Possíveis poesias e slogans para a manifestação de portugueses em Frankfurt a 5.11.2011, Praça da Ópera às 13h00

Se algum  rancho folclórico participasse na Manifestação o acontecimento podia ser enriquecido com alguma contribuição musical e duas declamações de poesia em português e alemão. Proponho os seguintes poemas de Fernando Pessoa:

QUINTO NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,           

Define com perfil e ser

Este fulgor baço de terra

Que é Portugal a entristecer-

Brilho sem luz e sem arder,

Como o que o fogo-fátuo encerra.


Ninguém sabe que coisas quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem.

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro…

É a Hora!

Valete, Fratres. (Fernando Pessoa)


DIE FÜNFTE NEBEL

NICHT KÖNIG NOCH GESETZ; NICHT KRIEG NOCH FRIEDEN

VERLEIHEN EIGENES PROFIL UND SEIN

DEM MATTEN DÄMMERSCHEIN,

DER DEM VERZAGTEN PORTUGAL GEBLIEBEN-

GLANZ OHNE GLUT UND WENIG RÜHMLICH,

WIE ER DEM IRRLICHT EIGENTÜMLICH.


NIEMAND WEIß, WAS ER WIRKLICH WILL:

NIEMAND KENNT SEINEN EIGENEN MUT,

WEIß NICHT, WAS BÖSE IST, WAS GUT.

(WELCH FERNES SEHNEN WEINT GANZ NAH?)

ALLES IST UNGEWIß UND SPÄT DIE ZEIT.

NICHTS IST MEHR GANZ, UND ALLES IST ZERSTREUT.

O PORTUGAL! HEUT’ NUR EIN NEBELREICH…

DIE STUNDE KAM!

VALETE, FRATRES! (Fernando Pessoa)


MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa)


PORTUGIESISCHES MEER

O salzige Flut, wieviel von deinen Salz

sind Tränen Portugals!

Dich zu befahren, weinten Mütter,

klang Kinderbeten klagebitter;

wie viele Brautgemächer blieben leer,

auf daß du unser seist, o Meer!


Lohnt’ es die Müh’ ? Die Müh’ ist nie verloren,

wenn nur die Seele groß geboren.

Willst du Kap Bojador bezwingen,

mußt du den Schmerz erst niederringen.

Gott schloss das Meer mit Abgrundsiegeln

und ließ es doch den ganzen Himmel spiegeln. (Fernando Pessoa)



Slogans/frases para os cartazes

1.       É hora de tirar aos “obesos” e não aos que andam tesos

2.       NAO AO ENCERRAMRNTO DO CONSULADO DE FRANKFURT

3.       ” POUPAR SIM, DESTRUIR NÃO! NÃO EXCLUA FRANKFURT, QUEREMOS AJUDAR!”

4.       FECHAR O CONSULADO DE FRANKFURT  É FALTA DE VISAO

5.       Ministro Portas não nos feche as portas

6.       Na hora da economia coitado do que tem a barriga vazia

7.       Lohnt sich die Mühe? Die Mühe ist nie verloren, wenn nur die Seele groß geboren!) “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”

8.       Quem seu amigo quiser conservar, com ele há-de negociar.

9.       Mais vale um Sim tardio do que um Não vazio.

10.   ECONOMIA & POLITICA fazem-nos GREGOS

11.   POUPAR, NAO É ENCERRAR O CONSULADO DE FRANKFURT

12.   Senhor Ministro diga não à economia pervertida!

13.   Senhor Ministro diga sim a uma economia invertida!

14.   O AMANHA COMECA HOJE

15.   É tarde para economia quando a bolsa está vazia.

16.   ” O diabo está nos detalhes e os detalhes têm que passar à prática

17.   Eu sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura.

18.   O Homem é do tamanho do seu sonho

19.   PORTUGAL ASSIM NAO ÉS PÁTRIA MAS PAÍS  QUE NOS IGNORA

20.   Depois de casa roubada, trancas à Porta(s).

21.   Economizar não significa tirar aos pequenos para dar aos grandes!

22.   Este mundo é uma bola. Quem nela anda é que se amola.

23.   É hora de tirar aos “obesos” para dar aos tesos

Amigos, podem fazer outras propostas

Abraço,

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googelmail.com

www.antonio-justo.eu


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DEMONSTRATION GEGEN DIE SCHLIESSUNG DES PORTUGIESISCHEN VIZE-KONSULATS IN FRANKFURT

Beirat des portugiesischen Vize-Konsulats in Frankfurt

Zeppelinallee 15,  60325 Frankfurt am Main

C/o António da Cunha Duarte Justo

Sprecher des Beirats des portugiesischen Vize-Konsulats in Frankfurt

E-mail: a.c.justo@unitybox.de

Mittelung an die Medien

DEMONSTRATION GEGEN DIE SCHLIESSUNG DES PORTUGIESISCHEN VIZE-KONSULATS IN FRANKFURT

Wirtschaften bedeutet nicht nur sparen – Nein zur Schließung des Konsulats

Die Portugiesen wehren sich gegen die Absicht des Außenministeriums, das Vize-Konsulat  von Frankfurt zu schließen. Die Fläche des Konsulats umfasst Hessen, Pfalz und das Saarland. Von den 117.000 Portugiesen, die in Deutschland leben, wohnen 30.000 in dieser Region. Es ist dasjenige portugiesische Konsulat, das in Deutschland an dritter Stelle steht, was konsularische Handlungen betrifft und an zweiter Stelle bezüglich Sparsamkeit.

Ökonomische Modernisierung und Erneuerung der Diplomatie setzt das Bewusstsein für die wichtigeren Standorte für Europa und für die Nationen der EU voraus. Es wäre ein strategischer Fehler,  diesen privilegierten Standort zu verlassen, zumal in einem Moment, in dem die portugiesische Regierung den festen Willen hat zu sparen und die Diplomatie umzugestalten. Es wird ein neues Profil von Diplomaten angestrebt, die fähig sind Dienste (Behörden, Tourismus  und Ökonomie) zu vernetzen. Wirtschaften bedeutet nicht nur sparen.

Frankfurt, eine starkwachsende Region (4% Wachstum), ist ein strategisch wichtiger Platz für Deutschland und Europa, als Wirtschaftszentrum, zentraler Verkehrsknoten Europas, eine Stadt der Messen (Auto, Bucher, Textilien, etc.) und ist deshalb von zentralem Interesse für Portugal. Es gilt nicht nur, den Tourismus, sondern auch die bilaterale Vernetzung von Firmen zu fördern.

Die Portugiesen begrüßen den festen Willen der Regierung zu sparen und ihre Absicht, die Auslandsvertretungen sinnvoll und rational zu gestalten, so dass Auslandsvertretungen und Diplomaten mehr in der Einsetzung und Förderung der ökonomischen Beziehungen eingesetzt werden. Hierfür können auch die Portugiesen der 2. und 3. Generation sehr hilfreich sein für bilaterale Interessen.

Wir können mehr sparen, indem man Gelder, die für Repräsentation ausgegeben werden,  in Produktion und Dienstleistungen investiert.  Wir können viel Geld sparen, wo es nicht weh tut wie z. B. bei einer Verkleinerung von Räumlichkeiten und besonders durch den solidarischen Beitrag durch einen größeren Einschnitt bei den Zuschüssen für Repräsentation und Wohnkosten von Diplomaten.

Wir appellieren auch an die deutsche Öffentlichkeit, uns und Portugal zu unterstützen, auch durch bilaterale geschäftliche Beziehungen und Tourismus.


Kommt alle zur Demonstration nach Frankfurt am 5. November. Start um 13.00 Uhr an der Alten Oper Frankfurt, Ziel: Vize-Konsulat in der Zeppelinallee. Wir rechnen mit 1.000 bis 3.000 Demonstranten.

António da Cunha Duarte Justo

Sprecher des Beirats des portugiesischen Vize-Konsulats in Frankfurt

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Senhor Ministro Portas não nos feche as Portas

Comunicado aos Órgãos de Informação

A maior Manifestação de Portugueses em Frankfurt

Senhor Ministro Portas não nos feche as Portas

Manifestação dos Portugueses dos Estados do Hesse, do Sarre e da Renânia Palatinado contra o eventual encerramento do Vice-consulado de Frankfurt. Esperam-se entre mil e três mil manifestantes.

Portugueses não só de Frankfurt mas de toda a área consular de Frankfurt (Estados do Hesse, Sarre e Renânia Palatinado) estão a organizar uma manifestação para o próximo sábado, dia 5 de Novembro em Frankfurt. A demonstração tem início na Alte Oper às 13 horas e termina, pelas 15h junto ao posto consular na Zeppelinallee 15.

Solidários com Portugal nos seus esforços de poupança para liderar a crise, os portugueses desta área querem que se poupe consequentemente em todas as representações do Estado e que apesar disso se sirva bem e melhor os portugueses e a economia portuguesa. Na Alemanha vivem 117.000 portugueses e na área consular de Frankfurt cerca de 30.000. Frankfurt é o segundo posto consular mais barato da Alemanha e o terceiro em volume de serviços. Solidarizando-se com Portugal, também ele pode ainda reduzir os gastos. Frankfurt não pode encerrar as portas.


Estamos empenhados na defesa dos interesses e do futuro de Portugal. Seria um erro crasso virar as costas aos portugueses e, numa iniciativa de fomentar os negócios portugueses, encerrar um ponto tão estratégico como Frankfurt. Já, há 15 anos, aqui, se falava da necessidade da integração de serviços com a hipótese de reunir consulado, ICEP e TAP num edifício comprado para, a longo prazo, se pouparem recursos humanos e económicos. O mesmo se dizia da embaixada.


Para além disto as decisões deveriam ter em conta que a desejada ofensiva económica não pode prescindir do potencial de luso-descendentes espalhados pelo mundo, que não só têm direito à sua língua e cultura, como podem ainda vir a ser peça muito útil ou mesmo indispensável na implementação dos novos rumos que se pretende dar à diplomacia. Temos propostas de contenção e de redução de despesas de maneira a aliviar Portugal sem deixar de servir a comunidade portuguesa e também ideias para implementação da economia. O Conselho, em colaboração com as associações portuguesas desta área consular, apela a portugueses e amigos de Portugal a participarem na Manifestação. Os Meios de Comunicação Social alemães também são convidados a fazer a cobertura da manifestação. Contamos também com a grande participação dos Media portugueses.


António da Cunha Duarte Justo

Porta-voz do Conselho Consultivodo Vice-Consulado de Frankfurt

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Religião não é Renúncia mas Participação

Cristianismo é Teísmo e Panenteismo

António Justo

Os dogmas da religião e as teorias científicas seriam mal-entendidos se fossem reduzidos a absolutos lógicos ou a realidades factuais. Para nos relacionarmos e desenvolvermos precisamos da linguagem, de modelos.

Também a criança para poder dar as primeiras passadas precisa da perspectiva dumas mãos dispostas a ampará-la… Ver na criança a confiança como algo alienante seria reduzi-la à sua incapacidade de se transcender a si mesma. Muitos impacientes pretendem o Homem à sua imagem e semelhança, à medida da sua medida, à medida da sua consciência, como se esta fosse um dado estático adquirido e não um processo e como se cada pessoa, cada sociedade não estivessem sujeitas a um processo de crescimento precisando de parâmetros e duma pedagogia acompanhante. Uma religião autêntica não afirma só o ser, não divide o ser do fazer.

Já no Sinai o Deus da Bíblia revela: “Eu sou o que sou”, “Eu sou o acontecer” (“ sou o tornar-se”). Isto é testemunhado mais tarde na espiritualidade da trindade onde Homem (natureza) e  divindade transcendem a visão polar da realidade, revelando a Realidade como relação. A visibilidade e a invisibilidade irmanam-se. O Homem, a natureza (= Jesus) não terminam em si, mas fazem parte duma realidade mais abrangente o Cristo, numa relação já não binária (bipolar)mas trinaria. A descoberta do eu no tu realiza-se no nós da divindade. Só podemos ser reconhecidos no trajecto, sendo muito embora mais que ele! A vida é mais que um produto da natureza, ou que um dado acabado da razão, a seguir o caminho efémero do destino. Por trás de tudo há um chamamento, um Sol que atrai e aquece. E na raiz já se encontra o ser e a experiência do Sol.

É verdade que a religião, por vezes, se circunscreve a uma ascética, a uma moral que exagera a renúncia ao mundo. Afirma em demasia a filosofia grega esquecendo a mística joanina. Desvirtua-se ao manter na sombra a realidade trinitária, da incarnação-ressuscitação, onde em vez da lei da contradição grega se realiza a lei da complementaridade. O Pai realiza-se no Filho e este assume a matéria, como parte dele mesmo, desencrostando-a para a divindade fluir nela. Aqui o monoteísmo mitiga-se. Reúne-se o teísmo (transcendência) com o panenteismo = tudo em Deus: Deus dá-se ao mundo na criação mas mantem-se ao mesmo tempo fora do mundo. O cristão vive no e com o mundo em Deus, vive a realidade Emanuel. Ele crê que não pode adiar para depois da morte o processo da morte e ressurreição em via em nós e já antecipada pelo Jesus no Cristo. Sabe que o processo vital não se deixa reduzir ao ser fenomenal nem a caminho, permanecendo através do tempo (diacronia). A Vida é relação não só no aqui e agora do espaço e do tempo, não só na crosta do ser, mas especialmente no ser a acontecer. “Eu sou o tornar-se”. As pessoas da divindade manifestam-se pela relação e nós participamos nela.

Deus está acima das culturas e da opinião como o Sol acima da terra e das pessoas, encontra-se fora e dentro delas. A sua essência é amor fogo em tudo presente. Reduzir o corpo a veículo de luz seria desconhecer o seu ser que é luz. A luz não só está em nós como também faz parte de nós. Seria um retrocesso separar em nós o Jesus do Cristo… Trata-se de descobrir o nosso ser de luz. No sangue, no esperma, na seiva e na semente encontra-se o amor que expressa a existência do mesmo Sol. Essa luz precisa duma crusta, dum ser, dum indivíduo, duma instituição para poder brilhar.

Individuação sem recorrer à negação do outro

Definir é trair, por isso somos todos traidores inconscientes duma realidade que queremos nossa.No nosso desenvolvimento de criança para adulto atravessamos várias fases com as correspondentes crises. Assim, na adolescência temos a necessidade de negar os pais para nos sentirmos nós. Muitos de nós ficamos empancados na fase adolescente do combate contra o outro. A fixação na própria individualização leva-nos muitas vezes a negar os outros como se para nos branquearmos precisássemos da negrura dos outros. É fatal construir a própria individualização, a própria opinião na negação do outro. De facto aquele que já se encontrou dá uma chance ao outro, também, por estar consciente de fazer parte dele. Se emperramos nele é sinal que não ultrapassamos a fase da puberdade.  Abdicamos de crescer.

Lá fora no mercado das opiniões fala-se muitas vezes, de cor, como se fosse possível espírito sem corpo, inteligência sem cérebro, cidadão sem estado, crente sem igreja, democracia sem partido, bem sem mal. Aleatoriamente afirma-se, muitas vezes, a própria coloração do espírito contra a instituição. Não há liberdade pura, nem indivíduo nu; todo ele é pessoa com os vestidos da cultura e a coloração das circunstâncias do biótopo de que faz parte. Um sistema precisa de suportes (regras mesmo transitórias) senão rui, desfaz-se no caos. A beleza da rosa só é possível devido à mãe roseira. Muitas vezes afirmamos a beleza do nosso brilho de rosa negando ao mesmo tempo o verde e os espinhos da roseira: uma contradição. Em nome do colorido da liberdade não se pode evitar o escuro nas cores.

Não há raciocínio isento, só procura. O pensamento procura a luz tal como o embrião procura o sol: um e outro a caminho da verdade. A realidade existe no pensamento. Para o animal a realidade não existe porque ele faz parte dela. Para o homem ela existe no distanciar-se dela. A religião quer religar a realidade criada à Realidade perene. A liberdade em si não existe, ela é vida em processo de libertação em execução, um estar a caminho no caminho que se não fica pelo caminho; é como o sol, o amor que se encontra a caminho no botão à procura do Sol. Esse mesmo sol que era embrião se tornou em botão. O mesmo calor que se manifesta nas cores da flor expressa-se na devoção do crente e no entusiasmo do investigador científico ou do filósofo. Tudo pétalas da mesma flor.

Sonho e realidade são partes duma Realidade maior. O reino de Deus não é exclusivo nem exclui. Ele comporta também o espaço e o tempo, é ser aqui e agora numa perspectiva abrangente, do Alfa para o Omega, a caminho com o universo. O Sol chama/atrai toda a natureza e, mantendo-a embora inquieta, não se fixa na distinção entre os seres que desenvolve no seu chamamento. Também nós irradiamos o nosso sol e a nossa escuridão que se projecta no outro, e se manifesta em aceitá-lo ou em rejeitá-lo. Quanto maior é a escuridão dentro de nós mais escuro vemos à nossa volta, fora de nós; piores nos parecem os outros, deixando de ser próximos para os vermos como adversários. Esquecemos que a própria raiva escura não passa duma queixa ou duma vingança por um raio de luz não recebido.

Muitos estão dispostos a reconhecer Jesus com o coração mas rejeitam com o intelecto uma mãe que o dê à luz. Negam assim a realidade de que sem mãe não seria possível o filho. Sem a recordação, sem a memória também não haveria futuro, por muito que a lembrança, à primeira vista, pareça perda de tempo numa época que quer tudo já. No reconhecimento da mãe chegamos a ser mãe duma realidade que não temos em mão. Não há que desesperar: por trás duma jovem prostituta esconde-se uma boa mãe.

Somos todo povo a caminho em tensão entre o passado e o futuro na vivência do kairos. Memória, imaginação, corpo e espírito condicionam-se não se excluem. O ser também não se reduz à consciência dele. A religião quer abrir o caminho para novas dimensões, outras esferas. Também ela se encontra a caminho; teremos que a purificar purificando-nos. Sempre que atiramos pedras  aos outros paramos no caminho da vida, petrificamos o nosso ser.

Fala-se da fuga ao erro como se sem ele houvesse liberdade. Fala-se de realização pessoal como se ela fosse possível sem realização social. O erro é uma parte integrante de nós mesmos.

A sociedade corre o risco de se tornar infantil e irresponsável refugiando-se do stresse em “verdades ad hoc” próprias, em autonomias distantes, dum querer ser só pai sem mãe nem filho, numa dinâmica meteórica sem pertença nem sistema. Vivemos numa sociedade muito acelerada multiplicando, por isso, os resíduos que alguns chamam de impurezas, os naturais vícios da aceleração. As verdades fixas são produtos da mente, a Verdade é a realidade toda dinâmica a acontecer em nós, é processo e não conceito.

O preconceito dominante não deixa ver para além das embalagens das opiniões, fica-se pelo aspecto folclórico dos média, da ciência e da religião. O conteúdo seria incómodo para os donos da economia e dos pelouros públicos e para os formadores de opinião. Pensar é uma arte e reflectir faz doer.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo



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Manifestação de Portugueses em Frankfurt – Sábado 5 de Novembro

Conselho Consultivo junto do Posto Consular de Portugal em Frankfurt

Zeppelinallee 15,  60325 Frankfurt am Main

C/o António da Cunha Duarte Justo

Porta-voz do Conselho Consultivo

Tel.: 00049 561 407783,

Correio electrónico: a.c.justo@unitybox.de

Comunicado aos Órgãos de Informação

Manifestação de Portugueses em Frankfurt – Sábado 5 de Novembro

Percurso: Início às 13h00 na Alter Oper e termo às 14h00 no Consulado

Não ao encerramento do Posto Consular de Frankfurt

O Conselho, de acordo com as associações portuguesas desta área consular, decidiu realizar uma manifestação no dia 5 de Novembro em Frankfurt, com percurso entre Alte Oper e o Consulado. A Manifestação da Comunidade portuguesa contra o encerramento do Consulado já está devidamente autorizada pelo Ordnungsamt de Frankfurt e tem início às 13h00 na Alte Oper e termo às 16h00 junto ao posto consular.

Os utentes desta área consular sentem-se marginalizados não podendo encontrar dados objectivos que poderão ter levado à decisão de encerramento precisamente deste posto consular. Irão protestar em massa, na esperança duma solução equitativa de poupança, que possibilite o serviço aos utentes e a defesa dos interesses económicos de Portugal na região.

Segue-se o texto enviado a 3 de Outubro a suas excelências o Ministro dos Negócios Estrangeiros, o Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas:

“O Conselho Consultivo junto do posto consular de Portugal em Frankfurt, no âmbito das competências constantes do artigo 16.º, n.º 4 do Decreto-Lei n.º 71/2009, de 31 de Março, face à eventual decisão do Governo português em encerrar este Consulado, vem por esta via apresentar a sua discordância e veemente protesto por tal medida, alegando o seguinte:


– Desconhecem-se os motivos concretos para uma tal medida súbita, sem que tenha sido efectuada previamente alguma consulta, quer junto do Consulado quer junto deste Conselho Consultivo quer do Conselho das Comunidades Portuguesas ou ponderadas medidas alternativas.


– Após análise das repercussões extremamente negativas que uma tal medida representará para a comunidade portuguesa afectada, e sem que se afigurem quaisquer motivos justificativos, o Conselho Consultivo alerta para os seguintes factos:


– Calcula-se residirem nesta área consular entre 25000 a 30000 portugueses, com tendência a aumentar nos últimos meses, distribuídos por 3 Estados Federados (Hesse, Renânia-Palatinado e Sarre) com uma superfície correspondente a metade da área geográfica de Portugal continental;


– Trata-se de uma das representações consulares mais antigas de Portugal na Alemanha, já remontando a 1960 e um ponto de referência para todas as gerações de portugueses. Ao encerrar o Consulado, é cortado o elo de ligação de uma vasta comunidade portuguesa com o seu país, facto altamente desmotivante e que levará muitos a naturalizarem-se alemães e a não inscreverem os seus filhos no registo civil português;

– Realce-se que nas últimas eleições presidenciais foi este posto consular que obteve uma das maiores percentagens de votantes, o que significa o elevado grau de responsabilidade da comunidade pertencente a esta área consular. Tal encerramento priva não só a população directamente afectada de qualquer assistência como a levará à completa desmotivação no envolvimento da causa nacional, nomeadamente nos actos eleitorais ou até no envio de poupanças para Portugal.


– Frankfurt representa para a Alemanha, depois de Berlim, a capital, um centro político e económico dos mais importantes e decisivos do país, facto pelo qual se encontram acreditados nesta cidade mais de 90 consulados de outras nações, sendo um dos últimos a abrir o Consulado-Geral de Angola.


– De realçar ainda a importância atribuída a Frankfurt pela Comunidade Monetária Europeia (é nesta cidade que está a sede do Banco Central Europeu).


– Relembramos também, que este Consulado é ainda de crucial importância como centro de apoio aos altos representantes governamentais ao fazerem escala no aeroporto internacional de Frankfurt, uma das principais plataformas giratórias da Europa.


– Trata-se ainda de um centro económico de vital importância internacional, onde se realizam algumas das feiras de maior repercussão para os expositores portugueses (como por ex. a feira dos têxteis, salão automóvel, ou ainda a feira do livro).


Ao encerrar este Consulado, o Estado português abandona assim um ponto de mais alto prestígio internacional e de vital importância económica, política e cultural.


Num momento em que a economia portuguesa necessita de impulsos à exportação, e a Europa está atenta à política portuguesa, consideramos que o eventual encerramento da sua representação consular em Frankfurt significaria não só uma medida extremamente negativa para a comunidade que serve, mas também um falso sinal sob o ponto de vista de estratégia económica.


– Finalmente, o encerramento também não seria compreensível nem aceitável sob uma eventual perspectiva de medidas de austeridade. A rentabilidade do Consulado foi confirmada através dos investimentos técnicos, de formação profissional nos últimos anos, da abertura de concurso para admissão de mais um funcionário a partir do início do corrente ano, bem como do regresso ao serviço de um outro funcionário a partir de Abril último, por instruções do MNE.


O Conselho Consultivo está consciente das dificuldades que o país atravessa, mas não poderá aceitar de modo nenhum medidas radicais que conduzam ao encerramento deste posto consular, sem que sejam previamente estudadas, em conjunto, outras alternativas de poupança, como por exemplo, a redução dos custos de arrendamento, de funcionamento do posto, ou a redistribuição da rede consular, entre outras.

Os membros do Conselho Consultivo da Área Consular de Frankfurt”


António da Cunha Duarte Justo

Porta-voz do Conselho Consultivo



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