NECESSIDADE DE UMA CONFERÊNCIA DA DÍVIDA,A CRISE DA GRÉCIA CASTIGA FORTEMENTE OS PORTUGUESES + Outras notícias

UM FACTO QUASE ANEDÓTICO

Em Dusseldórfia, uma mulher de 56 anos foi condenada a pagar uma multa de 200 euros por difamação, por ter dito “Tu garota” (Du Mädchen) a um polícia. Ela acompanhava o marido no carro quando este teve um controlo de trafego da polícia.
Na sala de tribunal a mulher procura defender-se afirmando que não tinha dito „Tu garota” (Du Mädchen) mas sim “um conto de fadas” (n’Märchen). Três testemunhas polícias contradisseram-na e o marido dela, vendo o caso mal parado, disse: “Ela nunca diria uma coisa dessas a um touro”. Então houve grande alvoroço na sala!
A mulher teve que pagar a multa mas o homem foi consolado para casa.
PS: Devo esclarecer que na Alemanha os jovens costumam apelidar os polícias de “touros”!

A CRISE DA GRÉCIA CASTIGA FORTEMENTE OS PORTUGUESES

A crise castiga as economias fracas obrigando-as a pagar juros mais altos pelos empréstimos e ajuda a economias fortes baixando-lhes os juros das suas dívidas.

Com a crise da Grécia dos últimos dias os juros da dívida a 10 anos de Portugal subiram em 30 pontos para 3,0380% enquanto os juros a 10 anos da Alemanha desceram 15 pontos para 0,74% e para a França desceram 9 pontos para 1,1880%. A Espanha paga pelas suas dívidas 2,3450% de juro e a Itália 2,3920%.

A Crise da Grécia é o barómetro da crise europeia. A UE apoia o negócio dos bancos e castiga os cidadãos.
Portugal tinha, no final de 2014, uma dívida pública de 225,28 mil milhões de euros o que corresponde a um endividamento de 21.604 euros por cidadão. Em 2014, Portugal teve de pagar aos credores perto de 7,2 mil milhões de euros de juros da dívida pública. Esse valor representa cerca de 4,3% do PIB. (Este ano terá de pagar mais ou menos a mesma quantia)
A Alemanha tinha 2.170 mil milhões de euros de dívida, o que corresponde a 26.867,26 euros por cidadão.

PROTECÇÃO DE FALÊNCIAS BANCÁRIAS NOS 28 PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA

Na Alemanha e na UE a partir de 3.07 tem vigor a proteção contra falências bancárias. Cada cliente bancário tem a sua conta bancária protegida até 100.000 Euros por cliente e por banco.

DESPESAS COM O ORÇAMENTO DE DEFESA NA ALEMANHA E EM PORTUGAL

As Forças Armadas Alemãs dispõem de um orçamento anual de trinta e três mil milhões de euros. O correspondente orçamento das Forças Armadas de Portugal é de 2.216,1 milhões de euros (Cf. orçamento do Estado 2015: http://www.jn.pt/infos/pdf/relOE2015.pdf)
A despesa militar da Grécia é de 3,3 mil milhões de euros. (A Troika exigia da Grécia que poupasse 5 mil milhões de euros no seu orçamento geral).
A Alemanha gasta por ano 1,2% do Produto Interno Bruto no orçamento de defesa. Os EUA gastam 4%.

TEMOS PAÍSES MAS FALTAM-NOS NAÇÕES – NECESSIDADE DE UMA CONFERÊNCIA DA DÍVIDA

O que está em causa é o neoliberalismo globalista e a carruagem dos estados a ele atrelados que abdicam da própria soberania.
Os políticos, para melhor sobreviverem depois de cada legislatura, exportam sistematicamente a dívida e o sistema financeiro serve-se da dívida permitida pelas classes políticas atreladas ao Estado para impor a austeridade interna e viver das desigualdades dos países; cada vez se pode falar menos de nações!
Para se resolverem os problemas da Europa a sério, teria de ser convocada uma Conferência da dívida de todos os países da UE. Uma resolução dessa conferência teria de anular grande parte das dívidas dos países em situação mais frágil. Há já precedentes como no caso da Alemanha depois das duas grandes guerras pelo facto de se encontrar arruinada e destruída. O sistema neoliberalista destrói sistematicamente as economias nacionais frágeis. São movimentados dinheiros para servir credores do mundo financeiro que levam à bancarrota do Estado e serve somente o mundo financeiro. Desde 2008 (crise dos bancos) o PIB da Grécia desceu 27%; a taxa de desemprego atingiu os 28% (da juventude 50%. A Troika deveria perdoar metade das dívidas de países em situação como Portugal e Grécia. Fazê-lo para com a Grécia e não para com outros seria uma imposição injusta. Doutro modo os lobos continuarão a uivar e o povo d correr descalço para casa.
A crise da dívida na Grécia é a crise da dívida da União Europeia. O referendo da Grécia embora malfeito terá bons resultados: no caso do sim à austeridade teria de haver eleições antecipadas.

PERÍODO DE CARÊNCIA PARA POLÍTICOS

O parlamento alemão acaba de aprovar uma lei que estabelece um período de espera para mudanças de emprego, no caso de cargos públicos relevantes. Ministros, membros do governo e secretários de estado não podem passar directamente da sua ocupação política para empregos na economia. São obrigados a observar um período de carência que vai de um ano até ano e meio. Uma boa medida no sentido de dificultar o suborno e o tráfico lobista entre política e economia.

SUBSÍDIO DE HABITAÇÃO NA ALEMANHA

A partir de 2016 o subsídio de habitação para pessoas com baixos rendimentos será aumentado para os 870.000 domicílios carenciados da Alemanha. Assim, um agregado familiar de duas pessoas, em vez de 115 Euros, passa a receber um apoio de 186 € mensais para a renda de casa.

O DESEMPREGO

O desemprego na Alemanha atingiu agora o número mais baixo de desempregados desde 1991, segundo revelam os Média alemães. Actualmente encontram-se 2,711 milhões de pessoas desempregadas.

AUMENTO DAS REFORMAS

As reformas tiveram um aumento de 2,1% na Alemanha ocidental e 2,5% na Alemanha oriental.

TSIPRAS QUER O LEITE E CONTINUAR A TURRAR A VACA

Tsipras começou por tentar que a Troika renunciasse aos 240 mil milhões de dívida sem se comprometer sequer em reorganizar o país sem se importar com as consequências para os países da zona euro em situação semelhante. Agora apela ao não no referendo e ao mesmo tempo defende um perdão de 30% da dívida. Faz um referendo demagogo e não apresenta plano para o dia a seguir! Tem-lhe chegado a ideologia
A Grécia teve a primeira bancarrota em Março de 2012. Os credores perderam mais de 100 mil milhões de Euros (a quota que Portugal teve de perdoar na altura foi superior a 600 milhões de euros). Actualmente a Grécia encontra-se de novo em situação de insolvência. No fim de Junho não conseguiram pagar a parcela de crédito no valor de 1,6 mil milhões de euros. Em Julho e Agosto teriam de reembolsar o BCE em 6,7 mil milhões de euros de títulos governamentais. No caso de não pagarem o BCE terá de parar o auxílio de crédito de emergência. Neste caso os bancos gregos cairiam imediatamente na bancarrota. Tsipras tem conseguido trazer os políticos europeus presos pela argola de nariz porque sabe da fragilidade do sistema e sabe que não há regulamentação para o caso de uma saída do euro.
No caso de a Grécia voltar à Dracma podia desvalorizar os próprios produtos e encarecer as importações. Uma medida destas poderia levar a economia grega a produzir produtos antes importados.
Teria a vantagem de ganhar a soberania sobre a própria moeda e de poder chantagear a UE com a sua posição estratégica entre interesses americanos, europeus, russos e muçulmanos.
A Alemanha poderia perder entre 60 e 85 mil milhões de euros no caso de a Grécia ir à insolvência e sair do euro. No Tratado de Maastricht, está escrito que nenhum país se responsabiliza pelas dívidas do outro.
António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

O PAPA SEM FILTRO – O PAPA DA POBREZA DA ECOLOGIA E DA MISERICÓRDIA

Tema “Família” no 2° Sínodo dos Bispos em Outubro

António Justo
No vaticano sopra um vento sul forte, um vento oceânico de fora da Europa que, ao suflar nas batinas da Cúria romana, habituadas à brisa mediterrânica, causa perplexidade. Francisco I, no seu discurso de 22 de Dezembro diagnosticou 15 doenças em pessoal da Cúria e em muita outra gente acomodada que não se controla: “Alzheimer espiritual”, “terrorismo das conversas”, críticas aos “fariseus”, são palavras não diplomáticas que abanam muitas árvores da cúria chegando a atingir até as raízes de alguns “cedros do Líbano”.

No vaticano, como na política há posições controversas, uns mostram-se mais comprometidos com a doutrina, outros com a praxis, como é natural numa tradição de dialética frutífera entre doutores e pastores. A um Papa teólogo segue-se um Papa pastor. É profético e quase de obrigação programática o facto de a História ter reunido dois Papas ao mesmo tempo sob o mesmo tecto romano, como que a avisarem: a praxis é a flor da doutrina; a pastoral não se deve dissociar da doutrina embora aquela deva constituir um desafio a esta. Um grupo conservador receia que Francisco I mude a doutrina quando ele apenas quer pôr a pastoral na ordem do dia. Aguentar a tensão é o que a Igreja católica sempre conseguiu tornando-se assim em modelo institucional para a humanidade.

De facto, a Igreja encontra-se em diferentes contextos; foi a primeira instituição global quando os países nasciam e lutavam ou lutam ainda pela sua identidade regional; como tal, a Igreja tem diferentes rostos segundo os continentes e as culturas subjacentes, o que poderá originar diferentes práticas pastorais.

Francisco I também manifesta compreensão para com os gays de boa vontade que “não se devem condenar, mas pelo contrário ser integrados na sociedade”. As suas expressões espontâneas e palestras livres na missa matinal tornam-se motivo de observações teologais por parte de alguns prelados.

O Papa pretende a reevangelização do mundo. Até os seus críticos reconhecem nele grandes qualidades incontestáveis. Ele sabe olhar as pessoas nos olhos. Ao escolher a Casa Santa Marta (a casa de hóspedes do Vaticano) para residência preferiu o contacto directo com a realidade universal. O Papa revela-se à altura dos tempos e tem sido muito oportuno em iniciativas para as religiões no sentido de serem fiéis à sua tarefa primordial e dando também impulsos muito concretos para a política internacional: genocídio dos arménios, impedimento dos ataques dos americanos e do ocidente contra a Síria, relações diplomáticas entre Cuba e USA, apela para “não desprezar a Rússia”, e tem conseguido transparência na banca vaticana etc.

Ano Santo da Misericórdia

Em Abril, anunciou um ano santo extraordinário, o Ano Santo da Misericórdia que vai de 8 de dezembro de 2015 até 20 de novembro 2016. O bem da igreja e das almas é prioritário.

Uma igreja precisa de mística, doutrina e pastoral. As reformas na moral e na pastoral são precisas tendo muito em conta as assimetrias culturais e sociais das diferentes sociedades. A revelação divina acontece na Bíblia, na Igreja, na Comunidade e na História que vai sempre mostrando novas facetas da realidade global que é Jesus Cristo.

O Pontífice é servidor e não senhor da verdade, por isso não pode mudar a doutrina/dogmas, pode criar prioridades na forma de tratamento pastoral. Por isso, na sua bula sobre o ano da misericórdia acentua: a ”misericórdia é o caminho que une Deus e o Homem”. Misericórdia para quem merece uma pena é uma questão que na visão secular parece contraditória…

Bento XVI era um teólogo, Francisco é um pastor, a teologia permanece na tensão entre doutrina e interpretação e a pastoral segue as circunstâncias dos tempos e das idades. O que se faz e o que se crê não são a mesma coisa, a fé permanece embora a prática seja mais importante. A verdade é processo e o Papa tem a função de encaminhar as diferentes forças em direcção a ela. Francisco I esforça-se no sentido de tornar o espírito de Jesus mais visível e mais experimentável. Sabe que não é seu papel adaptar a Igreja ao gosto do tempo mas que a partir dele se torne experimentável o espírito de Deus. Esta será a sua tentativa.

Há pessoas que se sentem sempre indignadas com o que o papa diz. A indignação nem sempre é sinal de empenho e responsabilidade; hoje é, muitas vezes, uma forma fácil de se destacar e ser notado. Destacar-se perante alguém conhecido ajuda o “santo” ego.

Alguns radicais e eternos insatisfeitos que procuram aproveitar-se do bem e do mal para danificar a Igreja apelam à venda de igrejas e obras religiosas para com esse dinheiro se ajudar os pobres. Esta medida encheria o estômago de alguns pobres por algum tempo mas o problema continuaria. “Pobres sempre os tereis…” (Jo. 12,1-9. A igreja oferece não só pão mas também cultura, arte onde as pessoas encontram paz, conforto e meditação (Não só de pão vive o Homem!). Imagine-se a presença e o contributo contínuo da Igreja para o património cultural dos povos. (Uma instituição sem memória não comporta o futuro). Nas igrejas podem reunir-se os pobres e os que sofrem do frio da sociedade; a Igreja é também o seu porta-voz. Os templos e as obras religiosas são também elas as mãos da natureza, de cidades e aldeias e do povo crente a apontar para a transcendência, a apelar para a verticalidade num mundo cada vez mais horizontal e massa inerte. A expressão espontânea brota do coração e transmite o calor do amor, a expressão da inteligência reflectida espalha a luz do amor. O amor guarda espaço para a pobreza consciente e interior que se preocupa com o bem estar material e espiritual da humanidade. A pobreza espiritual é a maior causa da pobreza material. Precisa-se de uma rede de pessoas de boa vontade. O Pontífice trabalha no sentido de uma utopia que quer um mundo melhor, ao contrário das ideologias que prometem um mundo perfeito. Fronteiras e limites devem ser mantidos apenas como as membranas que ligam os órgãos do mesmo corpo.

2° Sínodo em Roma

Em outubro deste ano realizar-se-á o 2° sínodo em Roma. Prevê-se uma forte luta entre a defesa da tradição da doutrina da Igreja sobre a família e os que seguem o coração das pessoas que aceitam que divorciados que se encontrem na situação de segundo casamento civil possam frequentar os sacramentos. Aqueles argumentam que a Igreja não deve submeter-se aos caprichos do mundo. Entre eles, o cardeal Raymond Burke e vários cardeais africanos e da europa de leste e da Itália receiam que Francisco mude a praxis da doutrina do matrimónio. Sem ser necessário mudar o dogma chegar-se-á a um consenso entre teóricos e pragmáticos. A doutrina fica a mesma, tal como acontece nos Estados em parte com a Constituição mas que se usa das leis para adaptar a constituição à situação concreta. Assim se responderia à necessidade da dogmática (lei fundamental) e de uma pastoral (aplicação da mesma no concreto).

De facto o matrimónio dá-se muitas vezes numa situação de conhecimento e consciência diferente daquela que a realidade depois vem a mostrar; chega a haver casamento mas sem sacramento, apesar da liturgia realizada. Há doenças que um dos parceiros pode trazer consigo que não permitem uma verdadeira relação a nível interior e exterior. Para isso o recurso à anulação do casamento, por falta das condições iniciais necessárias, deveria torna-se num instrumento mais normal. Muitas pessoas trazem nelas doenças psicóticas (ou maldades) escondidas que só o convívio do dia-a-dia vem revelar e podem impedir o desenvolvimento espiritual e levar ao sofrimento dos parceiros a vida inteira.

Violência doméstica pode ser motivo para separação

O Papa Francisco tem compreensão para a separação no casamento em determinadas circunstâncias. “Certamente também há casos em que a separação de consortes se torna inevitável. Às vezes é até moralmente necessária”. Quando disse isto referia-se especialmente aos casos de violência doméstica, opressão do parceiro mais fraco ou de crianças pequenas.

Certamente um assunto muito complicado mas o “Casamento” não pode ser argumento de justificação de arrastamento de casos de violência repetida ou de impedimento de desenvolvimento individual e comunitário. No caso de matrimónios católicos há um instrumentário muito adequado que deveria ser mais utilizado e que constitui no recurso ao pedido de anulamento do matrimónio. Os episcopados deveriam ser mais receptivos e rápidos na decisão sobre pedidos de anulação. Por vezes faltam já de início as condições necessárias para a efectivação do sacramento.

Também Jesus comparou o Reino dos Céus a um reino em que o rei fez o convite a muita gente para a boda de casamento do filho; muitos convidados não vieram e então ele convidou todo o mundo, bons e maus (Mateus 22:1-14). De facto a Igreja não se reduz a um povo eleito ou a uma cultura, por isso Jesus convida todo o povo a entrar no seu reino.
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo
In “Pegadas do Tempo” www.antonio-justo.eu

Notícias escolhidas: Violência sexual,Eutanásia,Internet, Curandeiro, 10.000 cães comidos em dois dias

DEZ MIL CÃES COMIDOS EM DOIS DIAS NUMA CIDADE DA CHINA
APELO DE UM GATO ARREPENDIDO

Por António Justo
Na China todos os anos se realiza o Festival da Carne de Cão. Na festa realizada na cidade de Yulin de 21 a 22.06, terão sido consumidos 10.000 cães, segundo informam os meios de comunicação chineses.
Na China é da tradição comerem-se cães e gatos, entre nós é tradição comerem-se porcos e vacas. Cada tradição defende as suas predilecções!
Na minha consciência de gato humano, atrever-me-ia a fazer um apelo a todos os carnívoros: reduzam o consumo da carne a metade da ração semanal. Só assim poderemos contribuir contra o tratamento indigno de animais, diminuir o seu sofrimento e reduzir também a discriminação dos animais. AJ

NA ALEMANHA O NEGÓCIO COM A EUTANÁSIA É TABU

O Parlamento Federal alemão discute em primeira leitura a 2 de Julho quatro projetos de lei sobre a eutanásia para que ainda em 2015 seja possível uma lei sobre o tratamento de pacientes em estado terminal. Os projectos de lei vão da liberação da eutanásia desde que não se torne negócio, a um suicídio com assistência médica, até uma proibição da eutanásia. A Ordem dos Médicos alemã revela-se, com 80% dos médicos contra a eutanásia. O seu presidente disse na ARD-Morgenmagazin: “Não se deve morrer através das mãos do médico, mas ser acompanhado pela mão do médico na morte”. O negócio com a eutanásia floresce no estrangeiro causando o turismo da morte em países vizinhos. Situações conflituosas não deveriam porém ser criminalizadas. AJ

UNIÃO EUROPEIA OFERECE MILHARES DE MILHÕES DE EUROS PARA INTERNET RÁPIDA

A Comissão Europeia coloca imensos dinheiros à disposição na EU para a expansão da Internet de banda larga.
A Alemanha que tem bons peritos em questões de aplicações de dinheiros da EU conseguiu da Comissão a homologação de um apoio de três mil milhões de Euros para a expansão da banda larga na Alemanha.
Estes auxílios financeiros concedidos pela União Europeia podem ser requeridos por prestadores de serviços privados e por municípios. AJ

REFORMA DAS DIRETRIZES EUROPEIAS PARA PROTECÇÃO DE DADOS NO INTERNET

O fortalecimento da protecção de dados no Internet está em discussão avançada no parlamento europeu.
A espionagem americana e de outras instituições levaram a política a prosseguir esforços iniciativos relativamente à defesa da privacidade pessoal quanto a dados que lhe digam respeito incluindo o direito de esquecer por parte das tecnologias de informação.
A defesa da esfera privada deve obedecer a padrões mais elevados e iguais nos 28 países da EU. Será securitizado o direito a esquecer. Assim, o cidadão passa a ter o direito a apagar dados e fotos sobre a sua vida profissional e privada. O tratamento posterior de dados deve ser expressamente permitido pelos usuários. Deste modo impede-se a comercialização de dados dos utentes do Facebook que o pretendam. Muitos utilizadores dos motores de internet viam-se perturbados com a recepção de e-mails e por vezes surpreendiam-se, no caso de candidatura para um lugar de trabalho, pelo facto de o entrevistador já ter informações sobre ele. Este abuso será dificultado com a nova legislação em via. No caso de circularem dados expressamente não permitidos, o utilizador pode reclamar. O parceiro de contacto para a reclamação é a Comissão Nacional de Protecção de Dados Pessoais Informatizados (CNPDPI) que está situada na Rua de São Bento n.º 148-3º 1200-821 Lisboa – Tel: +351 213928400 – e-mail: geral@cnpd.pt. AJ

PORTUGAL NUM DIA DE VERÃO FRIO NA ALEMANHA

Portugal é Norte e Sul, é mar e povo, é sol e vento, é rosmaninho com cheirinho a liberdade. Portugal das lanternas que deixam o desejo de liberdade na dança escorregadia do povo na calçada. Meu Portugal do coração, tu és grande porque ocultas em ti o mundo inteiro.
Hoje (22.06), aqui na Alemanha, liguei o aquecimento para também sentir um pouco de Portugal! AJ

O QUE A UNIÃO EUROPEIA PRECISA É DE UMA ECONOMIA PACÍFICA!

O que a UE precisa é de subsidiariedade social, fomento do federalismo, autogestão, distribuição das centrais das multinacionais pelos diferentes países e política económica pacífica não deixando transformar o Parlamento Europeu nem a Comissão Europeia em centos estratégicos de propaganda ideológica e de poder dos lóbis.
Enquanto se não criar um imposto de solidariedade em toda a Europa para apoiar as economias mais fracas deveria ser interrompida a política de austeridade imposta aos mais fracos. AJ

VIOLÊNCIA SEXUAL EM JARDIM INFANTIL – ONDE AS CRIANÇAS JÁ CHEGAM

Segundo informações do bispado de Mogúncia houve, entre as crianças de um jardim-de-infância de Mainz-Weisenau, violências sexuais graves, violência, extorsão e numa criança até ferimentos nas partes sexuais. Quase todas as 55 crianças foram afetadas; as crianças eram obrigadas a mostrar as partes sexuais e deixar-se bater e introduziam objectos no ânus, sendo ameaçadas de morte, se não se envolvessem nos jogos. Todo o pessoal empregado foi despedido por ter falhado nas suas funções de supervisão e o jardim infantil foi encerrado até Setembro. As queixas apresentadas pelos pais causaram grande espanto e consternação no bispado.
Os especialistas em psicologia partem do princípio que as crianças para chegarem a tal comportamento terão visto filmes pornográficos ou terão feito experiências de abuso.
Crianças precisam de uma protecção especial. Não devem ter acesso à internet e no caso de o terem não deveria ser sem um certo controlo. Os resultados tornar-se-ão desastrosos para as próximas gerações. Embora a política da EU, por razões ideológicas e para conseguir a introdução de novos códigos morais, use e abuse da regulamentação da educação sexual nas escolas, isto não deve constituir motivo para abandonar as crianças a si mesmas.AJ

CURANDEIRO/VIDENTE CONDENADO A TRÊS ANOS DE PRISÃO POR VER DEMAIS

Na Alemanha, em Kassel um feiticeiro/mago autoproclamado foi condenado pelo tribunal a três anos de prisão por agiotagem em 28 casos. O curandeiro, de 66 anos, entre 2000 e 2009, conseguiu receber de uma só senhora 680.000 euros por cartomancia, acender velas e por actos de círculos de protecção com incenso e rituais de obstruções de sepulturas. Como havia perigo de fuga o juiz decretou prisão imediata.
Todo o curandeiro que, para poder detectar o futuro, problemas ou doenças de pessoas, leve dinheiro é sinal de aldrabice. De facto o dinheiro turba o espírito e não deixa ver longe! AJ

António da Cunha Duarte Justo
Jornalista
In Pegadas do Tempo, www-antonio-justo.eu

O CAVALO TROIANO DE ATENAS E O CAVALO TROIANO DE BRUXELAS

Sexo e Poder a servir a Excitação – Diferença entre Gregos e Germanos

António Justo
Os gregos embrulham o poder com papel couché de sexo enquanto os germanos embrulham o poder com a sarapilheira do trabalho! Isto provoca excitação numa sociedade sem capacidade de interpretação, mas em que o escândalo é negócio.

A Alemanha e a Grécia encontram-se em luta justa mas parcial porque cada uma aposta na sua razão esquecendo que a solução viria de uma recíproca complementação.

Dinheiro, poder e sexo prometem o que não podem dar mas lisonjeiam a liberdade que, à sombra deles, perde a dignidade /virgindade.

A ambição do poder e o desejo sexual movem homens e mulheres dando-lhes uma áurea acrescentada pela prostração das massas. O poder sexy dos Varoufakis, dos Sócrates e até dos Berlusconi torna-se num elixir irresistível que move admiradoras e admiradores pelo facto de unirem o poder ao sexo e deixarem um cheirinho a dinheiro.

O poder corrompe, mas vestido de eros adquire um brilho inocente que atrai a alma e ilude o desejo de liberdade. À sombra dos poderosos, a cimentar o seu desejo de conquista, abunda também a fantasia de Cinderelas que, para subirem a escada do poder, fazem uso da sua força erótica. Ao seu desejo corresponde, por vezes, a necessidade dos poderosos solitários que, na aridez da sua ocupação, procuram, também eles, a suavidade da fêmea que lhes dá brilho e gera autoconfiança.

Sexo e poder dão brilho à tentação e movem as massas, porque garantem a contínua excitação, especialmente, se não vestidos nos fatos engravatados da tradição que dessexualizam o desejo.

O inocente sexo ajuda a vender o produto, ao mover a tentação. Na vida pública e na fachada do poder, a mistura de sexo e autoridade ainda se torna mais atractiva e deslumbrante quando a ela se junta o rastilho da esquerda. O ingrediente esquerdo torna a coisa mais atractiva porque ao sexy acrescenta a ideia da fecundidade que promete dar sustentabilidade ao progresso.

Por estas e por outras, o génio grego sente-se melindrado e o espírito protestante engravatado sente-se agravado; ao alemão frontal habituado a andar por caminhos direitos e bem rasgados custa-lhe a entender a mistura que o pacote grego encobre e porque teima tanto em andar por curvas e atalhos.

Tal disparidade de formatos leva o germano a concluir que o que o grego tem para oferecer é lábia erótica quando o germano só negoceia com produtos. Para o germano o eros não vai para a rua nem faz parte da exortação à guerra, para ele a rua é batalha e o sexo é sigilo que reforça, mas fica em casa.

Por isso a dança de gregos e germanos se torna monótona e repetitiva porque toda ela se dá em torno do cavalo troiano: uns em torno do cavalo de Atenas, outros em torno do cavalo de Bruxelas.
Todo o alarido e discórdia vêm de diferentes performances. O poder torna os instintos educados mas o sexo dá-lhe o brilho que não se quer disciplinado. O nosso mundo é todo assim, feito de políticos e poderosos que atraem mulheres e seguidores; tudo pronto a dar cambalhotas como gatos aos pés dos donos, num bulício à volta do bezerro de ouro. O dinheiro tem em si algo oculto que faz brilhar os olhos mas apaga a mente.

Também é de reconhecer que uma vida sem tentação seria vida chata e abafada em mel a que faltariam as maviosas modulações dos cânticos da cigarra.

Para não ser injusto e à maneira de conclusão, cito o sociólogo Johan der Dennen que constata: ”Também mulheres poderosas têm um apetite sexual acima da média”. Se observarmos Ângela Merkel vemos como é verdadeira e forte a excepção à regra.

O problema na UE não vem do papel couché nem da sarapilheira, o problema vem do que embrulham e o que embrulham é poder a encobrir o poder!
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo e pedagogo
www.antonio-justo.eu

A ENCÍCLICA ECOLÓGICA EM DEFESA DA “NOSSA IRMÃ E MÃE TERRA”

A “nossa Casa comum” sente-se ferida, adverte Francisco I

António Justo

Na sua encíclica verde, o Papa denuncia a destruição do ambiente, a embriaguez do consumismo, a degradação ambiental e cultural, e a submissão da política à economia.

A encíclica Laudato Si (Louvado seja) do Papa Francisco, dedicada à ecologia e ao ambiente, põe em primeiro plano a protecção, conservação e recuperação do ambiente natural e ecológico da “nossa irmã e mãe terra”, no seguimento de S. Francisco de Assis, Padroeiro dos ecologistas. Por isso o Papa inicia a encíclica com as palavras de S. Francisco “Louvado seja” no seu “Cântico das Criaturas” que compôs em 1225 (Texto em: https://antonio-justo.eu/?p=3183).

O pontífice constata que o planeta “está a ser destruído” e estabelece uma “relação íntima entre os pobres e a fragilidade do planeta”. Dirige-se “a cada pessoa que habita o planeta” e não só aos católicos e às pessoas de boa vontade; descreve a natureza como “a nossa casa comum” apelando para a necessidade de “uma conversão ecológica global”.

Alerta para o facto de a terra parecer transformar-se num “imenso aterro sanitário” que reage com catástrofes de maremotos, furacões, desertificação de algumas regiões e inundação de outras. Apelida o planeta de “terra irmã e mãe” e atesta: “Nunca tratamos a nossa casa comum tão mal e ferido como nos últimos dois séculos… o ritmo do consumo, do desperdício e a mudança do ambiente superou a capacidade do planeta de tal modo que o actual estilo de vida só pode conduzir à catástrofe”.

O domínio absoluto da finança sobre a política

A política não deve submeter-se à economia, e esta não deve submeter-se aos ditames e ao paradigma eficientista da tecnocracia. “Qual é o lugar da política? É verdade que, hoje, alguns sectores económicos exercem mais poder do que os próprios Estados. Falta a consciência duma origem comum, duma recíproca pertença e dum futuro partilhado por todos”.

“A subjugação da política à tecnologia e às finanças torna-se visível na falta de sucesso da cimeira mundial…”. “A salvação dos bancos a todo o custo, fazendo pagar o preço à população, sem a firme decisão de rever e reformar o sistema inteiro, reafirma um domínio absoluto da finança que não tem futuro e só poderá gerar novas crises depois duma longa, custosa e aparente cura”.

Crescimento à custa dos pobres

O rápido crescimento dos países ricos acontece à custa dos pobres: “sabemos que o comportamento injustificável daqueles que consomem e destroem, cada vez mais, enquanto outros não conseguem sequer viver adequadamente a sua dignidade humana”. Uma “verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres”. «Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres»

Propõe que se diminua o crescimento: “Por isso, chegou a hora de aceitar um certo decréscimo do consumo nalgumas partes do mundo, fornecendo recursos para que se possa crescer de forma saudável noutras partes”.

A liberdade de consumo ilude a falta de uma liberdade mais profunda

Apela para a reflexão da própria liberdade que não se esgota na liberdade de consumir como o sistema faz crer “quando na realidade apenas possui a liberdade a minoria que detém o poder económico e financeiro”. “A velocidade da mudança … contrasta com a lentidão natural da evolução biológica.”

Critica a privatização da água “recurso escasso” que não se deve comercializar porque tal como “o clima é um bem comum, um bem de todos e para todos.”

Também questiona o direito de empresas ricas poderem comprar direitos de poluir a atmosfera afirmando que “a estratégia de compra-venda de «créditos de emissão» pode levar a uma nova forma de especulação”.

“Os mass-media e o mundo digital quando se tornam omnipresentes, não favorecem o desenvolvimento duma capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade, amar com generosidade.”

Património humano e cultural ameaçado

O globalismo económico liberal, em nome de uma supraestrutura (um governo do mundo, interesses económicos supranacionais, EU, USA, etc), impõe-se de cima para baixo, centralizando tudo: avassala o regionalismo e desrespeitando as identidades culturais e democráticas dos países, organicamente elaboradas ao longo de séculos. “A par do património natural, encontra-se igualmente ameaçado um património histórico, artístico e cultural”. Recorda também que existe uma “ecologia do Homem” como dizia Bento XVI que «também o homem possui uma natureza, que deve respeitar e não pode manipular como lhe apetece“.

O preço do crescimento é pago com a saúde e com o roubo à dignidade dos povos: „O homem não se cria a si mesmo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza”, devendo tornar o seu “estilo de vida conciliável com a defesa integral do ambiente”.

Ecologia e Cristianismo

A crise ecológica apela à “conversão ecológica”. “A espiritualidade cristã propõe um crescimento na sobriedade e uma capacidade de se alegrar com pouco”. Cita João Paulo II que diz: «Deus deu a terra a todo o género humano, para que ela sustente todos os seus membros, sem excluir nem privilegiar ninguém». E continua: “Na tradição judaico-cristã dizer «criação» é mais do que dizer natureza, porque tem a ver com um projecto do amor de Deus, onde cada criatura tem um valor e um significado.” “Toda a natureza, além de manifestar Deus, é lugar da sua presença”. «Sentir cada criatura que canta o hino da sua existência é viver jubilosamente no amor de Deus e na esperança» …” “Quando o coração está verdadeiramente aberto a uma comunhão universal, nada e ninguém fica excluído desta fraternidade”…

Em Jesus Cristo encontra-se resumida toda a realidade espiritual e material: ”o destino da criação inteira passa pelo mistério de Cristo, que nela está presente desde a origem…

“O antropocentrismo moderno acabou, paradoxalmente, por colocar a razão técnica acima da realidade, porque este ser humano «já não sente a natureza como norma válida nem como um refúgio vivente.” ” …A finança sufoca a economia real”…

“O trabalho é uma necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e realização pessoal… Neste sentido, ajudar os pobres com o dinheiro deve ser sempre um remédio provisório para enfrentar emergências. O verdadeiro objectivo deveria ser sempre consentir-promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial”.

Inicialmente os monges refugiavam-se do mundo para viverem em meditação e oração; São Bento de Núrsia, imbuído do espírito cristão, promoveu a união da oração, estudo e trabalho manual, dignificando-o na fórmula «Ora et labora ». Francisco I: “Esta introdução do trabalho manual impregnada de sentido espiritual revelou-se revolucionária”.

“A criação encontra a sua maior elevação na Eucaristia. No Pão Eucarístico, «a criação propende para a divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o próprio Criador».

A relação entre todas as criaturas verifica-se na Trindade, que é a matriz de toda a realidade. Penso que os teólogos do futuro, os místicos e os cientistas da física quântica encontrarão na fórmula da Trindade a fórmula do mundo e a verdadeira fórmula de toda a realidade.

O papa adianta: “Para os cristãos, acreditar num Deus único que é comunhão trinitária, leva a pensar que toda a realidade contém em si mesma uma marca propriamente trinitária”…: “O Pai é a fonte última de tudo, fundamento amoroso e comunicativo de tudo o que existe. O Filho, que O reflecte e por Quem tudo foi criado, uniu-Se a esta terra, quando foi formado no seio de Maria. O Espírito, vínculo infinito de amor, está intimamente presente no coração do universo, animando e suscitando novos caminhos. O mundo foi criado pelas três Pessoas como um único princípio divino, mas cada uma delas realiza esta obra comum segundo a própria identidade pessoal. Por isso, «quando, admirados, contemplamos o universo na sua grandeza e beleza, devemos louvar a inteira Trindade».

A encíclica do Papa foi recebida com grande entusiasmo na Alemanha enquanto nos USA se levantaram vozes críticas, certamente os que beneficiam com as injustiças do regime económico. O Papa, porém, tem de falar deste tema e criticar o sistema, (embora isto não agrade a muitos) porque o problema ecológico atinge as pessoas e as regiões mais vulneráveis e consequentemente a fome e a emigração em massas.

António da Cunha Duarte Justo
Teólogo
www.antonio-justo.eu