Paulo Portas, saído há pouco do governo, passa já para consultor da empresa Mota Engil. Embora este mau hábito se repita em Portugal e na Europa é um mau testemunho da democracia. Assim se salta por cima da lei da incompatibilidade da amalgamação de política e economia.
A política é usada como plinto de políticos para cargos executivos de grandes empresas, o que lembra também a influência das empresas na política; Paulo Portas, embora não vá para o executivo da empresa, ao ocupar o lugar de consultor do Conselho Internacional da Mota Engil não respeita a carência que deveria ser pelo menos de três anos depois de um governante sair do poder.
O serviço que Paulo Portas prestará em benefício da economia portuguesa não deve acontecer à custa da promiscuidade e do tráfico de influências entre política e as estratégias das empresas, o que é incompatível com a Democracia. Hoje as irregularidades que se fazem sob o manto da democracia tornam-se cada vez mais drásticas e atrevidas. O problema maior está no facto de esta ser uma prática cada vez mais generalizada. http://leitor.expresso.pt/#library/expressodiario/06-06-2016/caderno-1/temas-principais/os-sete-trabalhos-de-portas
Constata-se que em política o que vale e fica é o poder; se a população não está atenta a democracia cada vez se transforma mais num pretexto para o poder.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Já não basta a muitos políticos e famílias partidárias terem as suas fundações e lugares à disposição em instituições internacionais como também nas grandes empresas privadas e PPPs. Políticos com experiência ministerial são muito desejados nessas empresas porque possibilitam lóbis que influenciam a criação de leis com buracos que permitam à alta finança fugir ao fisco!