14 DE JULHO 1789 – Queda da Bastilha

Da história, geralmente só fica na memória a parte soalheira dos vencedores sendo relegada para o esquecimento a parte sombria dos vencedores! Isto repete-se de maneira sustentável ao longo da História, o mesmo se diga relativamente ao 25 de Abril, porque pelos vistos é uma qualidade humana e também do povo recalcar os aspectos negativos, quando uma sociedade adulta deveria confrontar-se a si mesma com os aspectos positivos e negativos e assim não ter de viver num permanente autoengano!

Recorde-se não só a victória mas também as barbaridades acontecidas em torno do assalto à prisão Bastilha, símbolo do poder estabelecido, com o objectivo de adquirir o estoque de pólvora lá armazenado e tudo isto sob o lema: “Queremos o coração da rainha. Queremos cortar–lhe a cabeça, arrancar-lhe o coração, frigir-lhe o fígado, tirar-lhe as tripas para fazer fitas.”

As Autoengano na medida em que para celebrarmos socialmente as victórias de uns sobre os outros permanecemos na mesma dinâmica de domínio em vez de iniciarmos uma cultura de paz que concilie os grupos sociais, o Homem e a humanidade de maneira a não ter de repetir sempre os mesmos erros num ter de viver de vencedores e vencidos. A lógica da barbaridade legitimada pelo facto de trazer algum bem seria de ser corrigida, de outro modo os povos são obrigados a viver entre autoflagelo e autoengano!

António CD Justo
Pegadas do Tempo
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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

14 comentários em “14 DE JULHO 1789 – Queda da Bastilha”

  1. Vítor Lopes, bem resumido mas para lhe dar sustentabilidade penso que o permanente contínuo é o autoengano que necessariamente leva ao autoflagelo! Na prisão da bastilha e no que aconteceu em torno dela juntam-se os dois!

  2. António Cunha Duarte Justo precisamente. Chega de vivermos mergulhados em mentiras. Mentiras que fazem parte da preparação para as guerras e que levam que as pessoas as aceitem.

  3. Penso que raras são as sociedades capazes de encarar de maneira adulta as realidades e contradições resultantes duma revolução.

  4. António Cunha Duarte Justo vou ser cristão e aí o autoflagelo leva à verdade nunca ao autoengano…podemos ver isso na cruz de Cristo: ele autoflagelousse na procura da verdade e nunca se sentiu enganado nem pelo Judas. Os franceses são parecidos mas piores: matam-se uns aos outros e fizeram um revolução.

  5. Vítor Lopes , o contexto do autoengano era outro. O das barbaridades acontecidas em torno do assalto à prisão Bastilha, símbolo do poder estabelecido, com o objectivo de adquirir o estoque de pólvora lá armazenado e tudo isto sob o lema: “Queremos o coração da rainha. Queremos cortar–lhe a cabeça, arrancar-lhe o coração, frigir-lhe o fígado, tirar-lhe as tripas para fazer fitas.”
    Autoengano na medida em que para celebrarmos socialmente as victórias de uns sobre os outros permanecemos na mesma dinâmica de domínio em vez de encetarmos uma cultura de paz que concilie o Homem e a humanidade de maneira a não ter de cometer os mesmos erros num ter de viver de vencedores e vencidos.

  6. Mafalda Freitas Pereira , creio que não há sociedade capaz de encarar de maneira adulta as realidades e contradições resultantes duma revolução porque a narrativa histórica é a história dos victoriosos e quem vence é quem mais ordena! Além disso os vencedores querem impor sempre o próprio regime e por isso procura só apresentar os defeitos do regime derrubado. Integrar o bem do regime anterior no novo regime implicaria abdicar de servir só a própria clientela!

  7. Em tempos houve a ilusão de que “o povo é quem mais ordena”. Afinal os vencedores é que querem impôr sempre o próprio regime. Não há democracia ou na maior parte dos casos a democracia é muito doente.

  8. Mafalda Freitas Pereira , temos uma democracia partidária: de interesses repartidos. Na impossibilidade de ainda não ser possível uma democracia directa seria bom se conseguíssemos uma democracia do género da Suíça. No meu entender, o desenvolvimento de grandes blocos (exemplo EU) tende a neutralizar o elemento democrático e a substituí-lo por uma oligarquia política unida a uma administração forte.

  9. António Cunha Duarte Justo,
    o que é uma Democracia directa? É uma Democracia pura? Isso existe?

  10. Mafalda Freitas Pereira uma democracia direta é uma utopia que defende que cada cidadão possa intervir directamente decidindo dos problemas importantes do Estado/Governo. Utopias têm o benefício de poderem levar o humano a aproveitar-se do fraco progresso para integralmente se desenvolver. Penso que o desenvolvimento tecnológico nos pode ajudar a dar um passo no sentido de uma democracia com participação mais directa. Na Suiça a democracia ao integrar o momento plebicitário como direito do cidadão na Constituição possiblita a intervenção mais directa na votação para assuntos do interesse público não deixando tudo nas mãos dos partidos ou do parlamento que decidem baseados mais na defesa de interesses grupais. Naturalmente envolver o cidadão mais directamente na elaboração de medidas e leis corresponde a uma diminuição do poder dos parlamentares e do governo e o fortalecimento do cidadão. Creio que chegarão tempos em que, devido ao desenvolvimento tecnológico virá a ser possível a intervenção directa do cidadão nas decisões governamentais, não sendo reduzido o seu direito de dicidir no ter de fazer delegação total da resolução de todos os problemas nacionais no deputado eleito. Creio também que isto é música demasiado harmoniosa porque os grupos de poder estão mais interessados em poderem ser eles a dicidir em nome de votantes porque o poder está sempre do lado de instituiões ou de grupos organizados com poder de influência. Fenómeno semelhante já se observa na maneira como políticos e os Media mais conformes ao regime lutam contra uma certa democratização da informação nas redes sociais.

  11. É por isso que a história podia ensinar muita coisa, mas pouco se aprende com ela.

  12. António Cunha Duarte Justo, tendo em conta o que se passa em muitos países, em todas a latitudes e/ou longitudes, nomeadamente em Portugal, a tal Democracia directa ainda está muito longe de ser alcançada. Como diz, é música demasiado harmoniosa e o melhor é não alimentar ilusões, pois que entre várias irregularidades e prepotências até se verifica a tal luta contra uma certa democratização das redes sociais. Paradoxalmente o progresso e o retrocesso em simultâneo.

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