Se algum rancho folclórico participasse na Manifestação o acontecimento podia ser enriquecido com alguma contribuição musical e duas declamações de poesia em português e alemão. Proponho os seguintes poemas de Fernando Pessoa:
QUINTO NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer-
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisas quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!
Valete, Fratres. (Fernando Pessoa)
DIE FÜNFTE NEBEL
NICHT KÖNIG NOCH GESETZ; NICHT KRIEG NOCH FRIEDEN
VERLEIHEN EIGENES PROFIL UND SEIN
DEM MATTEN DÄMMERSCHEIN,
DER DEM VERZAGTEN PORTUGAL GEBLIEBEN-
GLANZ OHNE GLUT UND WENIG RÜHMLICH,
WIE ER DEM IRRLICHT EIGENTÜMLICH.
NIEMAND WEIß, WAS ER WIRKLICH WILL:
NIEMAND KENNT SEINEN EIGENEN MUT,
WEIß NICHT, WAS BÖSE IST, WAS GUT.
(WELCH FERNES SEHNEN WEINT GANZ NAH?)
ALLES IST UNGEWIß UND SPÄT DIE ZEIT.
NICHTS IST MEHR GANZ, UND ALLES IST ZERSTREUT.
O PORTUGAL! HEUT’ NUR EIN NEBELREICH…
DIE STUNDE KAM!
VALETE, FRATRES! (Fernando Pessoa)
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu. (Fernando Pessoa)
PORTUGIESISCHES MEER
O salzige Flut, wieviel von deinen Salz
sind Tränen Portugals!
Dich zu befahren, weinten Mütter,
klang Kinderbeten klagebitter;
wie viele Brautgemächer blieben leer,
auf daß du unser seist, o Meer!
Lohnt’ es die Müh’ ? Die Müh’ ist nie verloren,
wenn nur die Seele groß geboren.
Willst du Kap Bojador bezwingen,
mußt du den Schmerz erst niederringen.
Gott schloss das Meer mit Abgrundsiegeln
und ließ es doch den ganzen Himmel spiegeln. (Fernando Pessoa)
Slogans/frases para os cartazes
1. É hora de tirar aos “obesos” e não aos que andam tesos
2. NAO AO ENCERRAMRNTO DO CONSULADO DE FRANKFURT
3. ” POUPAR SIM, DESTRUIR NÃO! NÃO EXCLUA FRANKFURT, QUEREMOS AJUDAR!”
4. FECHAR O CONSULADO DE FRANKFURT É FALTA DE VISAO
5. Ministro Portas não nos feche as portas
6. Na hora da economia coitado do que tem a barriga vazia
7. Lohnt sich die Mühe? Die Mühe ist nie verloren, wenn nur die Seele groß geboren!) “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”
8. Quem seu amigo quiser conservar, com ele há-de negociar.
9. Mais vale um Sim tardio do que um Não vazio.
10. ECONOMIA & POLITICA fazem-nos GREGOS
11. POUPAR, NAO É ENCERRAR O CONSULADO DE FRANKFURT
12. Senhor Ministro diga não à economia pervertida!
13. Senhor Ministro diga sim a uma economia invertida!
14. O AMANHA COMECA HOJE
15. É tarde para economia quando a bolsa está vazia.
16. ” O diabo está nos detalhes e os detalhes têm que passar à prática
17. Eu sou do tamanho daquilo que vejo e não do tamanho da minha altura.
18. O Homem é do tamanho do seu sonho
19. PORTUGAL ASSIM NAO ÉS PÁTRIA MAS PAÍS QUE NOS IGNORA
20. Depois de casa roubada, trancas à Porta(s).
21. Economizar não significa tirar aos pequenos para dar aos grandes!
22. Este mundo é uma bola. Quem nela anda é que se amola.
23. É hora de tirar aos “obesos” para dar aos tesos
Amigos, podem fazer outras propostas
Abraço,
António da Cunha Duarte Justo
antoniocunhajusto@googelmail.com
www.antonio-justo.eu
A Helena estaria disposta a cantar: “Cortaram as asas ao rouxinol, rouxinol sem asas não pode voar…Cortaram-te o bico, ó rouxinol/rouxinol sem bico não pode cantar…que ao menos a noite, ninguém, rouxinol, te queira roubar/rouxinol sem noite não pode viver”.