ENCONTRO DO CHANCELER SCHOLZ COM O PRESIDENTE XI EM PEQUIM

“Política de uma só China” e por que não Política de uma só Europa?

No programa de visita de 11 horas à China (4.11.2022), o chanceler alemão, acompanhado da sua delegação com mais de 60 pessoas (funcionários, empresários, jornalistas) esperava que o presidente chinês Xi Jinping o apoiasse na sua política relativa à Ucrânia e criticasse Putin!

Scholz declarou que a Alemanha segue a “política de uma só China”, isto é, de China e Taiwan unidas, pressupondo-se que alterações do status quo só podem ter lugar “pacificamente e de comum acordo” e advertiu a China contra uma intervenção militar. O presidente chinês não criticou a Rússia. Xi Jinping limitou-se a advertir: “A utilização de armas nucleares ou a ameaça delas deve ser rejeitada” e disse ainda que a comunidade internacional deveria trabalhar para assegurar que “as armas nucleares não possam ser utilizadas e as guerras nucleares não possam ser combatidas”(1).

O Chanceler esperava em vão o apoio da China para a política da Ucrânia, mas, ao contrário dele, a China pensa geo-estrategicamente.

Scholz foi sozinho sem o presidente francês Mácron.  A oposição (CDU) acusou Scholz de fazer uma política isolada (indo sozinho, sem o presidente francês Mácron que se tinha oferecido a viajar junto com ele à China). O chanceler, ao ser o primeiro político do Ocidente a visitar o presidente Xi Jinping agora reeleito, revela coragem e por outro, a dependência alemã da China. No primeiro semestre de 2022 a economia alemã investiu cerca de 10 mil milhões de euros na China; a China é depois dos EUA o maior destino da exportação alemã (com uma quota de 7,5%); cerca de 12%das importações alemãs vêm da China (analistas dizem que “80% dos computadores portáteis vêm da China e 70% dos telemóveis”);  os primeiros carros chineses já se encontram no mercado alemão.

A visita do chanceler deixa margem para se poder especular sobre a possibilidade, de no caso da Alemanha um dia se reconsiderar poder vir a fazer a ponte com a Rússia. Scholz conseguiu trazer já algo na bagagem: BioNTech passa a ter acesso ao mercado chinês podendo estrangeiros que vivam na China ser vacinados com ela. Scholz espera que em breve chegue a haver “uma disponibilidade geral da vacina BioNTech” também para os chineses.

Uma zona com poucas matérias primas está condicionada à dependência; dependência por dependência seria de optar pela que fica mais perto e é mais rica. Com o boicote da Rússia a Alemanha e a Europa mais dependente fica da China.

O grupo chinês Cosco conseguiu uma participação de 24,9% no terminal de contentores de Hamburgo em Tollerort, o que significa uma certa dependência da China. Porém, em questões de concorrência importante é quem se compromete primeiro! Se não fosse Hamburgo seria um outro porto europeu.

Resta uma pergunta: se a Alemanha segue a “política de uma só China” porque não prever também a longo prazo uma política de uma só Europa?

A Alemanha apesar da viragem da política alemã praticada pela atual coligação tem nela o potencial para uma visão do mundo a partir da Europa.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Mercur.de: https://www.merkur.de/politik/scholz-china-reise-xi-peking-baerbock-ukraine-russland-menschenrechte-kritik-news-ticker-zr-91892214.html

O DIA DE TODOS OS SANTOS – O DIA DE TODAS AS ALMAS E O HALLOWEN

A Igreja católica celebra a 1 de novembro todos os santos, não só os conhecidos canonizados, mas todos os outros.  No Martyrologium Romanum estão registados 6650 santos e beatos e 7400 mártires. A celebração comemorativa remonta ao século IV.

Todas as pessoas falecidas que viveram as suas vidas para o bem e com o sentido em Deus são celebradas.

No dia seguinte, 2 de Novembro, a Igreja Católica celebra o Dia de Todas as Almas. Em novembro são assim celebrados todos os mortos como fazendo parte da mesma comunidade!

Na noite 31 de Outubro, celebra-se o Halloween. O termo “Halloween” vem da expressão “Véspera do Dia de Todos os Santos” em que os celtas celebravam o rito de morte. Os irlandeses integraram nos seus rituais a celebração de „Halloween” (lembrança colectiva) que integra alguns costumes celtas (Samhain, onde se sacrificavam crianças e virgens) que celebravam a morte.

Os irlandeses ao emigrarem para os EUA levaram consigo este costume que nos anos 90 se tornou parte da cultura americana!

A mistura de rituais celtas de reminiscência bárbara de culto da morte (tem a ver com o processo de aculturação e inculturação no encontro de costumes entre povos). A integração do rito Halloween na cultura americana pretende certamente incitar as lembranças americanas inconscientes também elas comuns a velhas práticas indígenas.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A ORIGEM DA BURKA – PROSTITUIÇÃO

Estratégia de Ataturk para modernizar a Mulher

O traje islâmico tem a sua origem num culto à divindade Astarte (1), deusa do amor, da fertilidade e da sexualidade, na antiga Mesopotâmia (Fenícia).

Em homenagem à deusa do amor físico, todas as mulheres, sem exceção, tinham de se prostituir num determinado dia do ano, nos bosques sagrados, em redor do templo da deusa Astarte. Nessa festividade todos os homens podiam ter relações sexuais com qualquer mulher.

Para cumprirem o preceito divino sem serem reconhecidas, as mulheres de alta sociedade acostumaram-se, no dia da festa, a usar um longo véu como  proteção da sua identidade.

Com base nessa origem histórica, Mustapha Kemal Atatürk, fundador da moderna Turquia (1923 – 1938), no quadro das profundas e revolucionárias reformas políticas, económicas e culturais, que introduziu no país, desejoso de acabar de uma por todas com a burka, serviu-se de uma brilhante astúcia para calar a boca dos fundamentalistas da época.

Atatürk pôs definitivamente um fim à burka na Turquia com uma simples lei que determinava o seguinte: «Com efeito imediato, todas as mulheres turcas têm o direito de se vestirem como quiserem, no entanto, todas as prostitutas devem usar a burka».

No dia seguinte, não havia ninguém de burca nem niqab na Turquia. Hoje acentua-se o uso do lenço. Da prostituição institucional onde a mulher era, num dia, presa aberta para todos os homens, com Maomé o uso da BurKa ou do lenço, sinaliza que a mulher já pertence a algum homem ou é reduzida a símbolo religioso.

É interessante que a Bíblia também faz referência à imoralidade do rei Salomão que pecou contra o seu Deus ao prestar culto à deusa Astarte (1 Reis 11,5). Os egípcios, mais tarde, deram-lhe o nome de Isis, e os gregos de Afrodite e Hera.

 

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

Texto completo (2014) em http://antonio-justo.eu/?p=2826

PODER RENOVADOR DA MULHER:

 https://triplov.com/letras/Antonio-Justo/2009/mulher.htm

HOJE CELEBRA-SE O DIA DA REFORMA PROTESTANTE

Entretanto passaram-se 505 anos numa História de assunto controverso. No Ensaio seguinte procuro apresentar o meu ponto de análise e de vista:
“Lutero garante a Emancipação como Princípio impulsionador da Idade Moderna; Ideais entre Dependência Religiosa e Dependência Política”: Ensaio sobre o Legado de Martinho Lutero nos 500 anos de reforma Taschenbuch – 12. Oktober 2017 : https://www.amazon.de/garante-Emancipa%C3…/dp/1549917625
Lutero garante a Emancipação como Princípio impulsionador da Idade Moderna: Ensaio sobre o Legado de Martinho Lutero nos 500 anos de reforma
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Lutero garante a Emancipação como Princípio impulsionador da Idade Moderna: Ensaio sobre o Legado de Martinho Lutero nos 500 anos de reforma
Na palavra emancipação poder-se-iam resumir as forças condutoras que trespassam os quinhen
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Temp