas, já não se trata de concorrência entre pequenos e grandes, mas da concorrência entre os maiores!  Aqui Trump parece ter razão! É um facto que uma China, com um sistema ditador socialista-capitalista, pode levar o seu capitalismo de Estado a arrebentar com os maiores capitalistas do mundo privado, fora da China. A continuar tudo como até aqui, em pouco tempo, o mundo veria instalada a ditadura socialista-capitalista com a China a marcar o ritmo da economia a nível mundial.

 

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

ACORDO JEFTA – UE e JAPÃO CRIAM ZONA DE COMÉRCIO LIVRE

Privatização do abastecimento de água potável em via

 

Para amanhã, dia 06 de Julho, está agendada a assinatura do acordo comercial  JEFTA (UE/Japão) pelo Conselho da União Europeia.

As negociações deram-se à margem da opinião pública!

O acordo prevê a eliminação de tarifas e barreiras comerciais entre a UE e o Japão, bem como uma maior abertura de mercados para serviços e contratos públicos. O acordo não impede a privatização do abastecimento de água.

93% dos alemães são contra a privatização da água, devendo o abastecimento de água potável permanecer no setor público, mas as elites que nos dizem representar não impedirão tal, tal como não se incomodam com o facto de o acordo não mencionar sequer a problemática pesca da baleia (em perigo de extinção) no Japão.

Os habitantes de Londres, Lisboa e Berlim não ficaram beneficiados quando possibilitaram a privatização do fornecimento da água potável.

Não sou apologista do poder monopolista de um Estado à medida da esquerda mas aqui trata-se de defender sectores que não deveriam ser colocados à disposição de grandes investidores mais interessados nos lucros para os accionários.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

AUMENTO DAS REFORMAS NA ALEMANHA EM 2018

Para 21 milhões de reformados na Alemanha, a partir de 1 de Julho as reformas são aumentadas de 3,22% na parte ocidental da Alemanha e de 3,37% na parte leste.

 

Assim uma reforma de 1.000 € é aumentada na parte ocidental 32,20€ e no leste 33,70€.

Os aumentos anuais andam acopladas ao desenvolvimento salarial e à economia.

 

Está livre de pagar impostos quem recebe uma reforma até cerca de 9.000 por ano.

 

Com o aumento da reforma sobem também as correspondentes contribuições de seguro de doença e assistência.

 

O alinhamento das reformas na zona ocidental e na parte leste será alcançado em 2024.

 

A maioria dos homens reformados na parte ocidental recebem montantes entre 1.250 e 1.300€ e na zona de leste entre 1.000 e 1.100€.

 

Em 2015, na Alemanha ocidental casais recebiam em média 2.572€ líquidos por mês.

Homens que viviam sós 1.593€ e mulheres 1.422€

 

No leste, casais recebiam 2.257€;  homens solteiros 1.389 e mulheres 1.370€

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

UNIÃO EUROPEIA RE-UNIDA PELA CIMEIRA EM TORNO DE MERKEL

Merkel perdeu Penas, mas conseguiu unir a EU na sua Causa pelo Asilo

 

António Justo

 

Na falta de ferramentas jurídicas e políticas que regulassem a imigração, os políticos europeus sentiam-se sobrecarregados e incapazes de enfrentar uma “indústria” que vive em torno dos imigrantes, e reunir esforços contra os traficantes de refugiados que determinam muita da imigração.

A Chanceler alemã tinha anteriormente acordado, na visita de Mácron à Alemanha, fortificar a Frontex (fronteira europeia), criar um gabinete europeu de asilo além de centros de recolha de refugiados fora da Europa e criar parcerias monetárias à semelhança da EU com a Turquia.

O esforço de Merkel em conversações bilaterais com diversos políticos da EU deu agora frutos provisórios e o seu papel de moderadora na Europa afirmou-se uma vez mais, sob a pressão do seu ministro do interior. Os seus resultados estão-se a ver na declaração comum da cimeira com a aprovação dos 28 Estados, embora a aplicação das decisões se deem numa base  voluntária . O compromisso em questões de asilo (seguir uma política europeia comum) foi alcançado em grande parte devido a perspectivas de cedências da Alemanha, perante a França, nos sectores de economia e finanças na Zona Euro.

Resultados da Cimeira (28-29.06)

A chanceler Ângela Merkel congratulou-se com o compromisso sobre asilo que satisfez as pretensões da Áustria, Itália, Polónia e em parte dá satisfação ao que o Ministro interior alemão Seehofer exigia.

Os Estados europeus comprometeram-se a

– Criar centros de desembarque de migrantes fora da EU em cooperação com a agência de refugiados da ONU, ACNUR e a Organização Internacional de Migração. A Polónia ficou contente e avisou que “Não haverá transferência forçada de refugiados”.

– Aumentar verbas para países do Norte de África e Turquia; Merkel acentua: “Eu coloquei muita ênfase em dizer que queremos trabalhar em parceria com a África”.

– Criação voluntária de centros em território europeu, onde se identifiquem as pessoas salvas no Mediterrâneo com direito a pedir asilo e os imigrantes económicos que não têm esse direito.

– A agência de fronteiras Frontex será aumentada até 2020.

Andrea Nahles, líder do SPD, congratulou-se porque ” temos uma solução europeia em termos de migração”. A líder do grupo parlamentar da AfD, Alice Weidel, criticou as decisões sobre a política de asilo na cimeira da UE como “meio cozido”. “A gestão genuína das fronteiras será fornecida pela Frontex até 2020, deixando a UE aberta por mais dois anos”, disse Weidel.

Talvez este compromisso seja o mal menor! De facto, a Europa tem sido gozada também por traficantes e seus apoiantes que misturam torturados e perseguidos com outros grupos de interesse de desestabilização da EU.

Com a criação de campos fora da Europa e a criação de centros de distribuição em território europeu, sofre a humanidade e a solidariedade com os mais fracos; em compensação evita-se uma certa anarquia dentro dos Estados e os países ricos e mais abertos passam a ver limitado o procedimento constitucional dentro dos países, poupando custos exorbitantes nos processos judiciais que evitam e na dificultação de toda uma “indústria” que vive dos refugiados/imigrados.

Falta talvez um Plano Marshall da Europa para  África, que com o dinheiro poupado apoiasse os países africanos, tal como fizeram, outrora, os países vencedores, em relação à Alemanha.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

NÚMERO DE REFUGIADOS EM 2017

 

António Justo

No seu relatório anual  “Tendências Globais”, o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) informa que 68,5 milhões de pessoas em 2017 se encontravam deslocadas por guerras e conflitos.

Em 2017 viviam 19,9 milhões de pessoas num outro país como refugiados. 70% desses refugiados provêm de 5 países: da Síria 6,3 milhões, do Afeganistão 2,6 milhões, do Sudão do Sul 2,4 milhões, de Mianmar 1,2 milhões e da Somália 1 milhão.

Os países com mais refugiados são Turquia (3,5 milhões), Paquistão 1,4 milhões, Uganda 1,4 milhões, Líbano 1 milhão, Irão 1 milhão e Alemanha 1 milhão. 52% dos refugiados são menores.

Deu-se uma redução no número de refugiados que vêm através do Mediterrâneo; este ano, até meados de junho, vieram 40.000.

A maior parte dos refugiados na Europa vêm através da Itália e da Grécia.

Entre janeiro e março de 2018 houve 34.400 requerimentos de asilo na Alemanha. Na EU o número de requerimentos reduziu-se de 15% (houve 131.000 requerimentos).

Em Portugal em 217 foram feitos 1.749 pedidos de asilo dos quais, 500 viram confirmados o seu pedido de reconhecimento do estatuto de proteção internacional. Muitos refugiados seguem de Portugal para o Norte da Europa, por isso a política europeia orienta-se no sentido de refugiados que já tiveram entrada num país da EU possam ser reenviados para o país onde primeiro foram registados ou onde tiveram entrada.

Os Estados Unidos foram o país a registar o maior número de pedidos (330.000) essencialmente provenientes de cidadãos de países da América Latina. Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos), os EUA superam a Alemanha que desde 2013 liderava a qualificação.

Cada vez se torna mais difícil distinguir entre refugiados políticos e refugiados económicos.

Encontramo-nos numa luta de culturas em que a Europa só se interessa por ganhar a económica. Mas como civilização ocidental, de cunho Judeo-cristã e greco-romano, temos deveres para com outros povos e para com o próximo sem esquecer a outra máxima evangélica: “ama o próximo como a ti mesmo”, sem esquecer o “como a ti”!

A hospitalidade faz parte da tradição bíblica e também Jesus foi migrante perseguido e recomenda: “Era peregrino e me acolhestes” (Mateus, 25) … “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’ (Mt 25.35-36). Para o cristão vale: „Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas, 3).

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo,