CENSURA DO FILME “E TUDO O VENTO LEVOU”

Grandes plataformas ameaçam a liberdade e a democracia

A distribuidora de filmes HBO Max cedeu à ideologia atual do politicamente correcto, retirando, ontem do seu catálogo nos Estados Unidos, o clássico filme americano de 1939 “E Tudo o Vento Levou”. Este filme é considerado por muitos como o melhor filme do século XX. A razão pretexto da censura é que o filme poderá transmitir um racismo adocicado.

A pressão do medo e o intuito de educar são tão fortes que consideram o público em geral como incapacitado (só capaz do mal) e como mero objecto de formação.  Por alegadas razões de evitar o racismo, retira-se a possibilidade de verificar a mentalidade de uma época histórica e o espírito desse tempo. Corre-se aqui o perigo de se usar uma suspeita como argumento que tudo justifica.

Tal atitude é tão racista como o racismo que dizem querer combater! Cada vez nos encontramos numa situação mais primária de uma discriminação inconsiderada.

A arrogância encimada tornou-se intolerante e como tal contribui para o aumento do caudal do racismo!

A censura continua hoje como ontem, mas com outros meios interesses e pretextos! Parte-se do princípio que o povo em geral, hoje como ontem, não nota!

A gravidade vem do facto de grandes plataformas estarem a assumir o direito de determinar o que o povo deve ou não deve ver ou saber. Hoje o controlo é cada vez mais globalizado e centrado em cada vez, menos mãos.

Porque não contribuir para que as pessoas respeitem os direitos humanos pela positiva, com argumentações eficazes em vez de se recorrer aos mesmos meios de repressão, censura e proibição dos governantes de outrora?

Hoje ainda mais agravante se torna a questão uma vez que os próprios meios de comunicação (HUBO, Netflix, o Hulo,Facebook, Twitter, etc,) justificam  a censura com a argumentação de serem privados e como tal se arrogarem esse direito! Atendendo a que têm utentes a nível planetário, com as suas decisões,  podem até servir de acólitos de políticas globais passando por cima dos políticos regionais.

Neste sentido assiste-se também a uma “Concentração da Informação a Pretexto das Fake News” (1)

O que está aqui em causa é o espírito e o perigo que assiste a tais decisões que cada vez acurralam mais o cidadão  constituindo verdadeiras ameaças à liberdade e à democracia.

O que se pretende pouco a pouco é a demolição da cultura ocidental numa estratégia de demonização do seu passado e com o estratagema de colocar outros povos como vítimas! Que se reconheçam os males e que se reparem, mas seria ingénuo não se dar conta da formação de um novo imperialismo globalista em via.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

(1) “Concentração da Informação a Pretexto das Fake News”  https://antonio-justo.eu/?p=5923

A ALEMANHA ELABOROU UM PACOTE DE ESTÍMULO ECONÓMICO GIGANTESCO DE 130 MIL MILHÕES DE EUROS

O Governo reduz o IVA de 19 para 16% e indemniza empresas…

António Justo

A Coligação governamental alemã (CDU/CSU-SPD) reage à crise do Covid-19 aprovando um soberbo pacote de estímulo económico de 130 mil milhões de euros (Cf. bundesfinanzministerium.de) que beneficiará directamente o povo, a economia alemã e a Europa.

Alguns pontos mencionados no pacote:

Diminuição do IVA (imposto sobre o Valor Acrescentado): A taxa de imposto é diminuída de 19 para 16% e a taxa do imposto reduzido passa de 7 para 5%, a partir de 1 de Julho  até 31 de Dezembro de 2020. A taxa de imposto reduzido aplica-se às compras de alimentos. Uma vez que o IVA é cobrado sobre bens e serviços, passam todos os consumidores (pobres e ricos) a serem beneficiados. Esta medida custa 20 mil milhões de euros.

Ajuda às famílias é feita através de um abonamento único de 300 € por cada filho a cargo (carga financeira de 4,3 mil milhões de euros); São ainda disponibilizados três mil milhões de euros para a criação de mais estruturas de acolhimento de crianças (Jardins infantis etc.).

Os Estados federados já começaram, anteriormente, a assumir a perda de rendimentos dos pais impedidos de trabalhar, devido aos cuidados prestados aos seus filhos durante a crise da coroa-19. O reembolso do pagamento do salário a pagar será efectuado pelo empregador e é concedido por 10 semanas por progenitor. Isto aplica-se devido a ordens de quarentena e ao encerramento de escolas e centros de dia.

Apoio às contribuições sociais: As contribuições para a segurança social não devem exceder os 40%. O Governo prestará uma ajuda de 5,3 mil milhões € para que os empresários possam manter sob controlo os custos não salariais do trabalho e para que o seguro obrigatório de saúde e de desemprego não tenham de aumentar.

Consumidores: os custos da electricidade serão alivados para todos os consumidores. Para isso a taxa EEG (para a promoção de instalações de energia ecológica) será limitada a 6,5 cêntimos por quilowatt-hora a partir de 2021 e a 6 cêntimos em 2022. Atualmente a taxa paga com a factura da electricidade é de 6,76 Cêntimos por quilowatt-hora. O Governo mobilizará 11 mil milhões de euros em subsídios para o efeito.

Ajuda às autarquias locais: O governo federal cobrirá três quartos dos custos de alojamento dos beneficiários da assistência social. Deste modo o Estado alivia as cidades e os municípios em mais de quatro mil milhões de euros por ano. Além disso, a perda de receitas do imposto sobre o comércio devidas ao Coronavirus será compensada conjuntamente pelos governos federal e estaduais.

Auxílios à economia: É criado um apoio directo às empresas que mais sofreram com o Covid-19.  São destinados 25 mil milhões de euros para ajuda de hotéis, restaurantes, caterers, bares, clubes, agências de viagens, expositores e outros.

As pequenas e médias empresas que, apesar do Covid-19, não reduzam o número de lugares de formação que oferecem, receberão um prémio único de 2.000 euros por cada novo contrato de formação. Também haverá deduções fiscais para as empresas com problemas.

Para cultura e arte são destinados mil milhões de euros.

Em matéria de inovação e sustentabilidade o ponto “pacote para o futuro” prevê um aumento do subsídio estatal de investigação, um aumento de capital da Deutsche Bahn; financiamento de sete mil milhões de euros só para a “Estratégia Nacional para o Hidrogénio”, e um incentivo à aquisição de automóveis elétricos e veículos híbridos sendo concedido um subsídio até 6.000 euros por cada compra de automóvel.

A Alemanha é um país onde as forças decisivas se unem para o bem do país e da população.

A chanceler Ângela Merkel (CDU) e o ministro das finanças Olaf Scholz (SPD) mostram-se, com este pacote ousado, decididos a enfrentar a crise não só com palavras, mas sobretudo com obras que reverterão em benefício da Alemanha e da União Europeia. Sobre as gerações vindouras o futuro o dirá.

A coligação começou por descer o imposto do IVA na Alemanha a partir do dia (1.07.2020) altura em que assume a Presidência do Conselho da EU por seis meses. Isto é um bom presságio para a EU!

Ângela Merkel é uma personalidade que não vacila perante adversidades. Por isso se fossem agora eleições ela receberia mais de 70% dos votos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

TWITTER-FACEBOOK OS ÁRBITROS DA VERDADE?

Concentração da Informação a Pretexto das Fake News

António Justo

As oligarquias, contam, cada vez mais, com o apoio de uma política globalista (centralização de todos os poderes), ao mostrarem-se muito preocupadas com as notícias falsas (Fake News) nas redes sociais porque podem levar as massas ao descontrolo total.

O Twitter ao considerar-se juiz da verdade, também no caso de algumas comunicações infelizes do presidente dos USA (Trump), aproveita-se da insatisfação popular em relação ao cujo dito, numa tentativa de se impor como árbitro da verdade.

O que está aqui em jogo é a regulação das redes sociais no sentido de alguns empresários mundiais; donos de redes sociais, quererem legitimar o direito à censura e para tal chamarem a si o privilégio de determinar  o que o utilizador pode ou não saber (o que é verdadeiro e o que é falso), roubando ao cidadão e à justiça (em casos de abuso) a responsabilidade do discernimento que só a eles pertence.

A arrogância oligárquica na luta pelo monopólio da informação e de seu controlo universal torna-se cada vez mais abrangente! Saber é poder; daí a razão porque quem tem algum poder querer reservá-lo só para si.

Mark Zuckerberg, logo se apressou a declarar que o seu Facebook não deve ser um “árbitro da verdade”. Bom seria, só que falta a confiança atendendo ao que o próprio Facebook já se atreve a censurar.

Os que falam do perigo das notícias falsas que infelizmente também circulam na Internet omitem falar do outro perigo, certamente maior, que é o facto de uma pequena oligarquia mundial poder vir a determinar (através da censura) o que é verdadeiro e o que é falso; deste modo podem controlar, impedir e mesmo apagar as diferentes mundivisões para imporem a sua. Sob este pretexto pequenas oligarquias interligadas conquistam, de maneira velada, o direito de controlar e decidir o que no Facebook e noutros meios sociais deve ou não ser publicado. Este poder é tal e de tal modo anónimo que se torna praticamente impossível contestá-lo ou apelar para alguém! Uma tal centralização do poder de decidir é anti democrático e ameaça qualquer biótopo cultural.

Quem tem o controlo da informação tem todo o poder na mão pois pode determinar o pensar e a opinião das pessoas. (Já no prólogo do evangelho de S. João, este referindo-se a Deus dizia, “no princípio era o verbo, a palavra, a informação”)!

O verdadeiro perigo em que nos encontramos é certamente o daqueles que se tornam em donos da informação. Em nome do ótimo instalam o mal, passando por cima da sabedoria popular que diz que o ótimo é inimigo do bom! Muitos utentes do Facebook já começam a sentir que o poder controlador das redes sociais lhes impede de falar livremente sobre certos temas.

Tiram a responsabilidade de julgamento ao utilizador para cinicamente se armarem em juízes do que é bom e do que é mau e ainda em nome do bem das massas!

O discernimento cada vez se torna mais difícil não só devido a uma realidade cada vez mais complexa, mas também porque os adversários da democracia alegam que só querem proteger as massas democratas! Vai sendo tempo de se deixar de continuar a dormir na forma! Para isso é necessário fomentar a discussão controversa.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

INJECÇÃO DE 500 MIL MILHÕES € APROXIMA OS PAÍSES DA UNIÃO EUROPEIA

Ângela Merkel  nas Pegadas  de Carlos Magno – o Pai da Europa

António Justo

A crise do Coronavírus vai apressar a possibilidade de se começar a contrariar a desigualdade entre os países membros da União Europeia (EU). Esta é a oportunidade que a Europa tem para acordar, se redescobrir e entender a sua missão humana no mundo.

A salvaguarda da paz entre os países europeus e o novo papel que a EU terá de assumir no século XXI, são os principais motivos que impulsionam a Chanceler alemã a intervir, num momento axial da História em que se forma uma nova orientação política mundial com base nos polos EUA e China.

À EU nada mais restará que a África como possível zona de influência directa (apesar de, neste assunto, dormir em relação à China muito activa em África porque também precisa de votos que apoiem a sua política na ONU.

Depois dos litígios com Trump, Ângela Merkel sabe que a Europa se encontra abandonada a si mesma e que o destino da Europa e da Alemanha são comuns e dependem do relacionamento alemão.

No debate, se a União Europeia deve ou não assumir a responsabilidade de uma dívida conjunta (comunitarização da dívida pública) em benefício dos Estados com economias mais débeis, parece surgir no horizonte social alemão consenso positivo.

O plano Corona de ajuda (de 500 mil milhões de €) proposto pela chanceler alemã Angela Merkel (CDU) e pelo chefe de Estado francês Emmanuel Macron  é apoiado pela presidente AKK da CDU; ela vê no Plano um esforço conjunto em prol da coesão europeia.

O Plano Corona, permitirá à Comissão Europeia contrair empréstimos nos mercados financeiros e possibilitar  um fundo de reconstrução com um volume de 500 mil milhões de euros. O dinheiro será então utilizado como subsídio não reembolsável do orçamento da UE para os países da UE mais afectados pela crise do Corona.

Há também muitos cidadãos alemães que torcem o nariz porque consideram o pacote financeiro como um presente à França e aos membros vizinhos do Sul. Veem nele a agravante do pacote não condicionar contrapartidas dos países beneficiados e não haver restrições ou influência sobre a sua utilização. Outro ponto de crítica é que as autoridades concordam em algo e só depois é iniciado o processo democrático de consulta; processo este já sob a pressão de que a chanceler não pode ficar à chuva.

Esta iniciativa revela mais uma vez a inteligência e a vontade da Chanceler se manter orientada, nas suas decisões, por princípios de solidariedade cristã, que se encontram nos estatutos do seu partido (CDU) e necessitam de vida. Certamente sent-se nas pegadas de Carlos Magno, o pai da Europa.

A Chanceler alemã aposta no Euro e no mercado comum como factores determinantes de uma EU que não pode abdicar da sua missão mundial. Isto apesar do factor político europeu se encontra num estado muito problemático.

Angela Merkel não tem uma tarefa fácil atendendo a duas tendências europeias extremas: de um lado  um norte de elites políticas poupadoras forretas e do outro, um sul de elites políticas esbanjadoras; de um lado um norte de mentalidade de cunho protestante e do outro um sul de mentalidade de cunho católico!

Penso que Angela Merkel procura, com a ajuda de Macron (e ajudando Macron),  obrigar a França a assumir maior responsabilidade para que a  União Europeia consiga subsistir aos desafios dos USA e da China (no futuro serão eles a tocar a música!). A Chanceler sabe que a Alemanha, só ajudando a Europa poderá salvar a Europa e deste modo salvar-se a si mesma.

Merkel é uma mulher política que não encontra na Europa homem do género que se assemelhe. Não é suficientemente valorizada por se encontrar num mundo de matriz masculina.  Ela tornar-se-á no símbolo de tentativa de uma política feminina numa matriz politico-económico-social masculina. É um símbolo de governante em que a energia da feminilidade se poderia começar a afirmar numa nova matriz em que os polos da masculinidade e da feminilidade entrem numa melhor complementaridade.

Portanto, europeus, na discussão partidária política, menos ideologia e mais sentido do real em relação à política de Merkel na coligação governamental (GROKO)!

Permitindo-me um pouco de euforia no meio de muitos ainda amarrados ao preconceito contra os alemães, atrevendo-me a dizer: quem ainda não compreendeu Merkel não compreendeu Europa nem o sentido da União Europeia! O modelo federal alemão terá de ser mais objecto de observação por estudiosos interessados numa EU fiel ao espírito de Carlos Magno que apostava no fomento da cultura cristã e não apenas na economia.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

EUROPA NA ENCRUZILHADA DE DIFERENTES FILOSOFIAS DE DIREITO?

Quadro jurídico alemão Versus Quadro jurídico francês da EU (Asterix contra Roma)

António Justo

Tanto o Tribunal Constitucional Alemão (TCA) no seu Acórdão de 5 de maio, como o acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), de 11 de dezembro de 2018 não podem agradar, ao mesmo tempo, a gregos e a troianos, atendendo às diferentes posições e filosofias que os dois professam (regionalismo ou centralismo) na construção da EU.

Assim os centralistas, mais inclinados ao jogo do poder político e económico, acusam o TCA de querer fazer política e os regionalistas, mais inclinados a um quadro jurídico regulador de conflitos sociais, acusam o TJUE que em conluio com o Banco Central Europeu (BCP) fazem política.

Na base destas irritações estão dois ideários de expressão da consciência europeia a que assistem diferentes modelos de organização política e diferentes tradições de quadros jurídicos (latina ou nórdica).

Em vez de os partidários de uma trincheira se levantarem contra os do outro valado, seria agora uma boa oportunidade para se ir discutindo qual das filosofias se quer seguir para a EU e qual a tradição de sistemas jurídicos a adotar: o quadro jurídico centralista francês que permite uma certa promiscuidade entre política e jurisprudência ou ao sistema jurídico alemão, mais independente? Digamos, queremos uma Europa mais democrática arquitetada em termos dos favorecedores do regionalismo (ao exemplo da arquitetura federal alemã) ou dos favorecedores do centralismo (diria eu, de tradição mais do Sul de possíveis interferências maçónicas e que pretendem uma arquitetura administrativa e política centralista (mais à la France).

Os defensores do centralismo acusam a nação progenitora do protestantismo de heresia e não prescindem sequer do seu tradicional argumento marreta moralista de que a Alemanha está a fortalecer o populismo. Pelo contrário, o que o acórdão alemão pretende é uma Europa mais transparente e democrática (independentemente agora dos interesses económicos e de poder!). Mais próprio para discussão seria a oportunidade de argumentação por cada uma das partes e colocar em cima da mesa da discussão os interesses que se escondem por trás do discurso sobre um construto EU que se quer bastante indefinido para melhor possibilitar jogadas de corredores e de poderes reservados para a classe dirigente.

Fala-se em primazia do TJUE sem se falar de certas primazias que ele pretende tirar às democracias regionais, donde deveria partir todo o construto EU; o Tratado de Lisboa é queridamente confuso nalguns pontos de definição/legitimação de poderes.

Os centralistas mobilizam o medo da desagregação europeia levantando bem alto o cajado dos nacionalismos, em defesa do seu poder que se quer visto construído a partir do telhado!

Acusar os alemães de nacionalismo constitucionalista é autodesqualificar-se (atendendo à filosofia democrática do seu quadro jurídico) numa perspectiva construtiva da Realidade europeia cujo credo é o direito e atendendo ao facto de  que uma Europa na tradição germânica do direito se quer mais virada para o povo e corporações e não tanto para as elites.

Dar poder absoluto ao TJUE (antes da EU feita!) seria, para já, conferir um poder constitucional definitivo ao Tratado de Lisboa; poder que este não lhe dá para se poder legitimar.

Querer definir de europeísta a facção centralista (mais individualista e autoritário) e considerar como antieuropeísta a facção regionalista (mais corporativista), seria, no meu entender, querer definitivamente para a Europa um sistema jurídico, administrativo e político mais conforme à matriz francesa, quando a matriz federal alemã é de cariz mais democrática ao possibilitar a construção de uma União Europeia a partir da base da realidade regional federal (e não como querem os centralistas, mantê-los, superiormente amarrados às dívidas “soberanas”) .

Não seria sinal muito democrático querer fazer partir o centralismo do direito europeu dos magnates políticos dos países quando este para ser um direito estável deveria surgir de um organigrama europeu com bases democráticas sólidas a partir das regiões contrariando a formação de um gigante com pés de barro.

A iniciativa do TCA poderia ser uma boa oportunidade para impedir um certo populismo e nacionalismo que os defensores de um centralismo dogmático da EU têm proporcionado (o Brexit manda cumprimentos)!

Urge esclarecer as matrizes de fé subjacentes aos crentes do centralismo de uma EU centralizada e reguladora e a matriz dos crentes do regionalismo, de uma EU unida, mas descentralizadamente orgânica.

Cada vez se torna mais insuficiente o autoritarismo centralizador de elites, com que deparamos de forma exemplar no regimento do Coronavírus; de facto a subjugação à organização de saúde da ONU, tornou-se crassa e de mau sabor perante um possível organigrama de poder centrado na ONU. O medo tornou-se trunfo e xeque-mate ao mesmo tempo, para que os interesses de alguns poucos se expandam em liberdade!  O instrumento do medo e a demonização de legitimas aspirações do cidadão passam a ser qualificadas, à prior, de populistas.

Parece não interessar aos governantes a implementação de uma salutar controvérsia na opinião pública entre os dois conceitos de organização política europeia (planos de enquadramentos e diretrizes jurídicas) talvez por medo que surjam os Asterix-Oberlix (protagonizados na série de Banda Desenhada cómica) contra Bruxelas, a Roma da EU.

É natural que, um Asterix na qualidade de anti-herói, símbolo da expressão de uma luta mais popular e mais universal pelo bem comum, não interesse aos centralistas mais interessados num Estado fundamentalmente burocrático e não orgânico. De facto os dois Gauleses defendem a sua aldeia contra o domínio de potentados, em protecção da sua consciência colectiva europeia, defendendo o caracter regional contra um globalismo despersonalizante e  avassalador! resistência da ocupação dos pequenos países onde as suas elites políticas parecem reduzir-se a meros agentes de administração,  comportando-se como o Lügnix que organiza bem a sua vida particular mantendo a sua mão nas receitas fiscais e reduzindo em contrapartida  o ser do cidadão à situação de contribuinte ou de alimentado do Estado (1)

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo