A CRISE DO GOVERNO DE MERKEL TORNOU-SE SÍMBOLO DA CRISE DA EUROPA

A Crise do Euro foi superada – A Crise dos Refugiados deixará feridas incuráveis

António Justo

Seehofer, Ministro do Interior da Alemanha, quer recusar a entrada na Alemanha a migrantes refugiados já registados noutros Estados-membros da EU e assim obrigá-los a serem mais rigorosos no registo. (Mesmo assim não poderá impedir a tentativa daqueles que entram em Estados com menos regalias sociais e farão tudo por tudo para irem para regiões mais ricas; por outro lado, refugiados que se encontrem numa fronteira e tenham familiares já reconhecidos num país, segundo a prática do direito atual, têm o direito de entrarem no país).

Depois do ultimato de 15 dias de Seehofer dado a Merkel para encontrar uma solução europeia satisfatória, os representantes da política, até agora seguida pela EU de Bruxelas, encontram-se sob pressão, por terem de considerar os próprios interesses e que no caso são os de Merkel também.

Atendendo aos países que apoiam a política de Seehofer, à chanceler Merkel resta-lhe realizar contratos bilaterais com grupos de países.

O caminho será indicado pela Áustria na sua exigência de se criarem centros de recolha fora da Europa onde os pretendentes a refugiados possam fazer os seus requerimentos ou a EU fazer como fez com a Turquia pagando aos seus países fronteiriços milhares de milhões para conterem os imigrantes. Aqui surge também um problema porque a EU já determinou o seu orçamento até 2021.

Merkel encontra-se em maus lençóis:  por um lado entre a força política de Áustria, Itália e Polónia em relação à política de refugiados e por outro a política económico-financeira que Mácron quer para a EU.

A política de imigração da chanceler Merkel, por muito cristã que se tenha revelado, dividiu a Europa que, para ser inteira, terá de remodelar a EU no sentido de uma Europa Unida das Nações; só assim poderá integrar também a vontade do povo e não renunciar ao cunho cultural que lhe deu maturidade.

Estamos perante um busílis: por um lado a Europa precisa de imigrantes para não envelhecer (devido à própria infertilidade) e por outro perante um futuro comprometido: o problema não está na imigração, pelo contrário, o problema virá do islão que se mostra renitente e imutável, por estar consciente de como funciona e se impõe poder através dos séculos. As ideologias passam, mas as religiões não!

Deveria procurar-se uma solução europeia que seja solução também para o povo! É vergonhosa a maneira como os formadores da opinião pública conduzem a discussão, como se uma solução para a Europa pudesse ser encontrada pelos interesses das elites contra os interesses do povo.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

FINANCIAMENTO ESTATAL DOS PARTIDOS NA ALEMANHA

O Contribuinte paga anualmente 0,83 € por Votante além de outros Subsídios

António Justo

Na Alemanha o Estado paga todos os anos aos partidos 0,83€, por cada votante das últimas eleições; em Portugal o Estado paga 3,18 € e no Brasil paga R$ 17,63 por voto; além desta subvenção, os partidos têm, nos diferentes países, muitos outros subsídios.

Financiamento partidário na Alemanha

Em vez 165 milhões de euros os partidos poderão receber, no seu conjunto, até 190 milhões de euros por ano. O dinheiro será distribuído pelos partidos segundo as regras anteriores: número de votantes no partido, recibos de doação e o número de membros de cada partido.

Segundo a centra federal alemã para formação política  (BPB), o subsídio estatal está ligado ao número de eleitores. Os beneficiários são todos os partidos que ganharam pelo menos 0,5 por cento dos votos em cada uma das últimas eleições para o Bundestag e para o Parlamento Europeu e 1 por cento nas eleições estaduais. Em 2017, estes constituíam um total de 20 partidos. Os partidos recebem, dos impostos dos cidadãos, 0,83 euros por ano por cada voto válido que tenham recebido.

Durante os primeiros 4 milhões de votos, esse valor aumenta para 1,00 euros, trazendo desvantagens competitivas para aqueles partidos que não estão representados no parlamento.

Além dos prémios para o sucesso eleitoral de uma contribuição e doações, o Estado concede mais um subsídio: por cada euro de taxas de adesão ao partido e por euro doado, os partidos recebem 0,45 euros de subsídio do governo. Isto aplica-se a doações de indivíduos até uma doação anual no valor de 3.300 euros por pessoa. Isto significa que cada membro ou pessoa que faz ofertas ao partido recebem das Finanças uma compensação financeira anual de metade da oferta feita ao partido.

Por isso, indivíduos e empresas que doem mais de 10.000 a um partido devem ser nomeadas publicamente.

Partidos têm também direito a fundar Fundações que são soberbamente cofinanciadas pelo contribuinte.

Em 2017, os pagamentos do governo às seis fundações partidárias atuais totalizaram € 581,4 milhões de euros, um nível sem precedentes.

Atuação dos Parlamentares pela Calada da Noite

Num acto como que de assalto, o Parlamento alemão elevou o montante do financiamento estatal dos partidos (15.06.2018). Um deputado do AfD e outro do DIE LINKE acusaram a coligação de querer passar por cima da opinião pública e aproveitar-se da altura do campeonato mundial para, em pouco tempo, aprovar o aumento evitando assim uma discussão pública. (Durante o campeonato, a capacidade judicial popular encontra-se em ponto morto: uma altura boa para o oportunismo político criar leis ou despachos interesseiros!)

De facto, em 2006 durante o campeonato mundial foi aumentado o IVA, em 2010 foi aumentada a contribuição do seguro de saúde, em 2012, durante o campeonato europeu passou a lei de registro.

O deputado Seitz do AfD diz que o seu partido despreza “a miserável democracia partidária criada por vós” e falou ainda de „ self-service”. O representante do SPD Özedemir justificou o aumento que desde 2011 não se dava. Um aumento de 15% e nesta altura, dá a impressão de assalto. A partir do próximo ano os partidos no seu conjunto recebem um acréscimo de 25 milhões de euros por ano.

O cofinanciamento estatal de partidos e outras instituições dedicadas ao serviço do bem-comum é necessário. O problema na subsidiação dos partidos torna-se delicada atendendo ao facto de interesses e interesseiros se encontrarem na mesma pessoa.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

ESCOLA DE POIARES SACRIFICADA À IDEOLOGIA QUE DOMINA O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Os cínicos que se apoderaram dos postos altos e dos subterrâneos da República não querem de maneira nenhuma que pobres e ricos tenham acesso ao ensino esmerado dos colégios católicos.

Nestes colégios pagam mais os ricos para que possam todos ter um ensino de qualidade mais abrangente; esta medida do governo é uma machadada contra a inclusão de pessoas pobres que também teriam direito a poder escolher entre escola e escola: assim são obrigados a seguir a rebanhada.

Portugal segue o contrário de países desenvolvidos como a Alemanha que não despreza nenhuma força que possa fomentar o país.

Portugal continuará a viver sob o chicote da ideologia por muito tempo. A matriz ideológica jacobina marcoi indelevelmente a sociedade portuguesa.

Notícia em:

http://rr.sapo.pt/noticia/115767/colegio-com-mais-de-200-alunos-fecha-em-poiares-uma-machadada-no-interior-do-pais

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

TRUMP BATEU COM A PORTA NA CIMEIRA DOS 7 QUE QUERIA DOS 8

Consequências da Crise cultural-política-económica que não se quer reconhecer

António Justo

A Cimeira do G7 (dos países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá,  Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido) no Canadá, 08-09/06/2018 deixou um comunicado final em que declaram lutar contra o protecionismo no comércio, desnuclearização da Península da Coreia e do Irão, apelo à Rússia para não poiar o regime sírio, colaborar no intuito de alcançar um crescimento inclusivo e a igualdade de género,  implementar o Acordo de Paris sobre o Clima (sem os USA). Uma declaração dos 7 que se torna na dos 6. Os Estados Unidos não subscreveram o comunicado emitido pelo G7.

A política mundial encontra-se numa fase axial da História; uma nova ordem mundial encontra-se a caminho. A rotina e o oportunismo temem ver apressado o seu fim. O que aconteceu na cimeira é apenas um aviso e um sinal da mudança que se opera a nível mundial e que expressa a necessidade de novas estratégias e reformulações de blocos. De facto, uma política global não pode passar por cima dos interesses nacionais nem de suas metas a longo prazo. Como já toda a gente critica suficientemente Trum não fica mal apresentar algum aspecto benigno das consequências do seu agir!

O aspecto positivo que Trump trouxe à cimeira foi o acentuar a urgência da Europa assumir maior autonomia e responsabilidade e a importância de se unir à Rússia. Para a UE não é já suficiente o moralismo ideológico de valores de abertura e a economia como factor de afirmação em relação a outros blocos.

Já há muitos anos se observa uma política demasiadamente orientada para os interesses da Alemanha que fomenta a promoção dos seus vizinhos a leste para não ter pobres ao pé da porta e por outro lado impõe à Europa uma política económica e de asilo embora os seus actores internacionais sejam a Alemanha, o Reino Unido e a França com o poder da sua economia e negócio das suas armas.

Num tempo em que o comportamento ético está especialmente limitado a interesses de grupos fortes e aos lóbis, Trump parece abusar dessa ética cada vez mais económica, ideológica e imprevisível. Talvez a posição incómoda e não diplomática de Trump não expresse mais que um aproximar-se do auge do tempo de crise e que a política quer continuar a não verbalizar.

Trump é como a pedra, não muda; continua a ser como governante o que era como concorrente eleitoral. Um aparte: desde 1994 que todos os presidentes norte-americanos prometeram mudar a embaixada para Jerusalém, mas nenhum cumpriu. Trump cumpriu e toda a gente o critica!

Negociar não é o seu forte e para mais numa época narcisista. Ele é tão fraco, que está a mudar o mundo! Ele sabe que como nas revoluções, depois do mundo mudado, ninguém perguntará pelos erros da mudança, depois dela dada.

Farto de uma política de conselhos e conselheiros não tem em conta que um Estado congrega muitos interesses grupais precisando de burocratas e de figurantes poderosos que o sistema tem de manter para que os grupos de pressão não joguem fora do campo. Os que o criticam têm certa razão dado não se poder identificar um Estado com uma empresa económica, mas também é um facto que a política europeia não pode continuar no sonho da Bela Adormecida ou no jogo do populismo de cima contra o populismo de baixo.

Numa Europa em que a intervenção política e a procissão se alinham mais à esquerda, é consequente o necessário amplificador da rectórica de direita e de esquerda perante a pressão da economia e dos lóbis do dinheiro e da ideologia vindas de Bruxelas.

A política de baloiço partidário tem sido prolongada com ritos públicos que servem de tubo de escape para as tensões sociais, mas o tempo hodierno começa a não suportar uma ideologia de mantras cuja lógica de convicção provém da música da sua repetição ritmada, que leva os partidos e as nações a perderem o seu rosto.

Em muitas sociedades ainda não existe a pressão local a nível nacional; as bases ainda se encontram em fase de formação, dado a opinião pública ser alimentada sobretudo com conversas de futebol, sexo, dietas e racismo.

Achei elucidativo o que João de Barros apresenta na sua página de FB; são factos (1) que ajudam a compreender a posição de Trump numa nação que sente o seu futuro comprometido em relação ao desenvolvimento da China.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

(1) PRINCÍPIOS DE ECONOMIA POLÍTICA.
Na analise da recente guerra tarifária entre os USA e a China/Alemanha (a guerra não é com a Europa, mas sim com o principal exportador de automóveis europeus), muitos saltam a criticar o Trump sem dedicarem a mínima atenção às estatísticas internacionais.
E o que nos dizem essas estatísticas?
  1. A economia dos USA representa 25% da economia mundial. A sua dimensão é equivalente à soma das 9 economias seguintes.
    2. A China representa pouco menos do que 15% e a Alemanha não chega aos 5% (ocupando a 2ª e 4ª posição respectivamente, o Japão é a terceira economia).
    3. No entanto a China exporta quase mais 47% em valor que os USA e a Alemanha exporta quase tanto quanto os americanos (em valor).
    4. Se as exportações americanas representaram apenas 11% da produção americana, façam as contas para perceberem o peso das exportações na produção da China e Alemanha.
    5. China e Alemanha apresentam excedentes comerciais elevadíssimos, fruto de moedas artificialmente sub-avaliadas face ao dólar, enquanto os USA apresentam défices comerciais crônicos.
    6. O grosso das reservas de ouro mundial estão nos USA (a maioria do ouro português está em Fort Knox) e o dólar é a principal moeda de reserva mundial, tendo um peso brutal nas reservas de divisas da China.
    7. Os USA são hoje auto suficientes em termos energéticos, mesmo no que ao petróleo diz respeito.
    8. Os USA são o principal mercado de destino das exportações da China e Alemanha.
    9. A continuarem a verificar-se as actuais tendências econômicas, em 2050 a economia americana é ultrapassada pela da China.
Perante estes dados, e depois de reflectirem um bocadinho, acham assim tão absurda a posição americana? De que lado pensam que está verdadeiramente a força negocial nesta contenda? Em termos de aplicações de tarifas, quem é que vai realmente sair escaldado?
João de Barros

ÁUSTRIA ENCERRA SETE MESQUITAS

60 Imames (Imãs) em Via de Expulsão

António Justo

O governo austríaco quer tomar o assunto a sério quando se trata de islamistas e de fundamentalistas turcos. Foram fechadas sete mesquitas: uma turca, dos “Lobos Cinzentos de extrema direita (não tinha autorização) e seis mesquitas árabes. A comunidade cultica árabe é dissolvida. O governo deu como razão de encerramento, declarações salafistas dos representantes das associações.

A lei islâmica austríaca exige uma atitude básica positiva em relação ao Estado e à sociedade. O chanceler Kurz justificou a medida dizendo: “Sociedades paralelas e tendências de radicalização não têm lugar no nosso país”.

Além disso o governo austríaco quer expulsar cerca de 60 dos 260 imames da União Turco-Islâmica para a Cooperação Cultural e Social na Áustria (ATIB). Razão da medida é o financiamento através do estrangeiro, o que está proibido na lei da Áustria sobre o islão. Imame (Imã) significa chefe religioso-político (cabeça espiritual) da comunidade islâmica.

“Os ATIB-Imames são financiados pelo Estado turco (Autoridade religiosa Diyanet)”. Esta envia-os e remunera-os, o que é proibido na Áustria desde há três anos.

A oposição austríaca não faz nenhuma crítica fundamental a este acto do governo. Os verdes só criticaram a altura em que isto acontece porque motiva muitos turcos a votarem em Erdogan (HNA 9.06.2018). Na Alemanha apesar de a DITIB se encontrar sob o controle do presidente turco Erdogan, em 2017, o governo aprovou a entrada de 350 imãs.

Motivos para preocupação

No sentido do filólogo e especialista em Islão, Raad Salam Naaman, a Áustria começa a tomar medidas contra o radicalismo islâmico e contra a sua estratégia; ele adverte: “O Islão é um perigo real para a Europa e para o mundo…Estamos a assistir à conquista silenciosa da Europa pelo Islão; a Europa não tem conhecimento exacto do Islão e não sabe como actuar perante o Islão;  as pessoas que não conhecem o Islão dizem que é uma religião da paz e que o Corão é um livro da paz,  e isto sem conhecerem o islão e sem lerem a história do Islão e sem conviverem com o islão e sem conhecerem profundamente o Corão”.

Em 1993 João Paulo II, que tinha um conhecimento profundo do Islão, disse: “Vejo a Igreja do terceiro milénio afligida por uma praga mortal que se chama islamismo e invade a Europa” ….

Yusuf al-Qaradawi, dirigente da comunidade muçulmana afirma: “vamos conquistar a Europa através do ventre das nossas mulheres”. De facto, os muçulmanos crescem na Europa na razão de quatro por um (natalidade).

Também Muamar el Gadafi disse antes da sua morte:” Vamos conquistar a Europa graças às leis e às constituições europeias”.

Muitos políticos europeus acreditam nas teorias de Marx e de Engels que julgavam que a religião se tornaria supérflua com o desenvolvimento económico e com a luta contra a propriedade privada e contra a família.

Isto dá que pensar a quem tem tempo para o fazer!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo